Em junho de 1842, o sarcástico e corrosivo Padre Carapuceiro publicou mais uma de suas contundentes críticas sobre a sociedade da época e tratou também do hábito de usar o serviço público como meio de acomodar aliados. O padre não aprovava tal mania,que considerava um absurdo.
O Carapuceiro já alertava que “todos os dias se engendram e se criam empregos absolutamente inúteis só para arranjar afilhados” e que “é da índole do sistema de transações o contentar os amigos, que nos ajudaram a subir o poder, e nele nos sustentam, embora para isso se posterguem todas as regras da decência, da eqüidade e da justiça”. O padre achava, porém, que esta pestilência teria fim: “assentemos que a sede de empregos públicos [neste caso, a expressão não tem o mesmo sentido atual, mas refere-se aos empregos arranjados por conveniências] entre nós é uma mania, aliás não menos prejudicial ao Estado que aos particulares, mania que só irá desvanecendo com o tempo à proporção em que o povo, ilustrando-se mais e mais, melhor for conhecendo seus verdadeiros interesses”.
As palavras do velho Carapuceiro poderiam muito bem ser aplicadas hoje em dia, quando nepotistas, “trens da alegria” e um impressionante número de cargos comissionados usados ao gosto de seus patronos pilham o erário mesmo considerando que há concursos para o provimento dos cargos públicos. Infelizmente, a esperança de nosso famoso crítico político dos tempos do Império de que o abuso dos cargos oportunistas no setor público pudesse acabar não vingou. Passados 165 anos, parece que as velhas críticas do século XIX são perfeitamente aplicáveis. Prova de que nossa política está perdida no tempo.
O Carapuceiro já alertava que “todos os dias se engendram e se criam empregos absolutamente inúteis só para arranjar afilhados” e que “é da índole do sistema de transações o contentar os amigos, que nos ajudaram a subir o poder, e nele nos sustentam, embora para isso se posterguem todas as regras da decência, da eqüidade e da justiça”. O padre achava, porém, que esta pestilência teria fim: “assentemos que a sede de empregos públicos [neste caso, a expressão não tem o mesmo sentido atual, mas refere-se aos empregos arranjados por conveniências] entre nós é uma mania, aliás não menos prejudicial ao Estado que aos particulares, mania que só irá desvanecendo com o tempo à proporção em que o povo, ilustrando-se mais e mais, melhor for conhecendo seus verdadeiros interesses”.
As palavras do velho Carapuceiro poderiam muito bem ser aplicadas hoje em dia, quando nepotistas, “trens da alegria” e um impressionante número de cargos comissionados usados ao gosto de seus patronos pilham o erário mesmo considerando que há concursos para o provimento dos cargos públicos. Infelizmente, a esperança de nosso famoso crítico político dos tempos do Império de que o abuso dos cargos oportunistas no setor público pudesse acabar não vingou. Passados 165 anos, parece que as velhas críticas do século XIX são perfeitamente aplicáveis. Prova de que nossa política está perdida no tempo.
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