domingo, 16 de setembro de 2007

De Domingo Agora a Oito

De domingo agora a oito
É dia de eleição
É dia do pleiteante
- Do fundo do coração-
Perguntar: o que desejas?
A quem tem de louça um caco
De terra só tem nas unhas
E mora de inquilino
Numa casa de botão

De domingo agora a oito
É dia arreganha-cofre
É de ajudar os que sofrem
É dia do estende-a-mão
De se abraçar com os farrapos
De mastigar vinte sapos
E não ter indigestão.

É dia de expor na fala
Que bem conhece o riscado:
- Ninguém come mais insosso
Ninguém mais bebe salgado!

De domingo agora a oito
Não relampeja nem chove
É dia que nos comove
É o grande dia D

Agora o dia fu-D
Vai ser domingo a nove.



QUIRINO, Jessier. Bandeira Nordestina. Recife: Bagaço, 2006. Pag. 61

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