sexta-feira, 27 de julho de 2007

Crônica de uma crise anunciada

A crise na educação e na saúde tem servido de alerta para a situação da ineficiência acumulada na condução das políticas públicas voltadas para a maioria da população. A bomba estouraria mais cedo ou mais tarde. Por imprudência de Eduardo Campos, ele acabou tendo que lidar com as tensões prematuramente. É necessário reconhecer que sua gestão não criou as bases e os fatores que influenciam os movimentos dos servidores em greve na educação e os demissionários na saúde, porém ele não soube conduzir os caminhos da crise anunciada. Sua postura pouco arrojada de encarar soluções necessárias para as crises influenciou o desfecho de tudo.

Em campanha, Eduardo alimentou expectativas de que, uma vez investido no cargo, deveria cumprir um projeto de ação miraculoso e, com isso, ele arrematou o apoio do funcionalismo. Uma vez no poder, contudo, sua prática acanhada o igualou a qualquer administrador anterior. Os argumentos para justificar a falta de coragem de efetivamente realizar uma política diferente nestas áreas crônicas não se cumpriu e o "socialista" acabou se metendo em um desgaste gravíssimo ainda no início do mandato.

Médicos e professores são precariamente remunerados em Pernambuco. Mas o caos destas áresa não está restrito apenas à remuneração de seus agentes. Pernambuco glorifica-se por ser um "polo médico" quando a maioria da população está submetida a um sistema de atendimento sofrível. Nossas escolas são um retrato da falência do poder público e nosso futuro está seriamente ameaçado em função da ineficiência de nossa rede. Neste caso em particular, o quadro de violência só tende a ser reforçado, pois recebe como incentivo exatamente a incapacidade das políticas educacionais, que influem na crescente exclusão de jovens carentes dos circuitos produtivos e da continuidade de formação para o emprego e cidadania. Certamente isto é parte da "herança maldita" da gestão Jarbas/Mendonça, porém Eduardo perdeu a oportunidade de dar um sinal favorável para quem apostou em suas propostas.

O temor é que este quadro de crise esteja ainda no início.

Um comentário:

  1. Essa é a mesma coisa que acontece na Bahia, onde se encontram os piores níveis de educação do país. O candidato do PT e seus deputados prometeram que seria a primeira a receber aumentos e melhorias, os médicos e policiais também esperavam por melhorias, esperamvam e vão continuar esperando. Tudo por conta da "herança maldita" do governo passado, o que não inibiu que dessem um aumento de 28,5% retroativo a abril, enquanto os professores amargaram uma tapeção de 4,5, divido em duas etapas, na realidade ganhamos um aumento de R$ 2,00.
    Jacques Wagner, ameaçou não pagar o mês em que estivemos em greve e assim o fez, ou seja ele não apenas copiou as práticas do pulha do ACM com as aperfeiçou.
    A úmica forma de mostrar nossa indignação com esses filhos da pátria é VOTAR NULO, nas urnas eletrônicas digete 24 e depois comfirme, vamos exonerar esses bandidos.

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