quarta-feira, 7 de maio de 2008

Concurso problema versus formação de professores em Pernambuco

O resultado da primeira fase do último concurso público para docente em Pernambuco divulgado ontem, traz a tona mais uma oportunidade para a reflexão sobre a situação daqueles que pretendem exercer o docência na rede pública de nosso estado. Dos 27.538 candidatos, apenas 1679 conseguiram passar para a próxima fase do concurso. Tal resultado exibe de forma incontestável o desrespeito diante daqueles que se prepararam durante anos. Desrespeito sim, pois como considerar legal um concurso cuja aprovação foi de apenas 6% do total de candidatos? tal resultado revela o equívoco da avaliação elaborada para a seleção dos professores. Afirma-se, diante deste resultado, para os quatro ventos a péssima formação de professores no estado. Ora se estão formando pessoas ditas "despreparadas" para o exercício da docência, uma vez que foi uma esmagadora maioria 94% de reprovados, o MEC deveria intervir em boa parte, para não dizer em todas as instituições de ensino superior de Pernambuco. Seria mais um troféu a ser levantado: o de oferecer a pior formação de docentes no Brasil. Esse troféu seria dividido para muitas mãos: reitores representando o nível federal, iniciativa privada, responsável por inúmeras novas faculdades, sem falar no próprio governo do estado pegando o que lhe cabe da UPE. Se formos seguir a lógica defendida pelo governo diante do resultado deste lastimável concurso que diz: "Faremos quantos concursos forem necessários para formar quadro de docentes" em entrevista a jornalistas, apontando que a causa da reprovação de 94% dos candidatos foi pura incompetência por parte dos mesmos , que seriam necessários novos concursos, estaremos diante do caos total, pois dessa forma haveria realmente necessidade de uma intervenção em nossas universidades e faculdades. Espero caros amigos professores, que estão na rede e aqueles que estão se propondo a entrar, que essa loucura de concurso mal formulado seja revista. O quadro não aponta incompetência e falta de preparo dos candidatos mas sim despreparo daqueles que organizaram este concurso. 94% de reprovação é um dado claro para se repensar a forma como estão sendo selecionados os docentes para o trabalho na rede pública estadual. Se a SEE insistir na tese de incompetência por parte dos candidatos, toda a formação para licenciaturas em nosso estado precisa ser revista e essa loucura garanto que não dará frutos, pois contamos com ótimas instituições de ensino superior que vem formando há décadas milhares de professores. Então a saída inteligente seria cancelar e refazer este concurso, marcando-se uma nova seleção. Caso contrário haverá "panos para as mangas". Imaginem repensar toda a formação de licenciatura em nosso estado?Dra Aída Monteiro deve com certeza se manifestar pois participa de ambos os lados: formação de professores e cargo executivo da SEE.

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