domingo, 23 de outubro de 2011

DESAJUSTE EDUCACIONAL


Ao dividir o ano letivo em unidades bimestrais a Secretaria de Educação de Pernambuco atesta seu total desconhecimento em relação a vida escolar. Enquanto um professor de Língua portuguesa ou de Matemática com cinco à seis aulas semanais trabalha aproximadamente cinquenta aulas por unidade, professores de Geografia e de História por exemplo com apenas duas aulas semanais contam apenas com dezoito à vinte e duas aulas por cada bimestre, fato este que obrigada estes trabalhadores a acumularem um número excessivo de turmas e consequentemente de diários de classe extremamente burocratizados e que devem ser preenchidos de 'cabo a rabo'. Nesse curto período de tempo os professores são obrigados a trabalhar os conteúdos programados, avaliar e reavaliar, tudo isso sob intenso sistema de controle, fiscalização e ameaças das GREs que inclusive utilizam-se do MMPE (Ministério Público de Pernambuco) para fortalecerem as cobranças. Tudo tem quer ser feito dentro de prazos determinados, desrespeita-se o trabalho do professor e compromete-se a qualidade do ensino. A cada final de bimestre, presenciamos um certo 'enlouquecimento coletivo' dentro das unidades de ensino, mobiliza-se a escola para atender satisfatoriamente aos caprichos da SEE/GREs. Porém, todo esse sistema de desajuste é compreensível uma vez que, as metas são planejadas por equipes técnicas do governo, ou melhor, gente que não vivencia a realidade de uma sala de aula nas escolas da rede.

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