sábado, 1 de agosto de 2009

10 PERGUNTAS QUE FICARAM NA GOELA DOS PROFESSORES GREVISTAS

1° Como explicar para os alunos que após 16 dias de greve (e não 24 e 25 como a mídia governista tem divulgado) os professores saíram sem nenhum ganho financeito, muito pelo contrário, saíram no prejuízo com os dias devidamente DESCONTADOS ?

2° Como explicar a postura moderada (até demais) da deputada Teresa Leitão durante o impasse entre professores e governo, que em nenhum momento sequer acenou para a possibilidade de um rompimento com a bsae governista da qual ela faz parte ?

3° Como entender a posição do SINTEPE que mesmo amargando duas derrotas judiciais, ainda insiste em dizer que não fomos derrotados e que devemos sair de cabeça erguida (só se for pra baixo!) ?

4° Quem vai repor as aulas das matérias em que não chegaram professores substitutos (ou será que eles acham que tá sobrando professor de química e física no mercado, só pra citar um caso) ?

5° Como é que uma pessoa formada em licenciatura, supostamente politizada, com formação acadêmica se dispõe a ser PROFESSOR SUBSTITUTO, mesmo sabendo que isso enfraqueceria a luta dos próprios colegas que também são PROFESSORES ? (O COREN - Conselho Regional de Enfermagem - ameaçou caçar o diploma dos enfermeiros que topassem substituir os grevistas da saúde, alegando falta de ética profissional, não seria esse um exemplo para os professores ?)

6° Se o SINTEPE sabia de entemão que o governo NÃO negociaria com as categorias que paralizassem, como foi com o pessoal da saúde, então, POR QUE PROPUSSERAM uma greve ? (Será que foi para Teresa Leitão, Paulo Rubem e Fernando Nascimento aparecerem na fita ?)

7° Como vai ser essa reposição ? Quem vai elaborar o planejamento das aulas ? O professsor-titular ou o professor-substituto ? Em que horários essas aulas vão ser dadas ? E na hora da avaliação, quem vai avaliar o quê ? Vai o meu assunto ou o do substituto ? (Ainda bem que eu não sou o aluno nesse contexto).

8° Por que NÃO PARALIZAMOS nossas atividades em outubro ou novembro, período em que o governo se dispôs a negociar salários com as categorias ? Poderíamos pressionar para não fecharmos o ano letivo de 2009. Enfim, perdemos uma boa oportunidade para blefar com o (Des)Governo.

9° Você, professor da rede pública estadual, que vai ter seu minguado salário reduzido nos próximos meses, que foi atacado e vilepediado pela mídia chapa branca, que apostou num sonho (governo de Eduardo Campos) e vive hoje um pesadelo, vai ter coragem de entrar numa greve com o SINTEPE e DUDU no páreo ?

10° Na sua opinião, a finalização dessa greve, foi uma saída honrosa ou vergonhosa mesmo ?

PS.: meu voto de honra para os companheiros do DETRAN, a única categoria que continua firme na luta, depois que professores e profissionais da saúde sucumbiram às pressões do ditador Eduardo Campos. Espero que pelo menos eles possam dar ao governador o gostinho da derrota, o mesmo gosto que estamos sentindo agora, apertando nossos brios de guerreiros e guerreiras que caíram após a batalha. Lutar, sempre. Desistir, jamais, este DEVERIA ter sido nosso lema (em vez de dar um passo para trás, como disseram alguns do SINTEPE).

José Ricardo de Souza

* O autor é historiador, professor da rede pública (com o orgulho ferido e a alma machucada dessa vez, escritor; membro da Academia de Letras e Artes da Cidade do Paulista)

5 comentários:

  1. Parababéns pela avaliação Zé Ricardo, aliás este sindicato não tem competência para representar uma categoria tão estratégica como a da educação. Eles sequer pensaram na possibilidade do corte no ponto, o que é digamos factível em qualquer greve (para quem já ganha pouco e não poder ter esse dinheiro de volta). E para piorar além da incompetencia há ainda a questão da má fé do sindicato. Talvez seja melhor criar um novo sindicato só de professores.

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  2. Respostas ao: historiador, professor, escritor; membro da Academia de Letras e Artes da Cidade do Paulista)
    1º)Como explicar para os alunos que nesta greve a maioria da Categoria acovardou-se, meteu o rabinho entre as pernas e fortaleceu o Governo e não o SINTEPE?

    3º)Como entender a posição de um companheiro que diz que os bravos Guerreiros que não se renderam nem a Eduardo e tão pouco a “Justiça” escroque do Estado devam sair “derrotados”? Meu sentimento como um dos poucos que resistiram até o final, é na verdade de ABANDONO pela própria categoria que de derrota.A escola que trabalho jamais deixou de entrar em greve, sempre fechávamos as portas, desta vez fui o único a entrar em greve.São 64 trabalhadores em Educação.Das 58 escolas do meu setor, tivemos 35 grevistas(grevistas mesmos, não escolas).

    6º)Essa é ótima. Assembléia do dia 6 –Após várias tentativas frustradas de negociação da pauta. Representantes do SINTEPE para categoria: “olha gente, o governo não respondeu nenhuma proposta da pauta referente a questões salariais, mas não devemos entrar em GREVE porque o governo não vai negociar”. Argumento IMBECIL, caro colega.

    8º)Possivelmente você deve ser um extraterrestre dentro da categoria, o motivo legal para entrarmos em greve foi o descumprimento da lei do Piso, que só ocorreu em Janeiro de 2009.Inclusive estamos com uma ação na JUSTIÇA. Falo estamos porque diferentemente de grande professor de História, sei que o SINTEPE não é a Direção Estadual, somos nós. Fortalecidos, SINTEPE Forte, enfraquecidos SINTEPE fraco.Mas, isso deve ser muito simples e a SUA grande “INTELECTUALIDADE” não consegue entender ou Você acha que somos idiotas e não percebemos que só faz uma OPOSIÇÃO BURRA ao SINTEPE?Espero sinceramente que seja a sua opinião e não da ALTERNATIVA, que muito RESPEITO.

    9º e 10?))Desmobilizar a categoria...Sem comentários
    Espero sinceramente que os companheiros da OPOSIÇÃO tenham mais RESPONSABILIDADE e não coloquem suas divergências com o SINTEPE a favor da DESMOBILIZAÇÃO da categoria.

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  3. è isto ai companheiro, vou mais longe, sem querer tirar uma vígula de suas indagações, até parece que as greves tem sido utilizadas para reforçar o poder do estado, aumentar suas garras e dentes e desmoralizar cada vez mais nossa organização sindical, nos levando a reforçar a cultura da acomodação. Penso eu, meus artigos vai nesse sentido, que não se negocia com os poderosos. Um abraço.

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  4. Como de costume, perguntas instigantes, prof. José Ricardo.


    1- Será difícil explicar, mas devemos ser honestos e reconhecer que somos politicamente fracassados. Devemos instigar os alunos a não seguirem nosso exemplo.
    2- Eu faço uma comparação entre a postura da deputada agora e na greve de 2007. Em ambas as situações ela foi governista, mas agora ela apareceu fazendo um discurso mais “agressivo”, afinal, ano que vem precisará de votos novamente. Em nenhum momento ela serviu de interventora/mediadora diante do impasse, em nenhum momento assumiu qualquer compromisso realmente concreto com a categoria. Ela aparecia, fazia aquele discurso cheio de clichês e daquelas frases encomendadas que poderiam soar agradáveis na ocasião... e só!
    3- A insistência da direção do Sintepe em contrariar as evidências e proclamar vitória é fácil de entender. Eles não querem dar o braço a torcer porque vão precisar responder muitos questionamentos, no entanto, a direção do sindicato não perdeu sozinha. Perdemos todos nós, portanto, não vejo problema em reconhecer isso. Saímos de uma greve desmobilizada sem absolutamente nenhuma reivindicação atendida, logo, qual foi a vitória?
    4- Esta reposição é mesmo uma fraude. Tudo vai continuar sendo como antes: sem aulas e pronto. O governo deveria era convocar os concursados que prestaram a última seleção legítima para professores que continuam aguardando, mas apela para este recurso simplista apenas para dizer que está fazendo algo. Na verdade, todos sabemos que estas convocações de temporários são meros apelos para a imprensa, pois isso não vai funcionar... e, claro, o governo também tem esta noção!
    5- O professor substituto sabe que está sendo usado e se encara isso, espero que esteja disposto a encarar os seus futuros colegas e alunos provisórios nas escolas. É falta de respeito ao próprio ofício profissional.
    6- O Sintepe encarou o movimento e incitou sua deflagração (apesar de ter demonstrado anteriormente que era contra) porque falta percepção estratégica por lá. Parece que agem de forma improvisada.
    7- Esta proposta de reposição é a coisa mais bizarra que já vi, mas uma coisa é clara: o objetivo do governo não é repor as aulas e sim punir os grevistas. Para saciar o prazer de punir, o governo apela até para o modelo mais irracional e antipedagógico de reposição que poderia ser concebido. Eu já tenho um posicionamento: além de recomendar meus alunos a não assistirem aulas com o meu substituto, não vou reconhecer nada daquilo que ele fizer, logo, tentarei tornar sem efeito as aulas feitas para me punir. O planejamento que terá efeito será o meu, as avaliações que serão válidas serão as minhas! Quando essas aulas-castigo ocorrerão? Nem a Secretaria de Educação sabe, pois empurrou o problema para as direções das escolas. Uma coisa fica bem clara: quando uma medida absurda dessas é proposta por uma secretaria de educação, há a evidente percepção de que por lá as pessoas que tomam decisões não fazem mesmo idéia de como funciona uma escola, isto é, são incompetentes mesmo. Ou será que esta proposta não saiu da Secretaria de Educação e sim da Secretaria de Administração? Se for o caso, então o Sr. Danilo Cabral e sua equipe “sem noção” são ainda mais imprestáveis do que poderíamos imaginar!
    8- Não paramos em outubro por falta de visão estratégica e leitura conjuntural. Simplesmente isso. E a direção do sindicato saber perfeitamente.
    9- Pois é, esta greve serviu para queimar nossos recursos de luta. Por outro lado, precisamos aprender a fazer greve de verdade. Talvez a greve de 2007 tenha sido algo parecido com uma greve de verdade, pois a grande maioria da categoria paralisou suas atividades e encarou a greve mesmo contra a vontade da direção do sindicato, que fez o que pôde para encerrar o movimento repetidas vezes. Desta vez, a direção insistiu numa greve fadada ao fracasso. Dá para entender?
    10- A greve foi uma vergonha quando começou e quando terminou. Cabeça erguida? Só se for para facilitar o serviço do enforcador!

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  5. caros colegas a nossa liderança em sala de aula eu senti hoje quando fui aplaudida por resistir ao chicote e quando meus alunos disseram que jamais assistirão aula de substituto algum estou falando de uns anjinhos de uma 5ª série "a". façamos todos o mesmo,parabéns, a luta continua.

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