é um modelo de encanta a Secretaria de Educação de Pernambuco
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A mania de adotar qualquer tipo de "novidade" como salvação para nossa educação é responsável por certos modismos que despontam como verdadeiros milagres. Uma dessas novidades é a idéia de bonificar os professores de acordo com o desempenho dos alunos, ou seja, as notas dos alunos influirão sobre os salários dos professores. É uma lógica segundo a qual a escola e certas unidades produtivas funcionam da mesma forma, logo, se oprerários em linhas de produção ou vendedores em shopping centers podem receber comissões ou prêmios por produtividade, então por que professores também não deveriam trabalhar da mesma forma?
.Os defensores destas teses simplistas esquecem de algo elementar: e educação não é um processo simplista! Os resultados obtidos pela "produtividade" da educação dependem de uma grande diversidade de fatores, o que diferencia substancialmente o ato de educar do ato de vender um par de sapatos. Os ditos "ideólogos" da educação que pregam este tipo de absurdo não verificam estas diferenças seja por negligência ou por defender uma séries de posturas muito questionáveis quanto aos interesses que baseiam suas idéias.
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Sabemos que a Secretaria de Educação está pregando uma postura que defende a remuneração conforme o atendimento de metas. Ainda não há clareza sobre o que andam preparando a este respeito, afinal, não é comum haver clareza em nossa Secretaria de Educação. Existe o rumor da proposta vaga de pagamento do inútil 14º salário, mas nem sobre isso há objetividade nas informações. Não há como duvidar que, além de não pretender mudar a condição salarial do estado - que paga o pior salário do Brasil -, nossos mandatários são perfeitamente capazes de colocar em prática as políticas mais desvairadas de (des)valorização dos profissionais da educação.
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Abaixo, confira uma matéria da edição mais recente da Revista Época sobre o modismo patético da remuneração conforme os índices de notas positivas dos alunos.
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O PROFESSOR DEVE GANHAR DE ACORDO COM A NOTA DOS ALUNOS?
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Em qualquer país que pretenda melhorar a qualidade da educação, o trabalho do professor deve estar no centro das atenções. (...) A formação que eles recebem é suficiente? Como avaliar sua aula? O professor deve ganhar de acordo com o desempenho de sua turma?
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Esta última questão é a polêmica da vez. Desde que o governo federal estabeleceu metas de desempenho para as escolas, Estados e municípios desenvolvem meios de incentivar os professores. São Paulo promete bônus aos que aumentarem o desempenho de seus alunos. Minas Gerais incorporou o critério na progressão salarial da categoria. As medidas geraram um racha entre especialistas. Alguns argumentam que elas podem atrair os melhores profissionais para as escolas. Outros dizem que a pressão por notas vai piorar a qualidade do ensino.
Esta última questão é a polêmica da vez. Desde que o governo federal estabeleceu metas de desempenho para as escolas, Estados e municípios desenvolvem meios de incentivar os professores. São Paulo promete bônus aos que aumentarem o desempenho de seus alunos. Minas Gerais incorporou o critério na progressão salarial da categoria. As medidas geraram um racha entre especialistas. Alguns argumentam que elas podem atrair os melhores profissionais para as escolas. Outros dizem que a pressão por notas vai piorar a qualidade do ensino.
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Para aprofundar a discussão, ÉPOCA promoveu um debate conduzido por especialistas. A favor da remuneração por desempenho argumentou Eduardo Andrade, professor do Ibmec São Paulo e especialista em economia do setor público. Miguel Arroyo, professor emérito da Universidade Federal de Minas Gerais e membro do Conselho Nacional de Educação, criticou a medida. O principal ponto de discordância foram os modos de avaliar a atuação do professor. Para Andrade, as avaliações nacionais permitem identificar quem são os bons e maus profissionais. A partir desses resultados, ele defende uma política de incentivo e punição por meio do salário. Arroyo argumenta que esses exames não medem todas as competências trabalhadas em aula. E diz que esse tipo de classificação vai criar novos problemas para um trabalho que já enfrenta muitos obstáculos.
Para aprofundar a discussão, ÉPOCA promoveu um debate conduzido por especialistas. A favor da remuneração por desempenho argumentou Eduardo Andrade, professor do Ibmec São Paulo e especialista em economia do setor público. Miguel Arroyo, professor emérito da Universidade Federal de Minas Gerais e membro do Conselho Nacional de Educação, criticou a medida. O principal ponto de discordância foram os modos de avaliar a atuação do professor. Para Andrade, as avaliações nacionais permitem identificar quem são os bons e maus profissionais. A partir desses resultados, ele defende uma política de incentivo e punição por meio do salário. Arroyo argumenta que esses exames não medem todas as competências trabalhadas em aula. E diz que esse tipo de classificação vai criar novos problemas para um trabalho que já enfrenta muitos obstáculos.
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A maioria dos internautas concordou com ele. O "não" ganhou com 69% dos 547 votos. O principal argumento é a falta de condições de trabalho nas escolas. "O desempenho dos alunos depende de uma série de fatores que vão além do empenho dos professores", afirma Lucileia dos Passos, de Guarujá, São Paulo. "A falta de qualificação, os baixos salários e as escolas depredadas fazem cair a qualidade do ensino. Premiar alguns aumentará a desmotivação geral", diz Emerson Pessoa, de Florianópolis, Santa Catarina. Parece que, antes de cobrar dos professores, o Brasil tem uma lição de casa a entregar.
A maioria dos internautas concordou com ele. O "não" ganhou com 69% dos 547 votos. O principal argumento é a falta de condições de trabalho nas escolas. "O desempenho dos alunos depende de uma série de fatores que vão além do empenho dos professores", afirma Lucileia dos Passos, de Guarujá, São Paulo. "A falta de qualificação, os baixos salários e as escolas depredadas fazem cair a qualidade do ensino. Premiar alguns aumentará a desmotivação geral", diz Emerson Pessoa, de Florianópolis, Santa Catarina. Parece que, antes de cobrar dos professores, o Brasil tem uma lição de casa a entregar.
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MIGUEL ARROYO: “Essa medida cultua uma visão negativa dos professores e tenta comprar seu compromisso. Para melhorar o ensino, seria mais respeitoso partir dos avanços na profissionalização do magistério, que teve o movimento docente como agente principal”
Ainda ontem(29/01) a Globo divulgou matéria sobre o ensino público em S.Paulo, uma maraaaaavilha, professores fiscalizados on line (como nós)e segundo os entrevistados(professores,pais e alunos)o sistema é parecido com a rede privada,há competição,muitas cobranças, porém tudo visto como algo "saudável",uma vez que os índices educacionais melhoram sensivelmente. Verdade? Engraçado é que nínguem mostrou-se contrário ao novo método.Ah! os salários são considerados baixos mas, segundo Fátima Bernardes isto não representa impedimento para que o projeto dê certo. Gostaram?
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