A hoje deputada estadual e postulante à prefeitura de Olinda Teresa Leitão tem uma trajetória ligada ao sindicalismo, tendo sido liderança do Sintepe. Suas eleições para a Assembléia Legislativa contaram com massivo apoio de trabalhadores em educação (eu mesmo fui seu eleitor duas vezes). Quando sindicalista, a deputada bradava contra governos em defesa da categoria e agora abranda seu discurso, sobretudo por ser integrante da base partidária que sustenta o governo estadual em sua atual gestão.
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Pois é, as coisas mudam e a depudata já não tem a mesma postura aguerrida contra o governo. A nossa greve do ano passado revelou bem isso e a defesa feita por seus correligionários e cabos eleitorais da direção do sindicato não foi suficiente para apagar esta impressão.
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Em artigo que o próprio site do Sintepe divulga, a deputada faz uma saudação aos professores por ocasião da volta às aulas. Tudo muito bonito, mas os professores que estão de volta ao trabalho continuam recebendo o pior salário do Brasil e estão se submetendo a uma política educacional que merece severas críticas, muito embora o governo tenha até realizado coisas dignas de reconhecimento, como é o caso da distribuição de material didático para todos os alunos.
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Em seu texto, a deputada não expõe nenhuma postura veemente em defesa da categoria na forma de crítica ou cobrança ao governo, ao contrário, sinaliza seu apoio palaciano.
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Interessante é que a própria direção do sindicato divulga tal texto sem a devida reflexão autônoma e independente da entidade, que assume - mais uma vez - uma condição de correligionária. Seria mais interessante que em nome dos vínculos, relações de proximidade, intimidade e cumplicidade entre a direção do Sintepe e a deputada, houvesse entre as partes uma comunhão que primasse por uma postura mais forte e menos subserviente ao governo e às atuais contingência políticas que colocam a deputada no seio do núcleo governista.
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Onde está a independência nestas relações? A pergunta fica, mas as possíveis respostas podem ser elaboradas por quem tiver senso para tal.
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Os interesses de uma categoria não podem ser pautados por um alinhamento partidário, sendo esta reflexão válida para qualquer lado que se envolva em tais questões. O partido do sindicato deve ser o partido da categoria, da educação e dos propósitos que os envolvem na construção da cidadania. Agremiações partidárias estão sujeitas a tudo, mas princípios que estão além delas devem ser sempre evidenciados no trato das lutas e interesses da educação e da categoria que efetivamente assume a função e responsabilidade de educar.
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O texto da deputada pode ser lido aqui.
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