Os magnânimos gênios pedagógicos que operam milagres de insensatez na Secretaria de Educação são incansáveis. Enquanto os educadores de ofício (aqueles que não trabalham em gabinetes isolados, mas em salas de aula de verdade) estão em férias, os nossos surpreendentes magos da pedagogia brindam a todos com mais uma obra desenvolvida sem a menor interação e diálogo com a categoria. Trata-se da nova trama “criativa” e “modernosa” escondida por trás das Matrizes Curriculares de Referência recentemente divulgadas pela Secretaria de Educação.
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Os documentos apresentam reformulações na distribuição das cargas-horárias e institui (ou “sugere”?) novas disciplinas que deverão integrar os currículos das escolas. As chamadas “Ciências Humanas e suas tecnologias” foram possivelmente as mais comprometidas pelas mudanças. No Ensino Fundamental, por exemplo, disciplinas como História e Geografia tiveram suas já precárias cargas-horárias diminuídas para 320 horas-aula, correspondendo a apenas duas aulas semanais em cada série do ciclo (até o último ano letivo a carga-horária era de 480 horas-aula, distribuídos em 3 aulas semanais). Embora sem definição de carga-horária, o campo das Ciências Humanas acabou comportando a disciplina de Ensino Religioso, cuja matrícula é facultativa mas o oferecimento é obrigatório – situação curiosa num Estado de educação laica.
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A instituição da chamada “Parte Diversificada” do currículo escolar merece alguma apreciação crítica. Apontam-se como “sugestões” de disciplinas: Educação, Direitos Humanos e Cidadania, Educação e Trabalho e História da Cultura Pernambucana. Estas disciplinas propostas são certamente valiosas, porém serão oferecidas retirando carga-horária de outras – História e Geografia. Ocorre, porém, que muitos dos conteúdos que poderiam ser tratados pelas disciplinas propostas já estão contidos nas disciplinas que tiveram parte de suas cargas-horárias suprimidas. Lamentavelmente, os “iluminados” educadores de gabinete não acompanham as recentes publicações didáticas nem sabem como temas transversais foram sendo incorporados ao teor da História e Geografia na sala de aula. Não sabem que um tema como cidadania, por exemplo, pode ser vivenciado em qualquer disciplina sob as mais variadas perspectivas durante todo o ciclo de ensino e, em especial, a disciplina de História já cumpre significativo trabalho de incorporação do tema ao longo de seu currículo regular. Não sabem tais “autoridades pedagógicas” que a Educação Ambiental é fundamento recorrente trabalhado pela Geografia e também pela disciplina de Ciências.
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Fora estas observações pontuais, cabem alguns questionamentos. O que fazer na disciplina de Educação? A Secretaria propõe uma disciplina sem estabelecer um nexo mínimo para ela? Quais os critérios para a deliberada supressão apontada na carga-horária de História e Geografia? A Secretaria arcará com o ônus da impossibilidade do cumprimento dos programas de História e Geografia? Estas novas disciplinas seriam ministradas pelos professores cujas cargas-horárias de suas disciplinas de formação foram reduzidas? A Secretaria disponibilizaria material didático para as novas disciplinas? A Secretaria promoveria treinamento para que as novas disciplinas pudessem ser ministradas ou pretende que tudo ocorra ao sabor do improviso?
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Quanto ao Ensino Médio, as novidades também são repetitivas, pois a criatividade dos “pedagogos de proveta” se limitou a propor as mesmas novas disciplinas – prova que até para sugerir é necessário empenho. Novamente as Ciências Humanas sofreram perda. Sociologia ficou restrita ao 3º ano (2 aulas semanais) e Filosofia só será ministrada no 2º ano (2 aulas semanais), persistindo também Ensino Religioso.
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Nossos “magos” da pedagogia vazia deveriam eles próprios buscar uma atualização das disciplinas escolares e verificar que este engodo curricular é uma farsa. Também poderia ser considerada seriamente a discussão de ampliação da jornada escolar, viabilizando não apenas a possibilidade de inclusão de disciplinas como a distribuição adequada de cargas-horárias.
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Os documentos apresentam reformulações na distribuição das cargas-horárias e institui (ou “sugere”?) novas disciplinas que deverão integrar os currículos das escolas. As chamadas “Ciências Humanas e suas tecnologias” foram possivelmente as mais comprometidas pelas mudanças. No Ensino Fundamental, por exemplo, disciplinas como História e Geografia tiveram suas já precárias cargas-horárias diminuídas para 320 horas-aula, correspondendo a apenas duas aulas semanais em cada série do ciclo (até o último ano letivo a carga-horária era de 480 horas-aula, distribuídos em 3 aulas semanais). Embora sem definição de carga-horária, o campo das Ciências Humanas acabou comportando a disciplina de Ensino Religioso, cuja matrícula é facultativa mas o oferecimento é obrigatório – situação curiosa num Estado de educação laica.
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A instituição da chamada “Parte Diversificada” do currículo escolar merece alguma apreciação crítica. Apontam-se como “sugestões” de disciplinas: Educação, Direitos Humanos e Cidadania, Educação e Trabalho e História da Cultura Pernambucana. Estas disciplinas propostas são certamente valiosas, porém serão oferecidas retirando carga-horária de outras – História e Geografia. Ocorre, porém, que muitos dos conteúdos que poderiam ser tratados pelas disciplinas propostas já estão contidos nas disciplinas que tiveram parte de suas cargas-horárias suprimidas. Lamentavelmente, os “iluminados” educadores de gabinete não acompanham as recentes publicações didáticas nem sabem como temas transversais foram sendo incorporados ao teor da História e Geografia na sala de aula. Não sabem que um tema como cidadania, por exemplo, pode ser vivenciado em qualquer disciplina sob as mais variadas perspectivas durante todo o ciclo de ensino e, em especial, a disciplina de História já cumpre significativo trabalho de incorporação do tema ao longo de seu currículo regular. Não sabem tais “autoridades pedagógicas” que a Educação Ambiental é fundamento recorrente trabalhado pela Geografia e também pela disciplina de Ciências.
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Fora estas observações pontuais, cabem alguns questionamentos. O que fazer na disciplina de Educação? A Secretaria propõe uma disciplina sem estabelecer um nexo mínimo para ela? Quais os critérios para a deliberada supressão apontada na carga-horária de História e Geografia? A Secretaria arcará com o ônus da impossibilidade do cumprimento dos programas de História e Geografia? Estas novas disciplinas seriam ministradas pelos professores cujas cargas-horárias de suas disciplinas de formação foram reduzidas? A Secretaria disponibilizaria material didático para as novas disciplinas? A Secretaria promoveria treinamento para que as novas disciplinas pudessem ser ministradas ou pretende que tudo ocorra ao sabor do improviso?
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Quanto ao Ensino Médio, as novidades também são repetitivas, pois a criatividade dos “pedagogos de proveta” se limitou a propor as mesmas novas disciplinas – prova que até para sugerir é necessário empenho. Novamente as Ciências Humanas sofreram perda. Sociologia ficou restrita ao 3º ano (2 aulas semanais) e Filosofia só será ministrada no 2º ano (2 aulas semanais), persistindo também Ensino Religioso.
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Nossos “magos” da pedagogia vazia deveriam eles próprios buscar uma atualização das disciplinas escolares e verificar que este engodo curricular é uma farsa. Também poderia ser considerada seriamente a discussão de ampliação da jornada escolar, viabilizando não apenas a possibilidade de inclusão de disciplinas como a distribuição adequada de cargas-horárias.
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Confira nas postagem abaixo as matrizes (clique na imagem para ampliar)
Antigamnete era assim, só tínhamos 2 aulas semanais destas disciplinas e existiam disciplinas como EMC, O.S.P.B, Est. do Nordeste...isso durante o
ResponderExcluirGoverno Militar, resumindo é um RETROCESSO.Temos que nos unir e barrar esta vergonha.Problema maior é UNIR a categoria.
Unir a categoria é problema mesmo, por isso somos tão atacados: a desunião faz-nos mais fracos a cada dia. Incrível se pensar em redução de carga horária das disciplinas de História e Geografia, pior ainda nos impor isso. Alienar é o objetivo, quanto menos se sabe menos se discute e tudo fica por isso mesmo: discentes saem das escolas públicas sem o devido preparo e o governo propaga estar fazendo o melhor para nós pernambucanos. Que melhor é esse? Temos pessoas saindo com diploma de conclusão do ensino médio sem entender sequer um pequeno texto, sem saber escrever duas linhas sem erros ortográficos, sem pronunciar as palavras de forma adequada. Será que o mercado de trabalho vai receber bem essas pessoas? Todos nós sabemos bem a resposta e o governo grita aos quatro ventos que investe em educação, afinal vai aproveitar bem o dinheiro do fundeb e comprar fardamento escolar, o propagado kit. A estrutura que é oferecida para ele, o aluno, estudar usando esse kit é que não é divulgada.
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ResponderExcluirÉ lastimável a forma como somos tratados.É evidente que a matriz curricular necessitava de modificações; mas para tanto, fazia-se necessário uma avaliação por áreas, para se estabelecer critérios e traçar metas coerentes. Quem? Neste Estado reune qualificações suficientemente embasadas pelos conhecimentos acadêmicos e práticos, senão nós, professores?Nós que vivenciamos as dificuldades das salas de aula.Por que não somos ouvidos?Cadê o SINTEPE? PARA QUE SERVE ESTE SINDICATO AFINAL? E nós? vamos silenciar? Por quê? A ditadura acabou ( ou não? ) Que democracia é essa onde o professor não é chamado para discutir os rumos da educação? Nego-me a crer nesta incoerência. Nego-me a aceitar calada tal absurdo.Felizmente essa indignação não é exclusividade minha, porém, sei que (lastimavelmente) alguns preferem não se posicionar e é justamente por causa desse tipo de atitude que a educação é tratada com tamanho desrespeito. Outra vez pergunto: CADÊ O SINTEPE?
ResponderExcluir"Novas...novas... novas...velhas...velhas...velhas...práticas. Com todo esse "anacronismo pérpetuo" (não é novidade) o pior de tudo é termos um SINDICATO PATRÃO.
ResponderExcluirCade o bendito link? Qur droga de postagem.
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