O Diário de Pernambuco de hoje noticiou a nova seleção para professores temporários que está sendo realizada pela Secretaria de Educação. O texto salienta que as vagas abertas não conseguem ser preenchidas (afinal, considerando o salário pago nem é difícil imaginar a razão) e informa a solução apresentada pela Secretaria de Educação: contratar profissionais não habilitados para o magistério.
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O que já era escandaloso virou motivo de preocupação por outro motivo: o comentário feito pela senhora Ivoneide Dantas, superindendente de ("sub")desenvolvimento de pessoas da Secretaria de Educação (o nome do cargo é pomposo, pelo menos isso!), ao afirmar que a contratação de profissionais não habilitados não é nada demais. Disse a representante da Secretaria de Educação: "Isso não compromete a qualidade. Primeiro porque é contrato temporário. Depois, porque todos vão receber capacitação sobre direitos dos alunos, conteúdo programático e manejo de sala de aula antes de começar a atuar", que alívio, hein?!
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Como não custa nada refletir sobre certos discursos e argumento, então:
- A afirmação da senhora Ivoneide Dantas é um desrespeito frontal aos profissionais (professores ou não) que assumirem a função, pois ela evidencia a condição descartável destes trabalhadores, afinal - como ela mesma afirmou com certo desdém -, "são temporários"!
- Os profissionais não habilitados que porventura venham a ser selecionados serão instruídos em quanto tempo sobre os direitos (sem obrigações?) dos alunos? Eles ainda precisarão conhecer a dinâmica da sala de aula, os conteúdos e, enfim, todo o conjunto de práticas e procedimentos que os professores habilitados adquirem em anos de formação e experiência. Quem vai oferecer esta formação complexa em tão pouco tempo? Os gênios pseudo-pedagógicos da Secretaria de Educação? Duvido!
- Por fim, antes de defender algo tão absurdo, cabe uma consideração para a senhora Ivoneide Dantas e quem mais achar tão natural esta idéia insólita: quando é necessário, por exemplo, realizar um tratamento dentário seria importante saber que o profissional que faz tais procedimentos técnicos seja alguém devidamente habilitado no ofício odontológico, certo? Que tal escancararmos nossas bocas e arriscar o tratamento com, digamos, um técnico em refrigeração? Quem se arrisca? Mas educar é algo tão fútil e educação é tratada como coisa sem importância ao ponto em que os gestores públicos acham que não há lilmites, vale tudo e por isso lançam mão das idéias descabidas como essa. Os filhos dos autores e defensores destas medidas não freqüentam escolas públicas, logo, eles sabem que a educação de seus entes tão queridos não será objeto de ações insanas. É fácil arriscar o futuro dos outros!
Não é de estranhar esse edital. Devemos estranhar se os profissionais em questão aceitarem a proposta de receber um salário mínimo por tantos anos de estudos. Afinal, todos sabem a média salarial de um engenheiro, de um odontólogo, de um farmaceutico, etc.
ResponderExcluirComo educadora há mais de 25 anos vivia preocupado com esta classe de profissionais, pois pensava eu que esta classe poderia chegar a ser uma classe em extinção mas nunca pensei que viesse acontecer tão cedo, o GOVERNO POPULAR DE "EDUARDO CAMPOS", conseguiu em tão pouco tempo acabar com a nossa classe. c
ResponderExcluirConvocando profissionais não habilitados para o magistério pra ser professor! Um Estado que paga o pior salário do Brasil.
A campanha eleitoral acabou Eduardo venceu. Cadê as promessas eleitoreira em favor dos profissionais da educação?
Eduardo Campos realemtne não entende nada de Educação pois contratou um ecominista para ser o secretário de educação do Estado, realemnte mostrou com este ato que em Pernambuco não temos professores!!!!!!!!! Chega! nós professores merecemos respeito, temos que ir a luta, cadê os representantes do SINTEPE e Tereza Leitão não tá vendo isto!!! Já que não temos um salário dígno exigimos pelo menos respeito aos educadores!
Imagine um pedreiro contratado para fazer uma cirurgia ou clinicar! Em que estado chegamos companheiros (as)...
Ninguém aceita ser cirurgiado pelo estagiário na ausência do médico, ninguém aceita o prédio assinado pelo estagiário na ausência do engenheiro. Por que nós, professores, somos obrigados a ver este desreipeito sem fazer nada ? O alternativa não tem condições de entrar na justiça contra estas contratações ? A lei não nos ajuda em nada nestes desmandos ?
ResponderExcluirEdmilson,
ResponderExcluirNão temos meios para mobilizar o Ministério Público ou o Judiciário, pois não somos uma entidade constituída. O SINTEPE deveria fazer isso, mas o problema é exatamente este: O SINTEPE não faz nada!