domingo, 9 de setembro de 2007

SEM NOÇÃO

Recentemente o Governador Eduardo Campos se referiu a Refinaria Abreu e Lima como a tábua da salvação: “a refinaria vai mudar Pernambuco”.
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Ledo engano. O que realmente vai mudar Pernambuco é uma política educacional de qualidade. Não adianta trazer um monte de empresas para o Estado – GM, Estaleiro, etc – se nós não possuímos uma mão-de-obra qualificada. Ou será que ele acredita que as teles-salas resolverão o problema?
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Pernambuco tem de aumentar o investimento no setor educacional o quanto antes. Não podemos resolver a questão começando pelo “telhado”. De nada serve abrirmos um CEFET e os alunos de baixa renda não conseguirem uma vaga, principalmente os que moram próximo a Refinaria.
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Todos nós sabemos que uma casa se começa pela base. Então, se o governador pretende colocar os pernambucanos nessas vagas que serão geradas em Suape ele vai ter de investir no ensino fundamental e médio para poder ter algum retorno em longo prazo. Não me refiro apenas aos salários de nós professores – isso já é ponto pacífico – estou falando das estruturas físicas e humanas da maioria das escolas estaduais. Muitas faltam professores em diversas disciplinas, muitas só funcionam em dois turnos, muitas não possuem laboratórios de informática (e quando tem os computadores são em número insuficiente para o porte da escola), muitas não possuem laboratórios de ciências, muitas faltam funcionários administrativos, muitas não possuem quadra poliesportiva, muitas foram fechadas no início do ano para reforma e até o momento não foram reabertas, muitas sofrem com a violência dentro de salas de aulas (professores sendo ameaçados constantemente), etc.

O que nós educadores estamos vendo no horizonte não é um mar de calmaria, e sim um mar tenebroso. Os pernambucanos que tanto ansiavam conseguir uma vaga nesse pool de empresas em Suape vão ficar a ver navios.

2 comentários:

  1. Detalhe: a ressureição da guerra fiscal nos mesmos moldes parasitários experimentados no lastimável governo FHC está aí! Empresas farão a velha chantagem de "investir" nos estados caso sejam compensadas por renúncia fiscal e benefícios bilionários.

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  2. Enquanto o Estado não desenvolver uma política educacional que atenda às necessidades da população,este será o quadro que iremos assistir década após década.As vagas sobram e por vezes teremos que importar mao-de-obra,uma vez que o despreparo escolar,principalmente da população pobre(que representa a maioria),implica na desqualificação profissional.Enquanto isso as telessalas instalam-se a todo vapor em nossas escolas,levando nossos alunos a um processo de alienanção lastimável pois muitos chegam a acreditar que concluindo a escolaridade em curto espaço de tempo,terão mais chances em ingressar no mercado de trabalho.
    Cadê a "escola de qualidade"tão em moda nos discursos políticos?

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