segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Feliz 2008

Se as coisas são inatingíveis... ora
Não é motivo para não querê-las...
Que triste os caminhos se não fora
A mágica presença das estrelas !
(Mário Quintana)

"Um 2008 com amor, saúde,
paz, justiça e muitas conquistas".

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

"Bom para você, bom para Pernambuco"?

O que o governo do Estado entende por bom? Fala-se muito, pouco se faz. Muita propaganda é feita, a toda hora se vê notícias na televisão, no rádio sobre as ações do governo, mas pouco se ve concretizado. Escolas mal estruturadas, atendendo a população precariamente. Hospitais com imensas filas e falta de pessoal para atendimento. Nada disso é bom para Pernambuco. Nenhum pernambucano que depende dos serviços de saúde e educação ofertados pelo Estado está feliz. Faz-se necessário medidas concretas, planejamento com metas específicas e não mas falácias e propagandas por nada. Compromisso com o bem da população é bom para todos nós pernambucanos, cumprir metas de campanha eleitoral também. Cuidar bem do funcionalismo de todas as secretarias, dando prioridade as de educação, saúde e segurança, isso é bom para Pernambuco, compromisso com o bem- estar do povo é bom para Pernambuco. Falácias não faz bem para ninguém nem mesmo para a imagem bem trabalhada de políticos experientes.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

" Falácias de Campos"

Enquanto Eduardo Campos utiliza-se da mídia para tratar de forma grotesca e descabida os trabalhadores em educação, as escolas públicas continuam abandonadas e entregues ao caos algumas, sem as condições mínimas de funcionamento. Atestando sua incompetência administrativa o governo faz uso de fórmulas antigas utilizadas pelos seus antecessores, como meio de"salvar" à educação, assim, joga as escolas públicas nas mãos de instituições privadas (parcerias de campanha entre elas, a Fundação Roberto Marinho) através de projetos mirabolantes comoTravessia, Avançar, Se Liga, Acelera entre outros, e demagogicamente afirma querer a"melhoria"da educação pública.
É impossível melhorar a educação, quando não há programa de governo desenvolvido para a mesma, quando há profissionais recebendo míseras remunerações e precisando "dividir"-se em duas ou três unidades escolares para garantir-lhes o sustento. Não há escola de qualidade quando alunos (mesmo menor de idade) abandonam a sala de aula para trabalhar, não há escola de qualidade quando empresários (do setor privado) que nada entendem de educação, ditam regras para esta, não há escola de qualidade quando os trabalhadores são desrespeitados e ameçados pelo "patrão" ( governo) opressor, não há melhoria na educação quando os alunos são induzidos e ludibriados à ingressarem em programas fantasiosos e fraudulentos como as Telessalas.
Tudo isso são "filmes" que já assistimos.
Quem não lembra das agressividades disparadas pelo insensato (ex) secretário de Educação Éfrem Maranhão ( década de 90) contra os trabalhadores (alguma semelhança com Cabral ?) ?
E o Projeto Avançar? Que " avanços" trouxe à educação? O que dizem as estatísticas sobre esses velhos programas ? Quantos alunos já concluíram o curso ? Quantos foram capacitados e quantos estão inseridos nas universidades e/ou mercado de trabalho formal ?
Se o governo tem "ideologia", é hora de apresentá-la pois, o povo não suporta mais tanta falácia, tanta propaganda.
Como profissionais em educação não compactuamos com estes desmandos, precisamos organizar a luta e cobrar do Estado a escola que queremos, àquela que realmente venha satisfazer os anseios da sociedade. Não podemos permitir que em nome de uma"cultura de aprovação em massa"nossos alunos saiam da escola sem absorverem o mínimo de aprendizagem, procedimento este que, furta-lhes a chance de concorrência profissional num mundo globalizado e excludente.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Um Novo Ano

Ao final de cada ano, enchemo-nos de novas esperanças e acabamos por acreditar num mundo melhor.
Não foi assim em 2006 ? Não almejamos saúde, paz, emprego, felicidade, segurança... e tantas outras coisas consideradas básicas para garantir a nossa sobrevivência?
E 2007 o que nos proporcionou?
Vivemos um ano marcado por denúncias de mensalão, lavagem de dinheiro e todo o tipo de corrupção envolvendo o governo (petista) de Lula da Silva.
O Comando Vermelho chefiado por Beira-Mar (um dos maiores traficantes de droga e armas da América Latina), e o famoso PCC (Primeiro Comando da Capital) controlam o tráfico, rebeliões e sequestros mesmos com alguns líderes (caso Beira-Mar) dentro da penitenciária.
A violência contra as mulheres assume proporções alarmantes no país. Em Abaetetuba (Pará), elas são colocadas junto aos homens na cadeia.
Em Recife (PE) o Aníbal Bruno ganha da CPI do Sistema Carcerário, o título de pior presídio do país.
Crianças fora da sala de aula trabalham para contribuir com o sustento da família. A prostituição infantil no país chama a atenção de organizações internacionais.
No ranking mundial o Brasil é o 4º país em roubo de obras de Arte.
Na Avaliação Internacional de Alunos entre 57 países pesquisados, conquistamos o (péssimo) 52º lugar. O sistema educacional "público" está aos cuidados de empresas "privadas".
A crise na aviação faz atrasar e cancelar vôos, causando sérios transtornos à população. Nos hospitais públicos pacientes morrem à espera de socorro (faltam leitos, UTIs, médicos, medicamentos, equipamentos...), a degue, doença Tropical (de Terceiro Mundo) se alastra quase sem controle, no corrente ano 9.630 pessoas contraíram a doença em Pernambuco.
No mundo, 40 milhões de pessoas convivem com o vírus da Aids e no Brasil, as regiões Norte e Nordeste apresentam os maiores índices de óbitos por conta da doença.
A mídia anuncia constantemente produtos adulterados, soda cáustica e água oxigenada tem sido misturada ao leite-nosso-de cada-dia.
Reivindicações por melhores condições de trabalho e remunerações dígnas tem puxado várias categorias (professores, policiais, médicos e outras) para a greve.
Prédios afundam (Piedade/Recife), casebres construídos em cortes de barreiras desabam, favelas multiplicam-se.
Vítimas do trânsito, de assaltos, de sequestros estampam os jornais diariamente... o desmantelo não pára por aqui, se formos fazer um balanço aprofundado da desordem, passaríamos mais um ano escrevendo.
É esta a sociedade que queremos?
De que forma também contribuímos para a geração do caos ora instalado ?
Qual a força do nosso voto?
É momento de reflexão. Um NOVO Ano é possível.
Quando encaramos a luta de frente, estamos cobrando um mundo melhor, menos desigual com plena garantia de direitos à todos os cidadãos. A derrubada do sistema vigente (capitalista) só será possílvel com a conscientização e união das massas, as mudanças sócio-políticas virão como consequências dos embates travados entre o povo oprimido e o Estado opressor. Podemos construir a sociedade que desejamos.


"No novo tempo, apesar dos perigos
da força mais bruta, da noite que assusta, estamos na luta
pra sobreviver."
( Ivan Lins)
Um ótimo Natal e um NOVO Ano.




















domingo, 23 de dezembro de 2007

Retrospectiva 2007

2007 foi marcante para os trabalhadores em educação do Estado de Pernambuco. Fizemos uma mega paralização das atividades( junho a agosto) para mostrarmos ao governo a nossa insatisfação e as péssimas condições de trabalho às quais somos submetidos.
Independemente de nossa mansa direção sindical, que buscou acabar com o movimento de reação poucos dias depois de iniciado, a categoria tomou as rédeas da situação e mostrou que estava viva lutando.
Sofremos ameaças, pressões de inquérito administrativo, cortes de salário. Voltamos recebendo ainda o pior salário do Brasil. Mas ficou a esperança: Estamos vivos enquanto categoria, trabalhamos o dia inteiro, suando, correndo de uma escola à outra.
Vivemos atribulados, imersos em trabalho, mas estamos cientes de que é preciso lutar muito para melhorar a nossa situação. 2008 vem aí e com ele a oportunidade de lutarmos por melhorias. 2007 nos deu uma lição: a categoria precisa tomar de vez as rédeas de seu destino, só assim poderemos visualizar um ano promissor, realmente novo.

domingo, 16 de dezembro de 2007

Educação no "Novo" Pernambuco

No Diário Oficial do dia 20/11/2007 ( Página da Secretaria de Educação) saiu a Instrução Normativa nº 05/07 , a ementa que orienta os procedimentos para a elaboração do calendário 2008 trás um novidade: A hora/aula passará de 50 para 60 minutos. Ou seja, uma hora/ aula corresponderá a uma hora/ relógio, ao invés de 250 minutos diários (5 aulas X 50') trabalharemos 300 minutos, pela mesma ( e baixíssima) remuneração salarial.
Fora esta medida, o secretário de (des) educação anunciou através da mídia, o pagamento do 14º salário para os educadores, com base na avaliação do desempenho profissional, ajustando dessa forma, a política neoliberal (comum em empresas privadas), estimula-se a concorrência e gera diferenciações e divisões dentro de uma mesma categoria. Fala-se na implantação do relógio de ponto e no controle das das faltas dos professores via internet ( como se toda direção fosse omissa e não fizesse tal controle) .
Maus profissionais existem em todos os setores, caso contrário, não teríamos péssimos governadores, péssimos secretários de educação, péssimos prefeitos ... porém, não são medidas ameaçadoras de cunho puramente punitivo que irão resolver a questão.
Continuando a propaganda, o governo noticiou junto às parcerias privadas ( Instituto Airton Senna e a Fundação Roberto (Globo) Marinho, a implantação de laboratórios de informática e ciências nas escolas, livros de todas as disciplinas inclusive, Sociologia e Filosofia ( mesmo com carência de profissionais concursados para ministrar às aulas) para o aluno do Ensino Médio, a ampliação do números de telessalas, entre outras medidas que visam " melhorar" a educação em Pernambuco. Sabemos que boa parte dessas medidas morrerão no discurso. Muitas escolas já receberam os computadores e em algumas delas, os mesmos estão amontoados em depósitos, pois estas, não têm estrutura física para instalá-los, e estão à disposição dos técnicos que serão enviados pela Sec. de Educação para sanarem o problema.
Em meio a tanta publicidade, tanta falação, em instante algum o governo mostrou-se preocupado com a situação dos profissionais em educação no Estado. Continuamos recebendo o PIOR salário do Brasil e trabalhando em escolas em precárias condições de funcionamento ( falta até água para beber, para ter o precioso líquido, precisamos pagar por ele) . E o "nosso ilustríssimo" governador (Eduardo Campos) ainda afirmou descaradamente que, "os professores agora terão orgulho em exercer a profissão".
Perante tantos absurdos, cabe-nos a velha pergunta : Por onde anda o Sindicato que "nos" representa?
Precisamos fortalecer a LUTA e cobrar( através de e-mail, telefone ...) do Sintepe um posicionamento urgente, em relação à adoção das medidas governamentais que, além de não resolverem os problemas educacionais, tais ações ainda carregam em seu rastro, sérios danos aos profissionais em educação .

http://www.sintepe.org.br/
fone: 2127-8866

sábado, 8 de dezembro de 2007

O Hospital do Servidor ( HSE )

A questão do Hospital do Servidor do Estado (HSE) continua no mesmo impasse, de um lado, o Estado propõe a privatização, do outro, o Ministério Público querendo que o gerenciamento do mesmo seja feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e o servidor público (a parte mais fraca da corda) brigando para manter e melhorar o hospital que lhes pertence. O governo alega não ter condições de abarcar com as dívidas deixando assim, de efetuar o pagamento da rede credenciada (hospitais, laboratórios, clínicas e médicos) a vários meses. Alguns procedimentos hospitalares deixaram de ser realizados (segundo denúncia de pacientes, em plenária passada) por falta de materiais cirúrgicos e/ou medicamentos e aparelhos quebrados sem previsão de conserto ou reposição dos mesmos. Faltam profissionais em alguns setores, pois ao aposentarem-se não foram substituídos ( e nem se fala em concurso público). A situação do hospital é preocupante e por trás de tudo isso percebe-se a (má) intenção do governo. É o mesmo jogo feito com as escolas públicas, com as rodovias, e outros serviços básicos necessários à população, o governo omite-se, a crise evidencia o caos, e para evitar a "quebradeira" entram as empresas privadas, as "salvadoras da pátria".
Não é a privatização , segundo nossos governantes, que garantirá a melhoria na prestação dos serviços? Porém, estão aí os exemplos da CELPE e da TELEMAR, ambas campeãs de queixas quanto a má qualidade no antendimento e realização de serviços, desmintindo assim o mito das privatizações. Mas, o governo quer que paguemos a conta (do HSE). Em nota ao sindicato (Sintepe) sugeriu que: se estamos (os servidores) brigando pelo hospital e não aceitamos as propostas apresentadas, resta-nos assumi-lo com todas as dívidas e problemas.
Por parecer piada, chega a ser até engraçado. Mas não dá pra rir de um parecer tão ridículo quanto este. Aí vem a questão: Para que serve mesmo o Estado? Qual é o seu papel? Aprendemos que é função do Governo garantir educação, sáude, habitação, segurança, entre outros serviços à população. Não defendemos práticas paternalistas mas, presenciamos a ausência do Estado em todos os setores considerados essenciais, e que asseguram o mínimo de qualidade de vida ao povo.
Inoperante, falido e repressor este (o Estado), tem funcionado apenas como máquina reprodutora da ideologia a serviço do capitalismo ampliando ainda mais a grande barreira existente entre ricos e pobres.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Premiação duvidosa

As recentes declarações do ex-sercretário de educação Mozart Neves costumam ter bastante impacto, afinal, o professor tem laga experiência como gestor educacional, enfim, é uma referência viva no assunto. Quando esteve no comando da Secretaria de Educação de Pernambuco (de 3 de fevereiro de 2003 até 1 de janeiro deste ano), o professor recebeu o título de "Educador do Ano (2005)" por um organismo internacional - leia a matéria, clique aqui.
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Esta mesma organização que avaliou tão bem o desempenho do então secretário deveria agora observar o saldo da gestão: PERNAMBUCO POSSUI A PIOR EDUCAÇÃO DO BRASIL!
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Pelo andar da carruagem, o nosso atual secretário também deverá ser forte candidato ao título!
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Deveriam premiar também educadores de verdade: aqueles que sobrevivem com salários indignos e trabalham em condições precárias...

Vexame e demagogia

Mozart Neves, mais uma vez, usando e abusando da incoerência


Enquanto o governo anda fazendo comemorações sobre um desenvolvimento que ainda não existe, mais uma notícia terrível sobre a educação em Pernambuco desponta para mostrar que a realidade contradiz as ilusões numéricas das projeções sobre nossa economia. Ocorre que num levantamento realizado para medir o desempenho de estudantes em diversos países, o Brasil acabou ocupando uma posição entre os piores do mundo e Pernambuco, como já é costume, ficou entre os piores do Brasil no mesmo levantamento, o PISA – Programa Internacional de Avaliação de Alunos.

O senhor Mozart Neves manifestou sua opinião de “especialista” em questões educacionais ao proferir a seguinte pérola, conforme publicado no Diário de Pernambuco de hoje:

O grande nó da educação em Pernambuco está no Ensino Fundamental. Nessas turmas, apresentamos os resultados mais baixos. E ISSO ACONTECE POR CAUSA DO GRANDE NÚMERO DE REPETÊNCIAS.”

O Secretário arrematou sua análise com uma constatação curiosa:

ESSES RESULTADOS NÃO FORAM SURPRESA PARA MIM”.

Na verdade, o surpreendente é observar que o senhor Mozart Neves FOI SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO e não desatou o “nó” de nosso Ensino Fundamental durante a gestão Jarbas/Mendonça. É também necessário alertar que o grande número de repetências não é um fenômeno aleatório, ao contrário, é um produto das péssimas gestões e políticas educacionais promovidas pelos governos em Pernambuco. Neste caso, o professor Mozart Neves também deveria assumir sua parcela de responsabilidade a respeito do caos de nossa educação pública.
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Os impressionantes índices de reprovações dos alunos, como deveria reconhecer o ex-secretário, consistem na reprovação de nosso sistema educacional. Numa escala ainda maior, estas reprovações retratam o abismo social que impera num país que relega a um plano indigente o seu povo, que recebe a pior educação possível como prova do descaso de nossos governantes e de suas políticas e projetos públicos incompetentes.

Se os resultados vergonhosos obtidos por Pernambuco não surpreenderam o ex-secretário, então ele precisa reavaliar sua frieza em relação a esta constatação, pois até pouco tempo atrás o senhor Mozart Ramos poderia ter implementado meios para atenuar o problema.

O sonho da Sul-Americana (pra relaxar...)

Sabemos que parte do nosso planeta (Terra) é constiuído por rochas, algumas delas encontram-se em grandes profundidades e sobre as quais estão os continentes e fundos oceânicos, são as Placas Tectônicas. Segundo os estudiosos há na Terra cerca de doze placas entre elas, a Sul - Americana onde se encontra o território brasileiro. Essa placa, faz a Améica do Sul mover-se para oeste à velocidade absoluta de 3,5cm por ano, fazendo-a colidir com a Placa da Nazca e afastando-a da Placa Africana (a leste).
Sim, mas o que tudo isso tem a ver com sonho? Bem, chegar a Sul-Americana ( a placa ?) era sonho de "alguns times" brasileiros ...

Professores sem formação

" MEC estima que sete a cada dez professores que lecionam ciências no país não são especialistas e, em alguns casos, sequer têm diploma universitário" (JC, Educação.2/12/2007). E ainda...
"A situação é mais dramática em física e química..."
Na avaliação do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA sigla em inglês), entre os 57 países pesquisados o Brasil colocou-se em 52º lugar.
Diante desses dados algumas reflexões são necessárias, não dá para entender como é que um país com baixos índices educacionais consiga melhorar seu IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) como foi divulgado recentemente, é certo que este Índice não mede-se apenas pelo nível ou grau de escolaridade porém, para caminharmos rumo ao desenvolvimento (social) é preciso priorizar educação e a saúde. E nesses setores estamos a anos luz de distanciamento se comparado ao Primeiro Mundo. O outro ponto é avaliar de fato o que se tem feito até agora para reverter-se esta situação. Esses dados embora atuais, não são novidades.
Culpa-se os profissionais em educação pelo fracasso dos alunos mas, incentiva-se o ensino à distância, a Universidade Aberta é um bom exemplo do caso. Que profissionais estas universidades põem no mercado de trabalho uma vez que lhes faltam o ambiente da pesquisa ( aula- campo, laboratório e outros) ?
Vê-se assim, crescer um ciclo de má formação educacional, enquanto o Estado omisso e inoperante faz parcerias com grupos de empresários( entre estes A Fundação Roberto Marinho, o Instituto Airton Senna e o Grupo Gerdau), privatizando de forma bastante sutil a educação pública.
Não há política educacional que trate com seriedade a questão da educação. Os programas ora aplicadas são "cópias" reeditadas de modelos obsoletos que visam exclusivamente a aprovação do aluno ( são os números que vão interessar às estatísticas) a exemplo do Brasil Alfabetizado, os Ciclos, as Telessalas entre outros. Portanto não esperemos mudanças no ensino brasileiro, este quadro se arrastará décadas após décadas até porque, é interessante aos governos essas levas de analfabetos funcionais que "formamos" nas escolas diariamente. É a" massa" que facilmente é manobrada e explorada pois, representam mão- de -obra excedente, desqualificada e, barata.

domingo, 2 de dezembro de 2007

Assembléia Sintepe

Na Assembléia passada, realizada pelo Sintepe (29/11 /IEP) o grupo de OPosição (Alternativa/Sintepe) obteve apenas 15.40% do total de votos, caso tivessemos atingido 20% teríamos direito a enviar onze (11) delegados à Brasília para o Congresso da CNTE que acontecerá em janeiro de 2008. Claro que prevíamos o resultado, a "máquina sindical"como sempre muito bem "arrumada" já contava vitória a partir da chegada à plenária.
Dessa forma é o sindicato ( atrelado ao governo) que irá discutir na capital Federal, as questões educacionais que tanto nos aflingem e nos interessam... tudo isso sem a nossa participação. Pensem! pasmem!

sábado, 1 de dezembro de 2007

Propaganda, propaganda... só propaganda!


A Secretaria de Educação está nos enviando material de propaganda. O custo de cada exemplar deste informativo deve custar mais que nossa hora-aula, considerando o fato que somos o que há de menos valorizado pela Secretaria que paga aos seus professores algo em torno de 13% daquilo que paga aos engenheiros que está contratando temporariamente!
A Secretaria poderia economizar tempo e dinheiro com propaganda e mostrar serviço de verdade!

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Prioridade do atual Governo do Estado

O atual governo tem nos últimos meses demostrado grande preocupação em divulgar suas obras de gestão e a secretaria de (Des)educação tem enviado tanto para as unidades escolares como para as residências dos docentes do Estado encartes contendo informações sobre a atuação do governo na "melhoria" da situação da educação no Estado. Não sei na unidade de trabalho dos demais colegas mas posso passar informações acerca dos locais onde leciono:
Escola Filipe Camarão em Prazeres: Não temos laboratório de informática e leciono disciplina de noções de informática para três turmas de ensino médio sem ter um computador; Não temos biblioteca ativa, pois falta pessoal.
Escola Alzira da Fonseca em Cajueiro Seco: Estamos aguardando uma quadra esportiva adequada;
salas de aula sem portas e não temos biblioteca ativa, pois falta pessoal.
Os docentes do Estado preferem menos conversa e propaganda e mais ação e investimento. Respeito tanto para nós professores com também para a comunidade escolar de um modo geral, com o oferecimento de unidades escolares adequadas para o bom desenvolvimento do aluno.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Inveja dos engenheiros da Secretaria de Educação!

Agora é oficial: a Secretaria da (Des)Educação está contratando engenheiros temporariamente (24 meses com possibilidade de renovação por igual período) pagando salário de R$ 3.230,00 por uma jornada de 40 horas semanais. Clique aqui e confira o edital.
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O Secretário precisa esclarecer o critério para a fixação dos salários dos engenheiros, afinal, professores recebem pela mesma jornada de trabalho semanal um salário-base de R$ 486,00!
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A direção (se é que há alguma) do SINTEPE também precisa esclarecer à sua base se irá tomar alguma providência relativa à discrepância entre os níveis salarias dos engenheiros temporários e os professores efetivos da Secretaria de (Des)Educação. Já havia sido noticiada na imprensa que esta contratação de engenheiros seria feita e nossa direção sindical, como de costume, sequer se pronunciou a respeito.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

PIEDADE DE NÓS

por José Ricardo de Souza*
Em tempos de Conselho de Classe, onde somos "obrigados" a aprovar a mediocridade, esta leitura talvez possa ser útil para a nossa reflexão:
Se você acha que este é um texto religioso, lamento decepcioná-lo, pois minha intenção é justamente outra. O que segue descrito nestas linhas, pode, no mínimo, ser comparado com um ato confessional, de como é grande a culpa, "mea grande culpa", diante de tantas distorções que se vêem por aí, quando o assunto é aprovar ou reprovar um aluno. É, sem dúvida, um momento muito delicado, e que deveria ser levado muito a sério, quando se atribuí um conceito ou nota para alguém, atestando, para todos os fins, que esta pessoa está apta para prosseguir sua carreira escolar ou para exercer uma profissão, se for o caso. Qualquer aluno aprovado, passa, assim, a receber o aval de um professor, que legitima que esse aluno, de fato, assimilou os conhecimentos exigidos no decorrer do curso. A dúvida, que se coloca é, será que, realmente, todos os alunos aprovados adquiriram o saber que o documento - diploma ou certificado - lhes conferem ? Infelizmente, acredito que não.

Existe uma política assistencialista que está corroendo o sistema de ensino, principalmente, o da escola pública. Sabendo que tem uma clientela de origem humilde, que precisa trabalhar desde cedo para sobreviver, sem muitas perspectivas de futuro ou oportunidades que garantissem uma melhor posição na sociedade, muitos professores, educadores, e até diretores de escola, acreditam que a melhor saída é a aprovação massificada de alunos empobrecidos, não apenas do ponto de vista econômico, mas também cultural e educacional. A maioria, sequer sabe ler ou escrever, e quando sabem são incapazes de interpretar aquilo que estão lendo, o que demostra que são verdadeiros analfabetos escolarizados, pessoas que atestam, de forma inequívoca, a falência de um sistema que teimosamente, insiste em aprovar, sem exigir conhecimentos prévios e adquiridos. As estatísticas de aprovação, frios números que ocultam a realidade, servem aos interesses dos tecnocratas do ensino, que em seus gabinetes, mostram-se satisfeitos, e passam para a população uma propaganda enganosa de que o Estado cumpriu seu papel, ao colocar na rua, tantos e quantos estudantes, todos aprovados. A mesma propaganda, se faz, quando se afirma que todos devem estar na escola, mas será que existe escola para todos ? E se existe, será que todos têm acesso a uma educação de qualidade, ou se incham as escolas de alunos, com classes superlotadas, sem um mínimo de infra-estrutura para desenvolver o processo pedagógico ?

O aluno, quando aprovado por mera piedade dos professores, é o mesmo que não encontra vaga no mercado de trabalho, por não ser suficientemente qualificado, é aquele que nunca consegue passar no vestibular da universidade ou num concurso públicos, e pior ainda, é aquele que legitima o sistema excludente e opressor, porque não tem consciência política, se acomoda, não participa dos movimentos sociais, e é facilmente manipulado pela mídia, tornando-se um servo fiel e dócil dos poderosos. É justamente neste tipo de aluno, que se revelam as maiores fissuras do modelo educacional, que privilegia a piedade ao invés do conhecimento. Além de ser aético, tal prática não ajuda, muito pelo contrário, até atrapalha, a superação dos estados de pobreza a que milhares de pessoas estão jogadas, porque omite-se a incompetência de muitos alunos, em admitir que, sinceramente, estão incapacitados de fazer jus ao título que a "Escola piedosa" lhes confere, aprovados pelo sistema falido, mas reprovados pelo mercado de trabalho e pelos vestibulares e concursos da vida.

A aprovação de um aluno deveria se pautar em critérios éticos, sendo ela, uma conseqüência da adquisição de conhecimentos, como se fazem nas Escolas mais sérias, comprometidas em formar indivíduos aptos a exercerem seus papéis de cidadãos e de profissionais competentes e qualificados, sem essa preocupação criminosa de se aprovar por quantidade em detrimento da qualidade. Façamos uma reflexão séria sobre o mal que estamos praticando quando aprovamos, mesmo que por dó de quem tem poucas chances de estudar, e acaba penalizado por isso. Não seria melhor parar um pouco para aprender mais, do que passar adiante, sem nenhuma base ou estrutura, para consolidar o caminho ? A Escola pode até facilitar a vida desses alunos empobrecidos, mas certamente terão que pagar um preço muito caro por isso. Afinal, os atalhos conduzem aos vícios, mas para quem pretende chegar à virtude, só mesmo trilhando o caminho da retidão. E este, é sempre longo, cheio de dificuldades, de desafios, exige muitas renúncias, mas no final, sempre se atinge o ideal desejado. É preferível reconhecer nossas lacunas, do que atestar nossa decadência. Devemos ter piedade sim, mas não dos alunos "coitadinhos", mas dos supostos educadores que ainda acreditam, e praticam, essa farsa montada para dissimular a desordem que impera no país.
* O autor é historiador, professor da rede pública estadual de ensino, escritor; membro da Academia de Letras e Artes da Cidade do Paulista.

domingo, 25 de novembro de 2007

E agora SINTEPE???

Em última assembléia que sucedeu a greve da categoria (junho/agosto), foi proposta do Grupo de Oposição (Alternativa/Sintepe) , a realização de plenárias mensais para que discutíssemos questões não resolvidas no período da paralisação. "Jogando" justificativas contrárias o Sindicato conseguiu maioria e derrubou a proposta. Alegaram haver necessidade de assembléias apenas em casos que merecessem atenção, aí os encontros seriam marcados.
O que aconteceu ? A proposta das telessalas foi apresentada às direções das escolas ainda no momento da greve, e implantadas de forma obrigatória em outubro do corrente ano. Projeto desestruturado que utiliza material da década de 90 (desatualizado e apresentando erros absurdos) bancado pela" parceria comercial" a Fundação Roberto Marinho , instituição privada que faz uso de profissionais ( dois) da rede pública para monitorar o programa, gerando assim economia para o Estado uma vez que, reduz o quadro de professores por sala de aula.
O Sintepe mesmo posicionando-se contra o projeto, por considera-lo um retrocesso no processo educacional, NADA tem feito para impedir a instalação e proliferação das telessalas.
Agora temos notícias que, em Camaragibe (minha cidade) a Escola Tito Pereira de Oliveira foi
"escolhida" pelo técnicos da Secretaria de (des) Educação para funcionar com Centro Experimental (escola de excelência) com funcionamento e professores em regime integral inclusive com remunerações bem maiores que nossos minguados salários, gerando dessa forma
diferenciações entre profissionais ( é a política da "inclusão") . Os professores também serão gratificados caso apresentem bom desempenho.
Na escola (Tito Pereira) a desinformção é geral, não sei se por ignorância ou por falta de vontade da direção, causando desconforto aos profissionais que trabalham na instituição uma vez que, não sabem como ficará a situação dos mesmos dentro desse contexto.
Perguntamos, não são estas questões conflitantes que merecem atenção e discussões em assembléias? Iremos assitir de braços cruzados os mandos e desmandos deste governo ?
Qual o posicionamento do Sindicato ( que nos representa) em relação a tudo isto? Que medidas "reais" estão sendo adotadas? O que dizer a categoria???
Responda-nos quem puder.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

20 de Novembro

Em estudo recente publicado pelo Dieese mostra que na região Metropolitana de Recife os negros (41,02%) ocupam o mercado de trabalho encaixando-se em atividades produtivas consideradas precárias e informais. Em outras regiões metropolitanas a situação não é muito diferente, em Salvador por exemplo, eles somam um percentual de 40;5% .
Estes dados servem apenas para ilustrar o que nos restou da libertação concedida aos escravos em 1888.
A abolição da escravidão irá produzir no país novos arranjos sócio-espaciais. Os negros "libertos" necessitavam buscar outras alternativas de sobrevivência. Livres mas, sem moradia, sem comida, sem trabalho remunerado.
Para assumir o trabalho nos cafezais, admitiu-se o trabalhador branco (europeu), assalariado. É a política de "branqueamento da raça" promovida pelas elites locais. Além disso, para a Inglaterra (que tanto pressionou o Brasil a exercer a libertação dos escravos) o que interessava mesmo era mercado consumidor brasileiro. Precisava expandir os seus produtos, garatindo assim a reprodução do capital. E quem compraria tais produtos? Os negros escravos sem remuneração?
Vê-se que, por trás de todo o processo que gerou a libertação da escravidão no país, está o interesse econômico.
Aos negros restou, amontoarem-se em casebres insalubres, (semelhantes aos vistos hoje no meio urbano) valendo-se dos recursos naturais disponíveis na época (barro, lenha, palmeiras etc.) Muitos , principalmente as mulheres, "optaram" por permanecer na residência de seus patrões, trabalhando em troca de casa e comida.
Hoje são os negros que necessitam de cotas para ingressarem nas Universidades, também são eles, maioria dentro do sistema penitenciário e nos espaços favelados. E esta situação ainda é mais grave para as mulheres uma vez que sobre elas recai toda uma carga de estereótipos sexuais femininos.
Portanto, é preciso vivenciar todos o dias a "nossa consciência negra", para não a perdemos de vista e nos posicionar-mos de forma contrária a este ato abominável (e suas sequelas) que foi a escravização dos nossos irmãos africanos em território brasileiro.

CONCURSADOS: ATO E PASSEATA



GRANDE ATO COM PASSEATA


MOVIMENTO ORGANIZADO DOS PROFESSORES DE PERNAMBUCO.

CONVOCAÇÃO GERAL
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ATENÇÃO PROFESSORES APROVADOS NO ÚLTIMO CONCURSO PÚBLICO - GRANDE ATO COM PASSEATA PELA NOMEAÇÃO!
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O Governo ameaça o nosso concurso com um novo Edital
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LOCAL: EM FRENTE AO MINISTÉRIO PÚBLICO - AV. VISCONDE DE SUASSUNA (PRÓXIMO AO PARQUE 13 DE MAIO)
RECIFE - DATA: 20 DE NOVEMBRO 2007
HORA: 09:00
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Informações: 9295.5716 / 8869.5578

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

O bicho

Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.

O bicho, meu Deus, era um homem.


Manoel Bandeira, Rio, 27 de dezembro de 1947.


Passados 60 anos, nada mudou!


A REPÚBLICA NO BRASIL

POR JOSÉ RICARDO DE SOUZA*
"O povo assistiu bestializado"
Aristides Lobro, republicano
No dia 15 de novembro de 1889, quando as tropas militares comandadas pelo marechal Deodoro da Fonseca ocuparam o Palácio Imperial, anunciaram a deposição de dom Pedro II, o que representou o fim do Império e o advento da República. A palavra República tem origem latina (vem de res publica) e pode ser traduzida como "coisa pública, embora sua instauração no Brasil não foi feita pelo povo, mas por membros da oligarquia rural e setores do Exército, que embora defendessem interesses distintos, se uniram num projeto político comum para derrubar o Império. A idéia de República não é nova no Brasil, remonta aos tempos coloniais, sendo a Capitania de Pernambuco privilegiada neste item, pois partiu daqui, mais precisamente de Bernardo Vieira de Melo, o primeiro "Grito de República", no antigo Senado da Câmara de Olinda, em 10 de novembro de 1710, durante o tempestuoso conflito intitulado "Guerra dos Mascates". O feito é citado por Oscar Brandão da Rocha na letra do Hino de Pernambuco: "a República é filha de Olinda".

Os pernambucanos levantaram a bandeira republicana outras vezes: em 1817, durante a Revolução Pernambucana, e na Revolução Praieira (1848-1851). As Conjurações Mineira (1789) e Baiana (1798), as revoltas regenciais da Cabanagem (1835-1840) e Farroupilha (1835-1845) foram outros movimentos de orientação republicana, sendo todos eles sufocados por forças legalistas, leais ao Rei ou ao Imperador. O processo de ruptura com a ordem imperial nasceu em meados do século XIX com as transformações sociais e econômicas surgidas no Brasil, que paulatinamente passava por um tímido processo de industrialização e crescimento das cidades, o que favoreceu à formação de novos grupos sociais, como as médias camadas urbanas. O controle político ainda era centralizado na figura do Imperador, no caso dom Pedro II, e disputado pelos partidos conservador e liberal, embora ambos representassem a oligarquia rural, proprietária de terras e de escravos.

Após a Guerra do Paraguai (1865-1870) o recém-formado Exército brasileiro passa a reivindicar maior participação na ordem política do país, o que foi veementemente negado. As lutas pela abolição da escravatura tomaram amplitude nas discussões políticas e ideológicas, sob influência velada do governo inglês interessado em transformar ex-escravos em trabalhadores assalariados, portanto possíveis consumidores das mercadorias inglesas que invadiram o mercado brasileiro na época. O governo imperial prometia uma abolição, embora "lenta e gradual" para não ferir os interesses dos cafeicultores. O envolvimento de alguns padres católicos com a Maçonaria foi alvo de conflito com o Império. Em obediência ao papa Pio IX, os bispos de Olinda, Dom Vital, e do Pará, Dom Macedo, puniram padres que participavam da Maçonaria, sendo por isso presos e condenados à trabalhos forçados. Assim se delinearam os três suportes ideológicos do movimento republicano: a questão militar, a questão abolicionista e a questão religiosa.

A articulação política dos republicanos foi formalizada na Convenção de Itu em 1873, onde foi fundado o poderoso Partido Republicano Paulista - PRP. O local escolhido para a reunião, um casarão de uma ilustre família de cafeicultores paulista, os Almeida Prado davam uma dimensão do que estava para acontecer. Os republicanos expuseram suas propostas num documento intitulado "Manifesto Republicano", onde se lê "somos da América e queremos ser americanos", numa clara referência que, com exceção do México, o Brasil foi o único país das Américas a adotar o regime monárquico após a emancipação política da metrópole portuguesa. O colegiado militar recebia influências do Positivismo francês do filósofo Augusto Conte, que inspirou o lema da bandeira republicana "ordem e progresso" e defendia um Estado forte para promovê-lo sem grandes rupturas com a ordem social existente. Ainda havia a questão da sucessão, uma vez que a princesa Isabel era casada com Gastão de Orléans, o Conde D'Eu, de origem francesa e de má fama após as atrocidades cometidas por ele na Guerra do Paraguai, como executar prisioneiros e incendiar hospitais de campanha.

O desenrolar dos acontecimentos após estes fatos foram meticulosamente articulados para colocar as tropas contra o Imperador. Primeiro, a adesão de lideranças civis, como Quintino Bocaiúva, Francisco Glicério, Aristides Lobo, Rui Barbosa, Silva Jardim, entre outros com os principais chefes militares, o próprio Deodoro da Fonseca, Benjamin Constant (positivista convicto) e Solón Ribeiro. A partir daí bastaram boatos sobre supostas prisões de militares republicanos para desencadear o golpe militar. Às nove horas do dia 15 de novembro de 1889, o Visconde de Ouro Preto, chefe do governo imperial, é comunicado oficialmente do fim do Império brasileiro. No dia seguinte, dom Pedro II e sua família são exilados para a Europa. Dom Pedro II viria a falecer dois anos depois em Paris, esquecido e abandonado.

Concluindo, podemos afirmar que a República brasileira nasceu de um golpe militar, articulado pelos cafeicultores desafetos com a abolição da escravatura, e articulado pelos militares da linha positivista. Em nenhum momento, houve qualquer indício de participação popular. O Brasil republicano, pouco mudou para a maioria da população, que continuava empobrecida e excluída das decisões e dos grandes processos nacionais. Os donos do poder continuavam, como sempre, os mesmos, ou seja, era a oligarquia latifundiária comprometida com o capitalismo internacional, leia-se capitalismo inglês. A continuidade do governo republicano revelará mais adiante muitas manifestações contrárias aos desmandos do governo, um sinal de que as massas populares estavam insatisfeitas com os novos rumos impostos pela elite dominante.

* O autor é historiador,professor da rede pública de ensino, escritor; membro da Academia de Letras e Artes da Cidade do Paulista-PE.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

"Professor-gorjeta"


O Governo Eduardo Campos afirma priorizar a educação e respeitar os educadores, mas isso é pura falácia. Provas disso não faltam e o governo ainda cria outros indícios reveladores. A nova demonstração de descaso é a seguinte: mais um anúncio de contratação temporária foi realizado para o setor educacional, porém o absurdo não consiste apenas neste fato. Ocorre que entre os contratados temporariamente estão professores e também analistas de obras. Ao todo, o governo anunciou que contratará em regime provisório 671 professores, 608 educadores indígenas (embora ainda não saibamos se há gente capacitada para este fim num volume que atenda a esta demanda), 43 “educadores da terra” (?), 20 professores para o conservatório de música e 44 engenheiros. A seleção não obedecerá concurso e sim a análise de currículos.

São oferecidos os seguintes salários:
  • Professores com 200 horas/aula: RS 420,00
  • Professores com 150 horas/aula: R$ 380,00 (um salário-mínimo!)
  • Analistas de obras: R$ 3.230,00
A “curiosidade” deste anúncio é bastante grotesca: a SECRETARIA DE “EDUCAÇÃO” oferece aos professores salários equivalentes a 11,76% (150 horas/aula) ou 13% (200 horas/aula) dos salários pagos aos engenheiros a serviço da própria secretaria, ou seja, o governo simplesmente não pode argumentar que valoriza os professores quando estabelece uma relação salarial ostensivamente humilhante.

Define-se o termo gorjeta geralmente como uma gratificação pequena correspondente ao préstimo de algum serviço e, neste sentido comparativo, nós, educadores, estamos vivendo de “gorjetas salariais” pois nossos vencimentos equivalem a frações daquilo que é pago a outros trabalhadores a serviço de nossa própria secretaria. Quando uma Secretaria de Educação coloca seus mestres nos últimos patamares de reconhecimento profissional ao ponto em que educadores equivalham a uma ínfima fração de outros profissionais que não atendem à atividade-fim do setor, está evidenciado o mais gritante dos descasos, retrato de que a categoria é claramente desprestigiada, chegando a receber o pior salário do Brasil. Continuando a ilustrar a situação: ao todo, os salários dos 44 engenheiros que poderão ser contratados pela Secretaria da (Des)Educação corresponderão ao pagamento de cerca de 374 professores com 150 horas/aula ou ainda a cerca de 338 professores com 200 horas/aula.

Quais serão os argumentos cínicos que o governo apresentará para justificar esta discrepância salarial? O que nossa insípida representação sindical fará a respeito? Será que a direção do SINTEPE terá a mesmíssima atuação sem efeito que a caracteriza?

" República das Bananas"

Segundo dados mostrados (hoje) no Jornal Nacional, faltam 250 mil professores (ensino médio) no país . A carência maior se faz nas áreas de física,química e matemática. Ou seja, os profissionais formados, estão fora da sala de aula, encaixados em outras atividades que lhes garanta ao menos uma remuneração dígna.
Em Pernambuco, o governo do Estado anuncia contratação temporária de 671 docentes, pagando aos mesmos um salário ( estímulo) mínimo de R$ 380.00 por 150h/aula mensal.
Enquanto isto, o secretário de Educação (PE) Danilo Cabral, já assegurou do Banco Mundial US$ 151 milhões para" investir" em educação até 2011. O governo Lula, gastará em publicidade , R$ 150 milhões até o final do ano. E ainda através de Medida Provisória ( ontem aprovada por 261 votos a favor e apenas 86 contrários) socorrerá com as verbas do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) os governos municipais inadiplentes, favorecendo assim os" companheiros candidatos" nas próximas eleições.
E" VIVA a REPÚBLICA das BANANAS" !!!

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Propaganda enganosa 2


A peça publicitária divide as "ações" do governo através dos meses. As informações relativas à educação são gotescas e vale a pena destacar (clique na imagem acima e confira):

1- Janeiro: "Implantação do programa de Reforço à Escolaridade" - Que programa é este? Alguém ouviu falar dele? Será algum programa secreto?

2- Fevereiro: "Capacitação de 20 mil professores" - 20 mil?! Outra medida que foi mantida em segredo, pois nem mesmo os supostos capacitados sequer tiveram notícia da "capacitação"! Será que isso realmente aconteceu?

3- Fevereiro: "Reforma de 461 escolas" - Quais? Qual o custo? Ninguém informa!

4- Abril: "Aquisição de kit escolar completo (mochila, camisa, caderno, lápis, tesoura, etc.) para todos os alunos da rede estadual em 2008" - Será?

5- Maio: "Aulas suplementares para tirar o atraso escolar de milharesde alunos" - "Aulas suplementares"? Falácia: o governo está anunciando reposição de greve como aula suplementar ou não sabe o que é aula suplementar? A propósito: todos sabem os motivos da greve e sabem também as razões que fizeram com que ela durasse tanto tempo

6- Junho: "Nomeação de 1.630 professores concursados" - Depois de anunciar equivocadamente que não era necessário contratar nenhum...

7- Julho: "Reabertura da Etepam e da Escola Agrícola de Palmares. O Governo dobrou o número de vagas dos cursos profissionalizantes" - Faltou esclarecer que o dobro de pouquíssimas vagas continua não singificando nenhum avanço.

8- Outubro: "Distribuição de vale-livros para professores" - Afinal, como o governo paga os piores salários do Brasil, professores só podem comprar livros recebendo auxílio

Propaganda enganosa 1

O Governo Estadual pagou publicidade para produzir três páginas em revistas de circulação nacional para fazer o bom e velho serviço de auto-propaganda elogiosa, exagerada e com informações que não correspondem aos fatos. Lições da gestão jarbista...

domingo, 11 de novembro de 2007

Educação Pública em debate

Recentemente os Democratas (DEM) promoveram uma palestra para tratar da educação pública em Pernambuco, dizem ser este o tema ou a bandeira para as próximas eleições. O palestrante convidado para o evento ( preside o Instituto de Co- Responsabilidade pela Educação ) é o engenheiro Marcos Magalhães. Isto mesmo, um engehneiro tratando da educação. No encontro, Mendonça Filho ( ex-governo e "preocupadíssimo" com os problemas educacionais) destaca os Centros de Ensino Experimental, (escolas em tempo integral) entre estes, o Ginásio Pernambucano segundo ele, uma experiência concreta.
O comentário exposto, apenas reforça a política educacional em Pernambuco e no país, são empresários do setor privado que responsabilizam-se pelas questões referentes à educação pública. É a proposta do PDE (Plano de Desenvolvimento da Educação) que atrelado ao PAC ( Plano de Aceleração do Crescimento) vem sutilmente privatizando o setor público, é nessa onda de privatizações que entram a Fundação Roberto Marinho (com as telessalas), a Fundação Airton Senna e o Grupo Gerdau ( um dos maiores produtores de aço do mundo). Portanto, não é estranho que a cada avalição as escolas públicas apresentem índices cada vez mais baixos.
É lamentável o quadro educacional que presenciamos em nosso país e o que mais nos entristece e revolta é constatar a inércia dos nossos sindicatos que atrelados aos governos contribuem para a perpetuação do caos instalado na educação pública no Brasil.

Novo vexame pernambucano!

Mais um retrato vivo da crise de nossa educação foi exibido para todo país através do programa Fantástico, na Rede Globo. A produção do programa realizou uma matéria através da qual foi aplicado um teste para alunos de escolas de redes públicas estaduais. A escola que representou Pernambuco foi a Jordão Emerenciano, de Recife, e o resultado obtido não contraria aquilo que é público e notório: nossa educação está falida!
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Ficamos em péssima colocação no levantamento: penúltimo lugar, obtendo uma média geral de 1,2 ponto numa escala de 0 a 10 pontos!
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Este é mais um triste indicador de nossa crise.
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Confira o "Provão do Fantástico" e os seus resultados aqui!

... e por falar em assembléia...

Será que ocorrerá mais alguma assembléia do Sintepe neste ano?

Assembléia ASSEPE/SASSEPE

Assembleia ASSEPE/SASSEPE dia 13/11/07 as 9 horas. Auditório do Pro- Rural (antigo CONDEPE) R: Gervasio Pires, 399 Boa Vista ( em frente ao MTC)
Assunto em pauta: Manutenção da Casa de Apoio (Assepe) e forma de gestão do HSE (Hosp. do Servidor do Estado) . O governo propõe a privatização, os médicos (mercenários) brigam internamente para" jogar" o hospital para a rede SUS , os mesmos recebem por cliente ( é renda per capita). Nós, da categoria brigamos para assegurar e manter o que conquistamos pois o hospital foi construido com o dinheiro dos servidores, para os servidores.
O Ministério Público alega que, por ser público o hospital não pode atender apenas a um seleto grupo, devendo o mesmo ser aberto à todos porém, não age da mesma forma em relação ao Hospital da Marinha, o Hospital do Exército e o da Aeronáutica.
Precisamos reforçar a luta e nos fazermos presentes neste e em outros encontros.

domingo, 4 de novembro de 2007

A PARÁBOLA DO MEDO

Queria sair hoje à noite, mas não posso. Quem me dera, pudesse passear pelo bairro, visitar as praças, ver as crianças brincarem, e por instantes, sossegadamente esquecer dos problemas da vida, mas isso me é impossível. De repente, escuto estampidos. Fogos, não. Tiros. Alguém pode estar ferido, ou quem sabe até morrendo naquela hora. Mais uma vez, a vida perdeu terreno para a morte. Não uma morte qualquer, mas sim a morte súbita, repentina, inesperada; violência que abrevia sonhos, esperanças, projetos, vidas de seres que apesar de tudo, ainda posso chamar de humanos. Talvez, agora, você entenda porque não posso sair à noite.

Meus avôs, meus pais, podiam colocar cadeiras nas calçadas, e em noites de luar proseavam sobre a vida, o mundo e o destino. Hoje, se fizer isso, posso acabar tornando-me testemunha involuntária de alguma briga ou discussão na vizinhança; por isso preferi fechar a janela, única abertura visível para o mundo exterior, uma vez que portões, portas e grades já estão devidamente encadeados. Aos poucos, acabei tornando-me um preso, embora nunca tenha, e menos pretenda, ter cometido crime nenhum.

Até quando vou ter que agüentar tudo isso ? Até que ponto, nós, cidadãos de bem, que cumprimos zelosamente nossas obrigações para com o Estado, que pagamos impostos e votamos, vamos ficar à mercê dos facínoras foras-da-lei, que impunemente banham as ruas e periferias de sangue ? Ninguém agüenta mais tanta criminalidade que rima com banalidade, marca cruel da nossa omissão e indiferença diante das lágrimas das mães que perderam seus filhos, ou dos filhos que perderam o pai, ou das esposas precocemente enviuvadas. As covas frias dos campos santos não poderão sepultar a dor dos que ficam, e que fazem do silêncio um tímido clamor de justiça.
Já que não posso sair, vou assistir à televisão. Diante dos meus olhos desfilam: guerras, conflitos, bombas, explosões, acidentes, discussões, agressões físicas e verbais, estupros, fome, miséria, desemprego, mortes. Fico entediado. De relance, folheio o jornal. Surpreso, leio que mataram mais dois no meu bairro (antigamente, só matava-se um, mas agora só se mata de dois para cima). Saturado de ver, ler, sentir, perceber, observar tanta violência, abro uma garrafa. Depois duas, três, quatro ... Entre uma garrafa e outra, vai uns cinco ou seis cigarros. De agredido, torno-me um agressor. Na ânsia de fugir para escapar da paranóica violência acabo ferindo-me, numa absurda troca: invés da saúde, os vícios.

Ainda bem que já está amanhecendo o dia, trazendo consigo os raios do sol que simbolizam a esperança de um mundo sem sombras, iluminado com os apelos da paz. Da noite escura, restou apenas uma estória: a parábola do medo. Esta que acabei de lhes contar.
* O autor é historiador, professor da rede pública estadual de ensino, escritor; membro da Academia de Letras e Artes da Cidade do Paulista.

O piso no Orkut



Para os "orkuteiros": foi criada uma comunidade para debater e promover uma mobilização por um piso salarial digno - e não esta coisa pífia que está sendo deliberada pelos distintíssimos congressistas recebedores de tetos salariais.


Clique aqui para acessar.

sábado, 3 de novembro de 2007

O exercício da docência atrai menos a cada dia


A concorrência para os cursos de licenciatura é cada vez menor, poucos são os jovens que visualizam um futuro exercendo a profissão de professor, fato comprovado visto a concorrrência das universidades federais do Estado de Pernambuco para o ano de 2008( ver site da Covest).
Os salários baixos e as péssimas condições de trabalho e estruturas das escolas fazem esse exercício ser pouco atrativo, pois não vislumbra perspectivas de melhoria, principalmente em se tratando de Pernambuco que paga aos seus docentes o pior salário do Brasil: R$ 3,03 por hora/aula. Funções a nível de ensino médio pagam salários superiores aos recebidos pelos docentes estaduais. Devido a esse desincentivo prefere-se trabalhar em comércio, serviços e outros a se exercer a docência. Muitos docentes já migraram para outros setores e a grande maioria que consegue se manter exercendo a função, trabalha em mais de dois empregos cumprindo uma carga horária de trabalho excessiva.
Diante disso ficam os seguintes questionamentos : O que o governo pretende para nosso Estado?Concorrência zero em 2009 para os cursos de licenciatura? Extinção da categoria de professor? Televisores em vez de professores dialogando com os alunos através de projeto no molde de telessalas?Permanência de Pernambuco no último lugar nos testes nacionais de aprendizagem?
Qual será o futuro de Pernambuco se houver a manutenção da atual postura do governo de desvalorização e desrespeito aos docentes do Estado? Pensar em desenvolvimento desvinculado de investimento efetivo em educação não é possível e neste setor Pernambuco está estagnado há décadas. Os pernambucanos esperam um "Um Novo Pernambuco". Até o momento a "Esperança Não Se Renovou"...

terça-feira, 30 de outubro de 2007

O país das fraudes sediará a Copa de 2014

O Brasil sediará a copa de 2014. Os governos já se mobilizam em busca de dinheiro para a reformas dos estádios, serviços urbanos (transporte, limpeza urbana, segurança, sistema de saúde e outros) e melhoria da rede hoteleira.
Cinco capitais se preparam para receber turistas e os jogos da Copa, a prefeita Luciana Santos (Olinda) está conseguindo junto ao Banco Mundial, através do Prometrópole, R$ 1 milhão para melhorias urbanas no município.
A festa está nas ruas, o orgulho de ser brasileiro vem à tona, esqueçamos as mazelas e falcatruas governamentais. A CPMF vai sendo empurrada e faremos de conta que não estamos sentindo, as escolas e hospitais públicos continuarão sucateados (o governo "não tem" condições de bancar tudo) mas as crianças estarão felizes, adoram futebol, por alguns dias esquecerão a barriga vazia e dormirão acalentando o sonho de ver o Brasil campeão (no Brasil). Mendigos e trombadinhas serão retirados das ruas (como aconteceu no PAN), a" limpeza" precisa ser feita.
E a segurança? Esta será perfeita, farão acordos estratégicos com o PCC e demais organizações que controlam o tráfico dentro dos presídios.
A receptividade do povo brasileiro estará mais em alta do que nunca.
Basicamente três fatores favoreceram a indicação do Brasil para sediar a Copa em 2014 : A hospitalidade do povo brasileiro, a preocupação com a questão ecológica e a paixão pelo futebol... Enquanto isto, bebemos leite e comemos queijo adulterado, o empreendimento imobiliário e madeireiras destroem as nossas florestas, as favelas se multiplicam, os índices de desemprego e a violência ganham proporções alarmantes, a população de baixa renda morre nas filas dos hospitais públicos, os professores sobrevivem com remunerações vergonhosas.
Mas... vivemos no país do futebol, das mulheres, do sexo, da sacanagem e ainda somos abençoados por Deus.

domingo, 28 de outubro de 2007

A DUPLA DINÂMICA

Eduardo Campos e Lula viajam amanhã para a Suiça.Será que trarão inovações no campo da educação e saúde comparadas ao Primeiro Mundo?Na década de 90, Teresa Jungmam defendia com unhas e dentes a implantação das famosas UEXs(Unidades Executoras) em todas as unidades escolares. Dizia que o projeto era extremamente viável e tinha sido aplicado com sucesso na FRANÇA.A comparação foi perfeita: Brasil X França. Algum comentário?

Bubbaloo e a Bolsa-Família

O diretor da multinacional Cadbury Adms, a maior fabricante de guloseimas do mundo ( Trident,Halls,Bubballo e outras) investe pesado em ações de marketing a fim de aproximar-se cada vez mais do consumidor nordestino. Segundo ele (Luis Kuhn) a Bolsa- Família tem proporcionado um consumo maior para a população de baixa renda.
Para que serve mesmo a Bolsa-Família??????????????????????????????????????????????

O grito da incompetência

Não se fala de outro assunto: o Piso Salarial Profissional Nacional, ou simplesmente o ”piso”. Trata-se de um nivelamento mínimo para os vencimentos dos professores em todo o país, sendo, portanto, uma medida de caráter abrangente, nacional. Estados e municípios terão que atender ao pagamento do piso até 2011 cumprindo as correções graduais até lá. Nosso piso foi definido em R$ 950 pelo Congresso, que é constituído por pessoas que recebem vencimentos fixados no teto da remuneração do serviço público (estes mesmos deputados recebem, por exemplo, um auxílio-moradia que é mais de três vezes superior ao piso que eles definiram para nós... e o auxílio é mais uma remuneração “extra” que eles recebem!).
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De qualquer forma, o piso afetará a remuneração de muitos professores e terá algum efeito sobre os Planos de Cargos e Carreiras, porém o piso continua modesto em relação às necessidades dos professores e ao próprio discurso governamental que sugere que a educação é uma necessidade estratégica ou uma prioridade vital. Enfim, com ou sem piso, continuaremos ganhando pouco!
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Em nosso contexto específico, o piso tem mais alguns aspectos. Pernambuco notoriamente paga o pior salário do Brasil para os professores de sua rede oficial e isto é um fato concreto. Se o governo simplesmente enquadrar os níveis salariais apenas em função do piso, nada muda em termos efetivos, pois não haverá ganho em termos do reconhecimento de que nossa remuneração necessita ser revista. O governo apenas cumprirá a lei e não terá atendido às legítimas reivindicações de aumento que recorrentemente são feitas pela categoria. O salário aumentará (e não para todos) porque isso será definido pela legislação federal, ou seja, a iniciativa de aumentar os salários não será do governo estadual!
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Problematizando a questão do ponto de vista sindical, surgem mais aspectos que merecem reflexão. Basta questionar: como chegamos a este nível de salário? Certamente o descaso das gestões estaduais, sobretudo a maléfica gestão Jarbas-Mendonça, agravaram a situação por manter uma política de desmonte do sistema educacional e desprezo pelo funcionalismo do setor, porém parte da culpa também recai sobre a incompetência sindical. A direção do SINTEPE é uma verdadeira dinastia que desde sua fundação está instalada no comando da entidade. Enquanto os níveis salariais estavam sendo corroídos, a atuação sindical não teve a devida força para fazer frente aos abusos patrocinados pelos governos.
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Hoje, a bandeira de luta do SINTEPE é a seguinte: “Nosso grito é pelo piso”. Mas o piso já não é uma questão que depende da direção do SINTEPE e este “grito” de campanha encobre a própria incapacidade da direção sindical que assistiu de camarote nossa degradação salarial – basta citar como exemplo o contentamento diante dos 5% de aumento da última greve e a tentativa da direção de acabar a greve quando este índice de reajuste sequer havia sido apresentado. Este grito é uma escapatória, pois pretende fazer com que seja esquecida a inércia das gestões sindicais que legaram o controle do SINTEPE a este grupo. Este grito não trata do fato de que recebemos o pior salário do Brasil. Este grito mascara a incompetência e serve de mote para quem quer “mostrar serviço”. Nosso grito, em contrapartida, deveria ser o grito de “basta”!
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De maneira concreta, se uma categoria passa a assumir a triste condição que nós vivemos, será mesmo que a nossa política sindical funcionou?

sábado, 27 de outubro de 2007

Professor, você é 3,03!

Os outdoors, cartazes e o site do SINTEPE fazem uma campanha muito "bonitinha", mas nós somos mais objetivos:
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Não tapamos o Sol com uma peneira... enquanto a direção do SINTEPE esquece, nós lembramos: RECEBEMOS O PIOR SALÁRIO DO BRASIL!!!!!!!!!!!

"Sem Teto"


O Governo Eduardo Campos está alardeando sua nova medida: facilitar o financiamento à casa própria para os servidores. A proposta promoverá o pagamanto das prestações dos imóveis com descontos na folha. A margem de consignação (percentual permitido para descontos em folha) é de 30% do valor bruto do salário, sendo este, portanto, o limite para débito das prestações dos imóveis.

Vejamos a seguinte situação: Um professor que possui contrato de 150 horas/aula tem como salário bruto R$ 583,20 e sua margem de consignação é de R$ 141,14, isto é, a prestação do imóvel deverá custar algo dentro desse patamar. Existe a possibilidade de dobrar a margem consignável (isto é, para 60%) quando o financiamento envolve aquisição de imóvel. Neste caso, o mesmo professor poderá comprometer até R$ 282,28 de seu salário somente com prestação imobiliária - em até 30 anos.

Pergunta-se: o mercado imobiliário tem oferecido imóveis com estes níveis de prestações?

No fim da fila!

POSIÇÃO - ESTADOS - HORA/AULA (R$)

1- Acre 13,16
2- Tocantins 12,62
3- Alagoas 10,46
4- Roraima 12,89
5- Mato Grosso 9,04
6- Rio de Janeiro 8,78
7- Amazonas 8,31
8- São Paulo 8,05
9- Paraná 7,53
10- Rio Grande do Norte 7,23
11- Maranhão 7,21
12- Goiás 6,77
13- Amapá 6,71
14- Paraíba 6,65
15- Rondônia 6,47
16- Espírito Santo 6,44
17- Minas Gerais 6.25
18- Bahia 6,14
19- Distrito Federal 5,77
20- Mato Grosso do Sul 5,65
21- Rio Grande do Sul 5,39
22- Sergipe 5,27
23- Pará 5,08
24- Santa Catarina 4,93
25- Piauí 4,62
26- Ceará 4,46
27- Pernambuco 3,03


O que podemos concluir a partir desses dados? Fácil: Pernambuco paga o pior salário do Brasil, possui a pior política educacional do Brasil e a pior direção sindical do Brasil!

Onde está o SINTEPE?

Manifestação em Brasília (no detalhe: o SINTEPE estava lá!)


É fato que Lula parece negar na prática seu próprio berço político: a atuação sindical. O governo pretende fazer com que as entidades sindicais entrem em colapso sem recursos e então promove uma reforma sindical que retira do sindicalismo muito de sua capacidade de manutenção.

A CUT (em cujos quadros já figuraram ilustres personalidades do governo Lula) promoveu um ato em Brasília para protestar contra a reforma sindical. O SINTEPE esteve presente - como era de sua obrigação! Não podemos negar que nossa entidade sindical deveria estar presente no ato (e a foto acima comprova que "estivemos" representados), mas falta nossa direção sindical estar mais presente em outras questões.

As telessalas estão aí e um seminário promovido para "discutir" o projeto não foi suficiente para confrontar este engodo promovido pela parceria entre o Governo do Estado e a Fundação Roberto Marinho. Não houve mobilização e as aulas televisivas estão implantadas - mesmo que precariamente em função da incompetência gerencial da própria Secretaria de Educação. A tendência é a ampliação do projeto - o que é coisa quase certa, pois nada indica que haverá mobilização novamente.
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Sem precisar ressaltar outras tantas lacunas deixadas pela direção do SINTEPE - os resultados da greve estão aí para comprovar isso -, cabe cobrar uma atuação mais intensa em questões que são emergenciais.
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É importante que o SINTEPE esteja envolvido com as articulações e mobilizações do sindicalismo em âmbito nacional, contudo, é importante ver o SINTEPE aqui também, atuando atenta e tenazmente em nome de particularidades que afligem a condição da educação e de seus trabalhadores em Pernambuco.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Recado

Reunião Oposição Sintepe
Dia: 17 de novembro, 16 horas
SIMPERE


Conta /Oposição Sintepe
CEF
Ag. Ope Nº da conta
1294 013 8070-0

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Brasil Alfabetizado

Com a implantação do programa Brasil Alfabetizado, a prefeita de Olinda (Luciana Santos) pretende erradicar o analfabetismo entre adultos e idosos até o final de 2008.
As aulas são ministradas por voluntários que recebem uma bolsa no valor de R$ 200,00. Apesar do"salário" não ser nada estimulante, o elevado índice de desemprego tem levado à muitos ao trabalho voluntariado no município.

Este programa faz lembrar-me do extinto MOBRAL (é do meu tempo - Movimento Brasileiro de Alfabetização), em que qualquer espaço poderia ser utilizado como sala de aula (Associação de Moradores, igrejas, depósitos, residências entre outros), havia ajuda de custo para os professores e merenda garantida aos alunos. As salas eram lotadas e no final do programa todos os alunos, até mesmos os que sabiam apenas rabiscar o nome, eram considerados alfabetizados.
O progarama foi um "sucesso". Dessa forma, acredito que o programa Brasil Alfabetizado dê cem por cento certo.

Ah! dizem que Luciana Santos anda pelas ruas da cidade tomando a lição de toda criança que encontra no percurso. Quando esta, demonstra não saber a leitura, a prefeita pergunta qual a escola estuda e quem é o(a) professor(a) e promete com todas as letras, tomar as devidas providências.

Será que a prefeita mandará o(a) professor (a) para a "linha de reciclagem" como recomenda o Programa Americano?

E se o aluno souber ler? O profissional em educação será promovido por mérito?

Será que a prefeita está querendo corrigir as distorções idade-série dessa forma?

domingo, 21 de outubro de 2007

A Rede Globo nos livros didáticos


Agora que as Organizações Globo resolveram interferir no teor dos livros didáticos de História, convém fazer uma observação que pode nos dar algumas idéias sobre como a Rede Globo, “prima donna” do império construído por Roberto Marinho, é retratada em alguns livros. Os capítulos que abordam as malfadadas eleições de 1989 costumam fazer uma alusão à emissora de TV mais poderosa do país e não faltam referências ao fato de que o então candidato Fernando Collor foi promovido pela Globo e determinados livros (como os de Mario Schmidt, autor que virou saco-de-pancadas das Organizações Globo) lembram até mesmo o fato de que o debate promovido pela emissora entre os candidatos Collor e Lula sofreu uma edição manipulada para exibição no Jornal Nacional.
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A imagem da Rede Globo não é tão boa quanto aquela que é exibida nas telas dos televisores, ou seja, a Rede Globo não figura bem nestes livros "subversivos" de História!
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PS. Conferindo o material do Telecurso 2000, que a gloriosa Fundação Roberto Marinho edita e é utilizado em nossas telessalas, verifiquei que não é feita NENHUMA alusão à interferência da Rede Globo no processo eleitoral que promoveu Collor à Presidência da República. Eis aí uma constatação que não gera nenhuma surpresa!

Muito além do Cidadão Kane

O vídeo "Muito Além do Cidadão Kane" foi produzido pelo canal 4 da BBB. Trata do poderio acumulado pela Rede Globo e o finado "Doutor" Roberto Marinho impediu a veiculação do documentário nos círculos abertos de exibição. O material traz uma ácida e lúcida visão sobre o que representa a força ideológica contida na atuação da Rede Globo. É interessante a exibição deste vídeo para os alunos.
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Assista no Google Video (na íntegra, com 90 minutos). No Youtube o vídeo está dividido em partes. Você poderá baixar cada uma delas através do programa VDownloader, concontrado aqui. O vídeo está nos seguintes links: parte 1, parte 2, parte 3 e parte 4.

Patrulhamento ideológio das Organizações Globo!


Recentemente, a revista Época resolveu empreender uma jornada crítica contra os conteúdos dos livros didáticos utilizados pelos estudantes brasileiros. A abordagem editorial da revista tem um foco sobre esta questão: averiguar o teor ideológico destas publicações, sobretudo denunciar aqueles que apresentam informações e conteúdos que destoem daquilo que parece ser o ideal por parte da linha da revista – que é um produto das Organizações Globo.

O patrulhamento ganhou a capa da edição desta semana. A reportagem traz em sua base uma crítica à tendência ideológica contida em muitos livros didáticos e com particularidade nos livros de História. A Editora Globo não aceita o “esquerdismo” dos autores de livros de história e agora parece também querer definir como estes profissionais devem pensar e escrever seus textos didáticos!

A publicação “global” denuncia que a visão apresentada nos textos didáticos prejudica a formação dos alunos sem considerar – por motivos óbvios – que há uma vasta gama de publicações perniciosas que poluem as mentes dos estudantes de uma maneira efetiva,tendo grande apelo midiático e causando estragos enormes! As Organizações Globo, inclusive, possuem sua cota de participação neste processo.

sábado, 20 de outubro de 2007

"Investimentos" em educação.

O governo do Estado e o secretário de Educação (Danilo Cabral) fazem parceria com panificadoras (400 empresas fornecedoras) e, a apartir de 1º de novembro os alunos da rede pública terão acrescido à merenda escolar dois pães duas vezes por semana. A medida visa "enriquecer" o lache e representará um aumeno de R$ 11 milhões na economia do Estado.

A Secretaria de Educação também está disponibilizando uma linha 0800 que funcionará principalmente para denúncias contra os profissionais em educação.Por enquanto são essas as "boas" notícias vindas do governo para a nossa categoria.É dessa forma que o nosso governo investe em educação.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Situação precária

Seria cômico... se não fosse trágico! O cartunista Samuca (Folha de Pernambuco) foi bastante objetivo e criativo ao transmitir sua idéia!

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Deu no "Conversa Afiada"

PARA PROFESSORES, SALÁRIO INFLUENCIA NA QUALIDADE DO ENSINO

O secretário-geral do Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo, Fábio Santos, disse em entrevista ao Conversa Afiada nesta terça-feira, dia 16, que os baixos salários influenciam na qualidade do ensino (clique aqui para ouvir o áudio).
Ele discordou das declarações da secretária estadual de Educação do Estado, Maria Helena Guimarães, que disse que “não há relação entre salário e qualidade do ensino” (clique aqui).
“Nós temos certeza absoluta que o salário baixo em São Paulo também é causa da baixa qualidade. Porque o professor trabalha no período da manhã, no período da tarde, no período da noite... enfim, é uma categoria que está trabalhando muito e ganhando pouco, numa estrutura rudimentar”, disse Santos.
O professor Fábio Santos apontou como exemplo da baixa qualidade do ensino de São Paulo o rendimento dos estudantes do Estado no Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica). Ele lembrou que os estudantes de São Paulo concluem o ensino médio com conhecimento de oitava série (clique aqui).

Fonte: www.ig.com.br

Se em São Paulo a situação é essa, imaginem em Pernambuco. A família que contar apenas com o salário que o governo estadual paga, aqui passa fome, privações sem tamanho. Lembrando que Pernambuco ocupa o último lugar em testes para avaliação da aprendizagem feitos pelo MEC. Com certeza esse fato está totalmente ligado às nossas péssimas remunerações e também às condições precárias de nossas escolas>

Outdoors do SINTEPE

Curiosamente, o SINTEPE espalhou pela cidade uns outdoors homenageando o dia dos professores! Bela homenagem... porém, durante a greve passada não víamos outdoors divulgando ou esclarecendo aspectos em torno das lutas da categoria! Homenagem de verdade seria ver mais combatividade na hora certa!

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Dinheiro Público

A Polícia Federal realizou no ano 2000, um levantamento sobre desvios de verbas públicas, em 320 laudos periciados, conclui-se que boa parte dos desvios de recuros federais, provém de obra superfaturadas gerando um montante aproximado a R$ 302 bilhões.

Enquanto isto, os neoliberais defedem a privatização das escolas e hospitais públicos, alegando a falta de condições do Estado em gerenciar a prestação de serviços básicos destinados à sociedade.

Não defendemos metodologias paternalistas mas, pagamos impostos (altíssimos) para que o Estado invista em setores sociais, segundo a Constitução é o Estado que deverá garantir os serviços na área de educação, saúde, habitação entre outros, à população.

E o que faz o Governo? Omite-se perante os escândalos que envolvem o Congresso e aposta em medidas arbitrárias e perversas ( perda do 13º salário e aumento da idade para a aposentadoria são algumas delas) que afetam diretamente a vida do tabalhador assalariado.

A omissão é justificada uma vez que, o Presidente precisa da aprovação dos ladrões congressistas para por em prática seu "plano de governo".

O famoso PAC ( Programa de Aceleração do Crescimento) é uma das mazelas mais terríveis que já se produziu no país. Por trás das "cortinas" elaboram-se projetos que visam cortes de verbas nos setores de educação e saúde ( principalmete) para garantir o pagamento dos empréstimos feitos aos fundos internacionais ( o FMI é um deles).

É revoltante saber que trabalhos muito, somos mal remunerados e ainda assistimos o nosso dinheiro ser desviado para sustentar uma minoria que nos manobra e escraviza de forma contínua e descabida.

Meio Ambiente

A Fundação Gilberto Freyre promoverá dia 17 de outubro em Recife, o seminário intitulado Suape e Meio Ambiente: Um modelo de preservação ambiental.
Se considerarmos Suape como modelo de preservação, precisamos urgentemente rever esse conceito. Ou será que não estão levando em consideração o impacto social que as obras (refinaria e outros projetos) provocarão no local? Sem falarmos no imenso trecho que já foi desmatado com os trabalhos de terraplenagem.
Com a intensificação das atividades produtivas na área, será inevitável o fluxo migratório para a região. Porém, apenas a mão-de-obra qualificada será absorvida, os migrantes não "encaixados" no processo, serão automaticamente empurrados para as periferias e para a informalidade trabalhista ( desqualificada e má remunerada). Algo semelhante ao que aconteceu com o advento da Revolução Industrial no Terceiro Mundo que trouxe em seu rastro a intensificaçao dos espaços favelados. E são nesses espaços carentes de infra-estrutura urbana onde os conflitos sociais ( criminalidade, envolvimento de pessoas com drogas,prostituição e outros) surgem e multiplicam-se de forma quase incontrolável.
Sendo o Homem parte do ambiente, tudo que agride a qualidade de vida deste, é considerado um problema de ordem socioambiental. Dessa forma o tema adotado para o seminário é extremamente incoerente.

Aos professores (as)

Que a nossa luta seja sempre pela libertação das mesquinharias, pela redução das desigualdades, pela abolição de todas as formas de preconceitos e extinção de atitudes tiranas e opressoras que permeiam a nossa sociedade.

Só a formação de uma consciência revolucionária poderá provocar mudanças sociais positivas. E nós, profissionais em educação somos responsáveis por essa formação.

Abraço afetuoso a todos os professores(as) especialmente os que fazem a OPOSIÇÃO.

domingo, 14 de outubro de 2007

A dança do Renan


Clique aqui e faça nosso herói dançar!

Descoberta!


Tigre Pernambucano?


Numa alusão aos países orientais que eram reconhecidos como "Tigres Asiáticos" e que empreenderam um notável desenvolvimento econômico por volta da década de 1980, a revista Época desta semana traz uma matéria que aborda o conjunto de investimentos realizados em Pernambuco, com destaque ao pólo de Suape, designando o estado como um "tigre" próspero e ativo no Nordeste. Segundo os números apresentados na reportagem, os índices de crescimento projetados para Pernambuco oscilam acima dos índices de crescimento do Brasil (enquanto para o país a taxa de crescimento do PIB projetada para o período de 2011/2020 é de 5,25%, no mesmo período Pernambuco deverá crescer 7,32%). O montante dos investimentos até 2015 deverá atingir 34 bilhões de reais.
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Aparentemente estas são ótimas notícias, porém há o que refletir sobre tais prognósticos. Ainda na matéria, um dado crítico é levantado e esta referência incômoda tem relação com a educação. Ocorre que falta mão-de-obra habilitada e preparada para lidar com este possível surto de desenvolvimento. De maneira mais expressiva e direta, isso significa que as projeções tão sonhadas e desejadas dependem dos investimentos na educação, que deve ser encarada como setor estratégico para que os resultados dos investimentos possam ser efetivados.
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Como a referência foi citada, vale ressaltar que o tigre asiático mais próspero é a Coréia do Sul. O país investe alto em educação, sem demagogia ou mesquinharia orçamentária para justificar a falta de iniciativa do poder público. Professores na Coréia recebem salários que, em média, correspondem a R$ 10.000 mensais e cerca de 97% dos habitantes entre 25 e 34 anos de idade concluíram o ensino secundário. O saldo destes investimentos não poderia ser outro: a Coréia do Sul possui uma situação econômica consolidada pelo desenvolvimento.
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Sem educação, o "Tigre Pernambucano" não chegará a rugir!


sábado, 13 de outubro de 2007

Quem liga para as nossas condições de trabalho?


Vocês podem imaginar aulas de informática sem computadores? Tudo só na teoria e quadro branco? Podem acreditar há em Pernambuco. Sou professra de História, lotada na Metro sul e ministro aulas de Noções de Informática para três turmas do ensino médio, desde fevereiro deste ano, sem um computador para uso do aluno. A escola ofertou aulas de Informática sem ter um laboratório, imaginem a aprendizagem desses alunos que, parece, chegarão ao final do ano letivo sem aprenderem a ligar nem desligar um computador. Boa parte dos discentes desconhecem os rudimentos da informática. Muitas amigas de trabalho ainda utilizam o mimeógrafo (aquela coisa, instrumento, onde o professor escreve de próprio punho o texto em folha de extenso/ carbono depois prende, em uma prensa giratória umidecida com alcool, folha por folha de papel ofício visando copiar os textos para trabalho em sala de aula). Pois é, pelo bom andamento do trabalho nas escolas o professor age dentro e fora da sala de aula, tudo para o bom aprendizado do aluno. E o que o governo do estado faz, além de promessas e muita propaganda para melhorar a situação das escolas no Estado?

Recado ao Professor

O dia do professor
O que comemorar?
5% de aumento,
"Não dá pra relaxar e gozar"
pagar aulas sábados e feriados
O governo botou pra lascar.

O sindicato com certeza
desacreditado está
faz a política do governo,
precisamos mudar,
O governo intransigente
sua arma,ameaçar.

Mandou cortar o ponto
ameaçou demissão,
O professor não aguentou a pressão
com 54 dias, se rendeu,
foi grande a humilhação.

Debaixo de pressão
pra sala de aula ele voltou,
angustiado e decepcionado,
foi mal, acreditou
nas promessas de campnha
que fez o governador.

Dinheiro pra professor,
o governo nunca tem,
mas gastar na Bienal,
não sabemos donde vem,
o governo federal,
tá nessa corja também.

O Plano de Educação (PDE),
desmoraliza o professor,
pois promoção é por mérito,
conceitos: bom ou ruim.Que horror!
Serão assim avaliados:
alunos e o educador.

Dependendo do resultado,
que o aluno apresentou,
após"Provinha e Saepe"
que o governo aplicou,
o professor será julgado,
se ruim, é reciclado,
que vergonha pro professor.

Acessar, zero oitocentos,
denunciar o professor,
serviço "linha direta"
ordena o governador
estratégia terrorista
um atentado ao pudor.

Professor,fique antenado
seus dias estão contados
empresários e governo
têm projetos articulados
privatização do ensino
são modelos planejados.

Oito bilhões anunciados
destinados a educação
como serão aplicados?
este o "X" da questão.
Piso salarial tão falado
vai virar um mensalão.


Professor não se estresse,
mostre que é inteligente,
celebre o dia do professor,
com uma dose de aguardente,
wisk só pra doutor
que tem um aumento decente.

Parabéns! muita alegria
O importante é saber
governo sai, a gente fica,
e a hipocrisia política,
faz você aprender,
pois a linguagem da competência
quem constrói é VOCÊ.

Autora: profª Suely Laranjeira
Escola Oscar Carneiro /Camaragibe.

PROFESSA PROFESSOR

por José Ricardo de Souza*

15 de outubro. É o nosso dia. Parabéns meu caro colega professor. Eu também faço parte desta estranha confraria de sujeitos que pensam em mudar o mundo através do acesso ao conhecimento e ao saber. Sou como você amigo professor, que também trabalha em duas ou mais escolas, que sacrifica seus dias de folga para preparar aulas ou corrigir provas e trabalhos, que tenta dar o melhor de si em sala de aula, mas que nem sempre é devidamente reconhecido por isto. Hoje é dia de reflexão, porque comemoração mesmo, pouco temos a celebrar (a não ser o fato de que com os míseros níqueis que nos pagam ainda conseguimos nos manter vivos...). A escola é nosso grande laboratório. Sabemos que dela podem surgir novas e vivificantes experiências. Ou se preferir, considere-a como uma grande oficina, onde professores são os artífices do conhecimento que ali se produz, reproduz e conduz a novos horizontes. Que linda é nossa utopia, embora não passe de uma fantasia para os tecnocratas de plantão.

A gente faz o que acredita, porque acredita no que faz. A educação não é para nós professores apenas um meio de sobrevivência, mas sim um instrumento de mudança social, o único, aliás, para centenas de pessoas que foram excluídas do sistema capitalista. A nossa condição de professores não faz de nós donos do saber, nem senhores do conhecimento. Somos todos aprendizes, pois como dizia o escritor Guimarães Rosa, “mestre não é apenas quem ensina, mas quem de repente também aprende”. E aprendemos que sempre somos culpados pelas mazelas das nossas escolas. Não tem a quem culpar ? Condenem o professor. Não tem a quem criticar ? Ora, o professor é quem está errado, é quem não sabe ensinar, etc... Será que não tem uma fatia deste bolo de expiações para os alunos, para os pais, para a sociedade, para os governantes ???? Por que jogam tudo sobre a gente como se fossemos responsáveis pelo caos em que transformam o ensino no Brasil ?

Professor é aquele que fez do verbo professar uma profissão e vive em procissão de escola para escola, onde santo é o livro nosso de cada dia, o peso do andor é ensinar muito e o aluno (em sua maioria) não quer aprender nada, e a crença é a esperança de que a educação pode transformar as pessoas. Não é questão de vocação apenas, é de paixão mesmo, sim, pois é "preciso ter garra, é preciso ter gana sempre", como canta Milton Nascimento. Ser professor já foi uma honra, hoje é uma vergonha, porque fomos abatidos, combalidos, massacrados, humilhados, pisados, combatidos, exauridos, jogados na lata do lixo da história porque ousamos mudar a sociedade! Pobre professor, nem santo padroeiro tem... Os motoristas se viram com São Cristovão, os médicos com São Lucas, os músicos com Santa Cecília, e nós professores ? Quem vai nos livrar dos baixos salários, dos pais de alunos que querem que seu filhinho seja aprovado de todo jeito, dos diretores e coordenadores que sempre jogam a culpa do fracasso escolar na gente, dos alunos indisciplinados que transformam a sala de aula num prefácio do inferno ????

Meus caros amigos e também colegas professores, aqui fica um desafio para todos nós. Professem que educar é uma arte e transformar o mundo pelo saber é uma necessidade de nossa civilização. Professem que os baixos salários não vão nos tirar o fôlego, nem a capacidade de lutar pela justiça. Professem que nosso compromisso é por uma escola de qualidade, não por uma escola que seja mera fábrica de diplomas a serviço da mediocridade humana. Professem que além de professores, queremos ser e seremos educadores em essência e plenitude. Se em cada livro da vida de cada educando que passa pelas nossas salas de aula houver uma página onde figure nosso nome, teremos enfim a certeza que a nossa tarefa foi bem cumprida. Parabéns professores. E a quem interessar em aprender a ensinar, fica o convite: seja bem-vindo a nossa estranha confraria...

* O autor é historiador, professor da rede pública estadual de ensino, escritor; membro da Academia de Letras e Artes da Cidade do Paulista.