A foto acima ilustra bem a nossa situação e deveria servir de objeto de análise por parte de algum iluminado tecnocrata da Secretaria de Educação. A imagem está exibindo um amontoado de diários de classe e um pilha de provas. Esta papelada está sob os meus cuidados. Sou professor de História com 200 horas/aula e possuo 14 turmas, tendo cerca de 650 alunos. Aplicando as provas bimestrais terei este montande de provas (conforme a foto) para corrigir fora do meu expediente na escola - em uma jornada de trabalho não remunerada - pois não conseguirei realizar esta tarefa no meu horário de trabalho regular. Considerando o volume absurdo de diários de classe, provas e quantidade de alunos, chego a uma conclusão evidente: recebo cerca de R$ 1,00 por aluno!
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A partir desta constatação, proponho uma nova percepção para avaliar a educação pernambucana: o "aluno de um real" ou o "professor-migalha" poderiam servir índices para comprovação de nossa crise!
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Esta é uma situação típica, afinal, todos professores passam por isso - sobretudo aqueles que precisam acumular mais de um vínculo de trabalho para poder sobreviver. Trata-se de um aspecto do dia-a-dia dos professores que a Secretaria de Educação deveria também publicar em seu site-espião, afinal, além de querer tornar público nossos horários de trabalho para o "controle social", deveriam também tornar evidentes coisas práticas como estas! Mas - e principalmente - o monitoramento do horário que evidencia os expedientes de trabalho seria uma idéia melhor se fosse associado a uma outra informação que merece ser publicada pela própria Secretaria de Educação: nossos salários!
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Por que o Governo Estadual não sai por aí divulgando o quanto paga aos seus professores? Seria uma publicidade negativa? Esconder este dado não é algo que contradiz o discurso governista segundo o qual a "transparência" é algo importante? Parece que há informações graves e objetivas que o governo prefere esconder sob o tapete do descaso!
virei sua fã! Eles fingem que nos fiscalizam! Eu estava a pouco me perguntando para que mesmo servem os diários? Quem os ler? Para mim eles são um desperdício de papel e paciência.
ResponderExcluirÉ verdade Luciana, é perder tempo pedagógico, tempo que poderia ser aproveitado em planejamento, execução de projetos, aulas de campo entre outras atividades produtivas. Os diarios não servem para nada, e acabam jogados ao lixo com o passar do tempo.Abraços!
ResponderExcluirISSO É FRUTO DA BURROCRACIA PEDAGÓGICA DE MENTES ALIENADAS EM GABINETES REFRIGERADOS, AS QUAIS JAMAIS DERAM UMA AULA EM ESCOLA PÚBLICA...E SE DERAM, JÁ ESQUECERAM, POIS O QUE IMPORTA É APARECER, IMPONDO SERVIÇOS INÚTEIS PARA "APARECER" PERANTE SEUS SUPERIORES, MESMO QUE SEJA AUMENTANDO AS CHIBATADAS SOBRE O LOMBO DO PROFESSOR.
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