segunda-feira, 12 de outubro de 2009

DE QUEM É MESMO A CULPA PELO FRACASSO ESCOLAR NA REDE ESTADUAL?


Na edição de Outubro de 2009, da revista nova escola, um dos seus artigos, escrito pelo senhor Fernando José de Almeida (vice-presidente da TV cultura), questiona sobre quem assume o fracasso escolar. Inicialmente, mais parece um daqueles textos em que nada de novo se fala e nada de novo se aprenderá ao lê-lo, mas para os que não lerem terão um surpresa!

De forma equivocada em algumas passagens do seu texto, ele credita 100% de culpa aos gestores pelo não rendimento dos estudantes, mas então fica as perguntas:

1) Será culpa dos gestores a falta de educação básica (ou doméstica) de nossos estudantes cada vez mais freqüentes em sala de aula?


2) De que forma os gestores podem garantir um ensino aprendizagem 100% eficaz ou pelo menos próximo desse percentual, se os recursos oriundos de cada instituição só começam a aparecer ao final de outubro e quase final do anão letivo?


3) Como os gestores podem se preocupar em ensino aprendizagem e metodologias, assim como em projetos dentro de uma instituição, se a própria secretária o sufoca com muitos relatórios e documentos intermináveis e exigidos em prazos quase sempre desumanos?

Que dizer muitas são as perguntas seria necessária mais de uma folha para listar todas elas! Mais você deve estar se perguntado o que tem isso a ver com Pernambuco? E o que tem a ver com esse site? Não é?

Pois é, ao escrever o texto o autor se esqueceu que alguns poucos gestores são esforçados o suficiente, pelo menos conheço poucos, de forma a mudar o cenário de baixos índices de suas escolas, mas infelizmente em Pernambuco, o que mais vejo, são gestores não escolhidos pela comunidade escolar, despreparados, sem conhecimento básico algum de informática, então faço mais algumas perguntas: Como pode um gestor que ao menos não sabe enviar um e-mail encurtar as relações com seu corpo docente? Com a secretária de educação ou mesmo com o mundo digital cheio de informações, como pode?

Como pode um gestor que se preocupa, às vezes de forma neurótica se seus professores estão presentes na escola, em vez de se preocupar com a qualidade das aulas que estão sendo lecionadas na instituição? Como pode um gestor em não se preocupar com o bem estar em seu ambiente de trabalho, com o nível de satisfação de seu corpo docente com relação à escola? Como pode não se reunir pelo menos uma vez por mês para discussão de tópicos importantes, como o cumprimento do PPP, das metas a ser atingida na prova Brasil entre outras avaliações?

Como pode um gestor apenas se preocupar com o burocrático e esquecer a parte mais importante da escola: O humano! Refiro-me, aos professores, as merendeiras, as secretárias, aos vigilantes, os terceirizados e o mais importante aos estudantes! Como pode não haver um diálogo racional entre todos? Como pode um gestor que não entende que há problemas na escola tão importantes quanto o rendimento, levar para o lado pessoal s pontos de vistas daqueles que não concordam 100% com seus argumentos e ficar de cara amarrada aos seus colegas de trabalho? Como pode um gestor querer controlar suas idas aos médicos (direito de qualquer trabalhador) para apenas manter os estudantes em sala, quando deveria também estar preocupado com a saúde de seu professor, pois ele é humano!

Bom, se você ainda não identificou nenhuma dessas características não citadas no texto do Fernando Almeida, presentes em seu gestor, observe a charge abaixo, também contida na edição da nova escola desse mês de Outubro de 2009.








Conseguiu ler o que o diretor disse? Ele desabafou: Odeio esse emprego! Identificou? Se sim seu gestor contém certamente todas as demais características citadas anteriormente, então fica a pergunta de quem é a culpa mesmo, pelo fracasso escolar? De todos da secretaria de educação que não privilegia uma escolha democrática dos gestores pela comunidade escolar (o que em alguns casos, atrai alguns apenas preocupados com seu contra-cheque ao final de cada mês), de alguns professores que não possuem metodologia alguma em sala de aula, contribuindo para uma maior evasão durante as aulas de suas disciplina, de alguns pais que creditam 100% de responsabilidade a escola pela educação de seus filhos, quando deveria ser complementos, de alguns profissionais não qualificados que ao assumirem determinados cargos em secretarias de educação citam a sala de aula como se fosse o ambiente ou mesmo espaço geográfico mais simples possível, quando todos sabemos que não o é! Muitas vezes se quer entraram em uma sala de aula!

Finalmente, parabéns a todos os professores e gestores que diante de todas essas dificuldades tentam vencê-las em preocupação maior com nível de aprendizado de seus alunos e que valorizam seus professores (alguns gestores). Será que o senhor Fernando Almeida conhece o cenário pernambucano de nossas salas de aulas estaduais e municipais
?

2 comentários:

  1. Seria ingenuidade atribuir o fracasso das escolas públicas somente aos gestores. Todos nós sabemos que tal situação de falência tem origens mais profundas, como investimentos insuficientes de recursos, desvios dos mesmos, má administração, pouca ou nenhuma fiscalização dos fundos destinados à educação, entre outros fatores.
    Todavia há um agravante, o qual devemos destinar nossa especial atenção: muitos gestores atuam no sentido de mascarar as péssimas condições das unidades de ensino, preferem priorizar o relatório a sentar e discutir em conjunto com os demais professores, sim porque muitos gestores esquecem que são professores. A falta de preparo é latente por parte de muitos gestores que optam por fazer o jogo da SEE e pregam que a sua unidade não é mais eficiente por culpa dos docentes, não admitindo que o caos se origina em pontos acima de nós, a partir da Secretaria de Educação do Estado.
    As nossas unidades de ensino estariam em melhores condições e quem sabe mais valorizadas se o corpo da escola formado por professores, a quem incluo os gestores, alunos e demais funcionários, andasse de mãos dadas, principalmente nos momentos de reivindicações de greves. Nesses momentos nós professores estamos sempre sozinhos.
    Nesse aspecto a escola é incompetente enquanto conjunto.

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  2. Concordo com todas as suas palavras, isso é claro nas escolas estaduais de nosso estado, muito mascaramento, muito simulação e principalmente muita falta de respeito com a comunidade escolar, ao se colocar em um cargo tão importante muitos gestores "despreparados", sem um processo dmocrático de eleição algum, mas qual seria verdadeira intenção da SEE então? A todos sabemos não é!

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