sexta-feira, 31 de agosto de 2007
Mobilização contra as telessalas e a "telefraude"
Cordel
Escute meu amigo
Escute o que vou dizer
A nação está perdida
Não há mais o que fazer
Entra governo sai governo
E tudo está como está
Do jeito que tá indo
A tendência é piorar
As nações estão se levantando umas contra as outras
A bandidagem está completa
Toda semana tem notícia
No jornal e Linha Direta
Todo dia morre gente
Todo dia nasce gente
O governo nada faz
Ainda dá entrevista todo sorridente
Os traficantes nas ruas
Já não fazem mais segredo
Vendem craque pra criança
Como quem vende brinquedo
A maconha virou vício
A cocaína virou moda
É a maior circulação
Na maioria das escolas...
Este cordel foi produzido pela aluna Luciene Maria da Silva (III fase E.J.A) da Escola Tito Pereira (anexo Esc. São José) em Camaragibe, onde leciono. Pelo exposto fica claro que, apesar do baixo salário e das pésssimas condições estruturais em que se encontram as escolas públicas do Estado (PE), conseguimos produzir cultura e levar aos nossos alunos um aprendizado sério, inclusive com ótimo nível de senso crítico. O presente trabalho foi resultado da Semana de Atividades Culturais coordenada pela profa. Gilcea M.Costa.
quinta-feira, 30 de agosto de 2007
A questão do H.S.E.
Dia 25 de setembro realizar-se-á no auditório do SINTEPE (9 horas) outra assembléia para discutirmos o destino do H.S.E. Precisamos comparecer e dizer NÃO as propostas ora apresentadas. Abaixo as medidas neoliberais e a ditadura imposta pelo governo à nossa tão sofrida categoria. A nossa união fortalecerá a luta!
Sem saúde
Apesar de tudo isso, hospitais federais estão prestes a passar por um processo de privatização, pois o governo Lula está disposto a alterar a natureza do funcionamento destas unidades médicas, que passarão a ter meios próprios de arrecadar recursos para administrar seus custos e funcionamento.
Esta fórmula também passará a ser empregada por Eduardo Campos, que pretende submeter o Hospital dos Servidores do Estado (HSE) a um processo idêntico. De acordo com os planos governistas, além de pagar o Sassepe, os servidores estarão submetidos à possibilidade de também pagar por custos adicionais pelos serviços do HSE.
"Socialista" privatista é coisa séria!
quarta-feira, 29 de agosto de 2007
Lula grevista X Lula patrão
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Veja este vídeo e perceba a grande diferença entre o Lula que preside o país e o Lula mostrado nas imagens, liderando trabalhadores em greve. Quanta diferença!
Projeto de Marco Maciel sobre formação de professores também no blog Acerto de Contas
terça-feira, 28 de agosto de 2007
Buarque, quem diria, é contra o legítimo direito de greve para os professores!
Leia na íntegra: clique aqui.
Marco Maciel e a residência do professor
A priori parece uma boa idéia, mas vindo de quem veio, o aristocrata e político mais moita de Pernambuco, só pode pode ter algum interesse escuso nas entrelinhas.
Uma pergunta simples
DOM HÉLDER CÂMARA - o profeta dos pobres
D. Hélder foi um lutador incansável, um arauto da justiça, um escudeiro da solidariedade. Sua prática missionária sempre esteve voltada para os excluídos, para os pequeninos, para aqueles que não tinham vez, nem voz. Num país subdesenvolvido como o Brasil, as injustiças sociais gritantes revelavam o quanto estávamos distantes do verdadeiro reino de Deus, onde todos tivessem o mínimo para viver com justiça e dignidade. É nesse contexto que surge D. Hélder, um João Batista do nosso século.
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Por mais que disfarçasse, a Igreja não conseguia esconder sua face conservadora, tradicionalista, que não via com bons olhos a obra pastoral de D. Hélder, que já idoso requeria uma aposentadoria e abria espaço para a indicação, via Vaticano, de um novo bispo. Foi essa a brecha que os grupos conservadores precisavam. Quando todos imaginavam que D. José Lamartine substituísse D. Hélder, vem a surpresa, o substituto seria D. José Cardoso, de tendência conservadora. E a arquidiocese de Olinda e Recife nunca mais seria a mesma. A obra de D. Hélder foi paulatinamente destruída por D. José Cardoso. Seminários como o Instituto Teológico do Recife (ITER) e o Seminário Regional do Nordeste (Serene) foram fechados, movimentos e pastorais foram perseguidas e expulsas da cúria metropolitana, que funcionava na rua do Geriquiti, padres foram literalmente cassados e impedidos de continuar seu serviço nas comunidades, a exemplo de Reginaldo Veloso do Morro da Conceição, até a Comissão de Justiça e Paz foi dissolvida.
Aos noventa anos, D. Hélder encerra sua missão terrena. Ainda bem que tivemos tempo para prestar-lhe merecidas homenagens pela sua ação em favor dos pobres. As tardes no parque da Jaqueira, nunca mais serão as mesmas, quando nas apresentações da Orquestra Sinfônica do Recife, D. Hélder nos presenteava com sua honrosa presença, e como sempre era aplaudido de pé, pelo público.
segunda-feira, 27 de agosto de 2007
O Analfabeto Político
Nepotismo, "trem da alegria" e abuso de cargos comissionados são coisas do passado!
O Carapuceiro já alertava que “todos os dias se engendram e se criam empregos absolutamente inúteis só para arranjar afilhados” e que “é da índole do sistema de transações o contentar os amigos, que nos ajudaram a subir o poder, e nele nos sustentam, embora para isso se posterguem todas as regras da decência, da eqüidade e da justiça”. O padre achava, porém, que esta pestilência teria fim: “assentemos que a sede de empregos públicos [neste caso, a expressão não tem o mesmo sentido atual, mas refere-se aos empregos arranjados por conveniências] entre nós é uma mania, aliás não menos prejudicial ao Estado que aos particulares, mania que só irá desvanecendo com o tempo à proporção em que o povo, ilustrando-se mais e mais, melhor for conhecendo seus verdadeiros interesses”.
As palavras do velho Carapuceiro poderiam muito bem ser aplicadas hoje em dia, quando nepotistas, “trens da alegria” e um impressionante número de cargos comissionados usados ao gosto de seus patronos pilham o erário mesmo considerando que há concursos para o provimento dos cargos públicos. Infelizmente, a esperança de nosso famoso crítico político dos tempos do Império de que o abuso dos cargos oportunistas no setor público pudesse acabar não vingou. Passados 165 anos, parece que as velhas críticas do século XIX são perfeitamente aplicáveis. Prova de que nossa política está perdida no tempo.
Estado Tenta atrair Megaloteria
Professora de rede estadual de Pernambuco
A ARPE (Agência Reguladora de Pernambuco) está concentrando esforços para viabilizar a atração da gigante norte-americana Internacional Game Technology (IGT) que já tomou a decisão de investir R$ 300 milhões em Pernambuco.
Diz a ARPE: “Eles são o maior grupo do mundo... Se nos derem R$ 15, R$10, ou R$8 milhões estará ótimo. O repasse será para a Federação Pernambucana de Futebol. (JC/Negócios, 25/08/07, p.2).
A atitude dessa agência (que regula não sei o quê) lembra-me a postura do Brasil na Conferência de Estocolmo (Suécia) em 1972, quando diversos países reunidos discutiam o modelo de desenvolvimento econômico baseado na aceleração industrial sem levar em conta a destruição dos recursos naturais do Planeta.
A delegação brasileira presente nessa Conferência distribuía cartazes que diziam: “Bem vindos à poluição, estamos abertos a ela. O Brasil não tem nenhuma restrição. Temos várias cidades que receberiam de braços abertos a sua poluição; o que queremos são os dólares para o nosso desenvolvimento.
Na lógica capitalista o que interessa é a acumulação do “din din”. Para o Estado pouco importa se as nossas escolas e hospitais públicos encontram-se em avançado estado de deterioração.
domingo, 26 de agosto de 2007
Cansei do “Cansei” – Crônica de um cansaço crônico
Nosso quadro político raramente pôde contar com o otimismo e a euforia duradoura, pois as decepções nunca tardaram. Em 1822 nos tornamos independentes saudando nosso “herói” português D. Pedro I, cuja política azedou até mesmo a elite que lhe beijava as mãos. O homem correu de volta para sua pátria-mãe-gentil, de onde tornou-se também monarca. Sem o indesejado imperador, entramos em convulsão durante a irrequieta fase regencial até que os inimigos de D. Pedro I decidiram coroar seu filho D. Pedro II. A “Pax Brasiliana” reinou juntamente com o segundo imperador durante relativamente muito tempo, mas os descontentes não deixaram de cumprir suas sinas e descontentaram o governo. Em 1889 D. Pedro II foi destronado e sua coroa cedeu lugar à faixa presidencial no peito de um de seus antigos aliados, o belicoso Deodoro da Fonseca. Era a aurora de nossa República.
Republicanos, continuamos complicados. A Velha República das oligarquias abonadas durou até o instante em que as oligarquias que partiam das margens para o centro do poder decidiram perder a paciência. Em 1930 a República Nova se concretizou como um ultimato: “façamos a revolução, antes que o povo a faça” (frase atribuída ao ex-governador mineiro Antonio Carlos, insigne oligarca dissidente). A Era Vargas buscou conciliar o populismo e o atendimento aos interesses de uma poderosa camada de elitistas travestidos de nacionalistas, coroando como apogeu a ditadura do Estado Novo. E a ditadura durou enquanto durou a parceria entre o governo e os poderosos além do palácio do Catete, que cansaram de Getúlio Vargas. O velho “Pai dos Pobres” voltou, mas também cansou e terminou se suicidando (ou sendo “suicidado”, como crêem muitos). Mesmo assim, o populismo não havia cansado completamente.
Passadas certas atribulações momentâneas, em 1956 o empreendedorismo de JK causou furor. Animados, muitos apostaram no progresso, no concreto, na bossa-nova do presidente galante e caipira, união de pólos tão diferentes entre os brasileiros. JK também enfrentou sua versão do “Cansei” entoada pela crítica do mesmo Carlos Lacerda que cansava Getúlio. A sucessão levou o obscuro Jânio Quadros à presidência, mas este já assumiu o poder cansando e cansado... pediu para sair e ninguém lhe pediu para voltar. Perigoso espectro varguista, o vice-presidente João Goulart quase não chegou ao poder, mas acabou vencendo pelo cansaço e assumiu suas prerrogativas presidenciais também derrotando o obstáculo legal de um parlamentarismo de ocasião. Jango era cansativo e contra ele se insurgiam trabalhadores em greve e conspiradores em atividade. O populismo sem fôlego não resistiu ao golpe que nos levou para nova experiência ditatorial.
A ditadura militar foi o resultado de um “Cansei” de linhas ideológicas traçadas num mapa geopolítico complicado da Guerra Fria. O comunismo cansava os conservadores, que resolveram perseguir o comunismo incansavelmente e instituíram um aparato repressor largo e profundo. Não ficou pedra sobre pedra. Os triunfantes guerreiros marcharam sobre a democracia ao lado de seus aliados civis enquanto alardeavam que construíam o “país do futuro”. Depois de alguns anos, a ditadura também cansou e não teve mais futuro.
Artistas e políticos famosos no palco: era o movimento das “Diretas Já”, realizado pelos cansados da ditadura. Não vingou. O presidente foi eleito pelos cansativos congressistas, mas o presidente eleito não assumiu – morreu antes de tomar posse, conduzindo o vice ao poder. José Sarney foi um presidente eleito sem votos e cansou o país com inflação e políticas econômicas exóticas. Cansados de Sarney, elegemos o vigoroso e jovial Fernando Collor em 1989. O destemido “caçador de marajás” ficou famoso pela TV Globo que o ajudou, mas seu governo foi infame. Cansados, “caras pintadas” tomaram as ruas e o Congresso tomou seu mandato.
Depois de um governo-tampão insípido, incolor e inodoro de Itamar Franco, o “lord” FHC assumiu a presidência e permaneceu por lá durante oito longos anos. FHC provocou euforia ao controlar a inflação mas ele não controlou a recessão. O desemprego galopante e as desilusões econômicas ajudaram a fazer de seu segundo mandato um tortuoso e cansativo período.
Lula não havia cansado de tentar ser presidente. Tentou ser eleito três vezes até conseguir vencer o primeiro herdeiro de FHC. A vitória de Lula contrapunha-se à sua peleja de candidato derrotado, pois foi uma festa. Brasília teve carnaval político no dia de sua posse. As expectativas eram colossais. Até muitos daqueles que historicamente suspeitavam de Lula cansaram de duvidar e o apoiaram, enfim, ninguém jamais chegou ao poder no Brasil tão rodeado de apoio. Mas a desilusão, tão nossa companheira, se fez presente no governo do “companheiro” Lula. Depois de mensalões, sanguessugas e escândalos tão semelhantes àqueles tão comuns na saga de nossa direita no poder, o governo da dita esquerda acabou sendo traduzido como uma decepção fragorosa. Lula se igualou a qualquer direitista que já tenha ocupado seu posto anteriormente. Sua política e seu projeto são coisas de direita. Tudo tão igual como sempre havia sido.
Mas, se nada mudou, o que os cansados do novo “Cansei” estão querendo? Qual a diferença no cacarejar da Hebe Camargo que condena Lula e aplaudia Paulo Maluf? Os artistas eram figuras presentes nos palcos das “Diretas Já” e são figuras igualmente presentes no “Cansei”. Os ilustres e VIPs estão, de uma hora para outra, preocupados com os rumos do país? Estão “ao lado” do povo? O que será que está acontecendo?
O fato mais claro de toda esta loucura está incondicionalmente ligado ao fato de que a política brasileira encontra-se em estado lastimável de degradação. Claro que se observarmos a nossa complexa história política, não deixaremos de concluir que sempre tivemos numa degradante condição, mas agora estamos vivenciando uma nova catarse desta crise perene.
Lula apareceu, para os mais otimistas, como um lampejo de esperança de que o quadro político do país poderia ter alguma mudança em sua feição. Mas a promessa não se cumpriu. Boa parte da “classe média” (este conceito tão vago ultimamente) que outrora se engajava nas campanhas do petista, agora está politicamente perdida. Entre as camadas populares havia anteriormente muitos que faziam vistas grossas aos apelos populistas de Lula, mas hoje esta vasta camada da população lhe afaga sem querer atribuir ao presidente o mesmo descrédito que muitos de seus eleitores (e ex-eleitores, no meu caso) estão lhe nutrindo. Não se pode esperar nenhuma postura diferente por parte dos órfãos da direita planaltina afastada do centro do poder desde a ascensão do petista, pois estes já estavam cansados desde o primeiro momento do governo Lula.
O que dá para avaliar sobre este movimento atual é que ele é um emaranhado de posições políticas contraditórias e incoerentes lançadas num contexto favorável para uma repercussão barulhenta. E, neste sentido, está funcionando. Mas o fato é que o “Cansei” é uma paródia de si mesmo e dos grupos que o sustentam. Socialites que atiram ovos em transeuntes ou o elenco de “Malhação” não são representativos para dar conteúdo a um movimento e, afinal, o tal movimento não tem conteúdo!
Numa política onde os herdeiros dos partidos que sustentaram a ditadura militar hoje são auto-denominados “Democratas” e onde um ex-operário governa favorecendo banqueiros, tudo é possível. Neste contexto, posso concluir que cansei de Lula, mas também cansei do “Cansei”!
Inclusão digital?
A informatização das escolas é um exemplo disso. Qualquer suposto “mago” da educação lotado em algum dos mais comentados centros de estudos educacionais sabe e afirma que o conhecimento é a “base para o capital humano” e a ”chave para o desenvolvimento” (e os bordões usados são mais ou menos esses). Qualquer cidadão também pode afirmar que a “empregabilidade” (termo herdado da tecnocracia do governo FHC) está associada a um constante aperfeiçoamento dos saberes e habilidades dos indivíduos perante os desafios cotidianos. Tanto os estudiosos quanto o sensato senso comum concordam, portanto, que o conhecimento é necessário e, afinal, o que mais ouvimos é que vivemos na “Era Tecnológica” e na “Era da Informação”. Mas, qual a contribuição de nossa escola pública na ambientação dos estudantes neste panorama?
Fala-se muito em inclusão digital, mas nossas escolas não são inclusivas por claras razões práticas. Algumas unidades de ensino dispõem geralmente de uma sala de aula adaptada como laboratório de informática. Nestes laboratórios, uma dezena de computadores deve atender a cerca de um milhar de alunos. De imediato, ocorre-nos a inevitável constatação da insuficiência da proporção aluno-PC. Isso implica numa óbvia precariedade no uso da informática, pois a insuficiência de equipamentos resulta na incapacidade de atender ao público-alvo de forma eficiente. Esta evidência não é explicitada quando as propagandas dos governos mostram uma criança diante de um PC numa escola pública. Governantes e secretários adoram fazer pose em inaugurações de laboratórios de informática, mas jamais demonstram os dados práticos da aplicação da tecnologia no cotidiano escolar e também não garantem a devida funcionalidade dos laboratórios que inauguram tão festivamente.
Em geral, os laboratórios não contam com professores especificamente habilitados para o ensino da informática. Mesmo os professores que atuam de maneira improvisada nos laboratórios não conseguem atender à demanda das escolas, pois suas cargas-horárias são restritas. Oferecer um curso completo para habilitar os alunos quanto ao uso básico da informática que seja suficiente para prepará-los para o mercado de trabalho, mesmo com exigências modestas em relação ao manuseio de computadores, é algo impraticável nas condições das escolas. A estrutura disponível não permite o oferecimento de um treinamento minimamente razoável dos estudantes.
Além do mais, o próprio uso da informática como recurso didático adicional das disciplinas escolares também é pouco empregado. Isto porque até mesmo professores também não estão suficientemente familiarizados com o os recursos desta tecnologia.
Mesmo as escolas que procuram utilizar seus parcos meios informáticos esbarram em obstáculos graves. Diante de um imenso número de alunos para atender, o tempo que cada estudante passará diante dos equipamentos é mínimo. Os computadores precisam ser compartilhados por dois, três ou até quatro alunos por aula que não contam com material didático nem outros recursos úteis como CDs nem mesmo os ultrapassados disquetes para guardarem suas produções.
Quando os laboratórios não estão sendo utilizados por estudantes que estão especificamente tentando lidar com os computadores, ficam indisponíveis para o uso aberto por outros que possam utilizar a internet para realizar pesquisas e também não podem ser utilizados por professores que pretendam usar os computadores seja para buscar informações para uso didático, seja para levar também algum grupo de alunos para algum trabalho dirigido. Os pequenos laboratórios devem servir para tudo ao mesmo tempo.
Mais questões práticas tumultuam o emprego da tecnologia nas escolas. Além da insuficiência dos equipamentos, a manutenção é lenta. Quando algum problema ocorre nos computadores, demanda-se muito tempo entre burocracia e precariedade no atendimento técnico para solucionar os eventuais defeitos. Enquanto isso, computadores defeituosos ficam esperando reparos enquanto desfalcam os laboratórios. Muitas escolas possuem também laboratórios que operam com uma internet com baixíssimo desempenho, atrapalhando e tornando pouco produtivas as rarefeitas oportunidades de utilização destes espaços para pesquisas.
Além dos laboratórios, as salas dos professores também deveriam ser equipadas com computadores e impressores que deveriam ser utilizados pelos docentes para a elaboração de aulas, para a realização de pesquisas e até para que eles pudessem se familiarizar pela prática com o uso da informática.
Claro que todos estes problemas são críticos e merecem investimentos e uma política ordenada para que as dificuldades sejam superadas, porém há casos ainda mais drásticos, afinal, muitas escolas ainda não possuem sequer um laboratório de informática.
Enquanto isso, a Fundação Roberto Marinho agradece mais um convênio com a Secretaria de Educação...
sábado, 25 de agosto de 2007
Capacitação e incapacidade: na educação vale tudo?
Estes valores são impressionantes. Os professores estiveram recentemente em greve reivindicando um reajuste salarial para atenuar a precariedade de seus vencimentos – valendo reiterar que o professor pernambucano recebe O PIOR SALÁRIO DO BRASIL. Receberam irrisórios 5% de correção sob a alegação – sempre a mesma – de que o governo não dispõe de meios para oferecer um aumento decente.
Passada a balbúrdia, retornamos às salas de aula e recebemos esta novidade: sem dispor de recursos para pagar salários para professores, o governo dispõe de um orçamento nababesco para investir em um projeto ilusório e empregará uma fortuna só para custear sua fantasiosa capacitação.
Um professor leva, pelo menos, quatro anos e meio em uma graduação para ser certificado com a licenciatura para o magistério em uma disciplina específica através de um sacrificado investimento de esforço, estudos e também de dinheiro, para então exercer seus desígnios nas salas de aula. A Secretaria de Educação decide implantar um programa educacional estruturado nas telessalas que prescindem das atribuições de professores, que são rebaixados à condição de “mediadores” entre os DVDs e as telas das TVs que reproduzirão programação produzida pela Fundação Roberto Marinho. Estes “mediadores” passarão pelas tais “capacitações” que custarão R$ 7 milhões e ocorrerão em hotéis.
Estes adestramentos serão rápidos e presumivelmente habilitarão professores especializados que passarão a ser generalistas, cumprindo um propósito absurdo através do qual o “mediador” estará “apto” a lidar com várias disciplinas de uma vez. Cada turma das telessalas contará com apenas dois “mediadores”, um atuando nas áreas lingüísticas e nas ciências humanas e outro nas ciências exatas e biológicas. Na prática, por exemplo,professores de história estarão “ensinando” português e professores de biologia “ensinarão” matemática. Suas habilitações e competências específicas nas ciências nas quais se formaram valerão muito pouco com esta grotesca pulverização pedagógica.
Se a moda pega, esta generalidade técnica poderia ser experimentada em outras áreas. Dentistas poderiam passar por “capacitações” para adquirir autorização para executar cirurgias cárdicas e engenheiros civis poderão também passar por uma “capacitação” que lhes habilitarão a atuar como magistrados nas varas judiciais.
Todo e qualquer improviso é válido na educação? Nossos digníssimos governantes acham que sim!
Infelizmente, não é requerida nenhuma “capacitação” para que alguém possa assumir o comando de uma Secretaria de Educação e mesmo que algum gestor desta secretaria não faça a menor idéia do que é educar, nada o impedirá de decidir como os professores deverão atuar.
Uma "Travessia" duvidosa
Os números por si já denunciam uma série de que problemas, pois sinalizam que o percurso do aluno até a conclusão da educação escolar é marcada por deficiências. A solução apresentada pela Secretaria de Educação para solucionar este problema tem como princípio o imediatismo e a superficialidade. E esta pantomima tem nome: “Travessia” – um belo nome para um programa falho que maquia os dados referentes à efetivação da educação pública.
O governo Eduardo Campos está implementando este projeto à toque de caixa, pois em pleno segundo semestre está implantando as telessalas em tom de improviso característico de uma política educacional realizada sem critério nem aprofundamento. O secretário de educação, Danilo Cabral, anunciou que “a palavra-chave desta gestão é resultado”, contudo, o “resultado” deste programa é uma farsa.
O secretário afirmou também: “Estamos apostando num projeto que conhecemos a eficácia. Não vamos fazer da Educação de Pernambuco nenhum laboratório”... mas os dados que comprovam a “eficácia” das telessalas jamais foram apresentados aos professores que efetivamente cumprem os propósitos de educar a população pernambucana usuária do sistema de ensino oficial.
Estas propostas educacionais, via de regra, são desempenhadas através de convênios com instituições a exemplo da Fundação Roberto Marinho e são custeadas por verbas públicas. Não é comum haver uma prévia discussão sobre tais projetos mirabolantes com o conjunto dos professores e estas preciosidades do malabarismo educacional são geradas em gabinetes e também em gabinetes são decididas as formas de imposição destes projetos. Os professores são vistos como meros executores acríticos de toda e qualquer decisão tomada por um conjunto restrito de “iluminados” que não convivem com o dia-a-dia das salas de aula.
Gerente geral de Educação e Implementação da Fundação Roberto Marinho, Vilma Guimarães afirmou que ”já são 27 mil telessalas em todo o país e cerca de cinco milhões de alunos já concluíram os estudos”, contudo estes dados são apenas quantitativos. Por acaso, dados qualitativos sobre o desempenho operado pelos estudantes que se submeteram a este tipo de programa também são tão vistosos? Estes alunos estão sendo aprovados, por exemplo, em vestibulares de universidades públicas?
Para variar, dados vagos acabam servindo de parâmetro para a implantação de programas educacionais que serão futuramente abandonados. Será que inventar projetos miraculosos para “solucionar” os problemas da educação brasileira é alguma novidade? Qualquer governo inventa programas e projetos pretensiosos que não passam pela prova da eficiência, pois os problemas e nós da educação perduram de maneira resistente.
Determinados discursos deixam escapar suas arestas e uma reveladora afirmação da representante da Fundação Roberto Marinho é exemplo disso. A senhora Vilma Guimarães afirmou que ”ao contrário do ensino médio regular, os alunos do Travessia, vão receber todo o material didático por disciplina, o que não acontece nas escolas normais”, mas esta afirmação levanta mais questionamentos: por que será que as escolas normais e o ensino regular não possuem a dita estrutura didática de um projeto como este? Por que não há material didático para os alunos que freqüentam o ensino médio regular? Por que somente projetos milionários executados com a “parceria” de organizações como a Fundação Roberto Marinho podem supostamente oferecer as condições “adequadas” para os estudantes? Por que os investimentos não são feitos diretamente no ensino regular para melhorar seus resultados e condições? Os alunos que estão dentro da faixa etária continuarão recebendo um ensino médio precário, pois, afinal estarão fora do “Travessia”?
Como se vê, certas afirmações descortinam um vasto universo de contradições.
sexta-feira, 24 de agosto de 2007
Show de baixarias
"Posso não concordar com nenhuma das palavras que dizeis, mas defenderei até a morte vosso direito de dizê-las". Esta bela frase é atribuída ao iluminista Voltaire, defensor da liberdade de pensamento e da tolerância. A mesma também foi citada por um dos integrantes da direção do Sintepe em assembléia realizada no Teatro do Parque no período da greve dos educadores. No entanto, respeito à liberdade de expressão não parece ser a prática dessa direção sindical. Isto ficou bastante visível na última assembléia, realizada na quadra do IEP, em Recife, no último dia 21 deste mês de agosto às 14h. No momento de lidar com as divergências ideológicas, perderam o controle (e até a compostura). O que se viu foi um festival de grosserias repassadas através de discursos rancorosos e vulgares. Houve até quem dissesse que os professores (que pensam diferente da direção do Sintepe) vão para suas escolas fazer sacanagem. Como admitir que um grupo que representa os educadores de toda rede estadual de Pernambuco possa descer o nível a este ponto? Não é por acaso que se tem a pior educação do país.
Enquanto alguns educadores procuravam discutir assuntos de interesse de toda categoria, tais como: a implantação das tele-salas, do piso nacional, dentre outros, a direção do Sintepe focou suas atenções no grupo de oposição, chamando seus integrantes de mentirosos, desrespeitando-os e/ou ironizando suas titulações, perdidos em um discurso de claro desespero. A incoerência foi tanta, que no momento em que se fez referência à impraticabilidade do horário da reposição da greve, eles disseram que a assembléia não era o lugar de se fazer esta avaliação. Se nas assembléias não se pode discutir acerca da realidade das escolas, onde se fará isso então? Para que servem as assembléias? Aliás, esta é uma boa pergunta. Afinal de contas, a pauta da referida assembléia era a mobilização pelo piso nacional para a categoria, porém, qualquer pessoa que lá esteve poderia jurar que o principal ponto a avaliar era o grupo de oposição.
Por falar em piso nacional, como justificar o fato de que o maior sindicato do Estado de Pernambuco disponibilizou apenas um ônibus par ir à Brasília? É bom lembrar que juntando os representantes das regionais e parte da direção do Sintepe não restaram vagas para mais ninguém.
Quanto às assembléias, é lá onde se discutem os problemas da categoria sim. A assembléia é soberana. Mas até isso a direção do Sintepe desrespeita. A doação de sangue ao Hemope foi aprovada em assembléia e jamais encampada pelo sindicato. E foi justamente sobre isto que a vice-presidente do Sintepe, Antonieta Trindade, teve o desplante de se referir como "falta de criatividade" pois, segundo ela, o Hemope não necessita de doações. Se a base não é criativa onde está a criatividade do Sintepe? Que tal começar pelos integrantes que há anos não pisam numa sala de aula, desconhecendo, na prática, os problemas que a categoria enfrenta? Visitem os "companheiros", vejam as realidades das escolas, saiam dos gabinetes políticos e venham discutir os problemas da educação com quem os conhece de fato. Aprendam a dialogar e, principalmente, aprendam a divergir no campo das idéias. Isto se chama democracia. Pensar diferente não é crime. "Toda unanimidade é burra" já dizia o grande Nelson Rodrigues. Se há pessoas que pensam diferente da direção do Sintepe, é porque são suficientemente inteligentes para perceber que a referida direção não as representa de fato, embora o faça por direito. Essa direção precisa aprender a se comportar como verdadeiros representantes de uma categoria que, embora sofrida, não é burra, merecendo, portanto, o devido respeito. Discursos terroristas, manipulações, ofensas pessoais e todo tipo de baixarias são velhas práticas da politicalha que enlameia este país. Já está na hora da direção do Sintepe sair em defesa da categoria que a elegeu e mostrar serviço, em vez de tentar manipulá-la através das ideologias burguesas presentes em seus discursos demagógicos.
quinta-feira, 23 de agosto de 2007
Terezinha Nunes faz demagogia sobre crise das escolas
Notícia divulgada no Blog de Jamildo (clique aqui para ler a matéria) dá conta de que a deputada jarbista Terezinha Nunes fez um ruidoso protesto contra o sucateamento das escolas das rede estadual, sobretudo, quanto ao fato de que até agora há unidades de ensino interditadas por causa de obras intermináveis.
O protesto da nobre deputada teria mais crédito se ela não tivesse feito parte da gestão que sucateou as escolas, afinal, se elas chegaram ao ponto em que precisaram de interdição, a omissão irresponsável do governo Jarbas-Mendonça certamente também foi causadora desta crise.
Não consta que Terezinha Nunes tenha tido nenhum acesso de indignação perante a predatória gestão educacional praticada durante o governo ao qual serviu tenazmente. Durante aquele governo, escolas também caiam aos pedaços e a educação pública estadual caiu na sarjeta do pior índice avaliado em todo o país. Ou será que a deputada desconhece estes fatos?
Mesmo que o governo Eduardo Campos seja uma continuação hedionda do maléfico governo anterior e mereça as mais severas críticas, a senhora Terezinha Nunes deveria ser a última pessoa a questonar a crise da educação que foi fartamente construída quando ela era governista.
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É lastimável ver deputados abusando da hipocrisia e da demagogia enquanto berram na tribuna da Assembléia Legislativa, usando a educação como mote para "marcar presença" e fazer discursos vazios e oportunistas enquanto tentam ludibriar a opinião pública, fingindo que possuem o mínimo de compromisso com os problemas da educação em Pernambuco.
Muitos de nossos parlamentares são mestres na arte da dissimulação, mas precisamos fazer um alerta: Menos, Terezinha... menos!
Blog Acerto de Contas discute artigo da deputada Teresa Leitão
quarta-feira, 22 de agosto de 2007
Oposição é obrigação!
Na última assembléia da categoria (no dia 21 deste mês de agosto), a tensão entre a direção do Sintepe e a oposição se manifestou novamente e isto não é nada estranho quando divergências políticas existem. Também não é nenhuma anomalia em um debate democrático. O que é estranho é o teor de determinados discursos situacionistas, pois parte deles negam a prática legítima do embate em torno de concepções sindicais em um ambiente marcado pela democracia.
Indo além do primarismo e da superficialidade de determinados argumentos situacionistas,vale ressaltar que nem toda oposição é, necessariamente, eleitoral. Há uma oposição constituída, mas há também a noção de que as eleições para a direção do sindicato ainda estão longe. Não se faz oposição apenas diante da eminência de um pleito eleitoral e, neste sentido, a própria argumentação defensiva de quem utiliza tais discursos acabou fazendo algo que a oposição ainda não fez: lançar uma candidatura. Resumindo: há uma oposição, mas não há uma chapa! Claro que as contingências não negam a necessidade de haver uma oposição também eleitoral, mas não estamos precipitando esta situação.
A atual direção do Sintepe deveria estar plenamente amadurecida em relação às contingências próprias do exercício do poder, afinal, a consolidação desta diretoria é o resultado de um processo histórico. A gestão sindical que hora conduz nossa entidade representativa é sucessora de outras gestões que ao longo de vários anos estiveram no comando do Sintepe. Esta história construída não pode ser negada, assim como não pode ser negada de maneira leviana que contribuições valorosas e exemplos marcantes de luta fazem parte do legado deste sindicato e de suas direções através de anos, contudo, nada disso torna ilegítima a necessidade de criticar a direção do Sintepe.
A instituição do Sintepe merece ser respeitada, contudo, isto não invalida o legítimo direito de ser arregimentada uma oposição – e motivos para isso não faltam. O que os discursos anti-oposicionistas não fazem é reconhecer que a categoria pode perfeitamente manifestar sua discordância e merece total respeito por isso, afinal, a condução da atual direção propiciou os motivos para que fossem reforçadas as causas de divergências e oposição. Isto também precisa ser avaliado pela direção do Sintepe, que necessita fazer uma apreciação auto-crítica de suas estratégias. Agir desta forma é agir de maneira aberta e transparente.
Durante o ápice das tensões entre a base a direção no decorrer do último movimento grevista, as razões para as discordâncias ficaram explícitas. E não se pode atribuir apenas à oposição organizada o coro de descontentamentos, pois a espontaneidade e autonomia crítica da base merecem ser reconhecidas. A oposição tem sua existência creditada ao descontentamento e à indignação e não é restrita a um mero e pontual alinhamento partidário e se opor ao que está apresentado em termos de condução sindical é uma necessidade fundamental para o fortalecimento das lutas da categoria.
Também não fazem sentido outros argumentos vazios que apontam a oposição como oportunista, afinal, a discordância não tem hora para ser manifestada. Provavelmente a “dinastia” sindical representada pela direção do Sintepe perdeu o hábito de saber o que é enfrentar uma oposição e isto afeta também seus discursos. Mas ocorre que o hábito democrático de estabelecer uma relação dialética não foi banido de nosso contexto e nossos dirigentes classistas precisam rever suas avaliações a respeito da existência de uma oposição.
Talvez um recado esteja sendo dado: a longa perpetuação na direção sindical de um mesmo grupo já não é tão segura e confortável e possivelmente parte da base esteja saturada.
Retomando o raciocínio expresso no início, não se pode, de maneira nenhuma, recorrer a um argumento falacioso de que a oposição desarticula a possibilidade de unidade e fortalecimento da categoria. Se há, como comprovado, divergências entre a direção e muitíssimos de seus representados, estar contra a direção, não significa estar contra a categoria. Qualquer insinuação que busque a imprópria associação segundo a qual a existência de uma oposição é fator que prejudica a luta da categoria merece ser rebatida e contraditada.
Determinados apelos retóricos não cumprem com os desígnios de um debate democrático e somente servem para demonstrar um apego ao poder e a certos compromissos que escapam da esfera própria dos interesses da categoria, que é muito mais ampla que a direção do sindicato.
terça-feira, 21 de agosto de 2007
PAQUIDERMES BRANCOS NO SINTEPE
(Com todo respeito aos elefantes)
Um artigo na Alternativa chateia muita gente.
Dois artigos na Alternativa chateiam, chateiam muito mais.
Três artigos na Alternativa chateiam muita gente.
Quatro artigos na Alternativa chateiam, chateiam, chateiam, chateiam muito mais.
Cinco artigos na Alternativa chateiam muita gente.
Seis artigos na Alternativa chateiam, chateiam, chateiam, chateiam, chateiam, chateiam muito mais.
Sete artigos na Alternativa chateiam muita gente.
Oito artigos na Alternativa chateiam, chateiam, chateiam, chateiam, chateiam, chateiam, chateiam, chateiam muito mais.
Nove artigos na Alternativa chateiam muita gente.
Dez artigos na Alternativa chateiam, chateiam, chateiam, chateiam, chateiam, chateiam, chateiam, chateiam, chateiam, chateiam muito mais...
Imagine 82 artigos o quanto incomodam!
O ESTATUTO DO SINTEPE
Confira o estatuto clicando aqui (preferencialmente, clique com o botão direito sobre o link e selecione a opção "Salvar destino como...").
O Estatuto também estará disponível na seção "Legislação e Documentos", na divisão à direita do blog.
segunda-feira, 20 de agosto de 2007
Prêmio de gestão?
"Secretário anuncia escola que concorrerá ao Prêmio Nacional de Referência em Gestão Escolar
Na próxima quarta-feira (22), o secretário de Educação, Danilo Cabral, anuncia o nome da escola destaque estadual que concorrerá ao Prêmio Nacional de Referência em Gestão Escolar 2006. Durante a solenidade, que acontece no auditório da Justiça Federal, na avenida Recife, às 9h, serão anunciadas as outras 15 unidades referências regionais que receberão uma placa de reconhecimento ao mérito.
A unidade vencedora foi escolhida, pelo Comitê Estadual, por apresentar melhores gestões participativas, pedagógicas, de pessoas, de serviços, recursos e de resultados educacionais. Agora, ela disputará o título nacional concorrendo com escolas de todo o país. Participaram da seleção, escolas estaduais pertencentes às 16 Gerências Regionais de Educação (GRE´s). As escolas do Sertão Médio do São Francisco não fizeram inscrições.
O Prêmio Nacional de Referência em Gestão Escolar é uma iniciativa conjunta do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e Fundação Roberto Marinho.
Além do diploma Escola Referência Nacional em Gestão Escolar, a primeira unidade de cada Estado selecionada pelo Comitê Nacional de Avaliação concorre ao diploma Destaque Brasil e ao prêmio de R$ 10.000,00 (dez mil reais), concedido pela Fundação Roberto Marinho.
As primeiras escolas recebem, igualmente, um prêmio da Fundação Roberto Marinho, correspondente a dois mil reais e uma coletânea de vídeos educativos. Os diretores dessas escolas são contemplados com o diploma Liderança em Gestão Escolar e recebem como prêmio uma viagem de intercâmbio no Brasil e/ou no exterior".
Para variar, umas perguntas inofensivas:
- A própria gestão da Secretaria de Educação mereceria algum prêmio?
- Será esta tal escola escolhida uma representante daquelas "Ilhas da Fantasia" quase privatizadas que recebem a qualificação de "centros de excelência"?
- E a universalização da qualidade e investimento nas unidades de ensino? Existe algum projeto a este respeito?
- Com esta reposição de aulas fajuta que a Secretaria de Educação empurrou goela abaixo, haverá a possibilidade de premiação para o professor que sobreviver ao cumprir esta jornada de trabalho absurda?
domingo, 19 de agosto de 2007
INDISCIPLINA: FALHA DO PROFESSOR OU CRISE DE AUTORIDADE?
Historiador, professor da rede pública estadual de ensino, escritor; membro da Academia de Letras e Artes da Cidade do Paulista
A indisciplina tem-se constituído num gravíssimo problema, presente em qualquer Escola (seja ela pública ou privada), decorrente do mau, não seria exagero dizer, péssimo, comportamento de certos alunos que acabam por prejudicar não apenas colegas e professores, mas a Escola em geral, partindo até mesmo para atos do mais puro vandalismo (o aumento das bancas danificadas está aí para confirmar isto). Os casos de mau comportamento são tão freqüentes que chegam a pôr em xeque alguns princípios e conceitos que regem a prática pedagógica, como por exemplo, esse liberalismo desenfreado defendido por alguns psicólogos e pedagogos, com o argumento falácio de construir um alunado consciente de seus direitos, sem que ninguém destaque os seus deveres. Como punir, de forma exemplar tais indivíduos ? Tirar ponto ou atribuir conceitos negativos, conversar com os pais, suspendê-los ? Infelizmente, a "Pedagogia Moderna" condena os velhos mecanismos de controle do comportamento do alunado, mas não apresenta nenhuma proposta para substituí-los. O resultado não poderia ser outro senão o caos instituído em nossas salas de aula. E os professores ? Não serão os culpados por tal desordem, uma vez que são responsáveis pelo andamento de suas turmas ?
É muito fácil distribuir culpas. Difícil mesmo, é encaminhar soluções. Uma análise mais profunda do problema revela que no fundo, somos todos vítimas de um processo caracterizado por três elementos: falta de educação doméstica (uma preparação na família), transição para o terceiro milênio (provocando uma crise de valores) e a falta de credibilidade nas instituições (gerando uma crise de autoridade). Na família, que teoricamente deveria ser a primeira Escola do indivíduo, quase não há espaços para o diálogo franco e aberto, alargando o abismo entre pais e filhos. Sem um embasamento da família, a criança e o adolescente chegam à Escola totalmente sem noções básicas, e mínimas de respeito aos colegas e aos professores. Na sociedade, caem valores, princípios e tabus sem a preocupação de elaborar novos referenciais, resultando numa inevitável crise existencial, levando-nos a um relativismo moral onde tudo é permitido, e o que não é permitido, passa a ser tolerado. Os atos pouco éticos de algumas lideranças (de qualquer instituição social) levam-nos a questionar a legitimidade ou não dos poderes constituídos e impostos sobre os grupos não dominantes. A título de exemplo, podemos lembrar os inúmeros casos de corrupção estampados em machetes de jornais e TV. Por conseguinte, vivemos numa sociedade conturbada, onde "tudo o que é sólido se desmancha no ar", e assim, vamos caindo ... De maduros, não. De podre, mesmo!
Antes de perseguir alunos indisciplinados, ou criticar professores "sem moral", é preciso discutir o papel da Escola na sociedade pós-moderna, em plena revolução tecnológica. A Escola vem dando respostas antiquadas para novas realidades, construídas dialeticamente para um novo momento histórico de crise e transformação. Estamos perplexos diante de tal processo. É preciso repensar as nossas posturas como educadores e encaminhar novas propostas e modelos para reestruturar a Escola, de forma que possibilite manter a ordem necessária para o bom andamento do processo pedagógico, afinal com a indisciplina todos perdem, principalmente o alunado. Infelizmente, pouco podemos esperar de uma juventude alienada, sem referenciais nem ideologias capazes de fazê-lo pensar e refletir sobre os seus atos insensatos. A indisciplina na Escola não começa na sala de aula, onde o aluno não reconhece a autoridade do professor, ela vem de toda uma estrutura decadente, no qual a família perdeu o dialogo, as instituições perderam o sentido, e o povo perdeu o bonde da História.
PIQUETE ÀS AVESSAS
Essa atuação do SINTEPE me fez lembrar um pensamento do escritor norte-americano W. Durant, sobre como vencer uma civilização poderosa. Ele disse o seguinte: “Uma civilização grande não pode ser conquistada até que tenha se destruído por dentro”. Foi exatamente isso que aconteceu com o nosso movimento. Fomos destruídos por dentro, fomos sabotados, fomos traídos. E o ator dessas ações foi a atual Direção do sindicato, eles se encarregaram de disseminar o medo entre os professores com suas constantes ameaças toda vez em que queriam acabar com a greve. A direção agiu como uma verdadeira QUINTA COLUNA.
Agora a parte mais engraçada de todo discurso é a frase: “coragem de mostrar a cara”. Como é que uma pessoa tem a audácia de articular umas palavras dessas e assinar como “Anônimo”? Tem alguém aí que possa me dar uma explicação?
sábado, 18 de agosto de 2007
Nossa guerra
Na semana passada, no município catarinense de Joaçaba, uma moça pôs um gravador na minha frente e perguntou: “O que você diria ao pai de um jovem de 16 anos que diz ter decidido ser professor?” Respondi: “Diria que me sentia como se o rapaz estivesse se alistando no Exército em tempos de guerra. O pai tem todo o direito de se assustar com o futuro do filho, mas tem motivos para se orgulhar do seu patriotismo.” A pergunta de Santa Catarina se justifica plenamente. Hoje, raros pais ficam felizes com a opção de um filho pelo magistério.
Um mês atrás, em Brasília, uma professora da rede pública me disse que o pai deixou de falar com ela desde quando ela lhe comunicou sua opção pelo magistério. No Brasil, escolher o magistério é um gesto extremo, como alistar-se para ir à guerra.
É triste reconhecer, mas a carreira de professor não oferece um futuro promissor. O jovem que escolhe essa carreira provavelmente terá um salário baixo, trabalhará em escolas fisicamente degradadas, não contará com modernos equipamentos, enfrentará turmas desmotivadas e estará sujeito a atos de violência. Entretanto, são esses os profissionais que enfrentarão a guerra da construção do futuro do Brasil. São soldados do futuro, são patriotas.
A razão óbvia para essa posição está nas péssimas condições de trabalho, inclusive salariais. Por trás, há razões mais profundas. Quando um jovem escolhe a carreira de médico ou engenheiro, o pai vê três vantagens: um futuro promissor, uma boa remuneração e o orgulho de filho que ajuda a construir o País. É um soldado do futuro e bem pago. Na opção pelo magistério, o pai não tem o sentimento de construção do futuro, do respeito social pelo filho, e sabe dos baixos salários que ele provavelmente terá.
Ainda mais do que o salário, o que pesa na frustração dos pais é a falta de reconhecimento, como se esta fosse uma profissão menor. Mas a falta de reconhecimento decorre principalmente do baixo salário. Cria-se um círculo vicioso: não é uma carreira de sucesso porque os salários são baixos, e não há reconhecimento. O professor se sente diminuído e mais diminuído fica.
Os servidores do Banco Central fizeram uma greve, no mesmo período que professores em diversos Estados. Em média, o simples aumento pleiteado pelos funcionários do Banco Central equivalia a quase duas vezes o salário mensal dos professores. Porque, na visão do Brasil, a educação é secundária. Não se percebe que o futuro econômico nacional está no capital-conhecimento, e que a quebra da desigualdade social só virá com o acesso de todos a uma escola com a mesma qualidade.
Quando a falha de infra-estrutura aérea ficou evidente, o governo decidiu construir novas pistas, novos aeroportos, trens especiais para levar os passageiros. Bilhões de reais foram rapidamente prometidos. Isso porque os aviões precisam decolar. Mas não há recursos para fazer o País decolar com a construção dos aeroportos do futuro: as escolas.
A maior dificuldade para tirar o Brasil do impasse que vive sua sociedade é convencer a opinião pública de que a escola é importante e os professores são os construtores do futuro. Quando isso acontecer, no momento em que nascer uma criança, seu pai vai colocá-la nos braços, olhará seu rostinho e dirá: “Quando crescer, vai ser professor.” E pensará: “Vai ter uma bela carreira, um bom futuro e ajudará o Brasil a vencer nossa guerra contra a pobreza, o atraso, a desigualdade.” Nesse dia, a pergunta feita na semana passada perderá o sentido.
sexta-feira, 17 de agosto de 2007
Mais aumentos na Polícia Civil...
Os policias civis e militares obtiveram 10% sem fazer greve e agora foi a vez dos delegados de polícia receberam 12% de aumento enquanto os peritos e legistas receberam 16%. O governo também irá ampliar as promoções entre os delegados e assinalou que estes patamares de aumentos estão dentro das possibilidades dos cofres públicos, diferentemente do que ocorre quando os pleitos de reposição em nossa categoria são reivindicados.
Tudo indica que os servidores do Judiciário, que também pleiteiam aumento e ampliação dos repasses feitos pelo Executivo, terão resultados mais avançados do que os nossos, como costuma ser regra. Também podemos especular que a greve dos servidores do Judiciario não será julgada ilegal.
Claro que defendemos conquistas entre as várias categorias dos trabalhadores do serviço público, contudo, é estarrecedor o fato de que o governo possui pesos e medidas diferentes para lidar com seu funcionalismo... e, no final das contas, os trabalhadores da educação levam a pior!
Acelerando a crise
Hoje, o caos já está devidamente instalado e confortável diante das parcas iniciativas do governo Eduardo Campos, pois nenhuma política estrita de desenvolvimento para a educação foi apresentada. Ainda não sabemos exatamente qual a proposta concreta e quais são as metas do governo, mas vemos gestos isolados sendo apresentados como se fossem os grandes restauradores de nossa educação.
Saímos de uma greve sem avanços concretos e entramos em um processo de reposição de aulas absurdo e irresponsável. Estes são sintomas claros de que os problemas estão longe de uma solução.
Mais recentemente, os rumores em torno do projeto de correção de fluxo a ser implantado acabam contribuindo para o descrédito. As telessalas estão sendo apresentadas como se fossem a salvação aguardada para a crise que contribui para os elevados índices de reprovação, evasão e retenção de estudantes na escola por um tempo demasiado. Mas isto não é verdade.
As telessalas não são novidade e o falido “Projeto Avançar”, aplicado durante a gestão Jarbas-Mendonça, não apontou resultados válidos para motivar a insistência em adotar algo nos mesmíssimos moldes. Mas a ressurreição desta receita requentada está a caminho.
Sem promover um debate amplo sobre o projeto, a correção de fluxo à moda Fundação Roberto Marinho será novamente empregada nas escolas da rede estadual. Professores estão fazendo uma “capacitação-relâmpago” para tornarem-se habilitados a atuar como “mediadores” generalistas que presumivelmente deverão estar em condições de orientar os alunos em todas áreas do conhecimento. As turmas contarão com apenas dois desses “professores genéricos” (um trabalhando com as disciplinas exatas e biologia e outro com as humanidades e línguas) e deverão cumprir o programa de todo o ensino médio em apenas 18 meses. Como isso ocorrerá, não se sabe ao certo!
A Secretaria de Educação pretende criar números para preencher alguma prestação de contas ou manobrar os dados sobre os resultados de suas ações. Alunos fora da faixa etária própria das séries escolares concluirão o nível médio de ensino praticamente sem aulas discursivas, sem interação e sem contato com professores. A TV e os vídeos prometem cumprir as atribuições de mestres e o “mediador” será um personagem secundário do processo.
No final de tudo, os alunos serão certificados com o grau secundário, mas será que estarão plenamente habilitados com as competências esperadas em tal nível de ensino? Estarão suficientemente fundamentados para concorrer a uma vaga em universidade pública? Estarão adequadamente instruídos para encarar as exigências de um mercado de trabalho que cobra cada vez mais profundidade na formação de seus candidatos e pretendentes? Estas perguntam carecem de respostas.
A aceleração de fluxo é uma medida paliativa e superficial que não atinge a raiz dos problemas da educação. Ela não impede o retardamento de fluxo em sua origem, pois não diz respeito aos aspectos estruturadores dos graves problemas experimentados do decorrer da aprendizagem.
Mais uma vez, a superficialidade será empregada. Mas os resultados, como não poderiam deixar de ser, também terão como característica a própria superficialidade.
Veremos alunos que passaram pela aceleração correndo contra o tempo depois, pois aceleraram no sentido inverso de uma educação que lhes assegurasse um mínimo de qualidade e resultados efetivos.
quinta-feira, 16 de agosto de 2007
Decisão do STF pode pôr fim à greve de professores no Maranhão
A paralisação dos educadores da rede estadual já dura 86 dias.
Governo diz que lamenta decisão, mas garante que medida será cumprida.
E de quem é culpa desse quadro lastimável? De uma coisa tenho certeza, não é só do governo não...
"Milagres" da Unidade Executora
A reportagem, contudo, traz algumas informações equivocadas. Mesmo diante de casos de gestões fraudulentas, os repasses de verbas que são administradas pelas escolas não são caracterizados pela regularidade. Segundo o texto do jornal, as escolas recebem verbas mensais que variam entre R$ 2.700 a R$ 19.000, porém esta informação não é verdadeira. Verbas federais, a exemplo dos repasses que financiam o programa "Escola Aberta" são anuais (e não mensais) e devem cobrir todos os custos com a operação do programa, incluindo pagamentos de seus coordenadores e dos ministrantes de atividades durante toda a programação de atividades previstas pelo projeto.
Muitas ecolas estão acumulando débitos em função dos atrasos dos repasses sempre protelados pela Secretaria de Educação.
O uso das verbas é regulado. Algumas exigências chegam até mesmo a onerar as escolas, principalmente quanto às obrigações burocráticas relativas à aquisição de produtos e ingredientes para a merenda escolar - e, vale ressaltar, as verbas para esta finalidade já demoraram além do aceitável neste ano letivo!
A fiscalização sobre os gastos com o custeio das escolas é necessária e tal ação também deveria atingir a própria Secretaria de Educação, afinal, as milionárias - e intermináveis - obras de reformas nas unidades escolares são preocupantes. Os valores declarados de tais obras são espantosos, principalmente diante da constatação de que estes montantes poderiam ser suficientes para realizar muito mais do que aquilo que efetivamente acabam pagando. Para completar o quadro, depois de concluídas, muitas reformas já dão sinais de que foram mal executadas e representam desperdícios grandiosos.
As escolas funcionam sob o cumprimento das Unidades Executoras, que representam meios de determinada autonomia para gerir recursos e até realizar investimentos. Os gestores administram recursos e podem também captar verbas "extras", devendo realizar prestações de contas de suas atividades. As esolas possuem registros de Pessoa Jurídica e contas-correntes vinculadas a certos fundos de repasses de verbas públicas, porém a estrutura administrativa das unidades escolares é sobrecarregada.
Os conselhos instituídos para cooperar e coordenar as escolas e suas atividades são pouco operantes por falta de iniciativa, pela precariedade de sua funcionalidade e também por pura falta de ação da Secretaria de Educação no sentido de implementar o funcionemante destes órgãos.
A aplicação das verbas da educação, portanto, é repleta de complicadores.
quarta-feira, 15 de agosto de 2007
Relatividade autoritária
Não há um projeto de desenvolvimento educacional identificável no governo Eduardo Campos e a Secretaria de Educação não possui uma política determinada para enfrentar os problemas do setor.
Enquanto os discursos, os números e as desculpas são apresentados, a crise segue um rumo galopante em direção a um destino que qualquer pessoa lúcida é capaz de prever.
Apesar das evidências do descaso, o governo diz que está trabalhando, seus aliados confirmam e seus sindicalistas dizem "amém"... em suas cômodas posições, eles juram que estão certos e propagam aquilo que chamam de verdade!
Certas verdades parecem relativas... mas certas mentiras são absolutas!
terça-feira, 14 de agosto de 2007
As "telessalas" e o engodo educacional
segunda-feira, 13 de agosto de 2007
Ministério Público
Caso perceba que as reposições das aulas não estão sendo cumpridas com a devida qualidade como resultado da péssima formulação do calendário de reposição, então reclame!
O Ministério Público de Pernambuco mantém um serviço de recebimento de denúncias através da internet. Clique aqui e faça a sua denúncia!
domingo, 12 de agosto de 2007
É FESTA! ALEGRIA, ALEGRIA! HEY!
Na última quinta-feira (09/08/2007), em um debate na Rádio Jornal realizado pelo radialista Ednaldo Santos, sobre a falência da educação em Pernambuco, estavam presentes o profº Paulo Alexandre, o presidente do Sintepe Heleno Araújo e a representante da Secretaria de Educação (SEDUC) Aída Monteiro. Em determinado momento, o profº Paulo questionou a funcionalidade do calendário imposto pela SEDUC para reposição dos dias letivos parados, fundamentando inúmeros pontos irregulares e impossíveis de serem cumpridos. Heleno Araújo, em UNÍSSONO com Aída Monteiro, disse que o calendário poderia ser cumprido sem maiores dificuldades. Chegando a declarar que poderia ser efetuadas aulas de campo e inclusive FESTAS como forma de recuperar esse tempo perdido.
Ontem (sábado 11/08/2007), no final da tarde (algo em torno das 17h:30min) passei em frente a duas escolas estaduais localizadas nas proximidades do Parque 13 de maio, a Esc. Luiz Delgado e a Esc. João Barbalho, a primeira estava fechada e a segunda encontrei alguns alunos no portão. Não me contive e fui conversar com os alunos onde recebi as seguintes informações:
a) A Esc. Luiz Delgado programou suas aulas de sábado para: sábado sim e sábado não;
b) A Esc. João Barbalho estava funcionado precariamente, onde existem 15 turmas por turno. No turno da tarde apenas 7 salas estavam funcionado parcialmente. O motivo alegado é a falta de professor nas chamadas disciplinas críticas.
Com base nessas 15 turmas, e pegando o gancho dado por Heleno Araújo para reposição das aulas, as chamadas FESTAS, elaborei o seguinte calendário para aulas aos sábados:
- Turma 1: Forró – aula ministrada pelo cantor Santana; música: Bote Tempo; tema: como o título já diz o Tempo.
- Turma 2: Brega – aula ministrada pela banda Matruz com Leite; música: Bomba no Cabaré; tema: a degradação da mulher.
- Turma 3: Rock n’roll – aula ministrada pelo cantor Elvis Presley; música: My Way; tema: o questionamento sobre as nossas ações. (ps. Essa aula só poderá acontecer após uma sessão de mesa branca para a invocação do espírito de Elvis).
- Turma 4: Punk – aula ministrada pela banda System of a Down; música: Hypnotize; tema: a cultura de massa.
- Turma 5: POP – aula ministrada pela banda U2; música: Sunday Bloode Sunday; tema: a condição política na Irlanda.
- Turma 6: MPB – aula ministrada pelo cantor Chico Buarque; música: Construção; tema: a condição degradante do trabalhador brasileiro.
- Turma 7: Pagode – aula ministrada pelo cantor Zeca Pagodinho; música: Pra São Jorge; tema: o sincretismo religioso.
- Turma 8: Tecno – aula ministrada pelo DJ Moby é só deixar rolar.
- Turma 9: Gospel – aula ministrada pela banda Metal Nobre; música: qualquer música q louve a Deus.
- Turma 10: Hard Core – aula ministrada pela banda CPM 22; música: Amigos Perdidos; tema: o valor da amizade.
- Turma 11: EMOCORE – aula ministrada pela banda Green Day; música: Americam Idiot; tema: critica a política norte-americana.
- Turma 12: Rap – aula ministrada por Marcelo D2; música: Carta ao Presidente; tema: a política brasileira
- Turma 13: Sertaneja – aula ministrada por Chitãozinho e Xororó; música: Planeta Azul; tema: a ecologia.
- Turma 14: Axé – aula ministrada pela cantora Ivete Sangalo; claro que a música só pode ser FESTA.
- Turma 15: Manguebeat – aula ministrada pela banda Nação Zumbi; música: Banditismo por uma questão de classe; tema: a violência em Pernambuco.
Obs 1: Esse calendário só é válido para as turmas da manhã e da tarde. As turmas da noite o diretor pode realizar uma mini Rave.
Obs 2: O problema vai ser pagar o cachê desses artistas com essa hora/aula que o Estado de Pernambuco nos remunera. Já que a proposta foi de Heleno Araújo, ele que procure resolver essa questão.
Cargos comissionados e os assessores "especiais"
Qualquer um sabe quais são as atribuições de um professor, mas nem sempre sabemos o que um assessor faz exatamente. As funções desempenhadas por estes assessores especialíssimos são curiosas, pois há entre eles quem tenha como "trabalho" manter o governador esclarecido sobre os assuntos pertinente à religião do próprio beneficiado pelo cargo (este é o caso do "assessor", ex-deputado e pastor evengélico Francisco Olímpio). Os demais cumprem funções que poderiam ser desempenhadas por funcionários do Palácio ou por alguém nas várias secretarias de governo. Vale registrar: as relações de amizade e parentesco entre os nomeados e outros políticos conhecidos chamam a atenção!
A farra dos cargos comissionados continua causando seus estragos. Daí, cabe-nos as perguntas:
De forma "transparente", estes dados deveriam ser anunciados para os pagantes destes salários, ou seja, para todos nós!
Jornal do Commercio (11 de agosto)
- Eu, Paulo Alexandre da Silva Filho, professor de História da rede estadual também estive no debate em questão!
- Durante o debate, como ressalta o texto, até a direção sindical defendeu o programa de reposição de aulas enquanto as questões críticas a respeito da reposição das aulas foram feitas apenas por mim.
- O Sintepe é o legítimo órgão representativo dos trabalhadores em educação, mas sua direção não é a única interlocutora da categoria. A base da categoria também tem voz e também se expressa. Como integrante da base, eu participei do debate - e, sem negar, sendo também ligado ao grupo que faz oposição à atual direção do sindicato.
UMA REFLEXÃO PARA O DIA DOS PAIS
PS.: deixo registrada minha homenagem póstuma a meu pai, José Rozendo de Souza: "Pai, descanse em paz, Amém".