Criado em 2008,
baseado na filosofia de gerenciamento industrial trazida para Pernambuco pelo
ex-presidente da Phillips, o empresário Marcos Magalhães (responsável pela
transformação do Ginásio Pernambucano em Escola de “Referência”), o Bônus de
Desempenho Educacional premia profissionais das escolas da rede que conseguem
cumprir as metas estabelecidas pela Secretaria de Educação e que são aceitas
pelos gerentes/gestores das escolas comprometidas com o Pacto Pela Educação.
Assim, como acontece nas empresas privadas, os trabalhadores das escolas
precisam doar-se ao máximo, vestir a camisa da empresa, produzir resultados,
aprovar maciçamente, diagnosticar e resolver os conflitos existentes nas
unidades em que lecionam.
Como
as unidades da rede normalmente apresentam problemas diversos que vão desde a
precariedade na estrutura física da escola (infiltrações, problemas na rede
elétrica e de esgoto entre outras coisas) passando por bibliotecas, salas de
informática e laboratórios funcionando precariamente ou sem funcionamento,
falta de materiais didáticos e até de professores, a corrida pela premiação tem
levado muitos trabalhadores em educação a um nível elevado de estresse,
ansiedade, depressão e outras doenças. Os professores precisam dar conta em
tempo hábil de uma quantidade imensa de tarefas que vão desde o preenchimento
de burocráticas cadernetas, realização de atividades extraclasse, preparação de
aulas e avaliações, elaboração e colocação em prática de projetos educativos,
avaliação e reavaliação dos alunos, etc.
Além
disso, por conta das baixas remunerações pagas à categoria, a maioria dos
professores da rede possui mais de um vínculo, sendo então, obrigada a trabalhar em
dois ou três turnos diariamente. Isso sem se falar no número excessivo de
alunos por sala e na violência que é algo frequente dentro e fora da escola.
Dessa forma, a bonificação que vem disfarçadamente como uma forma de valorizar
o profissional e escolas que se destacam, é, na verdade, um mecanismo de
negação de melhoria salarial aos docentes e, ainda, um meio de promover
competição, discórdia e doenças entre os trabalhadores em educação.
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