Com 13 anos, uma estudante da sétima série do ensino fundamental em Florianópolis, em Santa Catarina, cansou de reclamar da própria escola verbalmente e resolveu criar uma página no Facebook só para isso. “Estou fazendo essa página sozinha pra mostrar a verdade sobre as escolas públicas. Quero o melhor não só para mim, mas para todos”, diz Isadora Faber, aluna da Escola Básica Municipal Maria Tomazia Coelho, da Praia do Santinho, na abertura da Fan Page chamada de “Diário de Classe”.
A ideia surgiu a partir de uma conversa com a irmã mais velha, de 24 anos, que contou para Isadora que uma escocesa havia feito um blog com fotos da comida da escola . “Eu resolvi fazer sobre tudo”, lembra a estudante e agora celebridade nas redes sociais. A página publicada no dia 11 de julho vem provocando reações de colegas, professores, funcionários e pais da escola em que estuda desde que foi criada, mas explodiu nas redes sociais somente nesta segunda-feira. Pela manhã, tinha 1000 recomendações. Às 19h30, eram mais de 14 mil.
Tamanho sucesso fez a secretaria de educação de Florianópolis marcar uma reunião para esta terça-feira com a direção da escola e as diretorias de infraestrutura e de ensino fundamental da prefeitura, para discutir se as postagens de Isadora têm procedência e tomar as providências necessárias, se for o caso.
Na página, Isadora registra com imagens e relata em textos problemas de infraestrutura – como fios desencapados e mesas quebradas – e pedagógicos. Esses últimos são os que mais causaram problemas à estudante, que sofre pressão de colegas e professores.
Isadora filmou um pedaço da aula de matemática, para mostrar como o “professor não é apto a ensinar”, e publicou o vídeo no Facebook. “Ele simplesmente não consegue nos dar aula, não consegue explicar matéria, não cobra respeito da turma, é como se não tivesse professor, a gente não aprende nada”, disse Isadora ao iG . A diretora da escola, que segundo Isadora respeita a iniciativa da Fan Page, foi contra neste caso e a pressionou a tirar as imagens do ar.
“Quando posto algo da aula, ela não gosta e diz que coisas que acontecem em local fechado não deveriam ser públicas”, relata Isadora, que também teve que se acostumar com uma colega que deixou de falar com ela e com piadas maldosas de funcionárias do refeitório, que riem das fotos que ela tira e publica.
Mas Isadora, que conta com o apoio dos pais para a iniciativa, está satisfeita com os resultados obtidos até agora e não pretende desistir até a sua escola se tornar de qualidade. Portas, maçanetas, fios desencapados e um ventilador já foram trocados, a diretora está conversando mais com os alunos e a expectativa é que o professor de matemática saia da escola. “A diretora disse que amanhã teremos novidades sobre isso”, conta. "Já está mudando bastante, muito melhor que antes", diz orgulhosa.
Fonte: Portal IG
Fonte: Portal IG