quarta-feira, 25 de março de 2009

Qualidade da educação não se paga com abono, nem 14º salário

Hoje o governo de São Paulo anunciou que pretende investir milhões de reais pagando abono aos professores que obtiverem melhor rendimento com seus alunos. Estima-se que cada educador destaque tenha de acréscimo aproximadamente três vezes o valor de seu salário. O governo de Pernambuco adotou a política do 14º salário, valor pago ao educador que também obtiver através de seus alunos melhor rendimento nos exames nacionais. Mas será esta a saída para se conseguir melhorar a educação em nosso país?
A meu ver esta política de "valorização do magistério" denota apenas que aos olhos dos governos o problema da péssima qualidade da educação no Brasil se restringe a atuação de maus profissionais da área que não querem se dedicar ao trabalho, daí o péssimo rendimento dos milhões de alunos nos exames nacionais da educação básica.
Para acabar com este mal é preciso "subornar" estes péssimos profissionais que finalmente farão seu trabalho direito no intuito de receber este abono educador. Esquecem tais governantes que o desprezo para com a educação decorrente desde os períodos mais remotos de nossa história é uma praga que ainda precisa ser combatida e vencida.
O Brasil ainda era colônia de Portugal e já havia professores reclamando melhores ganhos para o exercício da docência, afinal status não enchia barriga de ninguém. E hoje que nem status temos mais e continuamos a reivindicar melhores condições de trabalho e salários mais dignos?
Os governantes precisam compreender que valorizar não é embutir ganhos remotos sob condições incompreensíveis para muitos. Salários dignos, ótimas condições de trabalho, famílias estruturadas são condições que podem com certeza gerar uma melhoria significativa na qualidade da educação em nosso país. Um pouco de respeito aos profissionais que levam nas costas escolas mal estruturadas com falta de livros e material didático há centenas de anos é um bom começo. O segundo passo constitui em valorizar monetariamente, não com abonos mais com salários compatíveis, ao nível de importância social de nossa função. Por quê no Japão o imperador se curva diante de professor que é uma das atividades mais bem pagas no país?Não preciso lembrar o nível de desenvolvimento econômico e social deste país se comparado ao Brasil.
Ainda temos muito a melhorar, melhor. nossos governantes precisam entender que um dos remédios mais eficazes para nossos males é priorizar a melhoria da educação. Chega de pretensos paliativos, Abono Educador, 14º salário não vão levar a nada.

4 comentários:

  1. Um bom exemplo em nosso estado de escola pública e de qualidade é o Colégio de Aplicação da UFPE.Sempre aparece nos exames nacionais entre os primeiros lugares do Brasil. Os professores lá não vivem de abono, é claro. Possuem uma remuneração adequada a sua função. Em entrevista o diretor de tal instituição diz: "nosso quadro é formado por professores mestres e doutores, daí nosso diferencial". Não há necessidade em se criar modas na educação, como abono e 14º salário, basta copiar o que está dando certo. Remunerar bem o quadro funcional de professores, pode se tornar o diferencial de Pernambuco no processo de arrancada da "locomotiva do progresso" do Nordeste.

    ResponderExcluir
  2. Com remunerações decentes, não precisaríamos mendigar abonos e outras esmolas midiáticas 'dadas' pelo governodo estado.
    É a submissão da categoria através de premiação. Excelente intrumento de poder.

    ResponderExcluir
  3. Quando falamos em qualidade da educação é bom lembrar que a qustão salário é o primeiro ponto de partida. Mas é bom pensarmos na escola dos anos 60 e 70,e talvez no início de 80. Nos anos 60 boa partes dos alunos era de família de classe média, existia uma preoculpação dos governantes de investimento, pois os seus filhos estavam na escola pública. Existia vários profissionais como: fonoaudiólogo,odontólogo, psicólogo e assistente social e etc.Esse 14º salário nesse modelo não resolve a problemática da educação, desta maneira o governo de PE. vai pela contramão da história.

    ResponderExcluir
  4. Com ou sem 14º salário, as lamúrias dos professores continuarão. Não precisamos deste tipo de "prêmio" e sim de um salário digno.
    Será que este tão falado e esperado 14º salário irá melhorar a qualidade de vida do professor?
    É mais um engodo que não vai resolver nada. Precisamos de um salário que não nos obrigue a ter outro vínculo com o Estado como acontece com grande parte dos companheiros.

    ResponderExcluir