Abaixo está o interessante editorial do Jornal do Commercio de hoje
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A educação em Pernambuco continua em baixa, fora das prioridades do governo do Estado. Com o ensino básico de má qualidade que começa na defasagem salarial dos mestres, o futuro dos pernambucanos está comprometido pela insensibilidade oficial, denunciada pelos profissionais do setor, que tiveram pouco a celebrar na passagem dos 20 anos do sindicato da categoria – SINTEPE – na última quinta-feira.
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A educação em Pernambuco continua em baixa, fora das prioridades do governo do Estado. Com o ensino básico de má qualidade que começa na defasagem salarial dos mestres, o futuro dos pernambucanos está comprometido pela insensibilidade oficial, denunciada pelos profissionais do setor, que tiveram pouco a celebrar na passagem dos 20 anos do sindicato da categoria – SINTEPE – na última quinta-feira.
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A proposta de reajuste aprovada pela Assembleia Legislativa, como irônico presente de aniversário aos professores, eleva os salários dos docentes com níveis médio e superior para R$ 1.025 até maio, e R$ R$ 1.045 R$ 1.055, respectivamente, a partir de junho. Um aumento módico, para quem ganha atualmente entre R$ 950 e R$ 1.016. O piso salarial defendido nacionalmente é de R$ 1.312, mas segundo o Governo Federal, é 1.024. Com o pequeno aumento, Pernambuco é um dos últimos Estados do País a pagar o piso do Ministério da Educação (MEC). Os professores obviamente não estão satisfeitos. Mas como a lei eleitoral proíbe o aumento de salário de servidores em um período de 180 dias antes do pleito, a deflagração de greve está descartada, por ser inócua. No Dia Nacional de Paralisação pelo Piso Salarial, 16 de março, as atividades da rede pública de educação em todo país foram suspensas, em protesto pelo não atendimento dos governos municipais e estaduais ao piso de R$ 1.312 defendido pela Confederação Nacional de Educação (CNTE).
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A luta dos professores em Pernambuco teve um capítulo peculiar. No mesmo dia em que aprovou o novo salário dos professores, na semana passada, os deputados estaduais votaram o novo teto salarial do Executivo, que agora ultrapassa a cifra dos R$ 22 mil. Trata-se de um teto nominal, já que o governador possui contracheque de menos da metade desse valor, de R$ 9.600. O número, no entanto, vale como referência para os auditores fiscais, muito respeitados dentro do governo ao contrário dos professores da rede pública. Como foi ressaltado na coluna Repórter JC, um auditor equivale a 19 professores, no desequilibrado quadro funcional de Pernambuco. Cria-se assim um abismo entre uma classe de funcionários públicos pisoteados, que ganham remuneração abaixo do piso, e outra composta de algumas centenas de servidores de elite, recebendo acima do teto real do Poder Executivo. O privilégio que usa uma remuneração fictícia como base está levando o conselheiro federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Jayme Asfora, a propor uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) sobre a questão.
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Enquanto o Estado não se comove, a realidade municipal não é menos desafiadora para os professores. Matéria publicada pelo JC no último dia 21 mostra a variação salarial encontradas em cidades do interior. Municípios que receberam mais dinheiro do Fundo de Manutenção da Educação Básica e de Valorização do Magistério (Fundeb) do que outros, pagaram salários menores aos docentes. Em Cortês, um mestre com nível superior tem salário de menos de R$ 800.
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Espera-se há muito tempo que os responsáveis pelo ensino básico e médio sejam valorizados e tratados com dignidade no Brasil. O desrespeito aos professores, que ganham salários baixos e trabalham em condições precárias, na ampla maioria das escolas, é na verdade um desrespeito à educação. E o que é pior, com graves conseqüências sociais, culturais e econômicas, uma vez que a deficiência no ensino resulta, mais tarde, em jovens sem rumo, despreparados para o mercado de trabalho e, acima de tudo, vulneráveis ao mundo torto das drogas e do crime. A função deste profissional para a sociedade reveste-se de enorme importância , e por isso a campanha salarial por um valor mínimo nacional é não somente justa, como demonstra o grau de desprestígio com que os educadores e a educação são tratados em nosso País. Que Brasil vamos construir para as gerações futuras sem uma educação de qualidade? É sobre questões como essa, tão simples quanto dois mais dois, que os gestores públicos precisam se voltar, na hora de avaliar o peso dos professores nas suas planilhas orçamentárias.
Parabéns aos editores pelo excelente artigo.Estamos acostumados a encontrar na imprensa escrita, apenas matéria enaltecendo os atos do Governo em relação a educação. A matéria publicada como editorial no JC, mostra de forma clara a situação dos professores da rede estadual. O que foi relatado pelo jornal não é nenhuma surpresa para nós professores.Por outro lado, uma ótima oportunidade de mostrar a sociedade como um todo, o desmantelo que é a educação pública estadual.
ResponderExcluirDEUS EXISTE E NÃO ABANDONA QUEM NELE CRÊ. VAMOS CONTINUAR DENUNCIANDO, POIS AINDA HÁ GENTE INDEPENDENTE NOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO.
ResponderExcluirRubi, creio que ainda há pessoas de certo modo independentes, mas os veículos de comunicação (principalmente de PE) dependem, financeiramente... e têm suas opções patidárias...
ResponderExcluirFalando de política, estava lendo alguns trechos de O Príncipe, Maquiavel, e achei algo que me fez lembrar (não sei por quê) o comportamento de alguns políticos:
"Chegamos assim à questão de saber se é melhor ser amado do que temido. A resposta é que seria desejável ser ao mesmo tempo amado e temido, mas que, como tal combinação é difícil, é muito mais seguro ser temido, se for preciso optar"
CAPÍTULO XVII
DA CRUELDADE E DA PIEDADE; SE É MELHOR SER AMADO QUE TEMIDO, OU ANTES TEMIDO QUE AMADO
Que tabela é aquela no site do Sintepe? Por que um técnico Educacional, um Assistente Administrativo e um Auxiliat Administrativo merecem uma gratificação locomoção maior que a de um professor? Minha nossa, quanta inversão de prioridades!!!!
ResponderExcluirEste editorial é reflexo da reação da sociedade ao descaso do governinho de Eduardo
ResponderExcluirpara com a educação. A EDUCAÇÃO PERNAMBUCANA ESTÁ EM CRISE! O Presidente Lula na Conferência Nacional de Educação afirmou que vai pessoalmente cobrar dos governadores que pagam mal aos professores uma postura mais séria com a categoria.
Este comentário foi removido pelo autor.
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ResponderExcluirRepórter jc 27 de março de 2010
ResponderExcluirOs auditores fiscais estão mais que agradecidos ao governador Eduardo Campos pelo aumento salarial. O mesmo não pode ser dito dos professores coitados a quem foi negado até o piso salarial nacional com a ajuda dos nobres deputados estaduais. A insatisfação no entanto cresce entre os militares de coroneis a praças contrariados com o reajuste. o mesmo se pode dizer dos delegados aposentados e na ativa que acharam o reajuste insuficiente por causa do esforço para viabilizar o pacto pela vida.E até o pessoal da saúde promete manifestações contrárias. Só que as lideranças dessas categorias, quando estão diante do governador, não defendem os servidores com toda a enfase como falam com a imprensa.Por isso,elas só tem ajudado a reforçar a imagem nacional, criada pelo próprio Eduardo Campos, de que , em Pernambuco, o governo socialista faz da educação, da saúde e da segurança pública suas principais prioridades.
Estou impressionada! Finalmente a imprensa escrita de PE resolveu ser imparcial e verdadeira com a população. Por isso, devo dar os parabéns ao JC pelo editorial publicado no dia 2 do corrente!
ResponderExcluirAcacy