terça-feira, 18 de setembro de 2007

Sobre o Programa Travessia

Os investimentos em educação no Estado (PE) somam 1.3 bilhões e segundo o governo, 400 milhões são gastos com repetência e evasão escolar. Para fazer a " correção", o governo (re) lança o Projeto Travessia (pois já foi vivenciado com outros nomes) e afirma em nota à imprensa que "este projeto será a obra mais bonita que vamos fazer, pois teremos um Estado mais justo".Sinceramente não consigo fazer relação alguma com tal projeto e a justeza imaginada pelo nosso governador.Para conseguir um maior número de adeptos à proposta, a cantiga ensinada pela Secretaria e que foi repetida por diversas unidades escolares foi uma só: os alunos concluirão o curso e ao término (após 15 meses) estarão qualificados para ingressar no mercado de trabalho (e o mercado prometido é SUAPE e a nova fábrica da PERDIGÃO). Não precisamos de muita inteligência para conhecermos a "real política educacional" do Travessia.O material do projeto foi elaborado pela Fundação Roberto Marinho (Rede Globo) que fez parceria com o Estado, é um projeto privado monitorado por dois profissionais da rede estadual, "capacitado" às pressas uma vez que há urgência na implantação da proposta.Vejam o desmantelo, o programa teve início nessa terça-feira(17/09) quando os alunos já estavam seguindo o programa do ciclo normal (ensino médio) , aí interrompe-se tudo, desconsiderando-se o que foi trabalhado anteriormente. Professores não sabiam o que fazer com o registro do diário, nem o que iriam fazer na escola já que apenas dois deles foram encaixados no projeto.Por que o projeto teria que ser implantado agora? Por que as "direções democráticas" não esboçaram nenhuma reação, uma vez que em seminário recente (11/09, SINTEPE) a representante da secretaria (Aida Monteiro) afirmou não existir a obrigatoriedade na implantação do programa? e o nosso Sindicato, que apesar de mostrar-se contrário, não se mobilizou, contribuindo assim para a implantação desse desastroso programa?O governo mostrou sua cara, colocou as cartas na mesa e as joga conforme seu interesse.A categoria (profissionais em educação) sente-se sozinha na luta. É uma perversão o que estão fazendo aos nossos alunos e companheiros de trabalho.E para piorar a situação estamos na briga para não perder o Hospital do Servidor(H.S.E) o governo quer privatizá-lo ou entregá-lo ao Sistema Único de Saúde( SUS).Sérá que é isto que o governo entende por um Estado mais justo?

Um comentário:

  1. Correção: onde lê-se "capacitado" ler "capacitados". Certo?

    ResponderExcluir