A nota abaixo foi publicada na coluna Diário Político, do DP de 4 de abril (original aqui):
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Surpreendente. Sempre
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O PT sempre surpreendeu. Nos anos da ditadura, surgiu como sopro de democracia mobilizando trabalhadores nos sindicatos de metalúrgicos no ABC paulista. Anos mais tarde, impressionou ao vencer eleições em municípios e estados dominados por oligarquias familiares de direita. Em 2002, colocou o operário Lula no cargo mais alto da República. No poder, continuou cumprindo sua sina de provocar espanto. Com um governo bem avaliado, muito pelas políticas sociais, muito pelo carisma do presidente, o PT chocou ao patrocinar os mesmos esquemas de corrupção que antes, quando oposição, combatia e condenava. Nos recentes dias em Pernambuco, o partido deu mais uma prova da sua capacidade de provocar perplexidade. Uma nota assinada pelo presidente estadual da legenda, em 19 de março, assumia publicamente a desaprovação do PT à manifestação promovida pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe) contra o governo do estado. Naquele momento, mobilizados em defesa de reajueste salarial, os professores tinham decidido em assembleia declarar o governador Eduardo Campos "inimigo da educação". Na nota, o presidente do PT, Jorge Perez, lembrou que presidente o LULA (escrito assim, em caixa alta), "é um exemplo de atitude construtiva num processo de negociação e de tolerância, para buscar acordos em que as duas partes cedem a fim de chegarem a um ponto comum". E emendou afirmando que participou ativamente da organização do Fórum dos Servidores e que, como presidente da CUT que foi, "sempre buscou as pressões negociais sem personalizar e desrespeitar as autoridades democraticamente constituídas, assim como cobramos a mesma postura de respeito do governo à organização sindical". A atitude, como dito, surpreendeu. Até mesmo gente do PT se diz até agora incrédula. Há quem avalie que a direção do partido, defensora do nome de Humberto Costa para o Senado, resolveu condenar os professores unicamente para ganhar pontos com o governador. Consideram que o sindicalismo, o esteio da sigla, foi aviltado em nome de interesses eleitoreiros. Até mesmo porque as demais legendas representadas no Sintepe, caso do PCdoB e do PSB, preferiram se abster.
Só quem vai se chocar é quem não acompanhou os desmandos do Governo do Estado nos últimos três anos. A forma pouco negociável com que agiu. Para os professores que diariamente vivem com a perseguição, não há choque, mas um sentimento de tristeza e revolta por imaginar que por mais quatro anos sofreremos com esta forma ditatorial de trabalhar, se não escolhermos outros governantes. Se não aparecer um "Messias" para nos livrar da ineficiência administrativa, que só nos penalizou...Vá lá saber por que essa revolta contra os professores!
ResponderExcluirInfelizmente, são esses "DIREITOSOS" (travestidos de esquerdistas) infiltrados nos sindicatos, centrais e partidos que confundem a massa e disvirtuam, sonegam qualquer avanço da sociedade. Basta vermos os que se intitulam de esquerda HOJE. SOCIALISMO sem prática é tudo, menos, SOCIALISMO.
ResponderExcluirUé, mas não é o partido de um bocado de dirigentes do SINTEPE? Cada vez mais, fica claro que a promiscuidade entre militância sindical e atrelamento partidário é uma catástrofe para a base representada por um sindicato loteado por partidos.
ResponderExcluirUma coisa está clara: os "militontos" de partidos aliados de Eduardo Campos e que também estão na direção do SINTEPE deveriam ter vergonha de atuar num sindicato que representa vítimas de seus partidos.
Depois que reclamamos das relações entre sindicalismo e partidarismo, há quem ache exagero!
Senhores dirigentes do SINTEPE, cadê as justificaticas agora?
Além de usarmos a nossa influência na escola e entre os nossos amigos e familiares, algo que acho interassante e que também faria efeito seria mobilizarmos os movimentos ou igrejas dos quais fazemos parte. Lá podemos contar o que tem acontecido conosco (professores). Nosso intuito não é obrigar as pessoas a reproduzir a nossa maneira de ver as coisas, mas esclarecer, mostrar um outro lado da situação, à que fragiliza o processo de ensino-aprendizagem.
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