"Escola pública de fazer inveja".
Esse é o título da matéria publicada hoje no Diário de Pernambuco (Vida Urbana C5) referindo-se ao desempenho das Escolas Integrais. Penso que, o título reflete exatamente o sentimento que o governo do Estado deseja despertar com o dito Programa. Inveja, é isto que, devem sentir nossos alunos que são obrigados a carregar cadeiras na cabeça para poder assistir aulas, os que estudam em galpões fétidos, sujos, com paredes em gesso constantemente desabando, os que não tem o direito de estudar numa biblioteca porque esta, permanece fechada por falta de pessoal, os que não utilizam computadores para pesquisar porque, os de sua escola estão estocados e sem funcionamento, os que precisam deslocar-se quilômetros à pé para chegar à unidade de ensino porque a Secretaria de Educação fechou turmas em escolas nas proximidades de sua casa... Talvez o sentimento não seja de inveja e sim, revolta. Uma revolta internalizada que muitos não sabem sequer, expressar.
Certo dia num ônibus à caminho do trabalho vi alunos de uma Escola de Referência em Camaragibe, fazendo chacota de outros, também da escola pública que usavam fardas bastante desproporcionais aos seus tamanhos. A algazarra era tanta que, precisei intervir, porém, sem muito sucesso.
O caráter excludente que veio com as ditas "Escolas Centros" ocorre também(sem generalizações) entre companheiros de trabalho que, por estarem numa escola Integral e em condições de trabalho e remuneração diferenciadas sentem-se 'mais qualificados' que os demais companheiros das "Escolas Periféricas".
É o caráter mercadológico na educação, é o acirrar da competição patrocinada pela INDG e demais empresas privadas que gerenciam a Educação em Pernambuco. Interessam as estatísticas, são os números que aparecerão na mídia, portanto cabe aos gestores(as) das escolas acatar as metas e, fazê-las cumprir. Nesse caso as condições de trabalho é o que menos importa.
É um sistema de fabricar doidos iguais àquele da escola de Realengo no Rio de Janeiro.
ResponderExcluirGostaria de aproveitar pra tratar de um assunto diferente do post.É o seguinte: acaba de sair o resultado da primeira etapa da seleção para gestores das Regionais. O edital fala dos requisitos: " Poderão candidatar-se ao processo de seleção para provimento de cargo em
ResponderExcluircomissão de Gestor/a da Gerência Regional de Educação, servidores efetivos ou
aposentados do quadro do magistério estadual, com cargo de nível superior, formação
em licenciatura plena; experiência no Sistema Estadual de Educação de, no mínimo,
03 anos completos na data da nomeação; tenham ocupado cargo de gestão e/ou
coordenação pedagógica na área de educação, no setor público ou privado, nos
últimos 05 anos, desde que não tenham sofrido penalidade administrativa no triênio
anterior ao pleito". Ora, se só podem concorrer efetivos, como é que a gestora da GRE Recife Sul consta entre os classificados, uma vez que ela é professora cedida pela Prefeitura da Cidade Do Recife? Desde quando, funcionário cedido faz parte do quadro efetivo? Esse é um assunto muito sério e seria muito importante uma investigação. E a Secretaria de Educação sabe da condição funcional dela. Se permitiu isso acontecer, é porque tem interesses escusos por trás.
Desde que este Governador entrou o interesse dele é nos números e não na qualidade que gera tais números, muito menos em criar condições para que esse número suba, sem precisar atingir estas metas de forma mecânica... Mas já se sabe há tempos que os jornais entregues aos professores só podem apresentar matérias e reportagens deste tipo. Para mostrar o outro lado da moeda, caso existam matérias, elas seriam descartadas para não prejudicar a imagem do governo.
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