sábado, 30 de agosto de 2008

Entra governo e sai governo e a educação e a saúde continuam mal em Pernambuco

Em pesquisa recente a população pernambucana parece aprovar o atual governo do estado. Tais índices de aprovação com certeza não incluem aquela parcela da população que é mal servida em hospitais e escolas públicas, ou seja, a maioria da população. O descaso do atual governo é visível nas últimas negociações com o sindicato dos médicos que não reivindicaram somente aumento nos seus salários, mas principalmente melhores condições de trabalho. É vergonhoso o fato de faltar remédios, leitos, ou seja, o mínimo para um profissional da saúde atuar. Isso é uma constante nos hospitais públicos de nosso estado. Mudar esta realidade parece não ser a intenção do Campo das Princesas visto a última atitude do governo que foi a aceitação do pedido de exoneração de 21 médicos e anunciar a convocação provisória de médicos das forças armadas para auxiliar no atendimento à população. Repete o desrespeito que dirigiu aos docentes de nosso estado por ocasião da última greve em 2007 com esta postura em não acatar medidas que privilegiassem a população preferindo adotar o tipo "linha dura":aquele que não conversa enquanto estiver na berlinda. Esconder as debilidades em setores bases como saúde e educação não resolve problema. Muito menos fazer propaganda enganosa e divulgar aprovação cuja pesquisa não se sabe onde e como foi realizada. Se esses pesquisadores chegassem até a população real saberiam informar que a mesma está a esperar de melhor tratamento. Melhores hospitais, melhores escolas, segurança, lazer, trabalho. O povo não precisa ver propaganda, precisa sim de governo que trabalhe e lhe respeite. Afinal pagamos impostos, fazemos nossa parte enquanto cidadãos e o mínimo que se espera é o cumprimento de promessas e não gasto de milhões com propaganda fútil. Precisamos mudar essa cultura onde se impera falácias durante as campanhas com fria intenção por parte dos políticos do não cumprimento da palavra dada. Trago de novo a indagação: Cadê a prioridade com a saúde e a educação alardeada durante o último pleito? O servidor estadual está a espera de melhor tratamento. Isso foi promessa de campanha.

2 comentários:

  1. Preciso discordar de alguns aspectos. Primeiramente, o que está prevalecendo nesta briga entre o governo e os médicos não é apenas a questão reivindicatória em torno da melhoria das condições da saúde pública em Pernambuco. Há, isto sim, uma postura absurda dos próprios médicos de utilizar suas condições como instrumento de pressão e eles estão, de fato, chantageando o governo e penalizando a sociedade. Em rodadas de negociações, desde o ano passado, os médicos já obtiveram quase 70% de reajustes e, ainda assim, continuam pressionando, no fundo, para ganhar mais.

    Quando os médicos se reuniram com outros segmentos da própria saúde para lutar por melhores condições gerais para o sistema? Enfermeiros, técnicos e demais servidores da área recebem salários incomparavelmente menores e não contam com a solidariedade dos médicos. Mas a questão da saúde não é apenas salarial e o que há além deste problema também não incomodou tanto os médicos, afinal, vale ressaltar que o problema do descaso não exclusivo desta gestão do governo estadual e nunca houve um movimento demissionário chantagista antes.

    É preciso fazer uma leitura crítica em relação à postura dos médicos e sobre o posisionamento político deste suposto movimento. Os médicos demissionários, em geral, já possuem vínculos muito bem remunerados no sistema privado. Em tese, portanto, eles não estão agindo como mártires, e sim como chantagistas. Ora, em que medida as demissões estão servindo de instrumento para a melhoria da saúde?

    Estes preofissionais estudarem em universidades públicas e negam a atender ao público que financiou suas carreiras. Além de aceitar as demissões dos chantagistas, o governo deveria fazer mais. Deveria haver um processo judicial. Estes chantagistas deveriam perder seus registros profissionais e ter a suas licenças cassadas.

    Qualquer profissional possui o direito de reivindicar, de lutar por melhorias e mesmo de demitir-se, porém, os médicos estão utilizando métodos absurdos de pressão que acabam negligenciando suas funções públicas visando interesses menores.

    A luta pela melhoria da saúde pública é apenas um detalhe neste movimento. Não podemos ser ingênuos quanto a isto.

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  2. @Quem passa pelos corredores dos hospitais públicos em PE, realmente pode atestar a extrema irresponsabilidade do governo em relação à questão da saúde. Vi pessoas doentes, apodrecendo e morrendo, presenciei médicos e outros profissionais atropelando-se em corredores lotados e fétidos, tentando prestar atendimento aos pacientes jogados em macas sujas e descobertas ou em simples cadeiras de plástico. Acompanhantes dormem no chão em caixotes de papelão abertos.
    É deprimento perceber que, para os "nossos representantes governamentais" o ser humano pertencente as camadas mais baixas da população,nada vale, nada representa.
    O governo omisso permite a falência do sistema de saúde, apoia-se em propostas neoliberais (privatizações disfarçadas, através das famosas Fundações)e ainda joga a população em direção opostas aos trabalhadores da saúde,como faz com os profissionais em Educação. Ameaças e severas punições, são as armas usadas pelo governo a quem à este opõe-se.
    É o que dá colocar um "Socialista" no poder...

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