quinta-feira, 31 de julho de 2008
Comemoração sem graça
COMO SERÃO OS FUTUROS REAJUSTES DO PISO SALARIAL?
Proposta reconhece educação familiar no ensino básico
quarta-feira, 30 de julho de 2008
terça-feira, 29 de julho de 2008
Ainda sobre o ensino de Sociologia e Filosofia
Faltam professores de filosofia e sociologia, diz diretor da Capes
De acordo com um estudo feito pela Capes, o Brasil tem, atualmente, 31.118 profissionais atuando como professores de filosofia, sendo que, desse total, apenas 23% têm formação específica. Na sociologia, são 20.339 professores atuantes, sendo 2.499 licenciados (12%).
"Agora teremos que incluir a filosofia e a sociologia no nosso plano emergencial. Estamos, inclusive, revendo os planos orçamentários para 2009. Vamos ter que chamar todas aquelas pessoas que têm uma formação correlata como história, ciência política e a sociologia pura, sem a licenciatura, para atender a lei", diz o diretor.
Ristoff estima que o número de professores de filosofia e sociologia formados por ano deve aumentar 20 vezes, para atender a demanda. No total, serão necessários 107.680 docentes de cada disciplina e, atualmente, formam-se, por ano, 2.884 docentes de filosofia e 3.018 de sociologia.
"Se a gente levar em conta que 50% dos que se formam tendem a exercer outras profissões, a gente chega ao dramático número de 40 vezes mais graduados por ano."
Pela lei, a filosofia e a sociologia deverão passar a integrar os currículos dos três anos do ensino médio em escolas das redes pública e particular --são 24.131 estabelecimentos de ensino médio, no total.
País precisa de docentes em filosofia e sociologia
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sábado, 26 de julho de 2008
Até Quando?
Callcenter and Helpdesk
quarta-feira, 23 de julho de 2008
O Governo e as Pesquisas
Dá. O Governo Federal deverá disponibilizar R$ 42 milhões para que o governo invista em requalificação da rede física das escolas públicas e, para uma população pouco instruída é o que conta, as pessoas adoram ver obras que realmente "aparecem". Não é à toa os recursos gastos em ampliação de rodovias, construção de viadutos, pinturas de fachada e reformas (atropeladas) de escolas públicas entre outros feitos. É certo que o espaço físico precisa de cuidados mas, a melhoria das condições de vida de professores e alunos merece atenção especial, coisa que não acontece.
Para um governo descompromissado que institui um advogado para a Secretaria de Educação e que joga a responsabilidade da educação nas mãos de empresários do setor privado, torna-se interessante formar levas e levas de analfabetos funcionais. Estes, pouco ou nada questionam, aceitam favores, trocam votos, engolem as mazelas do governo e ainda endossam as pesquisas de opinião.
Como já dizia o Gordo (Jô Soares) : EU QUERO APLAUDIR !!!
terça-feira, 22 de julho de 2008
Falatório eleitoral ou jarbismo doentio?
segunda-feira, 21 de julho de 2008
Acredite... se quiser!
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AULA-ATIVIDADE: Mais um esclarecimento sobre a Lei que instituiu o milionário Piso Salarial de 2,3 salários mínimos
domingo, 20 de julho de 2008
FUTURO PROMISSOR DO PROFESSOR ESTADUAL
sábado, 19 de julho de 2008
Total falta de respeito!
sexta-feira, 18 de julho de 2008
Mesmo com a chegada do piso...
quinta-feira, 17 de julho de 2008
DE OLHOS NELES...!!
A eleição para vereador e prefeito está se aproximando. As propagandas estão a todo vapor. Nas ruas, a poluição visual é bastante agressiva. Na imprensa falada e escrita, ainda é acanhada.
Qual o papel da escola nesse filme que não é inédito? Apenas mais um figurante? Não. A escola tem milhares de eleitores e votos que podem fazer a diferença e, portanto merece respeito. Eleitores diretos e indiretos. De todas as idades. Mas, qual o grau de conscientização de cada eleitor desse? Será que diante de tanta corrupção dos antigos e atuais políticos a população escolar está empenhada em dar um novo rumo a essa situação? Cabe apenas ao professor de sociologia ou filosofia conscientizar tamanha responsabilidade?
Diante desse quadro caótico e vergonhoso de nossos políticos, eleitos por nós, e que não basta apenas a lamentação em bares ou em conversas informais, proponho que a escola (professor, funcionários e alunos) assuma o papel chave nesse filme. Não o papel principal mas, que renda um Oscar como atriz revelação.
E como a escola deve se tornar essa atriz revelação? Que estratégias devemos tomar? A da informação. Ambiente bastante adequado não acham?
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Até às vésperas da eleição a escola através de seus alunos e apoio dos seus professores, deverão espalhar cartazes nos corredores da escola informando o real papel ou função de um vereador/prefeito. Qual o tempo de seu mandato? Quantos vereadores têm a sua cidade? Quantos reais saem dos cofres públicos para uma eleição desse porte? As promessas dos candidatos são viáveis? Qual a plataforma política dos candidatos a vereadores e prefeitos? A campanha do candidato ‘A’ ou ‘B’ tem sido limpa? A campanha desses candidatos têm somente ataques pessoais aos demais candidatos?
Mas, para a confecção desses cartazes, deve-se promover debates em sala de aula. O nosso alunado é que fará a pesquisa desses dados.
Tal atividade terá uma durabilidade de aproximadamente 3 meses. Ficará a critério dos professores em combinação com seus alunos, se haverá ‘pontuação ou não’.
Após esse período, prefeito eleito e vereadores eleitos, é hora da ‘cobrança’. Como teríamos um País melhor se, nós eleitores cobrássemos dos nossos políticos com a mesma energia e intensidade que cobramos e exigimos dos dirigentes de clube de futebol pela saída daquele técnico ou jogador que tem desempenho pífio. Ah! Seríamos um País do futuro. O País maravilha!
Lula sanciona piso de R$ 950 para professores de todo o País
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Do Estadão
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Outro projeto, também sancionado, cria 49 mil cargos, no total, para universidades e escolas técnicas. As vagas são de professores e técnicos. Um terceiro altera a Lei de Diretrizes e Bases (LDB), para integrar a educação profissional e tecnológica à educação básica.
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Veto
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O piso foi aprovado com um veto importante: a medida passará a vigorar apenas a partir de janeiro de 2009 e não será retroativa ao início deste ano, como aprovado pelo Congresso.
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Antes do veto, governos locais que pagassem aos professores menos que R$ 950 teriam de dar um aumento relativo a um terço da diferença este ano, outro terço em janeiro de 2009 e o último terço em janeiro de 2010. Com o veto, o reajuste terá de ser o equivalente a dois terços da diferença para R$ 950 em janeiro de 2009.
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De acordo com o ministro da Educação, Fernando Haddad, a mudança foi feita a pedido dos prefeitos, que alegaram não ter recursos previstos este ano para pagamento do piso. Isso poderia fazê-los ferir a Lei de Responsabilidade Fiscal. Além disso, a lei eleitoral proíbe reajustes salariais depois de junho deste ano, por conta das eleições municipais.
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O Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) também encaminhou ao ministro da Educação documento pedindo o veto ao artigo que previa o pagamento retroativo do reajuste, considerado inconstitucional. "Somos favoráveis ao piso, nossa preocupação era com sua vigência imediata", explica Maria Auxiliadora Rezende, presidente da entidade. "Fizemos essa mobilização até para preservar o projeto, pois acreditamos que alguns Estados e municípios não poderiam arcar com esse aumento de gastos e poderiam contestá-lo na Justiça", explica.
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Maria Auxiliadora ressalta a necessidade da União se organizar sobre como será feito o repasse aos Estados e municípios que não têm condição de pagar o novo piso. "Não poderia valer a partir de agosto sem saber ao certo como seria feito esse financiamento. Agora, pelo menos teremos mais seis meses para nos adaptar", diz.
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Situação no País
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São as redes municipais que terão maior impacto com o piso. Estudo preparado pelo Instituto Nacional de Estatísticas e Pesquisas em Educação (Inep) mostra que o salário médio dos professores das redes de 12 Estados fica abaixo desse valor. Em Tocantins, a média dos salários municipais é de apenas R$ 792.
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Nas redes estaduais, a situação é melhor. O salário mais baixo é de Pernambuco, que paga em média R$ 1.006. No entanto, o levantamento foi feito pela média, que inclui tanto professores em início de carreira e com formação apenas de ensino médio - os salários mais baixos - até professores com ensino superior e em final de carreira. Serão principalmente os professores iniciantes e de séries iniciais os beneficiados pelo piso.
terça-feira, 15 de julho de 2008
Quando a escola pública ganha da particular
Os filhos de Mirna estão matriculados numa escola pública regular. Não tiveram de enfrentar provas concorridas, típicas dos colégios militares e escolas federais, conhecidos como a nata do ensino público no país. Nada na Escola Classe 314 Sul, onde estudam, lembra um centro de excelência. O prédio é bem cuidado. É limpo, mas requer reparos. No canto do pequeno pátio interno, carteiras empilhadas aguardam conserto. As salas são quentes e contam apenas com velhos ventiladores de teto. A organizada biblioteca tem poucos livros. As revistas são do ano passado. Conquistas como quadros brancos, persianas e máquina de xerox são fruto de doações e receita da festa junina. A escola só tem três computadores.
Você colocaria uma criança para estudar lá? Não? E se soubesse que dessa escola saíram as melhores notas das redes pública e privada do Distrito Federal? A Escola Classe 314 Sul, que vai da 1ª à 4ª série, ficou com média 6,7 no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) em 2007. A média da rede particular foi 6,1. O Ideb, índice do Ministério da Educação, combina o desempenho dos alunos nos exames federais de Português e Matemática (Prova Brasil e Saeb) com o porcentual de aprovação das escolas. Isso significa que a pequena escola pública brasiliense, com carteiras empilhadas e ventiladores velhos, oferece um ensino melhor que muitos colégios particulares com piscina e piso de ladrilho hidráulico.
Como ela, há no Brasil 308 escolas públicas de 1ª a 4ª série com resultado igual ou superior ao da rede particular. Elas estão em cidades grandes como Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Fortaleza e Curitiba. Muitas ainda não ganharam notoriedade e não exigem provas de seleção para a entrada de novos alunos. A qualidade desses colégios, onde estudam 92 mil crianças, explica a decisão de pais e mães como Mirna. Ao trocar o ensino privado pelo público, eles quebraram um tabu. Pagar pela educação não é, necessariamente, um bom investimento. E, apesar da constante necessidade de dar explicações, esses pais não estão arrependidos.
A escola pública costuma abrigar alunos menos favorecidos, moradores de bairros onde o serviço público peca pela falta de qualidade em áreas estratégicas, como saúde, segurança, transporte e assistência social. A renda baixa dos pais, a violência e a falta de acesso a locais onde há emprego e equipamentos culturais são alguns dos fatores que prejudicam o desempenho das crianças. Mas as 308 escolas acima da média revelam que, apesar de todas essas dificuldades, dá para conseguir bons resultados. Seus exemplos ajudam a mostrar um caminho para recuperar a educação no país.
Qual é o segredo dessas boas escolas públicas? Parte do sucesso pode ser explicada pela qualidade da gestão. Na Escola Classe 304 Norte, a segunda mais bem colocada em Brasília, a gestão é compartilhada com um conselho escolar, com 30 representantes, entre funcionários, professores e pais. “Muitos acham que dividir a gestão é perder poder. Discordo”, diz a diretora, Roberta Farage. “Isso exige que os pais participem do processo educacional dos filhos e exerçam cidadania. Dá trabalho, mas vale a pena”. Os pais que são membros do conselho vão às reuniões e cobram do governo e da Justiça seus direitos. Costumam recorrer todo ano para fazer valer uma lei do Distrito Federal que estabelece um máximo de alunos por turma, para evitar classes superlotadas. Esses pais já foram chamados de “gangue da 304”. A Associação de Pais e Mestres garantiu a compra de seis computadores para a escola, reforma da fachada e, graças a doações generosas, material escolar e “patrocínio” de passeios aos estudantes mais carentes.
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– Grama sintética é uma boa idéia? – pergunta a diretora.
– Ééééééé... – o coro responde.
– É uma idéia barata?
– Nãoooooooooo...
Depois que as crianças retornam para as salas de aula, Roberta diz: “Estamos decidindo o que fazer com a verba da reforma e ouvimos também os alunos sobre isso”. Quanto eles têm para usar? “R$ 2 mil”, responde. “Pois é, tanta mobilização para decidir como gastar R$ 2 mil que nem chegaram.” E dá risada.
A maior prova de confiança de Roberta no próprio trabalho são seus filhos, Henrique e Helena. Eles estudam lá. A escola também ganhou a confiança do biólogo Eric Fischer, do administrador Roberto Ghiggi e do designer Masanori Ohashy. Esses pais de alunos têm algo mais em comum: eles poderiam pagar por ensino privado, mas fazem questão de participar na gestão da escola pública.
“A escola pública de qualidade só vai existir quando a classe média apostar nela”, diz Masanori, pai de Clara e Alice, alunas da 4ª e da 2ª série da Escola Classe 304 Norte. “Não gosto dessa história de preparar minha filha para o vestibular. Adestrando, você não dá autonomia. Quero que minhas filhas saibam resolver seus conflitos”. O administrador Ghiggi, outro pai de aluno, valoriza o convívio eclético do ambiente escolar público. “Eu queria que meus filhos tivessem uma formação ampla, de convívio com pessoas iguais e diferentes deles, como eu tive”, diz. “Vejo aqui uma inclusão social inversa. Minha mulher diz que sou sonhador, mas esse é um risco calculado, porque a escola é boa”.
Boa direção e pais atuantes são a fórmula que tem compensado a falta de estrutura típica dos estabelecimentos mantidos por Estados ou municípios. “Temos aqui quatro ou cinco pais analfabetos tão presentes quanto os pais com nível superior. Todos buscam a mudança pela educação”, diz Bernadete Caparica, de 47 anos, vice-diretora da escola pública com o melhor resultado no Ideb do Distrito Federal, onde estudam os filhos de Mirna. Segundo Bernadete, 80% dos 356 alunos moram em bairros carentes e distantes do centro de Brasília. Há, ainda, 19 com necessidades especiais. A escola tem dado ênfase à leitura. O projeto Prazer em Ler reserva uma hora por semana para que as crianças leiam, na escola, sem cobranças posteriores. Depois do recreio, o sinal toca várias vezes, até a algazarra dar lugar a um alegre murmurinho de 179 crianças sentadas. Quando a confusão finalmente cessa, elas escolhem o que vão ler, entre livros, gibis e revistas. Parecem se divertir.
“Essa escola foi uma revolução na minha vida. Antes dela, joguei dinheiro fora”, diz Helenice Halbe, funcionária do Superior Tribunal de Justiça. Ela é formada em Direito e Economia e mãe de Bernardo, aluno da 4ª série. Recorreu à escola pública em busca de mais disciplina para o caçula de três filhos. “Percebia um certo receio das professoras da escola privada em ser duras com ele e me desagradar”, diz. Pela escola da filha mais velha, Helenice ainda paga R$ 960 por mês.
Um bom ensino público não é privilégio da capital federal. A mãe Gláucia Saraiva Eugênio, que mora em Anália Franco, bairro de classe média de São Paulo, descobriu que a escola pública podia ser mais forte que a particular. Seu filho Isaac, de 8 anos, estuda no período da tarde na escola Blanca Zwicker Simões, da rede estadual. Gláucia tirou seu filho de uma tradicional escola particular paulistana (cujo nome prefere não publicar) quando percebeu que, na 1ª série, ele continuava fazendo os mesmos exercícios de unir os pontos que fazia no pré. Depois de, com outras mães, reclamar com a direção e não ter resposta, partiu em busca de outra escola. Visitou as melhores particulares da região, mas nenhuma aceitou o menino que ainda não sabia o alfabeto. Sugeriram que terminasse a 1ª série na outra escola e repetisse o ano. “Eu não ia investir mais tempo da vida de meu filho e nosso dinheiro naquela escola”, afirma Gláucia. No colégio estadual, cujos resultados no Ideb de 2007 e 2005 estiveram acima dos da rede particular, ela encontrou uma resposta. “Conversei com os professores e olhei os cadernos. O ensino dado ali era muito parecido com o das particulares que visitei”. Em agosto de 2007, Isaac estava transferido. Para ele pegar o ritmo, sua professora deu aulas de recuperação e lição extra para casa. De manhã, Isaac freqüenta aulas de Português e Matemática no Kumon (curso que usa um método de ensino desenvolvido no Japão), faz aulas de piano e pratica natação. Aos sábados, a família dirige até um município vizinho para as aulas de equitação do garoto. “As pessoas acham que estamos economizando na educação dele”, afirma Gláucia, única entre as amigas cujo filho estuda na rede pública. “Não conseguem entender que, em nosso caso, o melhor investimento foi colocar o Isaac numa escola pública”.
As escolas públicas podem oferecer ainda vantagens menos visíveis. As boas particulares, em geral, oferecem estrutura esportiva e de lazer, além de aulas extracurriculares, como robótica, música e natação. Ao mesmo tempo, podem funcionar como uma barreira que isola os alunos do convívio com colegas de outras classes sociais. “O menino que cresce fechado no universo da escola particular não tem contato com a diversidade”, afirma Romualdo Portela, especialista em política educacional da Universidade de São Paulo (USP). “Ele pode não conseguir sair na rua e se relacionar bem. Isso é um problema num mundo que valoriza a flexibilidade e a capacidade de relacionamento com o diferente”. Romualdo lembra também que, com o dinheiro economizado na mensalidade, os pais podem investir em mais atividades extracurriculares que uma escola pode oferecer.
Há 23 anos, Maria Emília Gonçalves Gasparetti, diretora da Escola Estadual Marechal Mallet, de Campinas, em São Paulo, mantém sua instituição no topo da lista das melhores do Estado. A escola obteve a nota 7,2 no Ideb em 2007. A Mallet mantém aparência bem diferente da escola pública comum. Tem paredes brancas, quadros com temas infantis pendurados, plantas pelos corredores e assoalho e banheiro limpos. É essa a estratégia da diretora para manter a ordem. “Eles respeitam se vêem tudo limpo”, afirma. Sempre que aparece uma marca de pé na parede ou rabisco na porta do banheiro, a sujeira vira um caso público. “Quando recebemos alunos transferidos de outras escolas, é comum aparecer papel molhado grudado no teto do banheiro”, diz Maria Emília. “Chamamos o pai no mesmo dia para dizer que não toleramos isso aqui. São eles os responsáveis em fazer o filho respeitar a escola”.
Para alcançar as boas notas, não basta disciplina. A escola montou uma estante de livros em cada sala, para os alunos que terminam a tarefa antes da hora. Não se trata de material didático, mas histórias de autores infantis, como Ana Maria Machado, Monteiro Lobato e Ruth Rocha. Para o intervalo, um cantinho da leitura foi montado no pátio. Um tapete no chão, um banco e uma estante cheia de gibis e livros de leitura rápida estão à disposição dos alunos. Antes de o espaço ser criado, eles saíam para o recreio com livros da estante da sala embaixo do braço.
Formada em Farmácia, Rita tem uma representação comercial com o marido. Ela estudou a vida inteira em escola pública e decidiu colocar Caio na Mallet porque gosta de vê-lo convivendo com pessoas de classes sociais diferentes. “No meu círculo de amigos, todos colocaram os filhos em escolas particulares. Acho que somos privilegiados de ter a Mallet”, diz. Para a 5ª série, porém, já se conformou com a perspectiva de procurar uma escola particular. Tomou a decisão quando uma tia, professora da rede pública, viu um aluno de sua escola cheirando cocaína na carteira da sala. “Nunca vou deixar meu filho estudar em um lugar assim”.
As escolas privadas, em geral, oferecem um ensino superior ao das públicas. Mas a rede particular não está imune à queda de qualidade. A rede privada em São Paulo, Minas Gerais, Roraima e no Distrito Federal apresentou queda no Ideb de 2005 e 2007. O fenômeno ainda é incipiente. Em São Paulo, a nota caiu em 0,1 ponto. Ele pode ser um sinal do início de um processo semelhante ao ocorrido com a expansão de vagas na rede pública. Hoje, devido à imagem desgastada da escola pública, o primeiro investimento dos pais que conseguem elevar sua renda é pôr o filho numa escola particular. Nos últimos anos, a oferta cresceu mais que a demanda, obrigando as escolas a competir pelos alunos. Em São Paulo, de 2002 a 2006, o número de estabelecimentos cresceu 27%, enquanto o de alunos aumentou em apenas 8%. Para cada escola nova, a rede particular ganhava apenas 27 novas matrículas.
Em vez de a competição estimular as escolas a oferecer um ensino diferenciado, ela foi pautada pelo preço. “Infelizmente, a estratégia para enfrentar a concorrência adotada por algumas escolas foi reduzir custos”, afirma José Augusto Lourenço, presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino e diretor do Colégio Padre Anchieta. “Para isso, muitas delas passaram a procurar professores menos qualificados, que aceitassem salários mais baixos.” O Sindicato dos Professores de São Paulo, que agrega funcionários da rede particular, reúne vários processos trabalhistas contra escolas privadas que pagam salários abaixo do piso a seus professores. “Os pais têm a falsa idéia de que colocar na rede particular é garantia. Tem muita escola privada que nem tem projeto pedagógico”, diz Ailton Fernandes, diretor do sindicato.
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Alguns profissionais de escolas privadas reavaliaram mais que suas práticas pedagógicas. Dona de um jardim-de-infância particular no Rio de Janeiro, a professora Claudia Jordão Terrezo tirou a filha Flávia, de 9 anos, do melhor colégio particular de sua região e matriculou-a numa escola municipal. O problema não foi dinheiro. Claudia e o marido são empresários, e a mensalidade de R$ 380, a mais alta da vizinhança, não pesava no orçamento. “Ouvi muito conselho para não vir, mas me informei bastante sobre a escola. Acertei. Estou feliz aqui e minha filha mudou muito”, afirma. “Em seis meses, ela, que era uma menina tímida, agora conversa com todo mundo de todas as classes. Minha filha hoje faz poesia”. Claudia se emociona ao falar da mudança pela qual a menina passou. Virou militante da Escola João de Deus. “As pessoas têm muito preconceito, mas já convenci alguns pais”, diz.
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A filha de Claudia é uma das 307 crianças da pequena escola municipal que fica numa pracinha simpática da Penha, bairro de classe média baixa na zona norte do Rio de Janeiro. Dirigida pela professora Luciana Landrino, escolhida por eleição direta há 18 anos e reeleita de lá para cá, a João de Deus obteve média 6,9 no Ideb. Ficou pouco abaixo de nomes tradicionais do ensino público no Rio, como Pedro II e Colégio de Aplicação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Para a diretora, a João de Deus conseguiu a proeza porque tem o objetivo de fazer os alunos pensar. Ela diz que a escola valoriza ao máximo a leitura, a escrita e a análise. Todos os alunos levam para casa dois livros por semana. A escola tem uma professora exclusiva para a sala de leitura e administração da biblioteca. “Acabou a época do ‘quem descobriu o Brasil’”. A criança de hoje precisa saber como foi o descobrimento, as razões que trouxeram Portugal aqui e as conseqüências disso para o país”, diz a coordenadora pedagógica Petronilha Alice Meirelles. A escola não faz processo seletivo. Entram os primeiros da fila que se forma na porta antes de todo ano letivo.
A fórmula da João de Deus atravessa gerações. Luciana, a diretora, foi professora da dona de casa Rosângela Oliveira na mesma escola, onde também estudou seu pai. Agora é a vez dos filhos. “Só não matriculei meus filhos antes porque não tinha vaga. Esperei dois anos, mas vale a pena”, diz Rosângela. Os resultados mostram que é possível fazer ensino de qualidade numa escola pública. “As pessoas acham que escola municipal é de graça, mas o cidadão paga imposto e temos de fazer o melhor para atender a clientela”, afirma a diretora. “Acabou a história de que aluno da rede pública é pobrezinho, coitadinho. Ele merece o melhor como todos os outros”.
segunda-feira, 14 de julho de 2008
Governo e professores: os únicos vilões da Educação no Brasil?
sexta-feira, 11 de julho de 2008
Curso de atualização sobre história Indígena
Fonte: sintepe
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terça-feira, 8 de julho de 2008
PARA QUE SERVEM OS POLÍTICOS
A minha aluna, preocupada em saber para que servem os políticos, e quem sabe até mais, para que serve a política... A política faz parte de nossa vida, desde o momento em que nascemos, porque somos seres sociais, vivemos em sociedades e somos responsáveis pelo bem-estar da comunidade em que estamos inseridos. É preciso estabelecer leis, executar obras públicas, dar ordem à vida socialmente construída, e para isso, existem os políticos, pessoas que exercem liderança na comunidade em que vivem e que representam os anseios e aspirações de cada grupo social. O verdadeiro político é aquele que põe os interesses coletivos acima dos interesses pessoais, é alguém que assume o compromisso público de lutar pelos interesses do grupo que ele representa.
O meu aluno, totalmente desacreditado na classe política, representa bem o perfil do cidadão brasileiro, cansado de tanta corrupção, mentira, falta de zelo com o bem público, nepotismo, não acredita mais na classe política. Assumiu a bandeira do "todo político calça quarenta" e não quer mais saber de política, nem de político, muito menos de partido! Ao meu aluno, respondi que existem maus políticos sim, mas que eles não chegam ao poder sozinhos. Os maus políticos existem por conta dos maus eleitores, pessoas que "vendem" seu voto em troca de uma promessa de emprego, de uma cesta básica, de um padrão de time de futebol, etc. É óbvio que quem chega ao pode por estes meios, jamais será capaz de cumprir os compromissos assumidos em campanha, e vai acabar se esquivando toda vez que for cobrado pelos seus eleitores.
Não basta reclamar dos maus políticos e na eleição seguinte votar nas mesmas fichas carimbadas de outros carnavais ... É preciso conhecer o passado de cada candidato, analisar suas propostas, ver quem de fato está para trabalhar pelo bem comum, e o mais importante, acompanhar o exercício de cada político eleito. Quem governou ou legislou bem, merece continuar; quem usou do cargo em benefício pessoal, este deve ser punido com a derrota nas urnas.
Uma sociedade justa, fraterna e democrática começa com políticos sérios, comprometidos e prontos para servir ao bem comum, ao interesse do coletivo acima do privado, ao cidadão que através do voto depositou sua confiança. É preciso também conscientizar o eleitor, para que ele não seja apenas massa de manobra de alguns políticos inescrupulosos, nem pressionado a votar por causa de promessas vãs. Somente assim minha aluna vai aprender na prática para que servem os políticos e meu aluno vai poder saber quem existem políticos sérios e competentes, basta saber escolher na hora de votar. Assim seja.
Mal crônico do Brasil
No Brasil, o pagamento de um piso salarial de apenas 2,3 salários mínimos já é motivo de comemoração. A razão mais óbvia para esta situação é a pouca atenção dada ao ensino no País, que historicamente negligencia a educação como fator de desenvolvimento econômico e social. O resultado não poderia ser outro: o Brasil amarga índices internacionais vergonhosos em relação aos medidores dos níveis educacionais e vê seu futuro comprometido pelos limites impostos pela falta de expectativas de um desenvolvimento sustentável.
Recentemente foi noticiado pelo The New York Times que o Brasil já sofre um grave problema com a falta de mão-de-obra qualificada para os serviços de ponta num cenário produtivo moderno. Por que? A reportagem no jornal mais influente do mundo responde indo diretamente ao assunto: falta investimento em educação!
E enquanto as ações tomadas pelo Poder Público fingem atacar os problemas estruturais, a crise vai sendo apenas "administrada" e a situação não muda. Líderes do Governo Federal até chegam a sugerir que ainda não é hora para investir capital público no setor, enquanto o exemplo é seguido por governos estaduais e municipais. Muita retórica, muitos planos furados e muitas palavras vazias não resolvem a crise.
Para que o Brasil ou que qualquer uma de suas unidades federativas conheçam um desenvolvimento sólido e verdadeiro, precisam investir fortemente em educação. E não adianta evasivas retóricas ou discursos ilusórios, o negócio é provar o compromisso com ações evidentes.
Enquanto fala-se muito e realiza-se pouco na educação brasileira, vale conferir o contraste: enquanto o Brasil afugenta até os profissionais do setor, pois a carreira docente é tão desvalorizada que não desperta o interesse de futuros profissionais, na Coréia do Sul a boa qualidade da educação e o alto grau de investimento no setor já são aspectos que caracterizam o país.
Confira as matérias:
segunda-feira, 7 de julho de 2008
Do piso ao subsolo
Um detalhe sobre o piso de 2,3 salários mínimos...
sexta-feira, 4 de julho de 2008
Eleições 2008
Para cidadão comum um tratamento, para políticos com contas recusadas pelo TCE, outro
Frases vazias
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Novo piso vai beneficiar 800 mil professores
O valor total do piso deve ser pago até 2010, de forma gradual. Este ano, Estados e municípios que pagam menos de R$ 950 aos professores devem acrescentar um terço da diferença entre o valor pago e o novo valor do piso. O pagamento será retroativo a janeiro. Em 2009, serão pagos dois terços dessa diferença. Em 2010, governadores e prefeitos estarão obrigados a pagar aos professores o valor integral do piso. O MEC espera que, até o fim do prazo, as administrações locais se organizem para conseguir desembolsar os valores. "A qualidade da educação não se faz sem professor bem remunerado e bem formado", disse Haddad.
Segundo o ministro, desde a criação do Fundo da Educação Básica (Fundeb) a União transfere recursos maiores a cada ano aos Estados e municípios para o investimento no setor. Em 2008, a cifra é de R$ 3,2 bilhões. Em janeiro de 2010, a transferência será de R$ 6 bilhões. De acordo com a líder do PT, senadora Ideli Salvatti (SC), que foi relatora da proposta no Senado, o projeto deverá ser sancionado durante uma cerimônia no dia 15 ou 16 de julho. Fernando Haddad agradeceu a aprovação da proposta aos parlamentares: "A partir de agora, o dia 2 de julho poderá ser comemorado como o Dia da Independência da Educação".
Lula assina decreto de laptop para professor
O projeto, segundo o governo, não envolve recursos orçamentários e conta com a adesão de empresas fabricantes de computadores e de bancos públicos e privados, na criação de linhas de crédito.
A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos será responsável pela captação dos pedidos e entrega dos computadores no endereço indicado pelo professor. O objetivo do projeto é atender cerca de 3,4 milhões de professores em atividade de educação continuada.
R$ 6 bilhões ao ano virão para os estados para garantir o piso dos professores
União entrará com R$ 6 bi ao ano para garantir novo piso de professores até 2010
Amanda Cieglinski: Repórter da Agência Brasil/Brasília
A afirmação foi feita hoje (3) pelo ministro da Educação, Fernando Haddad. Segundo ele, a União vai complementar os salários que ainda não atingem o piso com verbas do Fundo da Educação Básica (Fundeb).
O aporte da União, via Fundeb, será de R$ 6 bilhões ao ano, até 2010, prazo para aplicação total do valor do piso. Pelo projeto, que agora vai à sanção presidencial, serão aplicados reajustes anuais, retroativos a janeiro de 2008.
“Nós estamos, por determinação da Constituição, aportando cada vez mais recursos para a educação básica. E foram estudos baseados no Fundeb que deram segurança ao Congresso Nacional de fixar um piso nesse patamar. A complementação da União é a garantia de sustentabilidade do piso”, defendeu Haddad.
Estados e municípios que hoje pagam menos de R$ 950 aos profissionais devem arcar com um terço dessa diferença ainda este ano. O piso nacional vale para professores ativos – professores, diretores e coordenadores pedagógicos – com carga de 40 horas semanais, sendo um terço de atividades extraclasse. Os aposentados também serão beneficiados.
Segundo estimativas do Ministério da Educação, pelo menos 40% dos professores em início de carreira, cerca de 800 mil profissionais, recebem menos do que R$ 950. Haddad espera que o novo teto atraia mais profissionais para a carreira de professor. “A qualidade da educação não se faz sem professor bem formado e bem remunerado. A nossa missão é garantir que a carreira do magistério seja atraente para jovens talentos”, indicou.
O ministro também destacou que algumas redes vão ter que “enxugar a máquina administrativa” e se reorganizar para pagar o novo piso, já que muitos profissionais são alocados em atividades fora de sala. “O servidor que está na escola ensinando é que precisa ser valorizado nesse momento”, opinou.
quinta-feira, 3 de julho de 2008
GREVE, GREVE, GREVE, GREVE... em São Paulo!
Um PT anti-educação
Aprovado fim da DRU para a educação
Segundo a senadora, desde a criação da DRU, R$ 72 bilhões deixaram de ser destinados ao setor. Em pronunciamento mais cedo nesta quarta-feira, ela afirmou que só este ano a educação teria R$ 7 bilhões a mais.
A PEC foi criticada pelo senador Aloizio Mercadante (PT-SP), justamente em razão das pressões inflacionárias, que reclamariam um aperto maior do gasto público. O parlamentar petista disse ser favorável ao recolhimento de recursos ao chamado fundo soberano, uma idéia em desenvolvimento no governo, de modo que, garantida a estabilidade econômica, a população pobre ficasse protegida da inflação. Mais tarde se ampliaria o gasto social.
- Não é o momento de se ampliar verbas para a saúde e a educação - advertiu Mercadante, lembrando que medidas de apoio ao setor educacional já vêm sendo aprovadas, como a fixação do piso de R$ 950,00 para os professores.
Além de representantes da União Nacional dos Estudantes, também acompanharam a discussão e a votação da matéria nas galerias do Plenário do Senado representantes da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes).