domingo, 20 de novembro de 2011

ELEIÇÕES SINTEPE

Não podemos respaldar um pleito que desde o início dá indícios de irregularidades. Algumas coisas merecem ser lembradas para que a reflexão seja feita, a Comissão Eleitoral que regula a eleição é composta por representantes apenas da chapa 1, a plenária para aprovação do regimento que rege o pleito foi realizada no auditório (que comporta aproximadamente duzentas pessoas) do SINTEPE, contando com o máximo de apoiadores da chapa 1 , inclusive com o pessoal do interior do estado que normalmente aparece para votar em propostas que favorecem o sindicato assim, esse pequeno grupo decide e representa os vinte e oito mil associados. Qual resultado de tudo isso?
O roteiro percorrido pelas 129 urnas, permanece o mesmo à décadas, a listagem com o nome de todos os sócios aptos à votar consta em todos os locais de votação, portanto, nada impede que o eleitor use de má fé e deposite ‘seus votos’ em urnas diferentes, não há um controle sobre isso. Por fazerem uso da máquina, a cada eleição observa-se um grande aparato logístico organizado pela chapa do SINTEPE, além dos táxis e outros veículos encarregados do transporte da urnas com respectivos mesários, há uma frota de carros exclusiva com fiscais fazendo boca de urna e ‘’preparando’’ os trabalhadores(as) para votarem antes da chegada das urnas.
Se o SINTEPE tem toda essa estrutura organizacional porque então tanto desmantelo nessa eleição?
Nesse pleito foram três chapas concorrentes, assim, o sistema de vigilância das outras chapas sobre a chapa 1 ficou mais acirrado. Quatro dias antes da eleição acontecer verificou-se que vinte urnas estavam sem condições de serem enviadas aos locais de votação. E o SINTEPE o que fez? Nada. Deixou para providenciar a troca das urnas na manhã do dia 17 quando as urnas já deveriam estar prontas para seguirem roteiro pré-estabelecido. O atraso nas entregas das urnas comprometeu o roteiro que estas deveriam percorrer nos dias 17 e 18, assim, não foi garantido o direito de voto igualmente a todos os(as) trabalhadores(as) até porque as urnas fixas também chegaram com tempo muito grande de atraso deixando muitos sem votar principalmente em locais onde as outras chapas haviam marcado presença expressiva em período de campanha.
Denúncias de irregularidades ocorreram durante todo processo eleitoral, o slogan de identificação das chapas 1 e 2 foram redigidos de forma semelhante na cédula de votação, um intuito claro de confundir o eleitor, intimidação aos mesários das chapas 2 e 3, desvio de percurso do roteiro traçado para as urnas volantes. Em Arcoverde o mesário da chapa 1 queria enviar as urnas para Recife sem a presença dos mesários que deveriam vir em outro veículo, fato este que, obrigou-nos a perder tempo e dinheiro em ligações telefônicas na tentativa de intermediar o conflito através da comissão eleitoral.
Os fatos acima citados são apenas alguns exemplos dos desmandos que ocorreram nesse pleito, assim, depois de denúncias protocoladas no Ministério Público do Trabalho (dia 17 de novembro) compreendemos que seria inadequado a chapa 2 participar da contagem de votos num processo eleitoral evidentemente marcado por tantas irregularidades, considerado, fraudulento e que deveria ser anulado. Após os procedimentos judiciais tomados pela chapa 2 estamos no aguardo da resolução das questões.
Pergunta-se: Qual lisura garante-se num processo com este?
Quanto ao resultado do pleito o que temos por enquanto é a informação que a chapa1 conta com 4.900 votos, a chapa 2 com 1.900, e a chapa 3 com 300 votos.

5 comentários:

  1. Os números indicam, Albênia, que a categoria exerceu o seu sagrado direito de continuar como está: inerte, acomodada e falida.

    Se faltou transparência ou se houve "equívocos" durante o processo eleitoral isso importa menos do que o fato apontado pelo resultado.

    Confesso que me importo cada vez menos com minha categoria, mesmo sendo parte dela. Constatei que temos a valorização que merecemos. Como merecemos pouco, então não me espanto mais.

    De minha parte, já ando tentando trilhar outros caminhos. Estou voltando a estudar para ver se consigo ampliar minhas opções profissionais.

    Meus parabéns a você pelo brio e motivação.

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  2. È certo Paulo Alexandre, reclamam do sindicato mas, a maioria apostou na mesmice. Porém, a luta é constante, a movimentação continua, estamos em alerta. Obrigada por tudo Paulo, você sempre foi um colaborador e incentivador. Muito sucesso nos novos caminhos que pensas em trilhar. Abraço grande, beijão.
    Maria Albênia

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  3. Sinceramente é deprimente a situação do nosso sindicato continuando com a chapa 1. Não conheço um profissional sequer que defenda atual diretoria, como justificar tamanha diferença ? todas as sabotagens que foram feitas demonstram que o nível de aparelhamento a que chegou o SINTEPE dificilmente o tomaremos desse grupo em tempo. Soube que o governo quer implantar já ano que vem 6 aulas de 50 min... só teremos 30min de intervalo de um turno para o outro.Mas, não menciona aumento de salário nem melhoria de condições de trabalho. Quem vai nos defender ? Seremos atropelados por essa política ? creio que a oposição deve tentar impugnar a eleição. SE NÃO CONSEGUIRMOS...(o que é bem provável) ACHO QUE DEVE SER ARTICULADA UMA MOBILIZAÇÃO POR UM SINDICATO DE PROFESSORES E UMA CAMPANHA DE DESFILIAÇÃO DO SINTEPE...pelo que vi no congresso, eu conversei com Heleno, cobrando diversas coisas ele se irritou quando mencionei que era plausível a criação de um sindicato de professores devido o distanciamento da base. ACHO que é algo a se pensar muito seriamente pq o rolo compressor do governo está pronto para nos humilhar muito mais.

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  4. O ministro Haddad propões 220 dias para um ano letivo, caso essa 'bela idéia' não seja aprovada cogita-se aulas com 1 hora relógio ou seja, sessenta minutos. É trocar seis por meia dúzia. Tá todo mundo calado sem querer abrir discussão, quando a bomba vier não tem mais jeito. Em plenária realizada no Sintepe, uma dirigente chegou ao cúmulo em afirmar que, se os 220 dias não vier acompanhados de outras medidas...Ora, com ou sem outras medidas não podemos aceitar mais essa afronta a nossa catgeoria que mal consegue dar conta dos 200 dias letivos. Precisamos dar um basta, botar um freio em qualquer medida que não resulte em melhorias para os trabalhadores em educação.

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  5. Então Albênia... a conjuntura nacional e e principalmente estadual está alinhada a políticas que partem da premissa de que somos vagabundos e que a educação não anda porque não trabalhamos direito. E portanto, precisamos de aperto, monitoramento e bônus para os que cumpriram o adestramento...SÓ CONSEGUIREMOS REAGIR DE FORMA COLETIVA, COMO MOVIMENTO DE CLASSE, masss os Sindicatos estão aparelhados pelos partidos da base. Aqui em Ribeirão, os professores estão indignados com a derrota da oposição, daí eu mencionei que queria me desfiliar e todos que estavam no momento se disporam. Esse aparelhamento não pode amordaçar a luta dos trabalhadores. Creio que não havendo a possibilidade de impugnação devemos sim articular um movimento pluripartidário, que dialogue entre as oposições e que se aproxime da base para construir um sindicato de professores. Com mais três anos de peleguismo no SINTEPE, Eduardo Campos vai nos pisotear até cansar... Acredito muito na força das redes sociais, das midias alternativas e acho que podemos fazer o contraponto ao governo, ao sindicato pelego e construirmos uma nova institucionalidade para a luta dos trabalhadores da educação...

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