“O estado de Pernambuco assiste a mais uma greve de trabalhadores em educação. As causas são, basicamente, as mesmas de tantas outras, em vários governos. As pautas têm vários pontos em comum, porque os sucessivos governos também têm comportamentos semelhantes, no trato com a educação: não priorizam; não investem o que este setor estratégico merece; permitem que a maioria da população continue prisioneira da falta de uma educação democrática, pública e de qualidade. (...) Outro aspecto desta política aparece quando os trabalhadores em educação recorrem ao instrumento da greve para conquistar suas reivindicações. A resposta veio na forma de ameaças, dentro de uma postura essencialmente autoritária. (...) Como classificar um governo que considera a greve ilegal, tentando se amparar no argumento da não existência de uma Lei Complementar que regulamente a questão? (...) Manter o fechamento das negociações é dizer, com seu gesto, que a situação continuará a mesma, ou seja, uma educação em crise, onde falta até gás para cozinhar a merenda, causando a deterioração dos alimentos; com profissionais insatisfeitos, déficit de professores e, fundamentalmente, deixando a população submetida a uma educação incapaz de preparar seus filhos para os desafios do mundo moderno”.
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Estas palavras foram proferidas pelo então deputado estadual petista João Paulo num pronunciamento na Assembleia Legislativa em 27 de abril de 1999, quando os professores estavam em greve durante o governo Jarbas Vasconcelos. Os professores estão em greve novamente enquanto o senhor João Paulo assume o cargo de secretário "de-não-sei-o-que" no governo Eduardo Campo (outro anti-jarbista) para poder fazer campanha eleitoral gozando de prerrogativas de secretário de estado. Como as coisas mudam!
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PS. Este fragmento de discurso de João Paulo foi publicado no início deste blog, em 2007. Clique aqui para conferir.
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