Após o pleno estabelecimento da Filosofia na grade curricular do ensino médio, as escolas públicas têm pela frente um novo desafio: formar um quadro de professores com licenciatura específica para ministrar a disciplina. Atualmente, a grande maioria dos docentes que atuam tem formação em outras áreas, principalmente História e Geografia. “Com a instituição da lei, veio uma demanda muito superior ao número de profissionais disponíveis”, explica Emerson Silveira. “Os professores de outras áreas acabam preenchendo essas lacunas.”
A realidade não é diferente da verificada em outras regiões do País. Para o professor Renato Nunes, coordenador do curso de Filosofia da Universidade de Santa Cruz do Sul, o baixo número de professores formados na rede estadual desqualifica o ensino oferecido e não contribui para que cresça o número de licenciados. “É por causa disso que não tivemos aumento na demanda pela graduação em Filosofia após a instituição da lei”, diz. A Unisc dispõe de graduação há 14 anos e oferece também uma especialização em ensino de Filosofia e Sociologia que encontra dificuldades no fechamento de turmas, em função da pouca procura.
Já a chefe de gabinete da 6ª CRE, Jane Klein, entende que, no caso de professores que atuam fora de suas áreas, cabe aos próprios “buscarem uma boa preparação e subsídios em referenciais para a qualificação do ensino”, e que a situação não desqualifica necessariamente a educação. Os agentes da coordenadoria admitem, porém, que a equipe que assumir o órgão após a transição do governo estadual deverá trabalhar para aumentar o número de professores licenciados.
DETALHE IMPORTANTE:
A Secretaria de Educação de Pernambuco parece ainda não ter tomado ciência da legislação e vem insistindo em não oferecer Sociologia e Filosofia como disciplinas obrigatórias EM TODAS as séries do Ensino Médio - a matriz curricular não nos desmente. Esta situação nos motivou a oferecer uma denúncia ao Ministério Público, que já instaurou procedimento investigativo.
Tenho um colega em uma das escolas onde trabalho formado em filosofia. Fez concurso para ministrar esta disciplina mas quando convocado foi encaminhado para as turmas do projeto TRAVESSIA. A SEE alegou não disponibilizar de carga horária de filosofia para que ele pudesse atuar.
ResponderExcluirDESORGANIZAÇÃO é o sobrenome desta gestão da SEE. Eles só são organizados na hora de cobrar dos professores que não ganham nada em contrapartida.