quarta-feira, 6 de abril de 2011

O cúmulo: Professor ganha mais se não der aula!

Novo piso de professor é menor que de profissionais com mesmo curso - Quem tem graduação em letras, biologia, química e física consegue remuneração inicial maior fora do que dentro da sala de aula.

Apesar do aumento anunciado na semana passada de 15,85%, o novo piso nacional para professores – de R$ 1.187 mensais por 40 horas semanais – é a menor remuneração inicial que profissionais formados em áreas relacionadas às disciplinas escolares podem ter. Se conseguirem trabalho fora da sala de aula, formados em letras, biologia, química e física tem perspectiva de salário inicial maior.

Nas outras áreas de formação de professores, história, geografia, matemática, sociologia, filosofia e pedagogia, o mercado de trabalho fora da escola é quase nulo para quem conclui apenas a graduação. Ainda assim, há uma opção mais rentável do que dar aulas: estudar. As bolsas de mestrado para pesquisadores com dedicação exclusiva, que vão de R$ 1.200 a R$ 1.478, para o doutorado sobem para até R$ 2,5 mil.

Biologia
No caso dos biólogos, o Conselho Federal de Biologia mantém uma tabela de “referência de honorários” que, apesar de não ser atualizada desde 2007, prevê cobrança mínima de R$ 40 por hora, ou R$ 1.600 pela mesma carga do piso nacional, para os profissionais com experiência de até três anos. Os mais experientes, receberiam R$ 150 por hora.

Química
Os químicos têm a remuneração regulamentada pela lei 4.950 de 1966, que prevê cinco salários mínimos vigentes no País, ou R$ 2.725, para quem fez uma graduação de menos de quatro anos. Quem fez bacharelado, tem direito a seis salários, R$ 3.270. A legislação vale para carga horária de seis horas por dia (30 horas de segunda a sexta).

Letras
No caso de Letras, a comparação fica prejudicada porque os profissionais que enveredam pela carreira de tradutor costumam receber por trabalho e não por mês. A lista de “valores praticados” pelo Sindicato Nacional dos Tradutores, no entanto, mostra que quem tiver trabalho a realizar, consegue uma remuneração melhor do que como professor de língua. A tradução mais barata por escrito custa R$ 26 por página. Um profissional teria que traduzir 45 páginas por mês para chegar ao piso do professor. Já uma tradução simultânea paga por um dia mais do que o piso: são R$ 1.200 nos Estados de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul e R$ 1.300 em São Paulo e Rio de Janeiro.

Física
O profissional formado em física também tem pouco mercado de trabalho fora da sala de aula para quem fez apenas faculdade. Segundo Ivan Oliveira, pesquisador do Centro Brasileiros de Pesquisas Físicas, o profissional que faz mestrado e doutorado tem remuneração inicial de R$ 10 mil como pesquisador, mas antes disso só há duas opções, dar aulas ou ser aprovado em concursos da Petrobras. “Neste segundo caso, o salário mais baixo é de R$ 8 mil”, afirma.

Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/novo+piso+de+professor+e+menor+que+de+profissionais+com+mesmo+curso/n1238128599198.html

3 comentários:

  1. Não entendi o tema : PROFESSOR GANHA MAIS SE NÃO DER AULA. Se o professor, que já ganha uma miséria, não der aula, a coisa vai piorar... e muito.
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    Sou professor de Escola Estadual e também atuo como Biólogo de campo.
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    Em Pernambuco, por exemplo, temos os seguintes salários básicos para Biólogo:

    *Olinda R$ 1134, 00
    *Abreu e Lima R$ 1051, 00
    *Ipojuca R$ 1820, 00
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    Em alguns casos, soma-se o RISCO SAÚDE, que é em torno de 20% sobre o salário base.
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    Como profissional da educação, estou muito triste, pois o que observo é que estão usando alunos e professores de cobaias, numa tentativa desesperada para conter os estragos feitos por eles mesmos, pseudos intelectuais, para não dizer intelectuais de bosta, que arrasaram a educação em nosso Estado...
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    Todos os anos, mudam as regras, professores são deslocados de suas escolas, como se estivéssemos na reserva de algum time de futebol... Bem, mas como não se mexe em time que está ganhando, algo de muito podre está acontecendo..., porque está todo mundo fora do lugar...
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    Como Biólogo de campo, não vejo uma diferença salarial muito grande, mas, com certeza, o trabalho é bem menos estressante e, principalmente, você se sente bem mais valorizado.
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    Apenas um detalhe, perguntem a alguns alunos qual a renda mensal de seus pais. Muitos irão superar o salário de um professor. Em seguida, pergunte-lhes a profissão. Não se surpreendam com as respostas... Muitos dos meus alunos, ganha bem mais do que eu, como professor...

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  2. Prof. André, concordo com você. Algo de muito podre vem ocorrendo há anos com a educação em nosso estado. O meu caso, por exemplo: Sou a única na escola com mestrado e especialização em minha área de atuação, todavia isso não foi levado em consideração ao organizarem do meu horário de turmas. Apesar da escola possuir em meu turno de trabalho muitas turmas de ensino médio, a "gestora" em sua infinita sabedoria me destinou 90% das turmas de ensino fundamental II.
    Diante disto, tenho de concordar com o senhor: há algo de muito podre na educação em nosso estado, a começar pelo trabalho de boa parte dos gestores das escolas estaduais. Incompetência parece ser o critério chave na escolha de quem ocupa este cargo.

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