A Comissão do Vestibular da UFPE (Covest) informa que 1.137 candidatos inscritos no vestibular extraordinário para cursos de engenharia solicitaram a bonificação de 10% da nota, isto é, eram oriundos da rede pública. Como se sabe, o índice geral dos resultados foi baixíssimo, considerando que apenas 725 candidatos (26,6% do total de inscritos) escaparam do ponto de corte e o quadro é ainda mais grave considerando o fato de que deste montante apenas 30 eram de escolas públicas que faziam jus ao benefício da elevação de nota (o que exclui, por exemplo, unidades como a Escola do Recife da UPE e o Colégio de Aplicação da UFPE).
Se 1.137 candidatos requisitaram a bonificação exclusiva para estudantes de escola pública, é de causar desespero a verificação de que apenas 0,38% deles conseguiram escapar da eliminação. De forma objetiva, dos poucos candidatos classificados, apenas 4,1% eram de escola pública e vale ressaltar que este ínfimo montante de alunos são apontados como classificados e não necessariamente como aprovados, o que quer dizer que é bem provável que a quantidade de alunos aprovados efetivamente nem chegue a 10.
Diante desta situação, como fica então a ocupação de cargos importantes no tal "desenvolvimento" pernambucano por parte de quem frequentou escola pública? Ou será que estudantes de escola pública deverão mesmo só passar por preparação para as ocupações menos remuneradas? E cadê a qualidade do ensino público estadual?
É através de fatos como este e não por meio de propaganda que se tem a medida exata da crise do ensino público em Pernambuco! E dados como este colocam nosso estado na contramão do acesso à universidade pública, que tem ampliado o número de matrículas de estudantes das classes C, D e E, conforme dados da Andifes (Associação dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior) - CLIQUE AQUI PARA CONFERIR.
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