terça-feira, 17 de junho de 2008

Matriz curricular do Ensino Médio: a filosofia da trapalhada



Desde o instante em que surgiram as “inovadoras” modificações das matrizes curriculares da rede estadual já alertávamos sobre a imperícia dos iluminados tecnocratas que as elaboraram (clique e confira). Em particular, ressaltamos que nas matrizes do Ensino Médio havia verdadeiros absurdos. A brilhante matriz curricular suprimiu um terço das cargas-horárias de Sociologia e Filosofia e confinou as disciplinas em séries isoladas do ciclo (Filosofia apenas no 2º ano e Sociologia apenas no 3º ano) ao mesmo tempo em que instituía duas novas disciplinas (sem definir com exatidão quais) – uma no 1º ano e outra no 2º ano – e ainda reduziu a carga-horária de Química e Física. Aprontaram um pandemônio curricular inútil, pois os problemas eram bastante claros e prejudiciais aos alunos. De imediato, a iniciativa atrapalhou os estudantes na medida em que os privou do oferecimento regular de Sociologia e Filosofia ao longo do Ensino Médio, contrariando até uma preparação para o vestibular seriado da UPE (que é a universidade estadual), que cobra conteúdos destas disciplinas para cada uma das séries. Os prejuízos também atingiram as aulas de Química e Física, que foram reduzidas e impediram uma melhor aplicação dos programas destas disciplinas em sala de aula. Enfim, os tecnocratas inventam suas firulas, brincam de manipular o trabalho alheio e os problemas não sobram para eles.
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Agora a lambança está com os dias contados e a matriz curricular do Ensino Médio deverá ser novamente refeita. No início do mês foi editada uma alteração na lei que instituiu a obrigatoriedade do ensino de Sociologia e Filosofia (clique aqui e confira a lei) e, segundo a nova legislação, estas disciplinas deverão ser oferecidas de maneira regular em todas as séries do Ensino Médio, isto é, a insanidade presente em nossa matriz curricular precisará ser desmontada.
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Diante de acontecimentos como este cabe perguntar: a SEE vai assumir oficialmente que cometeu um erro grave? Alguém na SEE vai finalmente reconhecer que a matriz curricular do Ensino Médio está equivocada? Os alertas foram feitos há tempos e matriz curricular empurrada goela abaixo está causando os efeitos indigestos que já foram apontados, mas a SEE terá que encarar os fatos: um grande estrago foi causado pela tecnocracia da Secretaria na formação dos estudantes do Ensino Médio da rede pública estadual.

Um comentário:

  1. Nunca eles (tecnocratas e governo) irão assumir que continuam errando por não ouvir a base da categoria. Já tivemos Dia D da Educação;Indicadores avaliativos (DC, DEC, DNC - quando "surgiram" DC/DEC tinham pesos iguais) impostos goela abaixo; Informática nas escolas (10, 12 computadores) para um universo espantoso de alunos; Projeto Travessia em vez do SUPLETIVO(que respeita a habilitação de cada professor); etc...etc...

    No final, como sempre, pagamos o PATOOOOOOOO.

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