domingo, 27 de março de 2011

Alunos de escola do Programa Integral protestam

Matería da Folha de Pernambuco publicada no último dia 25 de março torna pública uma realidade bem conhecida pelos estudantes das ditas escolas de referência: a falta de estrutura e a ineficiente prática de aplicar excesso de aulas habituais sob a ilusória perspectiva de que quantidade de conteúdos e aulas possibilitam qualidade de resultados.

Segue o texto do jornal:


ESTUDANTES QUEREM MELHORIAS


Sob gritos de reivindicação por uma melhor educação, centenas de estudantes da Região Metropolitana do Recife (RMR) protestaram na tarde de ontem pelas vias do Centro do Recife. Concentrados na rua do Hospício, na frente do Ginásio Pernambucano (GP), eles engrossaram as manifestações nacionais que aconteceram durante toda a semana em vários estados brasileiros.

Em Pernambuco, uma das bandeiras da categoria é acerca do regime das escolas integrais e técnicas. Durante o protesto, os estudantes denunciaram a falta de estrutura e democracia dentro de unidades, a exemplo do GP. Ontem, os alu­nos da unidade não puderam deixar as aulas para acompanhar o protesto, mas durante o intervalo foram até o térreo do prédio, que mantinha os portões fechados.

“Está faltando água, o banheiro é horrível, não tem condições de higiene. A escola não tem nenhuma estrutura para ser integral”, disse a estudante Caroline Costa, 16. Segundo ela, o sentimento ao ingressar este ano na escola foi de decepção.

O aluno Júlio Almeida, 15, reve­la que o almoço servido na escola nem sempre é de boa qualidade. “Ontem (anteontem) muita gente passou mal por causa da comida. Outro pro­blema é o calor, as salas não têm nem ventiladores e o sol en­tra na sala. Isso incomoda muito e prejudica até a visão de alguns”, contou.

Júlio afirmou que a proposta educacional apresentada pela escola é diferente da esperada. “Queríamos ter cursos, como de Informática, Secretariado, mas só temos aulas. São dez aulas por dia, não tem nada diferente, a gente fica muito cansado”, comentou.

Outra denúncia sobre a escola foi feita pela presidente da União dos Estudantes de Pernambuco (UEP), Virgínia Barros. “Não existe democracia nes­sas escolas. Os estudantes são impedidos pelos diretores de fundarem grêmios. Já conseguimos avanço com o aumento no número de escolas, mas a qualidade da educação ainda é um grande desafio”.

Segundo a presidente da União Metropolitana dos Estudantes Secundaristas do Recife (Umes), Manuela Braga, a situação se estende a outras unidades do Estado. “Essas escolas não dão estrutura para que os alunos passem o dia todo na escola. Eles ficam presos, não tem água, não tem limpeza, e ainda sofrem com a falta de democracia. Isso acontece também em Arcoverde e outras cidades”, frisou.

Um comentário:

  1. Se esta escola é a chamada de REFERÊNCIA, imaginem a situação das que não são? Em Pernambuco os conceitos mudam segundo o entendimento de alguns sobre isto e aquilo. Um exemplo disso é apontar desestrutura como REFERÊNCIA positiva para a educação ofertada à comunidade. Aonde iremos parar?

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