sábado, 3 de setembro de 2011

Suicídios na UFPE

Início dessa semana soubemos de mais um caso de suicídio no prédio do CFCH (Centro de Filosofia e Ciências Humanas) na UFPE.
Vasculhei por diversos lugares e nenhuma notícia, nenhuma informação sobre o caso, exceto na página do Facebook através de Ed Cavalcante. Algo intrigante, a mídia que vive de fatos novos, de sensacionalismo, deixar de dar publicidade a um fato dessa natureza. É o segundo que acontece no intervalo de dois meses (junho e agosto).
Alunos que estudam na Universidade chegaram a comentar que, a cada ocorrência desse tipo trava-se um conflito, isto porque seguranças do prédio tratam aos empurrões, ameaças e palavrões todos que desejem aproximar-se do local.
Desde a década de 1980 que tenho conhecimento da 'onda de suicídios' que parece-me fazer parte da história do CFCH, inclusive cheguei a presenciar um deles no período em que estuda Geografia na UFPE. Ano passado quando uma moça atirou-se de um dos andares do Centro de Filosofia, ao saber do caso enviei notas para os jornais (Dário de Pernambuco, Jornal do Comércio e Folha de Pernambuco) questionando a falta de informação sobre o acontecimento. Não publicaram as cartas, não responderam meu questionamento.
Fala-se que, a não divulgação é uma forma de não estimular a prática suicida. Ora, se o não publicizar reduz as ações, então, vamos parar de mostrar casos de pais que jogam filhos pelas janelas dos edifícios, filhos que assassinam os pais em momentos de fúria, companheiros que matam esposas covardemente e tantas outras coisas que chocam a sociedade.
Penso que a falta de informação e divulgação das mortes no CFCH, tem um único objetivo: Não ''manchar'' o nome da UFPE.

6 comentários:

  1. Este prédio é muito "carregado". Sempre me sentia cansada quando estudei aí. Dezenas de casos de suicídios e nada é feito, coloca-se redes de segurança, mas não adianta. O problema se encontra no fato da direção da UFPE, preferir calar-se, fazer de conta que nada está acontecendo. Ninguém liga para os motivos que levaram estes jovens a darem fim às suas vidas, sofreram influência de colegas, funcionários, perturbações mentais?
    O que a universidade oferece aos alunos que apresentam algum tipo de distúrbio?
    Nada disso é natural e não pode ser tratado como coisa corriqueira, que nem merece notícia em jornal ou televisão.

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  2. Na verdade, me parece que a ideia de não noticiar casos de suicídio é prática comum entre profissionais da imprensa. Concordo com esta postura.

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  3. Albênia, há uma diferença entre suicídios e casos de pessoas assassinadas. Em ocorrências de suicídio, não há crime a ser investigado. Portanto, não haveria motivos para divulgação (iria somente expor a pessoa, a família e provavelmente incentivar a prática).

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  4. Lamento informar caro amigo! Mas ainda ontem, 28/09/2011 outra jovem pulou para a morte no mesmo prédio que fora divulgado CFHC-UFPE. Lamento o fato de algumas pessoas não concordarem com a divulgação de suicídio, isto seria possível se fosse casa isolado e em particular. O casos do CFCH tornaram-se caso de serviço público uma vez que afeta uma comunidade tão grande quanto e UFPE.
    Até quando ficaremos enxugando gelo?
    até quando esperaremos por soluções que nunca vêm? Até quando? Até quando?

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  5. Caro amigo. Também acho revoltante, mas sinto dizer, que é contra o código de ética do Jornalismo noticiar suicídio. Por isso não assistimos ou lemos em jornais essas notícias. Isso, é uma coisa antiga já. Não sei exatamente quando começou, mas a classe afirma que é para não incentivar outros casos. Enfim, isso é um assunto que gera bastante debate, pois de certa forma, os outros crimes também poderiam influenciar as pessoas a cometerem. Então, reforço aqui. Sou repórter do jornal Folha de Pernambuco, e quando nos deparamos com esse tipo de notícia não vamos atrás, assim como todos os outros veículos de comunicação. Mas claro, existem algumas exceções intrigantes, como suiício de famosos, ou quando o cara promove a maior chacina e se mata depois, e nesses dois casos ocorre a notícia. Na minha opinião, acho que deveriam rever esse código de ética. abs

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  6. Se há um grande número de pessoas que suicidaram-se então se torna caso de saúde pública. O que leva essas pessoas a fazerem isso,será que ao publicar,ao mostrar que sempre há uma saída,ajuda com psicólogos,rodas de conversa,qualquer coisa para essas pessoas que pensam em tirar suas vidas. Criar um tipo de prevenção. Existe prevenção para bulim porque não para suicídios. A pessoa que cometeu o suicídio apresentou algum sintoma antes de efetuar o desejo de tirar a própria vida, então, não se poderia ajudar outras pessoas que apresentassem esse desejo. Acho que a divulgação na mídia ajudaria a pressionar as autoridades a ter uma postura diante esses casos. Além do mais, não seria preciso divulgar nomes da pessoa que cometeu o suicídio nem da família.

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