quarta-feira, 29 de setembro de 2010
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
Professores em agonia
Por Duci Medeiros
Depois da greve do ano passado ter sido decretada ilegal, depois dos salários dos professores grevistas terem sido descontados, depois do governo deixar de dar o devido, prometido e merecido aumento dos professores no 3º quadrimestre de 2009, depois de janeiro ter passado sem o aumento, depois do MPPE permitir que o governo descumpra a lei do piso e incorpore gratificações em março quando a lei versa que os administradores teriam até 31 de dezembro de 2009 para fazer isso, depois do governador destruir nosso plano de cargos e carreira, fazendo com que um professor que passou 4 anos na universidade ganhe R$ 9,00 a mais que um professor de ensino médio, que um mestre e doutor ganhe menos que um professor de escola de Referência que foi escolhido pelo sistema QI – quem indica. Depois que o governador propaga pela mídia que paga o piso salarial e baixa os salários dos professores que antes já era o pior salário do país, agora ganhamos menos ainda. Depois de tudo isto venho através desta denunciar a inércia do MPPE e a justiça deste estado e deste país.
domingo, 26 de setembro de 2010
DEZ MOTIVOS PARA VOCÊ VOTAR EM EDUARDO
Mensagem recebida por e-mail e que tem circulado pela internet. Muita gente já deve ter recebido, mas, de qualquer forma, vale a pena registrar aqui também.
- Eduardo vai implantar (depois de reeleito, é claro) o ponto digital em todas as escolas da rede pública do Estado. Detalhe: esqueça aquele velho e manjado truque de deixar o cartão com o vigia, porque vai ser no dedinho mesmo. Assim, caro(a) professor(a) você vai poder "subir" todas as aulas e ter que sair no horário de largar, senão leva uma faltinha...
- Eduardo vai reforçar ainda mais a fiscalização nos locais de trabalho, cobrando, exigindo, explorando você ao máximo caro(a) professor(a). Com mais técnicas educacionais (na verdade, verdadeiros dedos-duros do sistema) você vai ser obrigado a estar com seu diário ("burrocrático") de classe sempre lindo e atualizado.
- Eduardo vai continuar esfacelando o nosso P.C.C. e pagando sempre o pior salário do país, mas não se preocupe com isso, outros notebooks, vales-coxinhas, bônus para bienais e mimos similares virão... para enganar os bestas, é claro.
- Eduardo vai manter a relação vergonhosa com o SINTEPE de Heleno e Teresa Leitão, esse namorico de patrão e empregado com cenas de peleguismo proibidas para maiores de 60 anos!
- Eduardo vai expandir as escolas de referência em tempo integral e mais professores vão levar um pé na bunda tendo que se relocar em outras unidades de ensino.
- 6° Eduardo vai aprimorar os chamados "programas de correção de fluxo" ("Atravessado", "Se paga, se liga, se agarra") "enxugando" a carga horária das turmas de Fundamental II e de Médio e deixando você amigo professor(a) a mendigar aulas nas GREs da vida...
- Eduardo vai garantir uma boquinha para sua ex-deputada preferida (Teresa Leitão), ex porque ganhar essa senhora não ganha nem pra síndica do Hollyday de Boa Viagem.
- 8º Eduardo vai continuar as megalomaníacas obras nas escolas sempre com a Venâncio Construtora (porque será hein ?)
- Eduardo vai garantir a você professor(a) condições ímpares para realizar seu trabalho docente: salas sem ventilação, quadros depredados, turmas superlotadas, gestores cada vez mais intolerantes, TVs e DVDs quebrados, computadores danificados, tudo isso para manter seu nível de estresse sempre em dia com sua vocação de docente.
- Eduardo vai dar a você amigo(a) professor(a) não um bônus de desempenho educacional, um tronco bem grosso onde você será amarrado e chicoteado. Daria uma bela sugestão de sequência didática* não ? Afinal, professor(a) que votar nesse crapúla merece muito mais do que ser chicoteado, NÃO merece o diploma que recebeu como PROFESSOR, mas sim de TRAIDOR!
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
SÉRIE 'INIMIGOS'
Nos desenhos, sob a mira de Gil Vicente aparecem autoridades mundiais como Papa Bento XVI, o ex-primeiro ministro de Israel Ariel Sharon, o ex-presidente norte-americano George W. Bush e o ex-presidente da ONU Kofi Annan. Aparecem políticos nacionais como Fernando Henrique Cardoso e o presidente Lula e locais como o ex-governador Jarbas Vasconcelos e o atual Eduardo Campos.Assinada pelo presidente da OAB-SP Luiz Flávio Borges D'Urso, a nota cita as telas em que aparecem FHC e Lula e alega que: "Essas obras, mais do que revelar o desprezo do autor pelas figuras humanas que retrata como suas vítimas, demonstra um desrespeito pelas instituições que tais pessoas representam, como também o desprezo pelo poder instituído, incitando ao crime e à violência". Ao Diario, D'Urso disse que essa foi a primeira posição tomada pela ordem contra uma obra de arte, motivada pelo teor da série. |
Curtindo seu dia de fama, o requisitado Gil Vicente mostrou bom humor para comentar o caso: "Graças à OAB-SP (fiquei famoso). Isso foi uma coisa que não incomodou a Bienal e nem a mim, seria um absurdo retirar a série". Em seguida, o artista mudou o tom para explicar sua obra. "Para mim é uma decepção, desde 2005 não compareço às urnas para votar nessas figuras que desprezam as pessoas necessitadas e não se mexem para acabar com a miséria. Queria expressar minha raiva", disse.
Essa é a primeira vez que a série será exposta na capital paulista. Inimigos já foi exposta no Recife, em Natal (RN) e em Porto Alegre (RS). "Das outras vezes, o que houve foram polêmicas pequenas. Algumas pessoas achavam um absurdo e outras gostavam", comparou.
terça-feira, 21 de setembro de 2010
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
Educação sem remédio
Fonte:http://www.cartacapital.com.br/carta-fundamental/educacao-sem-remedio
Dados de uma pesquisa mostram números impressionantes de afastamento de professores por problemas psiquiátricos. Ensinar adoece?
Se algum colega disser a você “essa profissão está me deixando louco”, fique atento. Pode ser verdade. A pesquisa que está sendo feita pelo Departamento de Saúde do Servidor (DSS), da Secretaria Municipal de Gestão e Desburocratização de São Paulo, traz importantes informações sobre o crescimento de problemas psiquiátricos entre os professores da rede municipal.
Os dados indicam que, dos 55 mil professores da rede, 16 mil (30%) foram afastados por motivos de saúde. Dentre esses, 4,9 mil profissionais (cerca de 10% de professores e 30% do total de afastamentos) o foram por transtornos mentais e comportamentais. Os demais casos tiveram por causas doenças osteomusculares, lesões por esforço repetitivo e doenças do aparelho respiratório. Comparados aos dados de 1999, que indicam 16% de afastamento dor razões psiquiátricas, os atuais 30% são preocupantes.
Esses números me impressionaram. Antes mesmo do que a quantidade de professores com transtornos psiquiátricos me pareceu que, em vista da demanda educacional existente, um universo de 55 mil professores é um número bastante escasso.
O montante fica ainda mais reduzido quando pensamos no total de afastados. Sobram 39 mil professores. Certamente entram os substitutos, mas saber que eles são uma presença provisória e rotativa traz inquietação. Para uma criança, o que mais marca um rumo no seu destino é a continuidade da companhia do professor.
É alarmante pensar que 30% dos professores se afastam por doenças. Parece até que a profissão acaba com a saúde e nos põe loucos. Mesmo não querendo enveredar pelo jargão econômico, como desconsiderar esse aspecto?
Há alguns anos, passei pela Suíça e lá se orgulhavam em afirmar que dentre todos os profissionais, os professores recebiam os mais altos salários. Enquanto nós, em nossa grande maioria, trabalhamos pela mais básica sobrevivência. Não é ridículo constatar que os professores são os profissionais mais necessários para uma nação – porque a preparam –, mas estão entre os mais mal pagos neste país?
Lembro de ter visto, no fim de 2009, um edital de concurso da rede municipal para professores, com salários em torno de 1,2 mil reais para 30 horas de trabalho semanais. É uma indecência, mesmo quando se considera que esses salários já sofreram grandes aumentos nos últimos tempos (cerca de 40%), e têm um aumento da mesma ordem programado para os próximos anos. Sinto vergonha pelo meu país. Sinto vergonha por aqueles que elegemos para, inclusive, modificar este estado de coisas e nada fazem.
Muitas vezes recebi por palestras um obrigado e um aperto de mão. E descobri, mais tarde, que outros palestrantes dos mesmos eventos, pelo fato de serem empresários, engenheiros… qualquer coisa, menos professores, tinham recebido um alto “cachê”. Alguém convidaria um ator, um advogado, um treinador de futebol… para fazer uma conferência, supondo que ele trabalharia de graça? Mas é suposto (faz parte de nossa cultura!) que um professor o fará.
Muitos dos meus alunos de pós-graduação são professores da rede pública. Sempre cansados, exauridos. Eles têm sono, falta de dinheiro para pagar por “xerox” e livros, alimentação precária, dependem de bolsas de estudo para continuar seus cursos e sua qualificação. E ainda têm família para sustentar. São batalhadores. Amam sua profissão, mas são vítimas dela.
Opressão e depressão (um dos mais corriqueiros transtornos psiquiátricos atuais) caminham juntas. No caso do professor, a opressão também inclui responsabilidade. Diante de um aluno, um professor não tem apenas a necessidade de saber sobre a matéria que ensina. Ele é um ser humano diante de outro. É um exemplo fundamental. E mais, ele é um dos profissionais que mais lidam com o futuro. As crianças e adolescentes que estão, no presente, com ele, terão o destino do país em suas mãos em pouco tempo. Irão, inclusive, substituí-lo mais tarde.
A opressão vivida pelos professores é ainda maior. Com o nível de violência atual, ele é um dos profissionais que mais correm risco de vida. Sem mencionar o quanto ele sofre com a falta de valor social que lhe é atribuído. Já ouvi dizer que só vão para o Ensino Fundamental aqueles que não conseguiram emprego melhor. Dói.
Dá para eludir que os professores deveriam ser os profissionais não só mais bem pagos, mas os mais respeitados, os mais bem atendidos social e politicamente, os mais bem preparados?
Os resultados da pesquisa do DSS deveriam nos fazer pensar e agir. Por exemplo, mover uma campanha de mudança de mentalidade: para que todos nos convencêssemos de que os problemas dos professores são problemas de todos os cidadãos. Melhor: em ordem de importância, é o primeiro problema nacional.
sábado, 11 de setembro de 2010
16º Grito dos Excluídos no Rio de Janeiro protesta contra a criminalização dos movimentos sociais
Um blindado pintado de preto e cinza. Saindo de seu interior um ser vestido de preto da cabeça aos pés, literalmente. Coturnos pretos, máscara preta cobrindo toda a cabeça – à moda ninja – um capacete lembrando algo entre as tropas nazistas e os soldados do Império de Star Wars. Fechando o conjunto óculos como de soldadores, com lentes pretas. Nas mãos um pequeno, porém mortal, fuzil. Assustador até para adultos. Quem dirá para as crianças das comunidades e favelas onde os homens de preto do BOPE e seu temível CAVEIRÃO semeiam o medo e o terror. Este foi um dos símbolos do 7 de setembro na Presidente Vargas, no Rio de Janeiro. Porém os centenas de ativistas que compareceram ao 16º Grito dos Excluídos fizeram questão de mostrar sua indignação: Os caveirões e os homens de preto desfilaram, ao menos em uma parte da Avenida, sob estrondosa vaia. Melhor sorte não teve a Guarda Municipal de Eduardo Paes, saudada aos gritos de espancadores de camelôs. Porém não só de blindados, homens de preto ou de representações do terrível choque de ordem do prefeito Eduardo Paes, que impede os trabalhadores da economia informal de garantirem o pão de cada dia, foi o 7 de setembro. Outro símbolo estava presente: a garra e a disposição de centenas de ativistas, com suas faixas, suas bandeiras vermelhas, mostrando aos ricos e poderosos que não nos calamos, que somos trabalhadores e trabalhadoras e seguimos lutando. "Governantes onde estão nossos direitos?", dizia a faixa de abertura mostrando a disposição de parcela significativa das centenas de ativistas que compareceram ao Grito. Lula, Cabral e também o prefeito Eduardo Paes, nestes tempos eleitorais tentam convencer a população que tudo vai bem, que vivemos no melhor dos mundos possíveis. Porém o panfleto assinado pelo MTST, a CSP-Conlutas e a ANEL, entre outras entidades, denunciava durante o Grito: “(...) Para salvar empresários da crise o governo Lula deu a eles R$ 370 bilhões. Para os fazendeiros do agronegócio liberou mais de R$ 106 bilhões. Ano passado, no auge da crise econômica, as empresas dobraram o lucro para R$ 34 bilhões. Para os trabalhadores sobrou o desemprego e os baixos salários. Enfrentamos transportes ruins, trens e metrôs que atrasam. Ônibus lotados, barcas que não funcionam. São nossos filhos e filhas as vítimas das invasões policiais. É a juventude negra o alvo, preferencial, das ações policiais. Nossa juventude é vítima do tráfico de drogas e de armas. A resposta dos governantes são as ocupações das comunidades com UPP’s - Unidade de Policia Pacificadora. Na invasão do Salgueiro para instalar uma UPP, uma mulher do povo afirmou ao vivo na televisão: “O que nos interessa é saneamento, é hospital, é escola.” Para nós ela está certíssima. Ora você pacifica o que está em guerra. Na guerra há inimigos a serem eliminados, para eles o inimigo somo nós, eu e você. O inimigo são os trabalhadores e o povo. Não é por acaso que no verdadeiro arsenal de guerra utilizado para invadir as comunidades esta o temível CAVEIRÃO. Trata-se de um veículo blindado, pintado de cor escura, onde ainda se ouve uma voz: “Eu vou roubar a sua alma”. Ao invés de invasão policial o estado deve aparecer nas comunidades sob a forma de saneamento básico, de postos de saúde e de escolas. De políticas para garantir empregos e salários. E não sob a forma de blindados, das balas e das bombas. Entretanto nas ruas e comunidades da capital do estado continua a lógica da repressão. O Choque de Ordem do prefeito Eduardo Paes impede os trabalhadores da economia informal de conseguirem o sustento de suas famílias. Lula, Sérgio Cabral e os 92 prefeitos de nosso estado sucateiam os serviços públicos. A saúde e a educação são abandonadas. Faltam postos de saúde, hospitais, medicamentos e saneamento básico. Faltam médicos, enfermeiros, e outros profissionais de saúde. Faltam escolas, e professores levam tiros e bombas quando reivindicam melhores condições de trabalho. As jovens mães trabalhadoras não conseguem creches para seus filhos e a licença maternidade de 180 dias se dá às custas de isenção fiscal para o patrão, ao não pagamento de impostos pelas empresas. Nossos antepassados foram capturados na África e vendidos como escravos. Muitos resistiram em Quilombos e seus descendentes estão vivos: são os quilombolas. Infelizmente a não-titularização das terras quilombolas pelo governo Lula mostra como ainda é tratada a questão negra no Brasil. No campo o grosso da produção é voltado para exportação. Mas no país e no estado temos verdadeiros bolsões de fome e miséria. Esse é o tal de agrobusiness, o tal do agro-negócio. Segue expulsando os pequenos produtores, expulsando aqueles a quem a terra é negada, e os obriga a se mudar para os centros urbanos. Combinado com a falta de empregos, e a falta de iniciativa dos governantes o resultado são terríveis. Faltam moradias. Em muitos bairros populares as casas são precárias. Falta saneamento, pavimentação, água encanada, acesso à luz, escola. No entanto existem milhares de prédios públicos abandonados. Não existe política habitacional para valer. O governador do estado jogou a culpa pelos mortos das chuvas nas próprias vítimas. Falou que a culpa era dos chefes de família que escolhiam morar em áreas de risco. Mas Lula, Cabral e os prefeitos nunca construíram outra opção. Por isso estamos nas greves, nas ocupações de terras, nas ocupações urbanas. Por isso somos solidários à luta do povo haitiano contra a ocupação de seu país.Somos solidários a luta do povo palestino por reconquistar todo seu território invadido por Israel. Sabemos que essa democracia dos ricos e poderosos é para seguir garantindo o financiamento dos negócios deles e reprimindo quando nós lutamos. Por isso lutamos por uma sociedade sem oprimidos nem opressores, uma sociedade sem explorados nem exploradores. Lutamos por uma sociedade justa e igualitária, uma sociedade socialista.” Ao final do desfile do poderoso aparato repressivo, deu-se a passeata do 16º Grito dos Excluídos. Marchamos escoltados pela Polícia Militar de Sérgio Cabral e pela Polícia do Exército de Lula. Nosso ato encerrou-se com a apresentação dos Filhos de Ghandi. Charanga Musical do Quilombo da Pedra do Sal. Terminada as atividades, a comandante da tropa da PM que escoltou o ato acabou ouvindo de alguns dos organizadores do 16º Grito: “Lutamos porque um dia nós trabalhadores vamos controlar esse país, aí o 7 de setembro vai ter outro caráter: a cara de um país e de um povo realmente independentes.” Por Miguel Malheiros( CONLUTAS NACIONAL em 9 de setembro) |