quinta-feira, 30 de junho de 2011

Alunos usam celular em sala de aula e desrespeitam normas da escola

No entanto, professoras começaram a liberar os aparelhos móveis em determinadas disciplinas. Veja a reportagem completa abaixo e descubra como usar novas tecnologias para conseguir atenção dos alunos:
O uso de aparelhos eletrônicos e celulares é proibido nas salas de aula de algumas escolas brasileiras. pesar de ser liberado apenas na hora do recreio, muitos estudantes desrespeitam a norma e utilizam o telefone em locais proibidos.
 

Proupe é interessante, apenas isso

salario
Hoje o Governo do Estado instituiu um programa de auxílio à formação de jovens no interior, o Proupe. A idéia do Governo é pagar as mensalidades, de forma integral ou parcial, para alunos de autarquias municipais, em cursos de licenciaturas, especialmente em áreas onde o Estado tem dificuldades em encontrar profissionais, como física, química e matemática.

A princípio parece um programa interessante, e realmente é, mas apenas isso.

Nem de longe vai resolver o problema da falta de profissionais nestas áreas, muito menos melhorar a educação do Estado, por um motivo simples: não adianta pagar mensalidade de alunos hoje, e pagar salários miseráveis a eles amanhã, quando virarem professores.

Bons profissionais são atraídos principalmente por dois fatores fundamentais: remuneração e realização profissional. E nenhuma delas é encontrada hoje na profissão de professor de escola pública.
O principal produto (sendo muito cartesiano) deste programa, deveria ser bons profissionais para trabalhar em escolas estaduais de ensino médio; mas será mesmo que apenas a bolsa de estudos atrairá estes profissionais?


Observando de longe (porque ainda não sabemos o resultado), o ganho deverá ser residual. Os bons físicos, químicos ou matemáticos irão simplesmente desviar de função ou ir para a rede privada, em sua grande maioria, porque o incentivo financeiro é irrisório. Ser um professor de escola pública está longe de ser uma profissão remuneratória. Deve ser encarado como um sacerdócio.

Isso ainda tem outro reflexo, igualmente cruel: o baixíssimo nível das autarquias municipais. Como muitas são péssimas, com a concorrência do setor privado praticamente faliram.

Em muitos casos, chamar estas escolas de “curso superior” é praticamente uma piada. E neste aspecto, este programa será de grande ajuda, pois forçará o nível para cima, partindo dos alunos, já que bons estudantes podem ser incentivados a não migrarem para as capitais ou centros maiores para estudarem. E está provado que bons alunos fazem um bom curso superior. É uma sinergia positiva que fez com que universidades públicas fossem melhores que as privadas.

Apesar de ser um bom programa, é essencial que o Governo do Estado aponte para outra direção para a carreira do professor. Se os jovens de hoje enxergarem algum horizonte no mercado de trabalho se sentirão atraídos pelo Magistério.

Ou você acha que o curso de Medicina tem os melhores alunos apenas porque existem pessoas querendo salvar vidas? Neste caso a equação BONS PROFISSIONAIS = f(SATISFAÇÃO, REMUNERAÇÃO) foi resolvida. E não precisou dar bolsa para ninguém.

É preciso muito mais do que dar uma bolsa, porque senão ficará parecendo que isso foi apenas para tirar estas autarquias da falência.

Se eu tivesse apenas uma opção para investir os R$ 14 milhões deste programa, este seria em aumento salarial para os professores. No longo prazo seria mais eficaz.

Educação deve ser visto, antes de tudo, como um problema econômico

Por Pierre Lucena - Originalmente publicado no Acerto de Contas
educacao


Educação no Brasil nunca foi prioridade, isto é um fato. Nem nos Governos passados, nem neste Governo, e provavelmente não será no que vier, seja ele qual for. Uns foram piores, outros menos piores, mas no fundo nunca levaram a sério.

A raiz deste problema está no fato de que encaramos educação apenas como um problema social, assim como a distribuição de alimentos e a assistência a saúde. Mas como fome e saúde não esperam, a educação ficou em segundo pleno até mesmo nestas áreas.

Em outros países a área educacional é tratada como um problema econômico. Depois que alguns economistas neoclássicos, partindo do Modelo de Crescimento Econômico de Solow, chegaram à conclusão de que educação é fator significativo no crescimento do produto, esta foi encarada de forma diferente.

Queiramos ou não, o mundo funciona deste jeito. O maior exemplo é a escravidão, que só acabou depois que perceberam que era mais produtivo ter um funcionário do que um escravo. Ou ainda o nosso caso recente do Bolsa Família, onde a elite percebeu que um programa mínimo de renda é capaz de mudar rapidamente o panorama econômico de uma região, criando mercado e oportunidades. Hoje não se discute mais a importância do programa, pois ele praticamente se consolidou. E não acreditem que isso é apenas por causa dos votos da população pobre, ou porque tivemos um Governo mais popular.

A história mostra que as elites só funcionam impulsionadas por incentivos econômicos.


Países que encararam a melhoria do processo educacional como importantes para o crescimento econômico deram outra musculatura ao setor, seja ele público ou privado, e efetivamente transformaram a vida do país. Basta ver o exemplo da Coreia, Finlandia e Alemanha. Ou para ser mais perto da nossa realidade, o caso do Chile.

Infelizmente o mundo joga o jogo da elite, que está preocupada apenas com seu bolso. E enquanto não convencermos esta de que nossa falimentar escola básica precisa de mudança urgente, nada vai melhorar. Aqui no Brasil somos sempre reativos, encarando o ensino apenas como um direito do cidadão, quando deveríamos enxergar como uma oportunidade para a melhoria coletiva.

Lógico que mexer nesse ponto é tratar de alguns fatores que são simplesmente jogados para debaixo do tapete. Salários ridículos aos professores, politicagem incorporada ao setor, corporativismo exarcebado de parte dos edukocratas e condições messiânicas de trabalho são ponto comum em qualquer ponto da cadeia produtiva educacional brasileira.

E enquanto nossas elites não assumirem a concepção de que investir em educação é condição sine qua non para uma vida próspera e uma economia robusta, salário de professor vai continuar menor do que o de um ambulante e merenda escolar ainda vai ser motivo de muito escândalo jornalístico

Amanda Gurgel em debate no Recife





De aparência tranquila e sem rodeios para responder aos diversos questionamentos feitos, a professora potiguar Amanda Gurgel, contemplou o público pernambucano que compareceu nessa terça-feira(28/06) ao auditório da Fafire. A atividade foi uma inciativa da CSP CONLUTAS.
Fazendo inicialmente um resumo de sua aparição casual na mídia e como anda a greve dos trabalhadores em educação no Rio Grande do Norte, disse Amanda que sua experiência na rede pública em nada difere de tantas outras vivenciadas pelos trabalhadores em educação em todos os cantos do país. Avaliou o papel do Ministério Público que tendo como um dos objetivos a promoção dos direitos humanos vem sendo utilizado por gestores nas diferentes esferas(municipal, estadual e federal) como mecanismo de pressão e punição à classe trabalhadora.
Em Pernambuco por exemplo, professores que não conseguem aprontar diários de classe em tempo determinado pela Secretaria de Educação são ameaçados pelas direções das escolas em que lecionam, de serem alvo do MPPE e de responderem à processo administrativo.
Interessante notar que as péssimas condições de trabalho a que estão submetidos os trabalhadores, o uso indevido das verbas que chegam às escolas, a falta de prestação de contas e de transparência na gastança do dinheiro público entre outros desmandos, não chegam a causar incômodo ao MPPE. Alunos são obrigados a sentarem-se em bancas quebradas, escolas deixam de funcionar devido a problemas na estrutura física, laboratórios de informática e bibliotecas estão fechados em algumas unidades por falta de pessoal, galpões são transformados em escolas, merenda é desviada e até, jogada no lixo mas, professor que alimentar-se da merenda servida na escola corre risco de ser punido pelo Ministério.
Entre as intervenções feitas após a exposição de Amada Gurgel, a professora Arlene Gomes fez duras críticas às baixas remunerações pagas aos professores e a falta de respeito com que são tratados esses profissionais. Discursou também, sobre a elitização do conhecimento e o papel das Universidades que, quando convocadas pelos governos para colaborarem na construção de propostas para a educação, agem de forma unilateral e em total desacordo com a realidade escolar. Marginalizados, os professores da rede não participam das políticas educacionais desenvolvidas no Estado.
Em sua fala o professor Mariano Macedo lembrou o golpe dado por Eduardo Campos quando anexou a gratificação do Magistério (chamada de 'pó de giz') para compor o Piso Salarial dos professores e, do não reconhecimento do governo em pagar o valor do Piso determinado pelo STF. Enquanto o professor Dácio Cruz, apontou a necessidade de intensificar-se a organização nos locais de trabalho como maneira de fortalecer a luta no enfrentamento aos ataques direcionados incessantemente à classe trabalhadora, organização esta, bastante comentada e defendida por Amanda Gurqel em vários momentos de sua fala.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Retrato da crise na educação brasileira: universitários não dominam a língua portuguesa!

Não é novidade que a educação brasileira tem se destacado por sua péssima qualidade. Os efeitos desta situação são graves e são inúmeros, embora as ditas autoridades públicas finjam que estão tentando lidar com a situação. Mas o mercado de trabalho não tem tido tolerância e simplesmente tem rejeitado candidatos a emprego que não estejam devidamente qualificados. Prova disso é o fato de que vários universitários não conseguem cagas em estágios porque não dominam rudimentos de nossa língua pátria, o que é um verdadeiro vexame e sintoma do fracasso da educação básica brasileira, quem tem alimentado deficiências e empurrado com a barriga as soluções dos problemas.
A situação tende a ser perpetuada ou ainda aprofundada, pois vemos cada vez menos sinais de que a qualidade do ensino no Brasil tem passado por um progresso. Há muita ladainha sendo ecoada na condição de “proposta” vanguardista, “política” renovadora ou “teoria” cognitiva e educacional revolucionária, mas muito do falatório não passa exatamente disso: é falatório mesmo… E só!
A reportagem abaixo indica que realmente estamos numa situação preocupante:

domingo, 26 de junho de 2011

Escola integral de fantasia em Fernando de Noronha

O JC publicou neste domingo (26 de junho) uma excelente reportagem apresentando o lado obscuro do paraíso de Fernando de Noronha. Parte da reportagem aborda a educação na ilha, demonstrando que por lá a precariedade da escola anda de mãos dadas com uma gestão ineficiente, com o descaso da Secretaria de Educação e desleixo do Programa de Educação Integral. O texto da reportagem de Ciara Carvalho segue reproduzido abaixo. Confira também neste link.

No improviso. Sem estrutura nem transparência. Foi assim que o ensino integral, um dos principais programas de educação do governo do Estado, desembarcou em Fernando de Noronha. As aulas, iniciadas no ano passado, eram tudo, menos integrais. Tanto na concepção quanto na execução. A carga horária da semana se resumia a apenas dois dias: terças e quintas-feiras. E o mais grave: as aulas práticas, razão de existência do projeto, simplesmente não existiam. Era sala de aula e teoria. De manhã e de tarde. Toda terça e toda quinta. Os equipamentos para os laboratórios do ensino integral chegaram, mas passaram o ano inteiro encaixotados. Tudo guardado sem que os alunos pudessem usar. Lupas, microscópios, reagentes, modelos de corpo humano, esqueletos, uma infinidade de descobertas e experiências frustradas. Era só cansaço e repetição. A ponto de os estudantes chegarem a pedir para que o programa fosse encerrado.

No dia 11 do mês passado, fim da manhã de uma quarta-feira, a reportagem entrou na Escola Arquipélago Fernando de Noronha e fotografou o descaso e o desperdício de dinheiro público. Os laboratórios de química, biologia, matemática e informática mais pareciam depósitos. Caixas espalhadas por todos os cantos. Equipamentos no plástico, tomadas sem funcionar, aparelhos de ar condicionado sem instalação. Poucos dias antes, por iniciativa dos alunos, começou-se a fazer o que deveria ter sido realizado há um ano. Na falta de um técnico para organizai' os laboratórios, os alunos resolveram arregaçar as mangas. Era isso ou enfrentar mais um ano de teoria. Mais um ano de escola integral de fantasia.

A desorganização e a sujeira em nada lembravam o lugar onde deveria se aprender, na prática, o que os livros ensinavam na sala de aula. No laboratório de ciências, o quadro-negro permanecia no chão por falta de um parafuso para afixá-lo na parede. Alguns microscópios e lupas já estavam quebrados. Os alunos não souberam dizer se já chegaram danificados ou se apresentaram defeitos por falta de uso.

Estudantes e professores se sentem de mãos atadas. "A gente tem as coisas, mas não pode utilizar, porque não sabe como. E, quando sabe, não pode mexer. Porque o material está nas caixas, no isopor", desabafa a estudante Laila Lorena da Silva Campos, 16 anos. Por não saber manuseá-los, os alunos têm medo de mexer nos equipamentos e quebrá-los. Também não há roupas nem acessórios adequados para o uso dos laboratórios. "Não tem luva, não tem jaleco. A gente conversou com o professor para ver a possibilidade de os alunos comprarem os jalecos. Não foi autorizado. Até isso é complicado. O jeito é esperar pela escola", conta a aluna.

A ausência de estrutura na unidade é geral. Falta o mínimo. O básico para manter jovens o dia inteiro na escola. Os alunos têm que recorrer ao banheiro das crianças menores ou do laboratório de ciências para tomar banho. Também não há armários para guardar os objetos. Não há sequer refeitório. Meio-dia, colocam-se mesas de plástico no pátio usado para atividades culturais, para que os estudantes possam almoçar. "A escola não estava preparada para receber o ensino integral. Nem no aspecto físico nem pedagógico. Na teoria, o projeto é excelente, mas aqui não funciona", lamenta a professora Hanna Silva.

Em abril deste ano, a situação chegou ao limite. Os professores decidiram cruzar os braços por 24 horas. Cobravam equiparação salarial, realização de processo seletivo, melhores condições de trabalho. Sem solução, resolveram pegar um avião e bater na porta do secretário estadual de Educação, Anderson Gomes. Foi quando descobriram a existência de uma lista mal-assombrada, que havia sido encaminhada pela administração da ilha, com o nome dos professores que deveriam receber gratificação pelas atividades no ensino integral, em 2010 e este ano. Quando bateram o olho no papel, o susto. Na relação, estavam profissionais que nunca deram um dia de aula no integral, gente que nem morava mais na ilha e até professor morto.

O que mais revolta pais, alunos e professores é a imagem errada que é vendida fora da ilha. A imagem de uma escola perfeita, modelo de gestão e de ensino pedagógico. "Essa escola não existe. E, quando a gente vai reclamar, a direção diz que em outros lugares é assim também. Mas a gente não tem que seguir os erros das pessoas, e sim os acertos", afirma a aluna Laila Lorena. Ela condena a falta de iniciativa dos próprios moradores de romper com essa escola de fachada. "Está faltando a gente se mobilizar. A comunidade inteira. Ir reclamar ao governador, mostrar o que está acontecendo." Diante do desabafo da estudante, a reportagem quer saber:
- E se você pudesse falar para o governador, o que diria?
- Para ele dar uma olhada na nossa escola. Com urgência. Ele ia ver que não é o papel perfeito que mandam para lá [lá é o continente]. Faltam muitas coisas na ilha, principalmente na educação.

Considerando a lista de professores com nome-fantasma encaminhada à Secretaria de Educação, a perfeição, nesse caso, não existe nem no papel.

REPOSITOR DE PEÇAS

Pelo absurdo e inusitado da situação, o laboratório de informática da Escola Arquipélago de Fernando de Noronha revelou-se um ícone da maneira como a educação é tratada na ilha. O laboratório, na verdade, não existe mais. Virou um amontoado de carcaças, com gabinetes e monitores sucateados. O que mais choca é descobrir como ele chegou a esse ponto. Quando existiam e funcionavam, os computadores da escola eram usados como re-positores de peças para os micros da administração. É a lógica invertida. O jogo do contrário. Faltava uma memória em uma das máquinas do palácio, sede do governo? Ia-se na escola e retirava-se a memória do computador dos alunos. O teclado do departamento de Gestão Insular quebrou? Vai até a escola e pega um teclado dos estudantes. De peça em peça, de reposição em reposição, o que era para ser um portal para aprender novas tecnologias transformou-se em depósito empoeirado. Agora, para usar o computador, os professores pedem que os alunos levem o seu laptop. Quem não tem se junta com o colega que tem.

De tão surpreendente, a revelação feita por estudantes, e confirmada por professores, denuncia uma negligência que desafia o bom senso. É o sucateamento com papel timbrado. Autorizado por quem é pago para evitar que ele aconteça. "O antigo laboratório funcionava, os alunos faziam a manutenção dos computadores no sábado. Deixava pronto para a semana. Só que, quando chegava segunda-feira, os micros começavam a apitar por falta de memória. Pessoas do governo passavam na escola e levavam as peças", detalha o estudante do 2a ano da Escola Arquipélago António Carlos Francisco do Nascimento, 16 anos.

Uma reforma feita em 2009 sepultou de vez o que um dia foi chamado de laboratório de informática. O que era para melhorar piorou. A direção decidiu mudar o laboratório de lugar e transferiu os computadores para uma sala menor, com infiltração, vazamento no telhado e sem as instalações elétricas necessárias. "Bastava terem melhorado a estrutura que já existia. Agora ficamos sem nada", lamenta António.

O descaso com os estudantes vai além dos muros da escola. No fim de abril deste ano, dois ônibus escolares novos chegaram à ilha. Pais e alunos comemoraram. Mas os veículos saíram do porto direto para a garagem. Não puderam ser usados porque a administração estava esperando o secretário estadual de Educação ir até Noronha para inaugurá-los. Na semana em que a reportagem estava no arquipélago, a Toyota velha que improvisa o transporte escolar quebrou mais uma vez. Os alunos ficaram no meio da rua, precisando pedir carona para chegar à escola. Nem assim os ônibus saíram da garagem. Eles só foram liberados no dia 18 do mês passado, quando outro secretário de Estado, não o de Educação, mas o de Ciência e Tecnologia, esteve na ilha. Finalmente os dois coletivos puderam ser "inaugurados".



NOTA: É importante ressaltar que a situação descrita pela aluna no vídeo não difere do que ocorre em várias escolas do Programa Integral. Além disso, há muitas escolas que sequer possuem equipe de apoio técnico-pedagógico (as nomeações para provimento de tais cargos aguardam algum protocolo sobrenatural ou coisa parecida desde o ano passado) e seus gestores precisam lidar sozinhos com a administração das unidades de ensino (por alguma razão não muito esclarecida, tais escolas não são dotadas de vice-direção). Para completar, há ainda um considerável número de escolas que se dividem entre duas realidades: são regulares e integrais ao mesmo tempo, misturando práticas e tratamentos completamente diferentes em relação aos professores e alunos. 

Competitividade na escola é criticada

Fonte: Estadão.com 
Ambiente escolar voltado apenas para resultado de vestibular desestimula aprendizado, defende educadora em artigo na 'Science'


Um ambiente escolar extremamente competitivo - e voltado para testes de ingresso na universidade - está prejudicando a vida de muita gente. O diagnóstico não partiu de educadores indulgentes ou de adolescentes preguiçosos: mereceu um editorial da prestigiosa revista Science, publicação da Associação Americana para o Avanço da Ciência.
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Documentário. Cena do filme ‘Race To Nowhere’, que nos EUA passa em escolas e igrejas
A autora, Deborah Stipek, da Faculdade de Educação da Universidade Stanford, em Palo Alto, na Califórnia, estuda a motivação dos jovens no ambiente escolar há 35 anos.
Na terça-feira passada, durante uma entrevista, ela recordou o dia em que a sua filha chegou em casa, comemorando: "Nunca mais vou estudar francês." A garota tinha acabado de fazer uma prova que a auxiliaria a concorrer a uma vaga no sistema de ensino superior americano. "Ficou claro que não estava interessada em dialogar com outras culturas, em viajar ou em adquirir uma habilidade útil para a vida", pondera Deborah.
Para a pesquisadora de Stanford, os jovens são treinados para obter um excelente desempenho em testes de múltipla escolha. Também são animados a enfeitar seu incipiente currículo com atividades esportivas ou cívicas que rendam um perfil atraente aos olhos das principais universidades do Estados Unidos, como Harvard, Colúmbia, a própria Stanford. Nada contra o desempenho extraordinário nos exames ou contra atividades fora das quatro paredes da sala de aula. Mas Deborah aponta que há algo de aberrante na educação focada em resultados mensuráveis, currículos e rankings.
Segundo ela, em nome da eficácia administrativa da preparação para os exames, sufocam-se, por exemplo, a alegria do aprendizado, uma visão construtiva dos próprios erros e a formação de uma personalidade madura e equilibrada.
Um sistema racional - pois ninguém pode negar que atinge seu objetivo principal: produzir especialistas em provas -, mas pouco razoável. Afinal, "prejudica vidas que poderiam ser promissoras de outra forma", como afirma textualmente o editorial.
Filme. A autora não esconde sua fonte de inspiração: um documentário lançado há um ano nos Estados Unidos, em que ela mesma foi entrevistada. O título do editorial na Science ("Educação não é uma corrida") representa uma clara referência ao título do documentário: Corrida para Lugar Nenhum.
A obra cinematográfica não está sendo exibida nas grandes salas - apesar do interesse das distribuidoras -, mas em escolas, universidades e igrejas. Depois das sessões, é comum que se organizem discussões públicas.
A ideia do documentário, ainda pouco conhecido no Brasil, partiu de Vicki Abeles, uma advogada sem experiência com câmeras. Ela percebeu na filha o efeito do estresse escolar e decidiu registrar sua visão do problema.
A obra lhe rendeu certa notoriedade. Foi ao programa de entrevistas de Oprah Winfrey, na TV americana. Também visitou o presidente americano Barack Obama, na Casa Branca.
Soluções. Para Deborah, não bastariam mudanças pontuais. Seria necessário alterar o modo como funcionam universidades, colégios e até mesmo famílias.
A coordenadora do Centro de Pesquisas sobre a Infância e a Adolescência da Unesp de Araraquara, Maria Beatriz de Oliveira, concorda. "A situação descrita pelo editorial da Science se aplica perfeitamente à realidade brasileira dos vestibulares", afirma a psicopedagoga.
"Normalmente, a pressão mais forte ocorre dentro de casa", aponta Maria Beatriz. Alguns pais criam um sonho para o futuro dos filhos e pretendem realizá-lo a qualquer custo. "Passei as últimas duas décadas explicando para pais que seus filhos não terão fracassado se não passarem no vestibular concorrido de certas universidades."
"Sucesso na vida não requer um diploma em uma das dez universidades (de maior prestígio)", confirma Deborah. "Precisamos ensinar aos pais a vantagem de um rol maior de universidades na sua lista de opções."
Ver a educação como um produto, e não como um processo, seria a raiz dos males, segundo Maria Beatriz. "Você deixa de olhar para o bem da pessoa concreta e começa a se preocupar só com resultados", aponta. 


sexta-feira, 24 de junho de 2011

Pernambuco: Referência em exclusão educacional

Escola de Referência José Joaquim
da Silva Filho/Vitória de Santo Antão-PE
(foto: web)

Escola(galpão) Torquato Castro
(Camaragibe-PE)

Escola Nossa Senhora Aparecida
(Petrolina-PE)

Amanda Gurgel em Recife


A Central Sindical e Popular (CSP Conlutas) de Pernambuco organiza, nesta terça-feira (28), às 19h, uma palestra com a professora Amanda Gurgel. O evento é aberto à população e acontece no auditório da FAFIRE. Com destaque nacional, a professora potiguar tem percorrido o país, levando apoio e divulgando diversas mobilizações e greves, chamando os trabalhadores a defender 10% do PIB para educação. Amanda vem a Recife debater o Plano Nacional de Educação (PNE), projeto de lei 8035/10, e as lutas da classe trabalhadora.

A professora, que é militante da CSP Conlutas, ficou conhecida após um discurso em audiência pública realizada na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte. Os vídeos com seu depoimento já foram vistos por mais de 3 milhões de pessoas na internet e motivaram a professora a criar um blog (www.blogdaamanda.com.br).

Escola Nossa Senhora Aparecida (Petrolina-PE)

Forro e combogós destruídos.

Após denúncia feita nesse Blog e ao secretário de Educação profº Anderson Gomes algumas mudanças ocorreram na Escola Nossa Senhora Aparecida em Petrolina. De imediato, carteiras e grades quebradas sumiram misteriosamente, a grade que dá acesso à secretaria agora não fica mais fechada, o horário de trabalho da equipe gestora foi afixado na secretaria e na sala dos professores, no lugar das janelas quebradas colocou-se combogós, o que diminuiu a concentração de vândalos no local mas que, não escaparam da ação destes.

Há duas semanas, uma funcionária da Secretaria de Educação e outra da GRE/Petrolina, estiveram na unidade. Estas, passaram mais de cinco horas trancadas na secretaria junto à direção da escola, professores foram impedidos de entrar na sala e, sequer tiveram acesso aos diários de classe guardados nesse local. A falta de transparência impera, em momento algum, alunos, professores, funcionários ou pais de alunos foram convocados e ouvidos pelas funcionárias da SEE/GRE. Não se sabe o conteúdo nem o que ocorreu nessa reunião à porta fechada, aliás, coisa bem ao modelo das GREs. A GRE Metrosul por exemplo, comandada pela senhora Sandra Farias em uma dessas reuniões à portas fechadas na Escola Santa Sofia/Camaragibe, deu início a extinção de turmas do Fundamental, processo desrespeitoso e arbitrário que a comunidade escolar tenta a todo custo reverter. É com desrespeito e falta de transparência que tenta-se solucionar os problemas nas escolas públicas da rede estadual.

Recentemente uma aluna do 3º ano da Escola Nossa Senhora Aparecida, indignada com tanto descaso na escola cobrou providências e ouviu da direção o seguinte conselho: Se você não está satisfeita com a escola, peça transferência. Aliás, por que sua mãe não matriculou você em uma escola particular?Humilhada e insatisfeita com a resposta obtida a aluna dirigiu-se à GRE que, simplesmente nada fez a não ser pedir para a aluna voltar a escola e conversar novamente com a direção. Ao procurar a direção para um entendimento e definição da questão, a direção (certamente orientada pela GRE) diz para a aluna que, tudo não passou de um "mau entendido", assim , sem resolução os problemas avolumam-se e caminham arrastando-se.

É bom lembrar que, a festividade do São João desse ano, só foi possível porque uma patrulha da ROCAM ficou de prontidão na escola do começo ao fim das apresentações. Ainda traumatizados com as cenas de violência ocorridas na festa do São João ano passado, vários professores deixaram de comparecer ao referido evento.

Democracia é palavra desconhecida pela gestão da escola, as ameaças de advertências são constantes aos professores insatisfeitos que, ao temerem mais retaliações e assédio sofrido no local de trabalho, calam-se perante o autoritarismo da direção.



segunda-feira, 20 de junho de 2011

Reunião Comissão e Governo (20/junho)

Com a presença do Secretário de Educação, Margareth Zaponi e Paulo Dutra, aconteceu em 20/de junho às 17h. na SEDUC mais uma reunião com a Comissão Específica de Negociação.
Fernando Melo(Sintepe) abre o encontro colocando um problema que se repete nessa época a cada ano: A negação do período de recesso aos funcionários administrativos e temporários em escolas da rede.
Segue a reunião colocando-se outros ítens enumerados para a pauta do dia:
A suspensão do envio dos contra cheques para a residência dos(as) aposentados(as), a Incorporação da 'gratificação 207 ' para os administrativos que estão em tempo de aposentadoria, o má atendimento dado pela Junta Médica aos que dela necessitam, anistia para os professores que perderam a questão da isonomia salarial (hora aula igual a 3.5% do valor do salário mínimo) e que os custos processuais estão sendo cobrados pela justiça, reposição das paralisações, aula atividade na escola, alterações no calendário escolar, redução do número de aulas de algumas disciplinas obrigando o professor a acumular um número excessivo de turmas (e diários), falta de mobiliário novos nas escolas, esclarecimentos sobre as metas impostas às escolas para ter direito ao recebimento do bônus, etc.
Para o problema do recesso ficou acordado que, prevalece o que diz o Acordo Coletivo 91/92 e revalidado a cada ano. Caberá a escola exercer um sistema de rodízio para que todos os funcionários administrativos sejam contemplados com os 15 dias de recesso, quanto aos professores temporários estes, não terão que cumprir horário em secretaria ou outro setor na escola, terão direito ao recesso igualmente aos professores efetivos. Quanto a reposição dos dias de paralisações, Fernando Melo sugeriu que, o conteúdo que deveria ser vivenciado no dia parado pudesse ser "diluído" ao longo do bimestre e que, as faltas pudessem ser repostas com atividades extra classe (feira de conhecimento, projetos, olimpíadas, etc.) que envolvem o aluno e que, a SEE insiste em desconsiderar como dia letivo. Um absurdo que, somente a Secretaria de Educação composta por burocratas desconhecedores da realidade de uma sala de aula poderiam pensar. A exigência do cumprimento dos 200 dias letivos são obcessivamente cobrados pelo governo porém, há casos e casos em que professores ao afastarem-se (licença médica, prêmio, acompanhante, outras) não são substituídos e, os alunos ficam sem aulas. Descaso semelhante ocorreu na greve de 2009, quando o governo retirou o direito dos grevistas fazerem a reposição das aulas mas, não garantiu as mesmas aos alunos. São pesos e medidas diferentes para uma mesma questão, o Estado sonega o direito do aluno mas, não sofre penalização alguma.
Continuando, Fernando informa que a deputada Teresa Leitão apresentou emenda ao projeto de Lei que trata da questão da incorporação dos 207 e nesta, pede redução da comprovação do tempo de contribuição de 5 para 3 anos. A lei atual só beneficiará os que estão prestes à aposentarem-se após 5 anos da publicação da mesma, ou seja, os trabalhadores precisarão comprovar o exercício da função por mais cinco anos para poder levar o benefício para a aposentadoria. O problema é que, muitos desses profissionais são pessoas com 70 anos ou mais e que, não se aposentaram para não ver a redução ainda maior de seus parcos salários. Agora, para serem contemplados com a lei precisarão trabalhar cinco anos a mais.
Quanto aos contra cheques que deixaram de vir para a residência dos aposentados (e que representa economia para o governo), o Secretário de Educação garantiu que tomará as devidas providências junto à Administração. Mais um absurdos cometidos por esse governo, é sabido que muitos aposentados são pessoas com dificuldades de acesso a internet e que, o contra cheque é uma necessidade para que os trabalhadores possam resolver questões diversas (atendimento médico, empréstimos, outros). Absurdo, desrespeito e agressão, principalmente no momento em que o Estatuto do Idoso assegura oportunidades e facilidades no sentido de preservar a saúde física e mental da pessoa idosa.
Outros pontos discutidos e que ficaram sem definições voltarão a ser comentados na próxima reunião agenda para 19 de julho pela manhã.



domingo, 19 de junho de 2011

Senado estabelece mais uma disciplina no ensino básico!!!

Em audiência pública na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado, o representante do Conselho Nacional de Educação (CNE), Raimundo Feitosa, anunciou que o órgão está estudando a inclusão no currículo do ensino básico, a partir de 2012, de uma disciplina sobre direitos humanos. A proposta é prevista pelo polêmico Programa Nacional de Direitos Humanos, lançado em 2009 pelo governo Lula, e tem por objetivo disseminar valores escolares "livres de preconceitos sociais e raciais, violência, abuso sexual e intimidação".


Para facilitar a elaboração e a implementação dos contornos da nova disciplina, a Secretaria Nacional de Direitos Humanos encomendou a uma organização não governamental pernambucana - o Gabinete Jurídico de Apoio às Organizações Populares - um panorama do ensino de direitos humanos no País feito a partir de levantamentos nas 5.565 Secretarias Municipais da Educação. Iniciado em fevereiro, o trabalho deverá estar concluído em setembro e, segundo as estimativas de seus coordenadores, os princípios básicos de direitos humanos já estariam sendo ensinados em 40% dos municípios.


Se for aprovada pelo Congresso, essa será a quinta disciplina incluída no currículo do ensino médio nos últimos anos. As demais são filosofia, sociologia, música e espanhol. Quase todas foram introduzidas com apoio de movimentos sociais, ONGs e entidades corporativas, sob a justificativa de que tornam as aulas mais atrativas e ajudam na formação intelectual e cívica das crianças e adolescentes.


Para a maioria dos pedagogos, no entanto, a introdução dessas disciplinas não passa de modismo político e pedagógico. Segundo eles, quanto mais "inchado" for o currículo do ensino básico, mais o ensino das matérias consideradas fundamentais - português, matemática, ciências, história e geografia - é prejudicado. Como a carga horária não é elástica, para que novas disciplinas sejam oferecidas é preciso diminuir o número de aulas das matérias já existentes. Além disso, o número excessivo de disciplinas de desigual importância tende a tornar dispersivas as atividades em sala de aula e a sobrecarregar os professores - o que piora a já baixa qualidade da rede escolar pública.


Determinada mais por iniciativas políticas do que por critérios pedagógicos, a ampliação do número de disciplinas do ensino básico também dificulta a gestão escolar e compromete o planejamento educacional. Como não há professores especializados em número suficiente para lecionar as novas disciplinas, as escolas - principalmente as da rede pública - precisam improvisar, recorrendo a docentes de outras áreas do conhecimento, que vão lecionar matérias que não dominam.


Esse expediente está agravando o problema do déficit de professores das disciplinas tradicionais, especialmente de física, química, biologia e matemática, nas quais a situação é crítica. Há cerca de dois anos, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), vinculado ao Ministério da Educação, divulgou um levantamento que mostrava a necessidade de contratação de mais de 23,5 mil docentes de física e de química somente para as três séries do ensino médio. O quadro era tão grave que os conselheiros da Câmara de Ensino Básico do Conselho Nacional de Educação pediram medidas emergenciais - como o aproveitamento de estudantes universitários para suprir a carência nas áreas onde o déficit de professores é maior e concessão de incentivos para que os professores aposentados voltassem a lecionar. Em 2007, os conselheiros do CNE já haviam advertido para o risco de um "apagão escolar", caso o governo federal não investisse na expansão dos cursos de licenciatura dessas disciplinas e adotasse uma política de valorização docente, para estimular os formandos a ingressar no magistério público.


Se a qualidade do ensino fundamental e do ensino médio já é ruim, a introdução atabalhoada de novas disciplinas pode piorá-la ainda mais.

Comentário:
Essa brincadeira de criar disciplinas escolares obrigatórias já ultrapassou os limites, sobretudo considerando a falta de critérios para o inchaço indiscriminado dos currículos escolares. Direitos Humanos é um tema que certamente pode fazer parte de todo o processo de vivência escolar independente de ser uma disciplina formal e obrigatória. Mas quando os rumos da educação no Brasil são definidos por quem não tem o mínimo de noção de como funciona uma escola, esta situação prevalecerá. A este propósito, concordo e cito aqui uma opinião da profa. Adriana Maria Paulo da Silva (UFPE): "Trata-se de mais uma tentativa de escolarizar os problemas nacionais: o trânsito violento, as deficiências físicas de todos os tipos, o racismo desgracento, a promiscuidade sexual, a violência doméstica, o uso abusivo de drogas e o alcoolismo, enfim... as escolas (e os professores) são obrigados a transformar em conteúdos escolares tudo o que a sociedade não dá conta. Não somos o Detran, não somos os pais dos alunos, não somos juízes, não somos psicólogos, não somos fisioterapeutas, médicos ou outros que tais; não somos Deuses (aliás, o nosso salário demonstra bem isso). Gostaria que fizéssemos um movimento nacional, com paralisações, inclusive, contra este tipo de proposta (calcula-se que há cerca de 200 propostas de alteração dos currículos escolares nacionais transitando pela Câmara e Senado).

quinta-feira, 16 de junho de 2011

ATIVIDADES SINTEPE


CALENDÁRIO DE ATIVIDADES:

  • 20/06/11 - 14H ÀS 17H - AUDITÓRIO DO SINTEPE - PLENÁRIA COM ASSESSORIA JURÍDICA DO SINTEPE, PARA DISCUTIR AÇÃO JUDICIAL PARA DESINCORPORAR A GRATIFICAÇÃO PELO EXERCÍCIO DO MAGISTÉRIO.
  • 21/06/11 -13H EM FRENTE A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA - ATO PÚBLICO PELO REAJUSTE SALARIAL

  • 22/06/11 - 09H - AUDITÓRIO DO SINTEPE - PLENÁRIA DOS/AS FUNCIONÁRIOS/AS ADMINISTRATIVOS/AS.

Sindicato dos Trabalhadores em Educação de PE- SINTEPE
Secretaria Geral
Fone: (81) 2127-8852/8853

terça-feira, 14 de junho de 2011

Reunião e Premiação

A reunião marcada (Comissão e SEE) para ontem (13/06) para discutir pontos da Pauta de Reivindicação/2011foi desmarcada devido à compromissos do secretário de Educação que, hoje viaja com o governador do Estado. Ainda não definiu-se outra data para o encontro.
Enquanto isso, tem direção de escola comemorando, reforçando propaganda e fazendo campanha para Eduardo Campos:
"O resultado do IDEPE foi recebido com alegria pela vice-diretora Cylhia Maria Aquino. “Esse bônus é mais um ponto positivo para educação em Pernambuco e esse dinheiro ainda vai nos ajudar com os débitos do mês”, comemorou Cylhia, lembrando que em 2010 a escola atingiu 72% da meta." (JC on line 14/06/2011).
Mentalidade terceiro-mundista, contenta-se com um prêmio e deixa de lutar pelo que realmente merece: Salário dígno que possa garantir o pagamento de dívidas permanentemente e proporcionar melhorias na qualidade de vida. E ainda, exalta o opressor. Reflexo de anos e anos de exploração colonial incrustados no lombo do povo brasileiro através do invasor português. Despolitização, atraso e, todas as formas de dependência.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Bônus

"Os servidores e professores que trabalham nas escolas que atingiram totalmente ou parcialmente as metas estipuladas pelo governo do estado têm direito a um bônus no salário. Na próxima semana, a SEE vai divulgar o total de educadores que ganhará o incentivo financeiro...Esses profissionais podem ganhar até mais que o salário"...
Diário de Pernambuco
Recife, sexta -feira, 10 de junho de 2011)
Vida Urbana C5

É a vergonhosa política educacional em Pernambuco, em vez de salários dígnos para a categoria, o governo distribui bônus para professores. Através de metas (que desconhecemos) determina quais unidades serão consideradas "escolas 100% " e, quais serão "escolas zero". De onde vem o dinheiro para a farra das premiações e, para os pseudos-suportes prometidos às escolas zero?

Escola de "Excelência"

"Escola pública de fazer inveja".
Esse é o título da matéria publicada hoje no Diário de Pernambuco (Vida Urbana C5) referindo-se ao desempenho das Escolas Integrais. Penso que, o título reflete exatamente o sentimento que o governo do Estado deseja despertar com o dito Programa. Inveja, é isto que, devem sentir nossos alunos que são obrigados a carregar cadeiras na cabeça para poder assistir aulas, os que estudam em galpões fétidos, sujos, com paredes em gesso constantemente desabando, os que não tem o direito de estudar numa biblioteca porque esta, permanece fechada por falta de pessoal, os que não utilizam computadores para pesquisar porque, os de sua escola estão estocados e sem funcionamento, os que precisam deslocar-se quilômetros à pé para chegar à unidade de ensino porque a Secretaria de Educação fechou turmas em escolas nas proximidades de sua casa... Talvez o sentimento não seja de inveja e sim, revolta. Uma revolta internalizada que muitos não sabem sequer, expressar.
Certo dia num ônibus à caminho do trabalho vi alunos de uma Escola de Referência em Camaragibe, fazendo chacota de outros, também da escola pública que usavam fardas bastante desproporcionais aos seus tamanhos. A algazarra era tanta que, precisei intervir, porém, sem muito sucesso.
O caráter excludente que veio com as ditas "Escolas Centros" ocorre também(sem generalizações) entre companheiros de trabalho que, por estarem numa escola Integral e em condições de trabalho e remuneração diferenciadas sentem-se 'mais qualificados' que os demais companheiros das "Escolas Periféricas".
É o caráter mercadológico na educação, é o acirrar da competição patrocinada pela INDG e demais empresas privadas que gerenciam a Educação em Pernambuco. Interessam as estatísticas, são os números que aparecerão na mídia, portanto cabe aos gestores(as) das escolas acatar as metas e, fazê-las cumprir. Nesse caso as condições de trabalho é o que menos importa.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Comissão (reunião 06/06)

A reunião de hoje na Secretaria de Educação (16h) foi voltada para a discussão da parte pedagógica da Pauta de Reivindicação da Categoria. Enquanto aguardávamos o chamado para a reunião, a Comissão foi surpreendida por um grupo de funcionários administrativos da Secretária de Educação que questionavam o reajuste de 5% para setembro como determinou o governo, disseram que o Sintepe não poderia ter fechado acordo e deixado os administrativos fora, queriam saber sobre a incorporação da 'gratificação 207' e sobre o Pró-Funcionário, pois fizeram o curso, muitos há três anos e sequer foram valorizados (reajustados) na função. Tratando desse assunto com o Secretário Ricardo Dantas em encontro passado este, disse que, o fato de o governo ter promovido o curso, simboliza uma valorização.
Inconformados os administrativos ainda acusaram os professores de terem abandonado a luta, uma vez que, já tinham conseguido o que queriam, enquanto 'eles' estavam sozinhos.
Desabafo e insatisfação extremamente compreensíveis, aliás, este é o jogo do governo que apostando na discordia, adota medidas que divide e enfraquece a categoria
Ao iniciar a reunião, questionamentos (fora da Pauta) sobre o pagamento do bônus, salário de junho e remuneração dos trabalhadores das Escolas de Referências foram respondidas na sequência pelo Secretário de Educação Anderson Gomes. De acordo com o mesmo, a secretaria já dispõe dos resultados do Saep, assim, possivelmente nessa 5ª ou 6ª feira divulgará a relação das escolas bonificadas. Confirmou a antecipação dos salários do mês de junho para o dia 21. Em relação aos salários dos trabalhadores das Escolas de Referências disse realmente não ter discutido com a Administração o assunto mas, que, certamente os professores receberão a diferença estabelecida para o Piso, enquanto o teto (R$ 2,032.00), permanecerá inalterado. Quanto às eleições, o governo pretende realizar cursos para capacitar gestores e a partir daí selecionar os que irão fazer as provas e concorrer às eleições. A Comissão defendeu modelo baseado na escolha feita pela comunidade escolar sem exigência do processo seletivo. Na próxima segunda (13/06) o Secretário de Educação marcou reunião com a Comissão, com o Sr.Molina (SEE) e outros, para discutir critérios para eleição para gestores nas escolas da rede. Disse o secretário querer concluir todo o processo até novembro desse ano.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Governo e SINTEPE são adeptos da mesma estratégia de confundir propositalmente a divulgação de informações

O governo faz propaganda, afirma que valoriza a educação e os professores. É mentira e todos nós sabemos disso. Também sabemos que a ilusão pregada nos discursos faz parte da prática dos governos no Brasil, que se especializaram no ardil da propaganda enganosa e na manipulação de números para ludibriar a opinião pública.

Parece que também virou costume direções de sindicatos aliadas de governos utilizarem estratégia semelhante de manipular dados e fatos. A direção do SINTEPE aprendeu isso muito bem. Então como explicar esta "pérola" apresentada na página do sindicato na internet?



Então a direção do sindicato resolve partir para o expediente da manipulação descarada imaginando que ninguém perceberia? Se o governo aparecesse nos jornais afirmando que concedeu aumento de 18,64%  isto seria absolutamente normal, pois o número apresentado desta forma pareceria, aos olhos do público, indicar que houve um ganho supostamente considerável. O governo então faria com tal anúncio uma propaganda enganosa, pois omitiria certamente que tal percentual encobriria a adequação obrigatória ao pagamento do piso salarial

Esta manipulação falaciosa então poderia ser esperada por parte do governo, mas eis que a direção do SINTEPE se apropria da falácia para alardear sua propaganda falseada.

O que a direção do SINTEPE deveria deixar claro é que o aumento real foi de apenas 5% e não de 18,64%, pois o valor do piso é de R$ 1.187,97 e o salário agora definido pelo governo é de R$ 1.247,37. São apenas R$ 59,40 de diferença. 

A direção do sindicato pode achar relevante os 5% e a categoria pode até concordar, mas não dá para publicar num veículo de âmbito sindical que o ganho foi de 18,64%, pois isso não é expressão realista dos fatos e tal forma de divulgação ofende a categoria, pois incorre numa estratégia de comunicação tipicamente empregada pelo próprio governo: confundir e se esconder em propaganda!

Proposta aprovada em Assembleia (02/06)

Correção do Piso Salarial na grade do PCCV (para todos) em junho (13,59% Médio e 18,64% Superior, diferença de 5%).
Retroativo, a ser pago parcelado (para todos).
50% do montante dos recursos destinados ao retroativo seriam utilizados de agosto ate dezembro de 2011,
o restante, até maio de 2012.
Correção do Piso em janeiro de de 2012 como determina a Lei

Proposta aprovada em Assembleia pela maioria, a luta agora caminha no sentido de garantir outros ítens da imensa Pauta de Reivindicação. Bom lembrar que, as questões que envolvem o financeiro todas foram negadas pelo governo (Vale transporte em pecúnia, aumento do vale refeição e outros).
Companheiros da Oposição estão buscando acompanhamento jurídico no sentido de ver a possibilidade de ingressar ação na justiça obrigando o governo do Estado a reconhecer a decisão do STF.

CONTINUAMOS RECEBENDO O PIOR SALÁRIO DO BRASIL!

Professor que está festejando agora e acreditou que a "proposta"
do governo abençoada pelo SINTEPE é um "avanço" merece ser
reprovado por absoluta falta de entendimento sobre as coisas!
.
Não se engane. Não caia neste papo de que o governo nos "concedeu" um aumento, pois isto é mentira!

Sabe o que significa piso salarial? Ora, é exatamente o mínimo que é admitido legalmente para o pagamento de uma categoria profissional

Entendeu o que o governo fez? Foi pressionado a cumprir sua obrigação legal de pagar o mínimo que lhe é permitido. Na prática, continuamos recebendo O PIOR SALÁRIO DO BRASIL. E mais: por merecimento, afinal, acatamos um acordo onde o governo apenas fará o mínimo possível, que é pagar o salário mais baixo permitido pela Lei! E tem mais: o pagamento retroativo da diferença entre o piso e a merreca que era paga desde janeiro será feito parcelado em 10 vezes! E isso foi aceito!!!! O governo estava nos devendo, não pagou e agora quer devolver o que nos sonegou em suaves prestações, como se não tivesse feito nada errado!

Você comemora isso? Então, acorde!!!!

quinta-feira, 2 de junho de 2011

PARALISAÇÃO

Paralisação dos Servidores da Rede Pública Estadual
03 de junho, com ato público em frente a Exposição dos Animais(Cordeiro) às 08:30'

Salomé conversa com Dilma sobre a educação no Brasil

Comissão e Governo (1º de junho)

A Comissão de Negociação foi chamada em caráter de urgência às 17:30' do dia 01 junho. O aviso foi dado aproximadamente às 17 horas e a correria foi grande para chegarmos no horário marcado (SEPLAG/rua da Aurora). O secretário Ricardo Dantas havia dito que, só haveria nova reunião se o governo tivesse dados novos que pudessem avançar na negociação. Vejam qual elemento novo o Secretário de Administração trouxe à mesa ?
Piso Salarial a partir do mês de julho, (13,59% Médio e 13,64% Superior)
Retroativo (para todos) à janeiro a ser pago de julho à dezembro.
Ampliação da diferença entre o nível Médio e o Superior de 2% em dezembro
e mais 3% em junho de 2012.
Não aceitando a proposta, a Comissão apresenta (com algumas divergências) 'nova versão' do que foi proposto anteriormente (31/05) para o governo:
Correção do Piso Salarial na grade do PCCV (para todos) em junho (13,59% Médio e 18,64% Superior, diferença de 5%)
Retroativo, a ser pago parcelado (para todos)
50% do montante dos recursos destinados ao retroativo seriam utilizados de agosto ate dezembro de 2011,
o restante, até maio de 2012.
Correção do Piso em janeiro de 2012 conforme manda a Lei.
Rejeitada inicialmente pelo secretário, estabeleceu-se o impasse uma vez que a proposta já havia sido rebaixada ao máximo. Porém, após exaustivos cálculos feitos e refeitos afirmou o senhor Ricardo Dantas que há possibilidades de aceitação da proposta apresentada pela Comissão. Assim, (mais detalhada), essa é a proposta que será levada à apreciação na Assembléia dos tTrabalhadores em Educação daqui à pouco. (02 de junho às 9h Teatro da Boa Vista).
Bom dia, abraços,