Das poucas coisas que tenho certeza nessa vida uma delas refere-se a relação mídia-político. Não existe político sem mídia, nem mídia sem político.
Terminado o ano de 2011 e começando um novo ano, a mídia propagandeia os feitos do governador Eduardo Campos e as estatísticas garante-lhe o máximo de aprovação popular. Porém, se formos avaliar o quadro social em Pernambuco nada temos a comemorar, os índices de violência no estado permaneceram elevados, até julho de 2011 de acordo com um levantamento feito pela Delegacia Defesa da Mulher, aproximadamente 150 mulheres haviam sido assassinadas em Pernambuco. Caixas eletrônicos foram detonados a qualquer hora do dia ou da noite, seqüestro relâmpago, roubos, assaltos, acidentes no trânsito entre outras coisas fizeram parte dos noticiários nos principais jornais locais em 2011.
Na educação, mais um ano sem ganhos, a Pauta de Reivindicação discutida e aprovada em Assembleia da categoria, acabou ficando apenas no papel, assistimos o governo manter (de novo) as direções das escolas da rede por meio de decreto e não mais através de eleição direta desrespeitando e quebrando de vez, resquícios da democracia que pensávamos ainda existir na educação. Salas de aulas lotadas, quentes, escolas com problemas em sua infra-estrutura com lâmpadas queimadas, infiltração, goteiras, cozinhas inadequadas, bibliotecas fechadas, salas de informáticas e laboratórios de ciências sem funcionamento, diários de classe e livro de ponto extremamente burocráticos e com caráter puramente fiscalizador das ações dos trabalhadores são algumas das principais queixas dos professores da rede.
As UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) contribuem para maquiar a questão da saúde no Estado, funcionando precariamente com medicamentos em falta e poucos profissionais (não concursados e contratados por instituições privadas) que desdobram-se diariamente para dar conta da grande demanda de pacientes que buscam tais locais à procura de atendimento, aparecem nas propagandas como a solução para o problema da superlotação existente nos grandes hospitais da rede, à exemplo o da Restauração e o Getúlio Vargas.
O Complexo portuário de SUAPE, carro-chefe da campanha para a reeleição de Eduardo Campos em 2009, promove o crescimento econômico da região na qual se instala mas, tem sido incapaz de resolver as questões sociais que tanto afligem e massacram à população. Basta um simples olhar pelas ruas periféricas de Cabo de Santo Agostinho, Ipojuca e outros municípios vizinhos para constatar a triste realidade, ruas esburacadas, esgotos correndo à céu aberto, crescente número de favelas, falta de água tratada, prostituição, desemprego, mendicância, aumento da violência, etc., são coisas rotineiras nas referidas cidades. É visível a não preocupação do governo com o povo e com o ambiente. Segundo dados do Condepe-Fidem, Ipojuca detém o segundo maior PIB per capita (R$ 7.08 bilhões) do Estado, porém ostenta um IDH (0,658) inferior ao Sri Lank (0,691), país pobre da Ásia.
Palmares, Barreiros, Água Preta, e outros municípios pernambucanos vítimas das enchentes em 2010, sofreram novamente com o descaso governamental e amargaram os horrores de mais uma enchente catastrófica em 2011, repetição de um drama que além dos danos econômicos, resultou em mortes.
Porém, mesmo sem participar da repartição do ‘bolo' produzido pelas elites organizadas em Pernambuco, o povo exalta o governador e enche-se de orgulho ao pensar na possibilidade de ser Eduardo Campos o futuro presidente do Brasil.
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