sábado, 20 de março de 2010

Os limites do sindicalismo muito abrangente

O texto abaixo foi publicado no Blog de Jamildo (clique aqui para conferir o original), mas vale a pena ler - apesar da fonte:

Para Sintepe, Eduardo Campos é inimigo da educação
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Depois de uma manhã de debates em assembleia, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe) concordou em definir o Governador do Estado de Pernambuco, Eduardo Campos, como "inimigo da educação". No encontro foi decidida também paralisação na próxima quarta-feira (24), quando haverá nova assembleia e panfletagem.

"Isso é fruto do desgaste que a categoria está sofrendo no local de trabalho pelos diretores. No macro discordamos da forma que o governo está agindo pagando abaixo do piso. É o pior salário do país", afirmou Heleno Araújo, Presidente do Sintepe.

Araújo destacou ainda como crítica, a ausência do secretário de Educação nas negociações."Desde o final do ano passado, a área da educação negocia com o secretário da Administração. A presença do secretário de Educação é importante nas negociações".

A contraproposta redigida pelos membros participantes da categoria não aceita a redução dos percentuais da grade de vencimentos. Para o Sintepe, o governo, em sua proposta, desestruturava o plano de cargos e carreira dos educadores reduzindo o benefício conhecido como "pó de giz". Cairiam também as bonificações por qualificação.

"Só foi aprovado aumento para cargos administrativos, aliados ao governo", disse o Sintepe. O ofício será entregue à secretaria assim que o governo propuser continuar o debate.

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A frase em destaque chama a atenção para algo que todos sabem, mas pouco comentam. Foi boa a referência feita pelo próprio sindicato sobre o fato de que o largo campo dos "trabalhadores em educação" abriga de tudo, inclusive aqueles que servem para pressionar, punir e prejudicar quem lida com as dificuldades diárias do árduo trabalho em salas de aula quentes e lotadas. São pressoas que, embora representadas pelo SINTEPE, agem contra os professores sempre que podem.
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Os capatazes do governo serão beneficiados enquanto os professores serão prejudicados. Esta lógica premia exatamente o lado que recebe as considerações por parte da administração estadual.
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Os "trabalhadores em educação" constituem uma generalização que pode ser perigosa. Os servidores lotados nas GREs, nas instâncias da Secretaria de Educação e os fiscais de professores fazem greves? Seus pontos são cortados? Costumam receber alguma punição? Por outro lado, quando algum benefício é conquistado através do esforço dos professores, estes servidores acabam sendo contemplados. E todos são também representados pelo mesmo sindicato que representa os professores, pois o SINTEPE é caracterizado pela abrangência. É verdade que muitos administrativos (principalmente aqueles lotados nas secretarias das escolas) vivem com remunerações precárias - embora, em geral, também não façam greves e não se arrisquem como os professores. Mas a questão é: esta abrangência tem sido eficiente em nosso caso?
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Mais uma polêmica que precisa ser considerada.
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4 comentários:

  1. Infelizmente, carregamos nas costas todos os opressores e os eternos fura greves. Quando foi aprovado em assembléia a criação do SINTEPE, o propósito era unificar para fortalecer a luta. Transcorridos tantos anos temos o que está posto: uma (MMMMMMMMMMMMM.....!)Temos que criar uma representação só com professores. Não pódemos eternamente carregar esse pessoal.

    Arlene

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  2. A idéia utilizada pelo governo é a da guerrilha. Dividir para enfraquecer. Desmobilizar por partes: diretores, pedagógicos, administrativos e professores das escolas de referência com salários diferentes dos nossos. Nesta proposta rejeitada iguala antigos a novos. Assim vai dividindo e enfraquecendo. Somado a falta de unidade e brio da categoria(professor) quando o governo abre inscrições aparecem centenas para nos substituir (vejam exemplos dos médicos). Postei em outro setor do blog materia sobre possíveis ações. Vamos discutir.

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  3. Se quem leva na cara são os professores, então por que agregar tanta gente que não é professor no sindicato? nada mais justo do que uma representação sindical para professores apenas. Quem sabe esta não é nossa saída para uma nova associação?

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  4. Concordo, desde que a direção não esteja envolvida com partido político algum...e se por acaso estiver, deverá desfiliar-se para continuar à frente, pois infelizmente os interesses políticos passam a ser prioridade e a categoria vira apenas um trampolim ou uma maneira de sustentar a carreira política, como é o atual SINTEPE, capacho de Dudu.

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