Um blindado pintado de preto e cinza. Saindo de seu interior um ser vestido de preto da cabeça aos pés, literalmente. Coturnos pretos, máscara preta cobrindo toda a cabeça – à moda ninja – um capacete lembrando algo entre as tropas nazistas e os soldados do Império de Star Wars. Fechando o conjunto óculos como de soldadores, com lentes pretas. Nas mãos um pequeno, porém mortal, fuzil. Assustador até para adultos. Quem dirá para as crianças das comunidades e favelas onde os homens de preto do BOPE e seu temível CAVEIRÃO semeiam o medo e o terror. Este foi um dos símbolos do 7 de setembro na Presidente Vargas, no Rio de Janeiro. Porém os centenas de ativistas que compareceram ao 16º Grito dos Excluídos fizeram questão de mostrar sua indignação: Os caveirões e os homens de preto desfilaram, ao menos em uma parte da Avenida, sob estrondosa vaia. Melhor sorte não teve a Guarda Municipal de Eduardo Paes, saudada aos gritos de espancadores de camelôs. Porém não só de blindados, homens de preto ou de representações do terrível choque de ordem do prefeito Eduardo Paes, que impede os trabalhadores da economia informal de garantirem o pão de cada dia, foi o 7 de setembro. Outro símbolo estava presente: a garra e a disposição de centenas de ativistas, com suas faixas, suas bandeiras vermelhas, mostrando aos ricos e poderosos que não nos calamos, que somos trabalhadores e trabalhadoras e seguimos lutando. "Governantes onde estão nossos direitos?", dizia a faixa de abertura mostrando a disposição de parcela significativa das centenas de ativistas que compareceram ao Grito. Lula, Cabral e também o prefeito Eduardo Paes, nestes tempos eleitorais tentam convencer a população que tudo vai bem, que vivemos no melhor dos mundos possíveis. Porém o panfleto assinado pelo MTST, a CSP-Conlutas e a ANEL, entre outras entidades, denunciava durante o Grito: “(...) Para salvar empresários da crise o governo Lula deu a eles R$ 370 bilhões. Para os fazendeiros do agronegócio liberou mais de R$ 106 bilhões. Ano passado, no auge da crise econômica, as empresas dobraram o lucro para R$ 34 bilhões. Para os trabalhadores sobrou o desemprego e os baixos salários. Enfrentamos transportes ruins, trens e metrôs que atrasam. Ônibus lotados, barcas que não funcionam. São nossos filhos e filhas as vítimas das invasões policiais. É a juventude negra o alvo, preferencial, das ações policiais. Nossa juventude é vítima do tráfico de drogas e de armas. A resposta dos governantes são as ocupações das comunidades com UPP’s - Unidade de Policia Pacificadora. Na invasão do Salgueiro para instalar uma UPP, uma mulher do povo afirmou ao vivo na televisão: “O que nos interessa é saneamento, é hospital, é escola.” Para nós ela está certíssima. Ora você pacifica o que está em guerra. Na guerra há inimigos a serem eliminados, para eles o inimigo somo nós, eu e você. O inimigo são os trabalhadores e o povo. Não é por acaso que no verdadeiro arsenal de guerra utilizado para invadir as comunidades esta o temível CAVEIRÃO. Trata-se de um veículo blindado, pintado de cor escura, onde ainda se ouve uma voz: “Eu vou roubar a sua alma”. Ao invés de invasão policial o estado deve aparecer nas comunidades sob a forma de saneamento básico, de postos de saúde e de escolas. De políticas para garantir empregos e salários. E não sob a forma de blindados, das balas e das bombas. Entretanto nas ruas e comunidades da capital do estado continua a lógica da repressão. O Choque de Ordem do prefeito Eduardo Paes impede os trabalhadores da economia informal de conseguirem o sustento de suas famílias. Lula, Sérgio Cabral e os 92 prefeitos de nosso estado sucateiam os serviços públicos. A saúde e a educação são abandonadas. Faltam postos de saúde, hospitais, medicamentos e saneamento básico. Faltam médicos, enfermeiros, e outros profissionais de saúde. Faltam escolas, e professores levam tiros e bombas quando reivindicam melhores condições de trabalho. As jovens mães trabalhadoras não conseguem creches para seus filhos e a licença maternidade de 180 dias se dá às custas de isenção fiscal para o patrão, ao não pagamento de impostos pelas empresas. Nossos antepassados foram capturados na África e vendidos como escravos. Muitos resistiram em Quilombos e seus descendentes estão vivos: são os quilombolas. Infelizmente a não-titularização das terras quilombolas pelo governo Lula mostra como ainda é tratada a questão negra no Brasil. No campo o grosso da produção é voltado para exportação. Mas no país e no estado temos verdadeiros bolsões de fome e miséria. Esse é o tal de agrobusiness, o tal do agro-negócio. Segue expulsando os pequenos produtores, expulsando aqueles a quem a terra é negada, e os obriga a se mudar para os centros urbanos. Combinado com a falta de empregos, e a falta de iniciativa dos governantes o resultado são terríveis. Faltam moradias. Em muitos bairros populares as casas são precárias. Falta saneamento, pavimentação, água encanada, acesso à luz, escola. No entanto existem milhares de prédios públicos abandonados. Não existe política habitacional para valer. O governador do estado jogou a culpa pelos mortos das chuvas nas próprias vítimas. Falou que a culpa era dos chefes de família que escolhiam morar em áreas de risco. Mas Lula, Cabral e os prefeitos nunca construíram outra opção. Por isso estamos nas greves, nas ocupações de terras, nas ocupações urbanas. Por isso somos solidários à luta do povo haitiano contra a ocupação de seu país.Somos solidários a luta do povo palestino por reconquistar todo seu território invadido por Israel. Sabemos que essa democracia dos ricos e poderosos é para seguir garantindo o financiamento dos negócios deles e reprimindo quando nós lutamos. Por isso lutamos por uma sociedade sem oprimidos nem opressores, uma sociedade sem explorados nem exploradores. Lutamos por uma sociedade justa e igualitária, uma sociedade socialista.” Ao final do desfile do poderoso aparato repressivo, deu-se a passeata do 16º Grito dos Excluídos. Marchamos escoltados pela Polícia Militar de Sérgio Cabral e pela Polícia do Exército de Lula. Nosso ato encerrou-se com a apresentação dos Filhos de Ghandi. Charanga Musical do Quilombo da Pedra do Sal. Terminada as atividades, a comandante da tropa da PM que escoltou o ato acabou ouvindo de alguns dos organizadores do 16º Grito: “Lutamos porque um dia nós trabalhadores vamos controlar esse país, aí o 7 de setembro vai ter outro caráter: a cara de um país e de um povo realmente independentes.” Por Miguel Malheiros( CONLUTAS NACIONAL em 9 de setembro) |
sábado, 11 de setembro de 2010
16º Grito dos Excluídos no Rio de Janeiro protesta contra a criminalização dos movimentos sociais
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Dia 23 teremos a última reunião do SINTEPE com o governo, antes das eleições.Até agora o governo não propos porcaria nenhuma pra gente.Se nesta reunião continuar sem propor, ficaremos de braços cruzados? Pois sabemos que após as eleições o governo está pouco se lixando pra nós.
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ResponderExcluirIsso é o que você pensa. Cabral será reeleito com 60% das intenções de voto por seu trabalho bem feito pelo Estado. Onde nenhum outro fez Cabral foi lá e começou a mudar! Parabéns Governador, Estamos juntos !!!
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ResponderExcluirÉ isso aí tem gente que se contenta com esmolas como notebooks, bônus e outras coisinhas mais.Enquanto, outros brigam por melhores condições de trabalhos e salários justos, vem esses "palhacinhos" comemorar a possível reeleição de Danilo Cabral.No mínimo, essa pessoa é mal informada porque se detém à mídia propagandística e ameaçadora da democracia.No mínimo, essa pessoa também não sabe que DAN-DAN Cabral usou o dinheiro manufaturado dos computadores para gastar na campanha dele. No mínimo, essa pessoa também não sabe que Edu Campos vem usando ao longo de quase 4 anos boa parte do dinheiro da máquina pública para gastar em comercias que moldem a mentalidade de pessoas como ela.No mínimo, essa pessoa também não sabe que o ex-secretário da educação Dan-Dan Cabral esteve envolvido no escândalo da gastança das refeições na Câmara de Vereadores do4 Recife (pra se ter uma ideia ele comeu quase R$3.000,00 só de coxinha!).No mínimo, ela também não sabe nada da entrada duvidosa dele no concurso do TCU, que teve a primeira lista de aprovados suspensa pelo próprio pai dele para vir a ser publicada posteriormente como nomenzinho do dito cujo. De fato, ele fez coisa que ninguém fez e merece muito o voto de alienados como ela. Mas o bom é que Danilo e Eduardo Campos agridem você sem você nem perceber, falando o que falam, mostrando o que querem e ironizando o próprio povo que dá o poder para eles como você, Roberta. Parabéns!
ResponderExcluirPois é,se fizermos um balanço iremos perceber o que a educação perdeu com a gestão de Eduardo e Danilo esses maquiadores educacionais.É a primerira vez na história de PE que professores perdem o direito de repor aulas após greve, inventaram uma reposição mentirosa inclusive contrariando a LDB quando alunos assistiam aulas com professores que não conrrespondiam às disciplinas, outros ficaram sem aula alguma e ao professor, coube o desconto como punição.
ResponderExcluirPerdemos quinquenios, desmantelou-se o PCC, somos cobrados, fiscalizados, tivemos um acréscimo na carga de trabalho, uma vez que a redução no número de aulas de disciplinas como geografia,historia,ciêcias...obriga o professor assumir mais turmas.Um professor de geografia com 350h\aulas tem 24 turmas e 24 cadernetas burocráticas para dar conta,extinção do ensino fundamental, que já é realidade em escolas de Camaragibe...
E ainda há colega acreditando que um governo que destruiu o nosso PCC(sem sequer ouvir o Sindicato) e nega-se a pagar o Piso vá concordar com a tabela salarial proposta pelo Sintepe. E haja truque eleitoreiro!
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