Publicado em 06.09.2011, às 13h05
Malvina Tuttman afirma que objetivo do Exame Nacional de Ingresso na Carreira Docente não é criar ranking
Foto: Agência Brasil
O Exame Nacional de Ingresso na Carreira Docente, que ainda está em fase de elaboração pelo Inep, tem como objetivo ser aplicado para novos professores que pretendem trabalhar na rede pública e, não para avaliar os antigos.
O assunto foi um dos temas que gerou dúvidas entre os secretários municipais de educação, durante o 4º Fórum Nacional Extraordinário dos Dirigentes Municípios de Educação, quando a proposta foi apresentada.
A presidente do Inep [Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira], Malvina Tuttman, conversou com o UOL Educação sobre o tema. Veja alguns trechos da entrevista realizada em Mata de São João (BA).
Há possibilidade de se usar a prova como um “Enem do professor”, um ranking para comparar os profissionais da área?
Malvina Tuttman - Isso não pode acontecer.
Tem como evitar isso?
Malvina - Primeiro, a má utilização de um processo pode acontecer sempre. Garantir que os resultados não serão utilizados indevidamente? Eu não posso garantir, porque vai depender da ética de cada um. O que é interessante é que cada participante, ele se inscreve na rede, ou nas redes que ele assim desejar. Só vai ter o resultado deste candidato ou destes candidatos que se inscreveram naquela rede, a secretaria de Educação. A secretaria de Educação X só tem os seus resultados. Então, possivelmente ela não irá divulgar os resultados, porque não interessa divulgar os resultados. Ela [a secretaria] vai fazer a chamada como faz em concursos que normalmente ela realiza.
Qual a previsão de periodicidade da prova e a previsão de custo dela?
Malvina - Não temos um custo total porque vai depender da adesão, do número de provas, dos locais [onde serão aplicadas]. Então, é prematuro dizer os custos neste momento. Vamos fazer a primeira e vamos verificar qual a adesão que nós temos, porque um concurso tem a duração [validade] de dois anos pela legislação. Então, vamos verificar qual a demanda. Ela terá sim uma periodicidade, mas eu não posso dizer neste momento qual será.
É possível evitar que as escolas comecem a propagandear o fato de terem professores mais bem colocados na prova (Exame Nacional de Ingresso na Carreira Docente)?
Malvina - Não. Até porque nós todos sabemos que nem sempre, entre aspas, o melhor aluno, que é o primeiro na faculdade, ele se torna o expoente em sua profissão. Não é verdade? Existem outras situações, existe a prática. Então, não há nenhuma pesquisa que relacione que os primeiros colocados serão sempre os melhores professores. É um conjunto. A prática do professor está relacionada também a ambientação das escolas, as discussões, ao projeto político-pedagógico, a uma direção bastante competente. Portanto, há um conjunto de fatores que não dependem apenas da performance do professor numa prova.
Fonte: UOL
Não sei qual o problema de se avaliar e certificar o professor. Sinceramente, tem muito profissional muito ruim no mercado e que só faz desqualificar ainda mais o magistério. Quando vou a uma assembléia de professores fico em dúvida se não estou no canto errado, entrando em uma reunião do sindicato da construção civil. Chovem nos microfones expressões como "os pobrema da educação", "devemo continuar a luta campanhero" e o clássico "a culpa é do FMI, Banco Mundial e FHC".
ResponderExcluirAinda tem a questão estética que talvez possa ser falado em outra ocasião. Não estou falando de roupas de grife e sim de tomar banho, fazer a barba e cortar o cabelo.