quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Temporários de luxo

A SE lançou edital de inscrição para selecionar profissionais contratados temporariamente para desempenhar funções na rede pública. Nenhuma novidade, pois a SE tem fetiche por contratos temporários. Também não é surpresa o fato de que as remunerações dos temporários sejam superiores aos salários de fome pagos aos professores regulares e efetivos da rede, afinal, um "analista de projetos" ou um "analista de obras" receberão R$ 3.230,00 mensais por 40 horas de trabalho semanais.
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Também há vagas para coordenadores de cursos técnicos e coordenadores de ensino a distância, por salários de R$ 2.932,96. Assistentes de laboratório profissional e de informática receberão R$ 883,06 mensais. Todos estes profissionais também deverão cumprir 40 horas de serviço por semana.
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A surpresa é a criação de uma nova classe de profissionais temporários: professores de educação profissional. Tais professores receberão R$ 728,00 mensais por uma carga-horária de APENAS 12,5 horas mensais, podendo haver acréscimo de jornada de trabalho com ganhos proporcionais. ....
O que isso significa exatamente? Ora, um professor regular (e concursado) da rede estadual em início de carreira - que trabalha 40 horas semanais - recebe mensalmente um montante líquido equivalente ao que receberá o futuro professor temporário (apesar do piso salarial falacioso alardeado pelo governo estadual)... e por uma carga-horária quase 4 vezes superior!
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O que fará o professor de educação especial? Ministrará aulas! Então por que tamanha distinção salarial para o exercício da mesma espécie de atividade entre os professores regulares e estes temporários de luxo?
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Estamos esperando uma justificativa aceitável!

Um comentário:

  1. O governo não tem interesse em convocar os aprovados, pois quem "sustenta" as escolas são os contratados temporariamente. Servem de massa de manobra para o governo e as direções autoritárias.
    Em paralisação do dia 16 de setembro a diretora da Escola Santa Sofia (Camaragbe) determinou que os alunos fossem fazer
    avaliações e que as mesmas seriam aplicadas pelos professores temporários. Foi preciso muita mobilização para garantir a paralisação.
    A escola está cheíssima de professores com contratos temporários e, para piorar a situação e contamos com a presença de vários amigos da escola, que prestam serviços ao governo "sem remuneração alguma" num belíssimo exemplo de voluntariado.

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