quarta-feira, 28 de maio de 2008

CPI da Educação?

No mês de abril deste ano, políticos e empresários estiveram reunidos na Ilha de Comandatuba, no sul da Bahia, para debater sobre a educação pública (clique aqui e veja o que já postamos a respeito). Durante o fórum político e empresarial, muita ladainha e muita conversa mole devem ter sido despejadas enquanto iniciativas concretas estão muito longe de alguma aplicação.
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O dito fórum, que contou com a participação do governador Eduardo Campos e do secretário Danilo Cabral, foi organizado pelo tenebroso João Dória Júnior, empresário e playboy que também liderou o movimento golpista "Cansei" (clique aqui e confira o site do evento ou aqui para conhecer melhor o senhor Dória jr).
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Diante de um público muito preocupado com assunto, Garibaldi Alves, presidente do Senado, chegou a propor uma CPI para "investigar" a crise da educação pública no Brasil. Considerando que qualquer um sabe quais as razões da crise da educação pública no país (falta de investimentos, desvios de verbas, descaso das políticas públicas, desvalorização dos educadores, etc) e que as CPIs costumam "acabar em pizza", o senador acabou propondo mais uma idéia delirante - a propósito, o projeto do piso salarial para professores, que penou para ser tramitado, está agora no Senado presidido pelo senador Garibaldi aguardando deliberação.
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Leia abaixo uma matéria que relata mais um debate vazio sobre a educação pública.
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Garibaldi defende CPI para a crise de educação
Jornal do Brasil 21 de abril de 2008
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Em fórum, Jaques Wagner irrita-se com empresariado
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A promessa foi lançada: está para nascer a CPI da Educação. A iniciativa foi anunciada com voz imponente pelo presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), diante de empresários da iniciativa privada e governadores de diversos Estados brasileiros, presentes no 7º Fórum Empresarial de Comandatuba, no Sul da Bahia.
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– O Congresso brasileiro deveria dar mais importância a essa crise educacional que vive o país – atentou.
– Se debatemos mensalão, mensalinho, uso irregular dos cartões corporativos, vazamento de gastos com os cartões do governo anterior, o que deveria ser feito é o que ministros vêm propondo há tempos. Vamos fazer a CPI da Educação.
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Aplaudido quando deu anúncio de mais uma investigação parlamentar da história do "país das CPIs", Garibaldi pretende que se mostre não apenas o que "está bombando em termos de educação, mas também quem são os réus" por um dos principais dramas brasileiros.
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– Hoje tenho o discurso mais mal comportado do país – fez a platéia de 320 pessoas gargalhar. – Mas não pode passar despercebida a realidade: o governo não supre o problema da educação e empresários executam o papel de governantes. No encontro que teve como pauta as mazelas da educação pública, o ministro da Educação, Fernando Haddad, foi alvo de ataques seguidos por opositores e expoentes do empresariado.
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Houve constrangimento quando o senador Heráclito Fortes (DEM-PI) – que prometeu entregar as assinaturas para a abertura da CPI da Educação amanhã – interveio e questionou o Bolsa Família. Presente no fórum, o presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), defendeu a criação de uma lei de responsabilidade para educação e lançou a proposta de que o financiamento para o setor deveria ser debatido junto à reforma tributária.
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Ao fim do encontro, o governador Jaques Wagner (PT) deixou seu lugar na mesa irritado com os comentários do presidente do Ponto Frio, Manuel Miranda. Miranda criticou a posição dos governos estaduais frente à educação e sugeriu a todos os governadores colocarem seus filhos numa escola pública para notarem a ineficiência do ensino. O governador baiano rebateu ao exaltar o melhor momento do país e cobrar empenho do empresariado.
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– Com esse discurso o senhor não contribui para o debate – enfureceu-se.
– Querer imputar à classe política as mazelas do país é negar o lugar da política, sem a qual, só sobra o autoritarismo.
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Wagner lamentou que a Bahia apresente um dos piores índices de educação do Brasil. No Estado, há 2 milhões de analfabetos acima de 15 anos de idade.
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