O texto abaixo apresenta uma reflexão sobre a situação do último movimento grevista de professores em São Paulo. Muitos dos aspectos discutidos ou refletidos identificam também nossa situação. Vale a pena fazer esta leitura.
..O fim da greve é o fim.Não dava pra imaginar um final mais melancólico para a greve. Trinta dias de paralisação parcial, com uma adesão decrescente dos professores, terminam assim, sem nenhum resultado, com direito a bate boca entre os manifestantes e a direção do movimento... E agora, o que fazer? Quanto a mim, vou levar em frente os dias que me restam como professor, gozando desses 25% concedidos aos 20% melhor colocados na prova de "promoção por mérito", coisa altamente questionável e aceita, pelo visto, pelos professores. O governo, como dizia um antigo colega, age maquiavelicamente, vai minando a categoria, dividindo-a em classes (OFAs e efetivos, OFAs categorias F e L, aprovados e reprovados na prova classificatória para os OFA, e agora aprovados e reprovados na prova de "promoção por mérito"). Formam-se assim uma miríade de subcategorias entre a classe dos professores da rede estadual, cada uma delas com seus interesses específicos que inviabilizam a unidade em torno de uma causa. O governo criou o tenebroso BÔNUS, que em seus critérios (se é que há algum realmente), considera a assiduidade. O professor que optar pela greve perde o bônus... O professor que reprovar demais perde o bônus. O professor que não conseguir manter o aluno na escola perde o bônus. O bônus acaba criando uma imagem fictícia de escola que aprova, escondendo o fracasso escolar massivo que é a situação real. Mas isso não importa para os técnicos e burocratas, uma vez que as estatísticas ficam bonitas..Ninguém, exceto nós que estamos vivendo isso cotidianamente, conseguiria imaginar o pesadelo que se tornou o ambiente escolar, assolado por legislações punitivas, assolado por incompetência profunda dos órgãos administrativos, assolado pela legião de jovens alucinados por anos de negligência parental e por exposição ao lixo mais torpe que sai das TVs e seus congêneres. Estar na escola hoje, na posição de professor, é estar exposto a situações surreais, inimagináveis....E pelo que vimos nesta greve que se canibalizou nesta quinta-feira, dia 8 de abril de 2010, estamos dispostos a conviver com toda essa enxurrada de lodo...
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Fonte: http://minhavidadeprofessor.blogspot.com/2010/04/o-fim-da-greve-e-o-fim.html
Tivemos a oportunidade ímpar de ver que os governantes de qualquer partido têm a mesma filosofia de ação contra professor e aproveito a oportunidade para pedir aos colegas que pensem na categoria sem ilusões políticas partidárias que vem separando e enfraquecendo ainda mais nossas forças.
ResponderExcluirFicou provado que greves não funcionam em lugar nenhum (no nosso caso) e que ações pontuais e permanentes, sistematizadas e com apoio de oposição ao atual governo nos dando suporte veremos o enfraquecimento do atual ditador.
Ora! Não estou nem aí para quem vai ajudar nossa causa e com que interesses, desde que não me comprometa, acho melhor que ficar na mesma retórica e se acontecesse destes partidos vermelhos assumirem não serão diferentes do atual PT.
Busquei particularmente a oposição, não fiz promessas e não farei, me prontifiquei a expor e dar subsídios para ferrar este governo e assim farei, só ou mal acompanhado, quem quiser me ajude e siga.
Sinto o blog aumentando o número de seguidores e gostaria de ver algumas ações diferentes, mesmo aqueles que pretendem mudar de área gostaria de pedir que saiam, mas enquanto não o fazem não desanimem ou se entreguem. Há o que fazer sim!
Após a greve de 2009 quando tivemos descontos 'não reversíveis', uma onda de desânimo se abateu sobre a categoria, além dos descontos os instrumentos de intimidação tornaram-se mais acirrados. Soube em assembleia passada que certos gestores, chegam a colocar no ponto dos colegas que não aderem ao movimento: "Parabéns por você não ter ido a assembleia".
ResponderExcluirOnde já se viu uma coisa dessa?