A profª Drª Dalila Andrade Oliveira (UFMG/ANPED) inicia (dia 22/08) o ciclo de palestras da 12ª Conferência Educacional do SINTEPE falando do modelo de educação brasileira baseado nos moldes de liberdade da Revolução Francesa. Aos alunos é dada oportunidades e igualdades porém, a igualdade de acesso não representa igualdade de permanência. O direito a educação é bem mais que o acesso à escola. Enfatizou o caráter mercadológico onde a iniciativa privada aparece para resolver as questões da educação, nesse contexto surge a avaliação do IDEB, uma justificativa para o governo provar os investimentos na educação. É uma forma de cobrar resultados, se há investimentos maciços e os índices educacionais não apresentam resultados satisfatórios, o problema não seria do governo assim, transfere-se a responsabilidade do insucesso do aluno para os professores.[Image]Na mesa formada no dia 23, tratando das Políticas Educacionais no Estado de PE, fez-se presente Heleno Araújo (presidente do SINTEPE) e o Secretário de Educação Andeson Gomes. Do Secretário Anderson Gomes ouviu-se o esperado: satisfação pelos índices alcançados no IDEPE, intensa propaganda do Pacto Pela Educação, dos programas de correção de fluxo, das Escolas de Tempo Integral e Semi-Integral, das Escolas Técnicas, além de reforçar a política meritocrática implantada em diversos setores no serviço público em Pernambuco, entre outas coisas. Participando ativamente do debate a plenária interviu denunciando os conflitos que permeiam o dia-a-dia da categoria ou seja, a precariedade na estrutura das unidades de ensino , a política de exclusão e de exploração do trabalho docente, as doenças provocadas pelo excesso de trabalho, desassistência do sistema de saúde SASSEPE, agressão e insegurança nas escolas, o desmonte do Plano de Cargos e Carreiras da Categoria, o não reajuste do Piso Salarial em 2009 (como manda a lei 11.738/2008) colocando Pernambuco no ranking do estado brasileiro a pagar o pior salário ao professor, o decreto 38.103/12 que põe fim a eleição direta para escolha de diretores(as), o fechamento de turmas do Fundamental, a política de municipalização inciada em governos passados e intensificada na gestão de Eduardo Campos, a privatização do ensino através da INDG, da Fundação Roberto Marinho, do Grupo Gerdau, do Instituto Airton Senna, do Banco Mundial e demais organismos encarregados de estabelecer programas e metas para a educação no Estado, etc. Seguindo a programação, Dr. Francisco Chagas e Drª Márcia Aguiar discutiram as metas do PNE e as estratégias necessárias ao cumprimento das mesmas. Dayse Cabral de Moura profª Drª (NEAB/UFPE) apresentou um panorama mostrando com são tratadas as questões étnicos-raciais e de gênero no país porém, direcionou o foco para o entendimento dessas questões e o papel que cabe ao professor/a e ao corpo docente da escola no sentido de minimizar os conflitos decorrentes de práticas machistas,racistas,homofóbicas e outras que, de tão comuns no âmbito escolar são vistas com naturalidade e por vezes reforçadas por quem deveria combatê-las.Encerrando as atividades do dia 23, o professor Dr. José Batista (UFPE) comentou das inovações tecnológicas e questionou se as chamadas ''novas tecnologias'' são realmente novas. Disse que, o ser humano convive com tecnologias no seu dia-a-dia e que não há porque o professor assumir um postura de rejeição aos tablets e demais ferramentas tecnológicas que chegam às escolas. Disse ainda que, os professores não podem sentir receios e achar que serão substituídos pelos computadores. No debate, muitas foram as falas contrariando a visão do palestrante, argumentou-se que, a questão não consiste em rejeitar-se ou não os uso de computadores em sala de aula, o que não pode-se admitir são as imposições vindas junto as tais ferramentas entre elas, a exigência que o professor se adeque a todo esse modismo de uma hora para outra. Além disso as cadernetas eletrônicas não põem fim a burocracia imensa existente nos diários de classe de papel uma vez que, é preciso fazer registros do planejamento anual, de faltas dos alunos, de aulas dadas (registo em tempo real) para um determinado quantitativo de turmas. Lembrou-se também que os tablets chegam apenas para alguns alunos gerando assim, discriminação entre os alunos e que, a aparelhagem tecnológica distribuída na rede estadual tem servido para beneficiar megaempresários além de contribuído midiaticamente para consolidar o modelo neoliberal de educação instalado em Pernambuco e que o governo pretende expandir para o resto de Brasil.
XII Conferência Educacional do Sintepe- Gravatá-PE, dias 22, 23 e 24 de agosto de 2012.
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