Cleide Galdino - Diário de Pernambuco
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De todos os rankings negativos encabeçados por Pernambuco, um dos mais vergonhosos é o do trabalho escravo. É incrível imaginar que em pleno século 21 a realidade cruel da privação de direitos, também nesta área, seja encontrada e encarada, não por acaso, como algo natural por algumas "rodinhas" de latifundiários. É uma herança maldita dos tempos da colônia, da cultura açucareira, que era doce só para a elite. Embora não seja uma exclusividade pernambucana, foi no estado que, este ano, os fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego resgataram da exploração o maior número de trabalhadores (329). Oito propriedades foram fiscalizadas, o que pode significar apenas uma amostra do problema. Os relatos dos integrantes do grupo móvel do MTE são chocantes. Nos locais de trabalho não havia água potável e nem comida apropriada para o consumo. Os animais certamente tinham um tratamento mais digno. É interessante observar que em cada região o trabalho escravo assume peculiaridades vinculadas à realidade local. Relatório da ONG Repórter Brasil, por exemplo, mostra que 74% dos municípios que mais desmatam a Amazônia aparecem nos registros dos que usaram mão-de-obra escrava. Provavelmente por este motivo, dois estados do Norte, Tocantis e Pará, estão na segunda e terceira colocação da lista do MTE, respectivamente com 296 e 199 trabalhadores retirados da situação de escravidão. Já em Pernambuco, a lavoura da cana é o purgatório, a senzala do passado e do presente.
Temos regimes de "Escravidão" dentro da secretaria de Educação.
ResponderExcluirJá enviei esta carta 4 vezes aomExmo. Sr. Secretário e duas vezes para nossa "atuante" imprensa escrita.
Faço parte da Coordenação do SINTEPE na Regional Agreste Meridional e em minhas andanças tenho verificado na "pele" dos trabalhadores em Educação,o absurdo que é os mesmos não incorporarem a gratificação 207 na Aposentadoria.Diante desta negativa encontramos grandes "injustiças" , pois a imprensa de modo geral e a Sociedade Brasileira fala muito de Trabalho escravo e verificamos que muitos de nossos companheiros, trabalhadores da Educação, estão nesta situação. Será que nossa indignação só existe, quando vemos a TV mostrar trabalhadores do Pará, Maranhão e Agora de Pernambuco trabalhando sem remuneração e tratados como subumanos?e nos esquecemos dos nossos irmãos que trabalham ao nosso lado, no dia a dia das salas de aula?Sabemos que o professor que tem o salário superior aos administrativos leva a gratificação de 60%,para Aposentadoria, que com certeza é bem superior aos minguados valores do 207.Portanto, a resposta para este absurdo não está na questão financeira. Seria na legislação? mudemos a mesma então, pois para favorecer a elite e os políticos leis são mudadas num piscar de olhos.Companheiros como Manoel que trabalha há mais de 40 anos, simplesmente pelo fato que aposentando-se terá dificuldades para sustentar os filhos, pois não pode ficar sem o 207. Em Lajedo, temos outro caso que o companheiro também não quer aposentar-se e argumentou que não o faz, para não ficar como outra companheira de lá, que se aposentou perdendo o 207 e pede esmola na feira para sobreviver. Além desses há aqueles que não se aposentam para não perder o vale-alimentação, que é um absurdo maior ainda. Citamos dois exemplos em meio dos muitos existentes.
Diante desta situação, pedimos encarecidamente para que Vossa Excelência olhe esta questão como algo humanitário antes de quaisquer outra coisa e nos ajude a acabar com os "escravos" do 207.Na certeza que em breve teremos boas notícias para nossos companheiros, agradecemos a atenção dispensada.
Atenciosamente,
Augusto de Barros Souto
P.S. Em nossa pauta de negociação, temos a proposta de
ampliação da grade de trabalho dos administrativos para
40 horas semanais(opcional)Isso, resolveria este problema,
pois as pessoas se aposentariam ganhando por 40 horas.
Em Pernambuco, o que não falta é sonegação de direitos, como tabalhadores em educação sabemos bem com isso funciona.
ResponderExcluirComo diz o texto, é a velha herança colonial européia que se perpetua.
Os "senhores de engenho" e os "barões do café" agora, com outra roupagem, decidem os rumos do Estado, administram com mão de ferro, exigem sobrecarga de trabalho,cobram, fiscalizam, mal remuneram, punem, mentem, barganham, compram votos...e, intercalam-se no poder.