É com tristeza e indignação que assistimos a decadência da escola Samuel Mac Dowell/Camaragibe. Ressalto que a unidade não representa caso isolado, mas o que chama a atenção é que a mesma é marcada por uma história de luta e resistência reconhecida na comunidade.
Das vinte salas de aulas, funcionam apenas doze, nove e sete respectivamente nos turnos manhã, tarde e noite, a política de fechamento de turmas batizada pela Secretaria de Educação de 'reordenamento das escolas', provocou a saída de aproximadamente vinte professores da unidade. Nas mãos de uma interventora a mando da senhora Sandra Farias gestora da GRE metrosul que, segundo um professor, em reunião chegou a cúmulo do absurdo e do abuso ao afirmar que, estava mandando uma nova gestora porque na unidade não havia pessoas competentes para o cargo, a escola passa por momento difíceis. Professores que são contrários à essa onda de arbitrariedade comentam que são fiscalizados por gente da GRE que disfarçadamente passeia pelos arredores da escola. Alunos em conversa chegaram a dizer que não podem ficar em grupos nas proximidades do estabelecimento de ensino porque correm o risco de serem surpreendidos com presença de policiais. Câmeras foram instaladas nos corredores ainda no período de férias, coisa que bem caracteriza essa GRE que faz reuniões e toma decisões às portas fechadas. Enquanto isto, faltam birôs nas salas dos professores e estas, continuam quentes e insuportáveis. Que tal o novo secretário de Educação visitar a escola e apurar tais queixas?
Texto enviado para os jornais e para e-mail do Secretário de Educação (andersongomes@educacao.pe.gov.br)
Estimada Albênia,
ResponderExcluirNão quero entrar no mérito da falta de profissionais a "altura" do que pretende a SEE para atuar como gestores. O que vejo é a divisão dos profissionais em educação dentro das próprias escolas,pois muitos gestores estão esquecendo suas origens e sendo omissos quando nao, subservientes a um sistema, toda escola que não dispor de seu 'capataz' para transmitir as ordens dos patrões, sofrerão intervenção. Nos acostumamos em um ambiente ordeiro e harmonioso onde o clima de trabalho inspirava tranquilidade - ainda que aparente - hoje, o ambiente das escolas estaduais se torna cada dia mais aterrorizante e isso, na minha opinião, é manobra política. Nunca vi tamanha desfaçatez de um governo que fecha turmas ao passo que a população só cresce, veja minha situação: Sou professor de língua inglesa e sem turmas já que a disciplina está sendo oferecida apenas no ensino fundamental e como o Estado visa oferecer apenas o ensino médio e com apenas uma língua estrangeira moderna (espanhol0, fico preocupado. Ainda, aguardo convocação para assumir mais um vínculo, agora sem perspectiva. Na grade das escolas particulares cabem as duas disciplinas, no Estado, não. Fico sem entender. Sou solidário a sua inquietação no que concerne a situação da escola que você aponta, o que me me deixa mais indignado é o caos e o terror instaurado pela própria SEE ou GRE tendo como mote a restauração da ordenança. Estamos tão desvalorizados que tão rápido surja uma oportunidade de nos "elevarmos" de posição, passamos (alguns de nós) a menosprezar a classe que nos oriunda, ou quem sabe é a pressão de cima para baixo e no estreitamento do funil, estamos, nós professores. O que é imperdoável e o clima milicioso que se instaura nas escolas, a todo momento as milícias estão nos corredores, frestas de portas, boletins informativos, bajuladores, livros de ponto, quadro de avisos, relatórios infames e agora, câmeras e agentes infiltrados... é a gestapo, minha amiga. Entratanto, enganam-se aqueles que acham que teremos os joelhos dobrados pela imposição do terrorismo. Coragem, enquanto houver argumentos e espaços democráticos, permaneceros firmes e "rebeldes" à tirania. Até Jesus chicoteou os comerciantes que profanavam o Templo do Pai. Força sempre. Me dá uma orientação sobre a disciplina de inglês, será mesmo extinta da grade curricular? Um abraço.
Espero não destruir a imagem que criei desse secretário. Está na hora dele ter contato direto com os profissionais em cada repartição distinta, seja: sala de aula, secretaria, diretoria, diretoria e GREs. A realidade só é percebida quando vista de perto, pois é muito fácil planejar e gerenciar a distância. Tudo nesse governo é assim, o planejar é mais focado que o executar. Imagina uma dona de casa tendo que alimentar os filhos, gasta um mês planejando ir à feira, esquecendo de fazer a comida pra família ou de limpar a casa, é o governo. Você já leu o texto de remoção e relocação que chega para os professores à disposição?
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEstive sexta-feira na GRE-SUL, onde necessitava resolver um problema refernte à minha carga horária... Nunca trabalhei no horário da tarde em escolas do Estado; porém, descobri que o professor André, da tarde, era eu.. e estava com cerca de 20 faltas. Ora, até o término do ano letivo de 2010, o meu horário, com 150 horas/aulas, era noturno. Nada resolvi, devido à quantidade de professores em situação bem mais urgente, pois a maioria simplesmente não está localizava em nenhuma escola.
ResponderExcluir.
.
.
Faz 26 anos que leciono, tendo uma experiência maior em escolas particulares. Como professor da rede estadual de Pernambuco, tenho cerca de 04 anos... Desde 2010, faço peregrinações em diferentes escolas, tentando manter-me no turno da noite; mas estou perdendo espaço, paciência e, principalmente, a motivação de continuar. Que me perdoem os mais otimistas, mas cada caso é um caso e estou apenas desabafando.
.
.
.
Enquanto durar essa política dudulista; enquanto existirem seus protegidos, a coisa tenderá a piorar ao longo dos dias.
.
.
.
Já não se trata apenas de aumento de salário. é uma questão de respeito ao profissional da educação. Professor é mercadoria fácil de ser encontrada em qualquer esquina. Não mais interessa se você tem experiência, habilidade, competência, tempo de serviço; pois o que importa agora é mostrar à sociedade uma verdadeira farsa, que já demonstra decadência. O governo atual ganhou a eleição, mas não calou os bons profissionais.
.
.
.
Como professor sempre imaginei uma melhora significativa na educação de nosso Estado, apostando na boa vontade dos nossos governantes. No entanto, meu descredito caiu, quando assumia a pasta da educação, o Sr. Danilo Cabral, que nos levou ao atual abismo.
.
.
.
O caos está implantado. Por menos que isso, já se faziam greves, movimentos, mobilizações por toda a sociedade. Estamos esperando o quê ? esperar a data base da categoria ? Há data base para respeito e reconhecimento ?
.
.
.
Mas, é como a maioria das gestoras ( das próprias GRE´s ) nos dizem : - quem não estiver satisfeito, peça exoneração !
Eu fui professor do turno da noite da escola Samuel Mcdowell. Fui um dos devolvidos à GRE pela falta de turmas. A escola, no ano passado, sofreu um processo de mudança de gestão encabeçado pela GRE que substituiu o gestor antigo por uma professora que já trabalhou comigo na escola Diário de Pernambuco. O gestor anterior era bastante ausente na unidade e havia um desconforto por parte de alguns professores por essa ausência. Costumava-se ouvir tal questionamento: "Ele sempre manda nossas faltas para desconto, será que ele manda a dele?" Todo esse movimento de descontentamento resulton na intervenção da GRE, com visita de uma equipe da mesma e, na última visita, com a presença da gestora da GRE Sandra. O que se vivenciou naquele momento foi algo, no mínimo, constrangedor. O gestor antigo não se encontrava na escola no horário em que a equipe da GRE chegou (à noite). Quando ele chegou, travou uma discussão com a gestora Sandra, que mesmo não ouvindo os demais professores dos outros turnos (o q seria o mínimo de democracia) já trouxe naquela ocasião a professora Rejane para apresentar como gestora nova.A comunidade da escola ficou, no minimo, surpresa e alguns professores mostraram descontentamento com essa decisão arbitrária da GRE. Um representante do SINTEPE esteve na GRE, mas não se conseguiu mobiilizar um coletivo para reverter tal situação. A gestora da GRE foi à escola em outra ocasião (eu não estava) e fez valer a sua decisão permanecendo na gestão da escola a professora Rejane, que foi escolhida única e exclusivamente pela própria GRE e não fazia parte da escola, ou seja, a comunidade escolar não a conhecia. Pela apatia geral estabelecida em nossa classe com a santa ajuda do sindicado chapa branca que temos, a situação da escola é essa que postaram no artigo. A maior surpresa que tive foi que fui visitar a escola esse mês de janeiro pra falar com a gestora sobre carga horária e meu afastamento para o mestrado (havia recebido um telefonema da tecnica em janeiro de que não teria mais carga horária pra mim à noite). Lá a atual gestora-interventora primeiro me disse que não poderia assinar o meu pedido de afastamento, segundo que mesmo que o fizesse a gestora da GRE o indefereria, depois me comunicou que tinha instalado câmera na escola pra ver "O PROFESSOR QUE CHEGA ATRASADO E SAI CEDO" como se essas câmeras não funcionassem para alunos ou equipe gestora. E, para finalizar, disse o absurdo seguinte "SE VOCÊ NÂO PODE COM O GOVERNO, AILIE-SE A ELE". É gente, penso mesmo que talvez tenha sido melhor ter sido entregue de lá, não pelos colegas professores e pelos alunos com quem convivi dois anos,mas pela dificuldade e conflito que teria que travar numa escola em que a GRE foca seus esforços no sentido de fiscalizar os professores e num contexto de intervenção anti-democrática em que as pessoas não conseguem se organizar para barrar as mudanças sempre para pior que tem ocorrido na educação e, principalmente com os professores desse estado.
ResponderExcluirJadilson Miguel
É isso aí, André. Essa brincaderia só ocorre por omissão, muitas vezes da categoria. Se Jarbas ou quem quer que seja, tenha sido pior que dudumalvadeza, isso está no passado. Em tempos como os de hoje é inadimissível tal postura de uma classe ou sindicato, não de pessoas esclarecidas. Não basta a palhaçada do salário mínimo ou da CPMF? Os fazendários fizeram 3 dias de greve, foram atendidos, pois acerta diretamente nos cofres do Governo, por que não houve retaliação? O negócio é parar e parar mesmo, sem esperar sindicato ou respeitar prazo de negociação. Quem quiser ser enrolado pelo sintelasca que espere, pois não vejo um movimento pra discutir melhores condições para professores, fica a discussão pautada no piso que é teto e onde será a reunião do sintelasca? No Canarius' Gaibu, copiando o governo. Esse povo tá pouco se lixando pra nós ou pra educação. "Greve já", é minha proposta se o sintelasca chegar a minha escola. Um abraço. Corre logo ou você terá problemas na aposentadoria. Exija documento, vai por mim.
ResponderExcluirA política de Eduardo Campos é a mesma de Jarbas Vasconcelos, ou seja, neo-liberal. Ele aplica uma política de desmanche e precarização das relações de trabalho no serviço público, em especial na saúde e na educação. Na saúde cria as UPAS, porém nada funciona. Na educação cria as escola de referência, que na verdade são centros de exclusão.
ResponderExcluirO governo do estado de Pernambuco já está há dois anos sem aumentar os salários dos professores; fez descontos na última greve; aplica uma política salarial de empresa privada (o bônus de desempenho educacional) que só faz acirrar a disputa entre escolas e também entre professores. Surgem boatos que o aumento "substancial" prometido pelo secretário de educação vai ser um bônus de assiduidade. Assim funcionários vão pensar duas vezes antes de ir ao médico, às assembléias, seminários...
Como se não bastasse tudo isso, os diários de classe 2011 são mais trabalhosos e burocráticos, o que não melhora em nada a qualidade de educação, ou melhor, só serve para punir o professor e diminuir seu tempo de lazer.
Nexte contexto, observa-se na rede estadual também cobranças exacerbadas, fiscalizações absurdas, burocracia irritante e desrespeiro com os trabalhadores em educação.
Assim, exigimos aumento imediato dos nossos salários, rumo ao salário minímo do DIEESE para 200 h/a; simplificação dos diários e fim da burocracia.