terça-feira, 8 de abril de 2008

Cansei do Sintepe!

“Abandonai toda esperança, vós que aqui entrais”!
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Com a frase acima o gênio literário do italiano Dante Alighieri prenunciava sua descrição sobre o inferno na obra clássica A Divina Comédia. A mesma frase poderia servir de mote para o último congresso do Sintepe. Conforme consta no próprio site do sindicato, as resoluções defendidas pela direção venceram os pleitos do fórum deliberativo e as posturas defendidas pela direção causam desalento. Quem imagina que poderia surgir uma tendência mais enfática, pode decepcionar-se, afinal, não esperem, por nenhuma defesa de alguma política salarial objetiva, pois eis a resumida sentença que anuncia a manutenção da apatia sindical (que consta na resolução da direção):
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“Valorização Profissional: formação inicial e continuada; piso salarial profissional nacional, com base na proposta da CNTE, dando seqüência à mobilização pela regulamentação do artigo 206, VIII, da Constituição Federal (Piso para todos os profissionais) e pela Progressão por merecimento (PCR – Plano de Cargos e Carreira).”
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Como pode ser percebido, nenhuma palavra sobre a adoção que qualquer medida que indique uma mudança de rumos - e não é só isso, as resoluções "Sintepe na luta" (ironia da direção!) são o cúmulo do desleixo. O Sintepe continuará negligenciando o fato de que recebemos a pior remuneração do país e seguirá apenas sua mobilização pelo piso - que não depende dos fatores estritamente estaduais. A categoria continuará à deriva e a direção continuará delirando, fingindo que atua em nossa defesa. A defesa do piso é uma luta primordial, porém, até sua implantação, permanecemos na vergonhosa sarjeta salarial da categoria em todo Brasil. Se isto não é visto como fator emergencial por parte da direção do Sintepe, então, francamente, para que serve nossa “vanguarda sindical”?
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Há quem acredite em fantasmas e há quem acredite na direção do Sintepe. Mesmo sendo um agnóstico, prefiro crer nas almas penadas, pois não deposito a menor fé nos dirigentes de nossa entidade representativa, aliás, não temos representação sindical... o Sintepe, lamentavelmente, é uma mera abstração vazia e caótica que denuncia nossa penúria profissional. Se estamos no fosso, temos um direcionamento sindical que traduz isto perfeitamente.
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Diante disso, sinceramente, não vejo sequer sentido em fazer parte de uma “oposição à direção do Sintepe”, afinal, estarei me opondo ao nada! Não é possível opor-se ao que não existe, logo, é preferível fazer minha atuação cotidiana honesta sem desperdiçar meu tempo e minhas energias me preocupando com uma máquina sindical inoperante. Cansei do Sintepe!
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As causas pelas quais lutar existem, os problemas continuam e não creio que preciso do Sintepe para continuar sendo atuante ou sendo consciente de meu papel social como educador. É hora de superar conceitos, práticas e estruturas viciadas. Minha hora de esquecer o Sintepe chegou! De hoje em diante, nas postagens que poderei fazer neste blog, procurarei não fazer referência ao nosso sindicato abstrato.
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A necessidade de enfrentar a direção sindical continuam firmes, não incentivo a negligência, mas eu não me vejo com a mínima vontade de me preocupar com o Sintepe.

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