De aparência tranquila e sem rodeios para responder aos diversos questionamentos feitos, a professora potiguar Amanda Gurgel, contemplou o público pernambucano que compareceu nessa terça-feira(28/06) ao auditório da Fafire. A atividade foi uma inciativa da CSP CONLUTAS.
Fazendo inicialmente um resumo de sua aparição casual na mídia e como anda a greve dos trabalhadores em educação no Rio Grande do Norte, disse Amanda que sua experiência na rede pública em nada difere de tantas outras vivenciadas pelos trabalhadores em educação em todos os cantos do país. Avaliou o papel do Ministério Público que tendo como um dos objetivos a promoção dos direitos humanos vem sendo utilizado por gestores nas diferentes esferas(municipal, estadual e federal) como mecanismo de pressão e punição à classe trabalhadora.Em Pernambuco por exemplo, professores que não conseguem aprontar diários de classe em tempo determinado pela Secretaria de Educação são ameaçados pelas direções das escolas em que lecionam, de serem alvo do MPPE e de responderem à processo administrativo.
Interessante notar que as péssimas condições de trabalho a que estão submetidos os trabalhadores, o uso indevido das verbas que chegam às escolas, a falta de prestação de contas e de transparência na gastança do dinheiro público entre outros desmandos, não chegam a causar incômodo ao MPPE. Alunos são obrigados a sentarem-se em bancas quebradas, escolas deixam de funcionar devido a problemas na estrutura física, laboratórios de informática e bibliotecas estão fechados em algumas unidades por falta de pessoal, galpões são transformados em escolas, merenda é desviada e até, jogada no lixo mas, professor que alimentar-se da merenda servida na escola corre risco de ser punido pelo Ministério.
Entre as intervenções feitas após a exposição de Amada Gurgel, a professora Arlene Gomes fez duras críticas às baixas remunerações pagas aos professores e a falta de respeito com que são tratados esses profissionais. Discursou também, sobre a elitização do conhecimento e o papel das Universidades que, quando convocadas pelos governos para colaborarem na construção de propostas para a educação, agem de forma unilateral e em total desacordo com a realidade escolar. Marginalizados, os professores da rede não participam das políticas educacionais desenvolvidas no Estado.
Em sua fala o professor Mariano Macedo lembrou o golpe dado por Eduardo Campos quando anexou a gratificação do Magistério (chamada de 'pó de giz') para compor o Piso Salarial dos professores e, do não reconhecimento do governo em pagar o valor do Piso determinado pelo STF. Enquanto o professor Dácio Cruz, apontou a necessidade de intensificar-se a organização nos locais de trabalho como maneira de fortalecer a luta no enfrentamento aos ataques direcionados incessantemente à classe trabalhadora, organização esta, bastante comentada e defendida por Amanda Gurqel em vários momentos de sua fala.
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