A comunidade de Aldeia/Camaragibe dá o troco e mostra através de um grande protesto toda a sua indignação contra a ida dos alunos da Escola Tito Pereira (fundamnetal 5ª à 8ª e E.J.A) para o galpão onde funcionava uma fábrica de biscoito.
Ao anunciar o fato no Blog (Alternativa/Sintepe) surgiram vários comentários inclusive de alguns professores (que não irão trabalhar no galpão) defendendo a escolha do local, argumentando que a opção pelo espaço foi feita em comum acordo com a comunidade, e apontando o Centro Experimental como um reconhecimento do governo do Estado à tão pobre e sofrida comunidade de Aldeia.
Tais comentários serviram apenas para reforçar a política educacional do governo pautada na exclusão e no acentuar das desigualdades. Certamente os que defendem o galpão como espaço de estudo, não gostaria de ver seus filhos jogados em um local inadequado sem as mínimas condições estruturais capazes de garantir ensino- aprendizagem.
Se o governo pode garantir tratamento especial à alunos e professores do Centro, não é justo que outros sejam marginalizados, pois alguns (alunos de E.J.A), passarão mais um ano sem livros e outros recursos didáticos necessários à aprendizagem, e os professores continuarão sendo má remunerados.
A proposta do Centro Experimental é interessante, mas não podemos cair na igenuidade (pra não dizer outra coisa) de achar que os problemas da educação irão resolver-se por esse caminho.
Precisamos pensar na questão dos alunos em séries iniciais, os Ciclos e as Telessalas são propostas de governo que em nada modificou os baixos índices verificados nas avaliações educacionais realizadas no país.
A questão salarial dos profissionais em educação não entra no rol das discussões, para os burocratas governamentais, trabalhar com carga horária excessiva sob precárias condições é visto com algo normal, ou seja, é uma rotina perversa à qual deveremos nos acostumar.
O acocho é grande e violento mas o povo reage. Aí está a comunidade de Aldeia, protestando e mostrando toda sua revolta por ter sido lesada, uma vez que não participou na tomada das decisões relacionadas aos problemas da escola (Tito Pereira).
O protesto foi noticiado na mídia televisiva (TV Globo e TV Ttribuna) dia 20 de fevereiro, e mesmo com a prisão, de forma arbitrária, de um companheiro professor de física (João Batista), a ação tem seu lado positivo uma vez que chamou a atenção da opinião pública para um sério problema, porém, visto por alguns como algo de pouca (ou nenhuma) importância.
Estamos no aguardo de soluções.
Parabéns à toda a comunidade de Aldeia pela reação e luta por melhores condições de estudo e trabalho.Professor João Batista, preso só por denunciar e chamar a atenção para um problema gravíssimo, conte com a solidariedade de todos aqueles que lutam por uma educação digna em Pernambuco. Parábens também a amiga Albênia que está sempre pronta a servir de porta-voz na luta contra os que agridem a dignidade de alunos e colegas de profissão!!!
ResponderExcluirPubliquei mais uma indignação minha com o quadro de abandono em que nós professores estamos.
ResponderExcluirSe quiserem ver a charge-montagem, vá ao site abaixo.
http://indignadope.blogspot.com/