terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Pirotecnia educacional

Pirotecnia, conforme define o dicionário Houaiss: “técnica da fabricação e da utilização de materiais explosivos e de peças de artifício”. O termo é bastante utilizado também na política, quando alardeamos que certos feitos são meros artifícios sem consistência, pois só afetam as aparências, então usamos a expressão “pirotecnia política”. O governo Eduardo Campos merece receber tal insinuação. Conforme noticiado na imprensa, o governador e o secretário de educação bradam que estão promovendo uma verdadeira “revolução” na educação pernambucana. Será?
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Nesta segunda, 11 de fevereiro, o governador chegou a declarar que “Em 2010, vamos mostrar ao Brasil como se faz uma educação de qualidade: vamos sair do último lugar no IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) para ficarmos entre os cinco primeiros”, numa alusão ao fato de que está realizando uma série de medidas para concretizar tal pretensão. É claro que todos nós gostaríamos de ver algo assim ser concretizado, mas nada disso ocorrerá com falácias.
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O ano letivo começa bem diferente daquilo que insinua o governo. Ainda há escolas faltando professores e o concurso tardio manterá a situação por algum tempo. Mais uma vez, professores temporários estão sendo contratados para “tapar buracos” enquanto garantias concretas para melhoria do quadro não são articuladas.
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Reconhecemos que entregar material didático é uma medida excelente, mas não é nenhuma dádiva, é obrigação do governo! Com ou sem livros, a situação continua precária. Ainda há salas superlotadas (alimentadas inclusive pelo caótico sistema telefônico de matrículas) e questões essenciais continuam sendo negligenciadas pelo governo. A exemplo disso está a decantada situação salarial dos professores, que recebem O PIOR SALÁRIO DO BRASIL. O governo não se pronuncia a respeito da política salarial para a categoria nem mesmo enquanto fogueteia realizações pirotécnicas como a implantação de um patético décimo quarto salário baseado e condicionado a “resultados”.
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Um novo estalo artificial e, claro, pirotécnico proposto é a Ouvidoria da Educação, serviço telefônico através do qual poderão ser encaminhadas críticas, denúncias e reclamações em geral sobre as escolas. Seria útil saber se o serviço também servirá para o recebimento de queixas contra a própria Secretaria de Educação. Ou será que alguém por lá deve imagina que problemas nas escolas ocorrem como casos isolados e sem a mínima relação com a estrutura e crise de nosso sistema público de ensino? Se o governo acredita que vai melhorar nossa educação por telefone, é melhor reconsiderar sua estratégia e prestar atenção nas condições que estão diante de suas vistas.
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Celebrando seus feitos pirotécnicos, o Sr. Danilo Cabral, acendeu mais uma reluzente peça da verborragia que domina nosso setor educacional (frase inclusive requentada, pois já foi dita em seu discurso de posse): “Nenhum país no mundo superou as desigualdades sócio-econômicas sem investir na educação”. Além de repetir um jargão decorado ou um mantra, o secretário deveria verificar que os países que “superaram” as suas desigualdades sócio-econômicas valorizaram seus professores, que não recebem salários indigentes como os que são pagos por aqui. Sobre isso, infelizmente, ele não se pronuncia.
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Um comentário:

  1. Amigos,

    Ao iniciar minhas aulas, ontem, segunda-feira, tomei um susto, pois as aulas de Matemática e Português do ensino médio foram diminuídas, passando de 5 aulas a 4 aulas e de 6 aulas a 5 aulas semanais, respectivamente. logo, no ensino de jovens e adultos. Que tristeza ! Que tristeza !

    Se a dificuldade do aluno no aprendizado dessas disciplinas era enorme, agora ficou bem pior com a diminuição de aula semanal e o desgoverno de Pernambuco, que eu votei e fiz campanha,no segundo turno, engana mais uma vez seus eleitores. Óbvio, votei nesse desgoverno com o intuito de o outro desgoverno neoliberal, de triste e maldita lembrança, não fizesse seu candidato vencedor. Seria desonroso demais para Pernambuco e para os professores, que tinham, até então, sofrido demais com as atitudes insanas, maldosas e impiedosas do despótico governador. Hoje, sinicamente, senador.

    Agora, do mesmo jeito, que o desgoverno anterior, a Secretaria da ...... Educação promove ou relança essa medida que já foi, no passado, Governo Ja... tentada e posteriomente desqualificada e retirada das escolas, pois não tinha o menor cabimento.

    Minha gente, o que fazer numa hora dessa???

    Às vezes, penso que o Governador atual não tem conhecimento do que está acontecendo na área de educação, são erros elementares e graves demais com grande repercussão a médio prazo.

    E´ bom que essas pessoas que estão provisoriamente na Secretaria de Educação e não entendem absolutamente nada de Educação, saibam que Matemática possui o maior conteúdo programático (assuntos) do ensino médio. Há uma grande dificuldade em se ensinar Geometria, Trigonometria, Estatística , Matemática Financeira com os assuntos pré-estabelecidos de Álgebra e Aritmética. Ora, com essa medida a qualidade em educação vai diminuir, ainda mais, e drasticamente nas duas principais disciplinas do currículo escolar, pelo menos em qualquer provinha ou teste, na Mídia, são de Matemática e Português os alvos de gozação.

    Como atingir índices de desenvolvimento em Educação, em qualquer época, com medidas tão mesquinhas e esdrúxulas. O intuito aqui do desgoverno atual é aumentar o número de turmas que os professores dessas disciplinas que já têm três jornadas diárias de trabalho possam lecionar, o verdadeiro corte de custos, com claro, corte ainda maior na qualidade das aulas ensinadas. Diminuíram também as aulas de Física e Química no Ensino Médio, tudo vai piorar mesmo, não precisamos ser experts em Educação para notar o abismo que encontramos, estamos mal !!!!!!!

    Ministério Público, Sindicatos e Oposição, Justiça etc, o que fazer?

    Por favor, alguém tem resposta ?

    Penso, até, que tal medida, não tem legitimidade nenhuma, sequer os professores e alunos foram chamados ao debate ou para esclarecimentos sobre essa dita grade curricular de faz de conta e pulverização descarada das disciplinas e do conhecimento. Tudo ocorre de cima para baixo, Como dizia aquele ator, em Pra Frente Brasil: ¨....lutar contra uma ditadura no começo da década de 70, para cair em outra........¨

    Por que nada melhora, tudo piora ???????

    Desculpe meu desabafo, mas Com muitas interrogações, sinceramente, não dá para ser feliz.

    Carlos José

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