quinta-feira, 2 de agosto de 2007

UM DESASTRE ANUNCIADO

Como tantos outros provenientes da ingerência pública, anuncia-se o desastre da educação em Pernambuco . Milhares de alunos, milhares de professores, uma única sociedade maculada pelo poder público. Dessa forma resumo os últimos acontecimentos acerca da greve dos professores em Pernambuco.

A incapacidade do governo de negociar com uma das classes trabalhadoras mais sacrificadas do Brasil fez suas vítimas. Perde o povo, ao qual são destinados os serviços públicos que deveriam ser de qualidade; sofre professores, perseguidos implacavelmente pelo aparelho estatal, este responsável em primeira instância na preservação de bons produtos destinados à sociedade, na qualidade de mantenedor do bom andamento dos serviços destinados à população.

O impacto da irresponsabilidade e inabilidade de conduzir a coisa pública é patente, para não dizer patética, ao tentar cortar as arestas de algo que urge por multiplicação e não de castração. Digo isso, pois aprendi muito bem com o mestre Paulo Freire que Educação tem de ser reproduzida, na mais crua interpretação do termo, quando de qualidade. Mas para isso ela não pode ser doente, reproduzida já com as dores de uma morte anunciada. De nada servirá a uma população carente de todos os fatores sociais de promoção humana.

A Educação que o atual governo quer entregar a população não é mesma que os professores compromissados com a boniteza do ato de ensinar tanto lutam e lutaram por muitos anos, lembrando bem o período militar e as décadas posteriores a ele. Ao recebê-la, o povo se deseduca, fica culturalmente a mercê da condução de suas mentes pelos aparelhos ideológicos que visam à apropriação indevida do poder, castrando também a sua autonomia como ser responsável pela construção de sua própria História.

Os caminhos para uma Educação séria, que promova o ser humano a um estágio mais elevado de dignidade, de ascensão social infelizmente não está presente na proposta do atual governo, como também não esteve nos governos anteriores, que transgride o bom senso e subestima a capacidade intelectual de seus professores, utilizando de aparatos repressivos, que bem lembram uma ditadura do tipo já experimentada no Brasil.

Educadores precisam de condições adequadas para produzirem com seus alunos o conhecimento necessário que oportunizarão sua inserção no mercado de trabalho e a outras instâncias do ensino. Educadores comprometidos com a magia da Educação, da transformação da sociedade em algo melhor e menos violenta, precisam de respeito, reconhecimento do seu esforço e não da espada que corta e faz sangrar. Não precisam de repressão, perseguição ou coisas do gênero. Isso enfraquecerá ainda mais a chama da esperança numa sociedade menos desigual, que dará prioridade ao social.

Um comentário:

  1. Acho que Danilo Cabral deveria ler este texto... ah, mas ele não iria entender nada, afinal, o que é que ele sabe sobre educação?

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