terça-feira, 25 de agosto de 2009

CRONÔMETROS: Medidores da Dinâmica Pedagógica

Método da Compreensão da Dinâmica Pedagógica -este é o nome dado ao projeto que medirá o desempenho dos professores da rede. Aplicado por um técnico educacional que fará intervenções em sala de aula, munido de uma planilha e um cronômetro este, observará o material utilizado na aula , a metodologia aplicada, a interação dos alunos com o professor, a interação entre os alunos, domínio de conteúdos, entre outras coisas. Cláudio Ferraz (professor da PUC/SP) que desenvolve o projeto e, veio ao Estado capacitar os técnicos da rede diz que, o projeto tem por objetivo diagnosticar as condições de trabalho dos professores, a situação socioeconômica dos alunos, índices de repetência, etc., e busca melhorar o sistema educacional. O programa é uma parceria do governo do Estado de Pernambuco , PUC/SP e Banco Mundial e, o método é aplicado também em São Paulo, Minas Gerais e agora, em Pernambuco, coincidentemente, os mesmos estados onde a empresa privada INDG gerencia a educação. Ora, se o objetivo da pesquisa é a investigação da infra-estrutura das escolas e das condições socioeconômicas dos alunos, o que faremos com o levantamento feito através do PPP ? Não é para esse fim que discutimos o projeto dentro das nossas escolas?
A melhoria da educação passa sem dúvida alguma por mudanças profundas nas estruturas capitalistas dominantes que jogam as populações pobres em abismos profundos.
De que forma a pesquisa irá melhorar o desempenho dos alunos da rede, se os mesmos continuarão abandonando à escola ou sacrificando o horário escolar para trabalhar?
E os trabalahadores em educação serão valorizados e remunerados de forma justa após esse método de investigação/fiscalização? Além disso, a metodologia utilizada na pesquisa é invasiva, desrespeitosa, e anti pedagógica uma vez que de forma velada, tenta intimidar o professor.
Se o projeto é pago por uma organização mundial (BIRD) que exerce controle sobre as economias de Terceiro Mundo, fica fácil compreender quem serão os favorecidos com o resultado desse trabalho. E, fica claro também que, mais uma vez os educadores serão responsabilizados e intimados à resolverem a desordem educacional provocada pela omissão dos governos.
Questionado sobre estes e demais pontos colocados pela mesa de negociação, Claudio Ferraz, em reunião ontem (24 de agosto) respondeu de forma evasiva e, por vezes contraditória, concluiu dizendo que, "a intenção era melhorar a educação e, acreditava que o método por ele aplicado ajudaria nesse sentido".
Discordando do que foi apresentado em relação ao projeto, a mesa de negociação rejeita-o, afirmando essa posição perante Margareth Zaponi e Aida Monteiro (representantes da Sec.de Educação), presentes ao encontro. Heleno Araújo (presidente Sintepe) finalizando a reunião disse que o Sindicato irá orientar os professores (as) quanto aos procedimentos que deverão adotar quando o projeto chegar às escolas selecionadas.
Implantando metodologias mercantilistas Eduardo Campos (pseudo-socialista) registra mais um golpe contra os Trabalhadores em Educação.
(albeniass@yahoo.com.br)

Um comentário:

  1. Um governo que tem cavado e desterrado técnicas antidemocráticas que deveriam permanecer para sempre nas mais profundas covas da História.
    Rasga constantemente o que consta na Carta Magna - o direito à greve foi amassado e jogado no lixo. Cospe nas leis federais, que não são superiores à sua vontade arbitrária de castigar a categoria.
    Vira os direitos trabalhistas pelo avesso, e quer tratar professores com as "rédeas curtas" típicas do ditador que na verdade é. Usa de artifícios típicos de um aliciador, "comprando" opiniões e "negociando", a seu bel prazer, uma tal gratificação que tirou de uns, fazendo sorrir com dentes podres de alienação uns tantos outros.
    Agora vem com mais esta "novidade", que lembra os censores em sala de aula, num tempo em que o moderno vocábulo "monitores" tinha outro nome.
    Mas o pior é ver os professores cada vez mais fragmentados, alimentando com seus "receios" e omissão, a "intimidação" com a qual se torna fácil manipular.
    Envergonha-me estar numa geração em que não se pode ser exemplo para os educandos com que se lida todos os dias.
    Soa hipócrita dar-lhes aulas de cidadania, dizer-lhes que lutem sempre pelos seus direitos.
    E vejo que o que acontecerá será uma constante perda do Estado de excelentes profissionais que não se dobrarão a estes desmandos, e vendo que a classe assassinou o ditado de "A União faz a Força", seguirão "sozinhos" para outras paragens.
    E a Educação e os educandos vão ficando órfãos de valores humanos, enquanto vêem a suposta democracia ser desmaquiada todos os dias.

    Katyuscia Carvalho.
    (Professora da rede pública de ensino, na cidade de Venturosa, PE)

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